sábado, 27 de janeiro de 2024

Atos 2.4

Atos 2.4 “E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. ”


“E todos foram cheios do Espírito Santo...”  

Quem são esses todos? Quase 120 pessoas (Atos 1:15). Esses quase 120 permaneceram no mesmo lugar, em Jerusalém (Atos 2:1), obedecendo a ordem de Jesus para aguardarem a Promessa do Pai de Serem batizados com o Espírito Santo (Atos 1:4). Essa promessa do Pai diz respeito a promessa que Deus o fez a Abraão de todas as nações serem benditas nele: “Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e para que pela fé nós recebamos a promessa do Espírito “ (Gálatas 3:14). O fato de todos terem recebidos a promessa demonstra o que Pedro afirma na casa de Cornélio:  Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas; Mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo “ (Atos 10:34,35). Afinal o próprio Jesus durante o último dia da festa dos tabernáculos: "Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado. ” (João 7:38,39). Importante ressaltar a diferença do termo “ser cheio do Espírito Santo” Na teologia de Lucas e do Apóstolo Paulo, segundo o contexto de Lucas ser cheio do Espírito Santo sempre está associado ao dom de línguas, enquanto para Paulo uma vida cheia do Espírito refere-se a evidenciar o fruto do espírito: “E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito" (Efésios 5:18).


“...e começaram a falar em outras línguas, ”. 

Notemos alguns fatos importantes sobre o falar em línguas. O que produz esta manifestação? O impacto do Espírito de Deus sobre a alma humana. É tão direto e com tanto poder, que a pessoa fica extasiada, falando de modo sobrenatural. Isto pelo fato de a mente ficar totalmente controlada pelo Espírito. Para os discípulos, era evidência de estarem controlados pelo poder do Espírito prometido por Cristo. Quando a pessoa fala uma língua que nunca aprendeu, pode ter a certeza de que algum poder sobrenatural assumiu o controle sobre ela. Alguns argumentam que a manifestação do falar em línguas limitou-se à época dos apóstolos. Aconteceu para ajudá-los a estabelecer o Cristianismo, uma novidade naquela época. Não existe, no entanto, limites à continuidade dessa manifestação no Novo Testamento. Mesmo no quarto século depois de Cristo, Agostinho, o notável teólogo do Cristianismo, escreveu: “Ainda fazemos como fizeram os apóstolos, quando impuseram as mãos sobre os samaritanos, invocando sobre eles o Espírito mediante a imposição das mãos. Espera-se por parte dos convertidos que falem em novas línguas. ” Ireneu (115-202 d.C.), notável líder da Igreja, era discípulo de Policarpo, que por sua vez foi discípulo do apóstolo João. Ireneu escreveu: “Temos em nossas igrejas muitos irmãos que possuem dons espirituais e que. por meio do Espírito, falam toda sorte de línguas” . A Enciclopédia Britânica declara que a glossolalia (o falar em línguas) “ocorreu em reavivamentos cristãos durante todas as eras; por exemplo, entre os frades mendicantes do século XIII, entre os jansenistas e os primeiros quaquers, entre os convertidos de Wesley e Whitefield, entre os protestantes perseguidos de Cevennes, e entre os irvingitas”. Podemos multiplicar as referências, demonstrando que o falar em línguas, por meios sobrenaturais, tem ocorrido em toda a história da Igreja. (Nota: O falar em línguas nem sempre é em língua conhecida. Ver 1 Coríntios 14.2.)


“...conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. ”

Cremos e ensinamos que o Espírito Santo é uma pessoa. Sua personalidade está presente em toda a Bíblia de maneira abundante e inconfundível e tem sido crença da Igreja desde o princípio. A Bíblia revela todos os elementos constitutivos da personalidade do Espírito Santo, como intelecto, emoção e vontade, em 1 Coríntios 12:11 está escrito: “Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer“. Esse versículo nos revela que o Espírito Santo possui vontade, nos indicando sua personalidadecomo quer “ Essa vontade nunca contradiz as outras pessoas da Trindade, pois possuem uma mesma natureza e essência. O Espírito Santo relaciona-se com os crentes de maneira pessoal, pois somente uma pessoa poderia agir como mestre, consolador, santificador e guia. Cremos e declaramos que o Espírito Santo ensina, fala, guia em toda a verdade, julga, ama, contende, convida e intercede. Ele é Deus, Ele é pessoal. Até por isso os cristãos são batizados também em seu nome: "batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mateus 28.19).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
14/03/2022

Fontes:

BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras – a Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.

PEARLMAN, Myer. Atos: e a Igreja se Fez Missões. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.

SOARES, Esequias. Declaração de Fé das Assembleias de Deus.Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

 


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