domingo, 11 de fevereiro de 2024

Lição 07: O Ministério da Igreja – 1 Trimestre de 2024.

TEXTO ÁUREO

“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores.” (Efésios 4.11)


“E ele mesmo deu” 

Ministérios são serviços ou funções exercidas na igreja local, como parte do Corpo de Cristo, que é a sua Igreja. No âmbito cristão, ministérios são serviços que devem ser exercidos por pessoas que tenham a mentalidade de servas de Cristo. Quem não pode ser servo não pode ser ministro na Igreja de Cristo. Ele disse que não veio para ser servido, mas para ser servo (Mateus 20.28). Nesse texto possuímos a lista mais abrangente contida na Bíblia desses dons, apesar de não ser completa, ficando excluídos os dons de caráter local, presbíteros e diáconos. Não tem como não considerar que quando Cristo afirma que não nos deixaria órfãos referia-se também indiretamente aos dons ministeriais, pois, o outro Consolador o Espírito Santo opera através deles. 


O dom de apóstolo (4.11). 

Jesus tinha muitos discípulos, mas apenas doze apóstolos. Um discípulo é um seguidor, um apóstolo é um comissionado. Os apóstolos tinham de ter três qualificações: 1) conhecer pessoalmente a Cristo (l Coríntios 9.1,2); 2) ser testemunha titular da sua ressurreição (Atos 1.21-23); 3) ter o ministério autenticado com milagres especiais (II Coríntios 12.12). Nesse sentido, não temos mais apóstolos hoje. Num sentido geral, todos nós fomos chamados para ser enviados (João 20.21). O verbo grego apostello quer dizer “enviar”, e todos os cristãos são enviados ao mundo como embaixadores e testemunhas de Cristo para participar da missão apostólica de toda a igreja. Uma igreja apostólica é aquela que segue a doutrina dos apóstolos, e não aqueles que dão a seus líderes o título de apóstolos.  


O dom de profeta (4.11). 

Os Profetas do NT foram autênticos Instrumentos nas mãos Deus para nos proporcionar a conclusão do cânon. O Comentário Bíblico Pentecostal destaca que os profetas “eram aqueles indivíduos especialmente dotados de receber e mediar diretamente a revelação recebida de Deus”. O apóstolo Paulo argumenta que o mistério da inclusão dos gentios na Igreja esteve oculto no passado: "o qual, noutros séculos, não foi manifestado aos filhos dos homens, como, agora, tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas" (Efésios 3.5). Ora, essa declaração deixou de fora os profetas do Antigo Testamento, pois a expressão "agora, tem sido revelado" mostra tratar-se de uma revelação recente. Mais adiante Pedro chama as epístolas paulinas de Escrituras: "como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição" (2 Pedro 3.15, 16). Ao dizer "igualmente as outras Escrituras" está reconhecendo a sua autoridade divina. João define sua obra em apocalipse como: "palavras desta profecia [...] profecia deste livro [...] "; "palavras da profecia deste livro [...] palavras do livro desta profecia" (1.3; 22.7, 18, 19). Pois estamos edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sobre a mensagem da fé que uma vez foi dada aos santos. Como o leitor pode observar muitos dos apóstolos eram também profetas, mas nem todos os profetas eram apóstolos, como podemos observar no NT. 


O dom de evangelista (4.11). 

É um dom de Deus, concedido através da capacitação espiritual e ministerial para a propagação do evangelho de Cristo a todas as pessoas que estiverem ao alcance da mensagem do obreiro que tem a chamada para cuidar da evangelização, como prioridade em sua missão. Todos os ministros devem fazer a obra do evangelista (II Timóteo 4.5). Cada membro da igreja deve ser uma testemunha de Cristo (Atos 2.41-47; 8.4; 11.19-21), mas há pessoas a quem Jesus dá o dom especial de ser um evangelista. Podemos presumir que o trabalho deles era uma obra itinerante de pregação orientada pelos apóstolos, e parece ser justo chamá-los de “a milícia missionária da igreja. 


O dom de pastor (4.11).

O ministério pastoral inclui outros títulos que representam a mesma função de pastor, tais como ancião, presbítero e bispo. Todos esses nomes têm o mesmo significado em relação ao ministério pastoral. É o ministério mais desejado na atualidade, e isto se dá mais pela função atual de um pastor na igreja, que é o de exercer liderança sobre um povo em local fixo. Entretanto, o real significado de pastor, no grego, é "guardador de ovelhas". O exemplo mais claro desse significado está na identificação que Jesus fez acerca de si mesmo como "o bom Pastor que dá a sua vida pelas ovelhas" (Jo 1.11). Em outros textos do Novo Testamento, como Hebreus 13.20 e 1 Pedro 2.25; 5.4, os escritores identificam Cristo como o exemplo do verdadeiro pastor. 


O dom de doutor (4.11). 

Até certo ponto, o pastor tem um ministério acompanhado do ensino. Ele pode exercer as duas funções. Entretanto, a função de "doutor" é específica no ministério cristão, que é ensinar a Palavra de Deus de forma lógica. Pelo fato de ser um ministério dado por Jesus, o Espírito Santo atua de maneira poderosa no sentido de aclarar as verdades divinas ensinadas aos crentes. O mestre podia ser ministro itinerante pelas igrejas. Seu trabalho era junto às almas ganhas pelos evangelistas e apóstolos. O Novo Testamento destaca Apolo como exímio ensinador; ele andava pelas igrejas ministrando a Palavra de Deus (Atos 18.27; 1 Coríntios 16.12; Tito 3.13). É um ministério de extremo valor, mas pouco reconhecido, ou, então, prejudicado pelo sistema de governo de nossas igrejas, que, por não reconhecerem a importância de tal ministério, obrigam o "mestre" a pastorear. Igrejas sem mestres são igrejas fracas espiritualmente. Por isso, deve-se reconhecer a importância e a necessidade do ministério do ensino. E através do ensino sadio e racional, inspirado pelo Espírito Santo, que a igreja se justifica contra as falsas doutrinas e se fortifica contra os ataques espirituais de Satanás. Embora todo pastor deva ser um mestre, nem todo mestre é um pastor. 

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR 
08/05/2021 

FONTES: 

CABRAL, Elienai. Comentário Bíblico: Efésios. 3ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999. 

LOPES, Hernandes Dias. Efésios: igreja, a noiva gloriosa de Cristo. São Paulo: Hagnos, 2009. 

RENOVATO, Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais - Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro: CPAD, 2014. 

SOARES, Esequias. O ministério profético na Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.