terça-feira, 2 de novembro de 2021

Devemos orar pelos mortos? (DIA DE FINADOS)


2 SAMUEL 12:21-23 – E disseram-lhe seus servos: Que é isto que fizeste? Pela criança viva jejuaste e choraste; porém depois que morreu a criança te levantaste e comeste pão. E disse ele: Vivendo ainda a criança, jejuei e chorei, porque dizia: Quem sabe se DEUS se compadecerá de mim, e viverá a criança? Porém, agora que está morta, por que jejuaria eu? Poderei eu fazê-la voltar? Eu irei a ela, porém ela não voltará para mim.

Em II Macabeus 12, Judas Macabeu mandou oferecer um sacrifício expiatório pelos mortos na batalha, pois estes precisavam se purificar da idolatria cometida. Usando essa base os católicos romanos acreditam que orar pelos mortos para libertá-los de seus pecados é um cuidado salutar e santo. Entretanto, no texto acima observamos Davi recusando-se a orar pelo seu filho depois que ele morreu.

A Bíblia nos ensina que devemos orar pelos mortos?

Nada há nas inspiradas Escrituras que dê suporte à doutrina católica de se orar pelos mortos, para ficarem livres de seus pecados.
Abaixo estão listados alguns argumentos.

  1. O único versículo que dá algum suporte a orações pelos mortos vem de II Macabeus, livro apócrifo do século II a.C., que a Igreja Católica Romana acrescentou à Bíblia no ano 1546 a.D., em resposta à Reforma, que condenava tais práticas.

  2. A doutrina de orações pelos mortos está ligada à doutrina não-bíblica do purgatório. As orações têm o propósito de libertar as pessoas mortas desse local. Porém não há base alguma para a crença no purgatório.

  3. Em parte alguma de todos os livros inspirados da Bíblia pode-se encontrar um único caso de um santo ter orado para que algum morto fosse salvo. É certo que com toda a paixão com que muitos santos desejaram que seus queridos fossem salvos (cf. Romanos 9:1-3), seria de se esperar que houvesse pelo menos um caso de alguém ter orado pelos mortos e obtido a aprovação de Deus.

  4. A Bíblia deixa bem claro, e de forma categórica, que a morte é o final e que não há esperança depois dela. O livro de Hebreus declara: "aos homens está ordenado morrerem uma só vez e, depois disto, o juízo" (Hebreus 9:27). Jesus falou, a respeito dos que o rejeitaram, que morrerão em seus pecados (João 8:21, 24).

  5. Jesus nos deu o exemplo em João 11, ao chorar pelos mortos e orar pelos vivos. Aproximando-se do túmulo do seu amigo Lázaro, Jesus chorou"(v. 35). Depois ele orou pela "multidão presente, para que creiam que tu me enviaste" (v. 42).

  6. Os mortos oram pelos vivos (cf. Apocalipse 6:10), mas não há exemplo em toda a inspirada Palavra de Deus de vivos orando por mortos. Os santos martirizados, na glória, são descritos como orando por vingança sobre os ímpios (Apocalipse 6:9) E como há alegria no céu por uma única alma que é salva na terra (Lucas 15 10), não há dúvida de que há oração no céu pelos perdidos. Mas a Bíblia não deixa nem mesmo o menor vislumbre de esperança para quem quer que morra em seus pecados.

O que podemos fazer pelos mortos no Dia de Finados?

Nada! Nem neste dia, nem em dia algum. Os mortos tiveram a oportunidade em vida de se decidirem por Jesus. Em vista disso, despertai, “Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? ” (Marcos 8.36). No percurso da vida fazemos escolhas que determinam o nosso futuro. O dia de se fazer alguma coisa é hoje e vai refletir no amanhã, principalmente na eternidade. O ontem não podemos mudar, todavia o amanhã sim ao decidirmos por Cristo.

Não é pecado lembrar dos mortos, isso é humano e bíblico. O problema é acreditar em ensinamentos que não tem respaldo na Palavra de Deus e pensar que podemos ajudar nossos entes queridos com nossas orações.

Fonte:

GEISLER, Norman; WOWE, Thomas. MANUAL POPULAR de Dúvidas, Enigmas e "Contradições" da Bíblia. São Paulo: Mundo Cristão, 1999.

https://www.igrejadoavivamento.com.br/lista-de-estudos-de-celula/4072-dia-de-finados

Lição 06: Paulo no Poder do Espírito - 4 Trimestre De 2021


(Texto Áureo) “E impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam. ” (Atos 19.6)

Ao chegar a Éfeso, na sua segunda viagem missionária, Paulo deparou-se com um grupo de discípulos que seguiam o ensino de Apolo e que foram batizados com o batismo de arrependimento de João Batista. Apolo era um judeu de Alexandria, no Egito, e era muito culto e eloquente. Era um homem com profundo conhecimento das Escrituras, com uma índole boa e honesta. Entretanto, tudo o que conhecia sobre o Messias era o que tinha aprendido com João Batista. Ele conhecia os fatos da vida de Jesus, mas ainda não sabia sobre a morte e ressurreição de Jesus. Áquila e Priscila, então, fizeram-no conhecer a verdade sobre Jesus e instruíram-no acerca disso. Portanto, os discípulos que estavam em Éfeso ouviram falar de Jesus, mas não conheciam a doutrina de Cristo. Eles haviam crido (Atos 19.2) em Cristo e sabiam que havia uma promessa do Espírito Santo, mas nada sabiam da experiência do Pentecostes. Paulo percebeu que, a despeito de terem crido no Cristo das Escrituras, eles não haviam recebido o poder do Espírito para tornarem-se testemunhas de Cristo. Paulo grupo de discípulos: “Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes? ”. A resposta desses discípulos foi: “Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo” (Atos 19.2).

“E impondo-lhes Paulo as mãos, ” Paulo orou solenemente para que Deus desse a esses discípulos esses dons. É o que significa a expressão impondo-lhes Paulo as mãos (v. 6), um gesto que os patriarcas usavam para abençoar e sobretudo para transmitir a grande custódia da promessa, como em Génesis 48.14. Sendo o Espírito a grande promessa do Novo Testamento, os apóstolos o transmitiam pela imposição de mãos: “O Senhor te abençoe com aquela bênção, a bênção das bênçãos” (Isaías 44.3). Paulo escreve à Timóteo fazendo referência ao “dom de Deus”, que nele existia, pela imposição de mãos do seu mentor espiritual “Por este motivo, te lembro que despertes o dom de Deus, que existe em ti pela imposição das minhas mãos” II Timóteo 1.6). Esse “dom ” (gr. charisma) era sem dúvida o “dom ” ministerial. A imposição de mãos sempre foi um ritual de grande valor, na vida ministerial da igreja cristã.1 Jesus usou as mãos para efetuar várias curas (Marcos 6.3; Lucas 4.40). Saulo foi curado pela imposição de mãos de Ananias (Atos 9.17). Jesus impôs as mãos e abençoou crianças (Marcos 10.16); o batismo com o Espírito Santo era ministrado com imposição de mãos (Atos 19.6), como um a das formas de seu recebimento. A consagração de obreiros era solenemente realizada com imposição de mãos do ministério ou do presbitério (I Timóteo 4.14; II Timóteo 1.6), prática que é seguida, hoje, em quase todas as igrejas evangélicas.

“...veio sobre eles o Espírito Santo; “ Deve ser notado que os termos “veio” (derivado de erchomai) e “sobre” (epi) são paralelos à linguagem precisa de Atos 1.8: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”. Essa linguagem conecta firmemente a experiência dos discípulos efésios com a promessa de Jesus. Este derramamento do Espírito mostra que o batismo com o Espírito é subsequente e distinto da conversão segundo a teologia de Lucas e Paulo. Paulo espera que os crentes sejam cheios com o Espírito. O derramamento do Espírito nos doze efésios deixa claro que o ensino e prática de Paulo são consistentes com a teologia carismática de Lucas.

“...e falavam línguas e profetizavam. ” Aqui temos as consequências imediatas deste batismo com o Espírito, as manifestações carismáticas de línguas e profecia. A expressão “e profetizavam” não deve ser presumida a indicar um sinal adicional. É paralela à expressão “magnificara Deus” registrada em Atos 10.46. A atividade profética é realizada nos últimos dias (cf. os acontecimentos do Dia de Pentecostes que mostram estreita relação entre falar em línguas e profetizar). Semelhante aos discípulos no Dia de Pentecostes e em Cesaréia, estas pessoas em Éfeso falam em línguas e dão louvores inspirados a Deus depois de receberem o poder pentecostal do Espírito. Como os outros derramamentos do Espírito, a evidência inicial da experiência carismática dos crentes efésios é o falar em línguas (cf. Atos 2.4; 10.44-46). Paulo instrui, batiza e impõe as mãos sobre eles, mas pela ação soberana do Espírito profético eles são dotados com poder para o ministério. O Pentecostes efésio não marca uma experiência de conversão, mas uma dotação do poder do Espírito para divulgar o Evangelho.

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
02/11/2021

Fontes:

CABRAL, Elienai. Apóstolo Paulo – Lições da vida e ministério do apóstolo dos gentios para a Igreja de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.

RENOVATO, Elinaldo. As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais. Rio de Janeiro: CPAD, 2015. 

ARRINGTON French L; STRONSTAD Roger. Comentário Bíblico Pentecostal – Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.