sábado, 29 de novembro de 2025

Mateus 4:2

Mateus 4:2 “E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome;”

 

“E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites,”

Jesus, após ser conduzido pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo (v.1), se absteve de qualquer alimento por quarenta dias e quarenta noites (quarenta noites somente em Mateus). Tal como Moisés havia jejuado quando estivera “com o Senhor” no Monte Sinai para receber a Lei (Êxodo 34.28). Robertson comenta que “O período do jejum, como no caso de Moisés, foi gasto em enlevo espiritual, durante o qual os desejos do corpo natural foram suspensos.”

A história da tentação de Jesus contém de fato muitas semelhanças com a história de Moisés conduzindo Israel do Egito para a Terra Prometida. Tanto Jesus quanto Moisés foram levados para o deserto (4:1; Êxodo 19:1, 2), jejuaram por quarenta dias e quarenta noites (4:2; Êxodo 34:28; Deuteronômio 9:9) e a ambos foram mostrados reinos do alto de uma montanha (4:8; Deuteronômio 3:27; 34:1–4)

Esse período de jejum tem equivalentes nas vidas de outro grande líder de Israel no Antigo Testamento. Elias também jejuou por esse mesmo tempo quando fugia da ira de Jezabel após a derrota dos profetas de Baal no monte Carmelo (1 Reis 19:8). Em cada um desses casos, o jejum foi feito por uma razão espiritual. Fiel a esse padrão, Jesus jejuou contemplando Seu ministério iminente e em preparação para o Seu encontro com o tentador.

 

“... depois teve fome;”

Jesus, enlevado em oração e meditação, passa quarenta dias sem comer. Voltando a si, por assim dizer, sente o aguilhão da fome. A fome nos deixa fisicamente fracos, e também nos faz focar a atenção na comida, em detrimento de outras preocupações – incluindo necessidades espirituais. Jesus não só estava faminto, como também estava sujeito aos perigos do deserto. Marcos descreveu Jesus como estando “com as feras” (Marcos 1:13).

O tentador vai aproveitar-se desse momento e apelar fortemente diante da necessidade física do Senhor. Seu propósito era persuadir Jesus a satisfazer seu apetite de maneira indigna. O primeiro Adão sucumbira ao desejo carnal; não sucumbiria também o segundo?

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
29/11/2025

FONTES:

QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito – A restauração integral do ser humano para chegar a estatura completa de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.

TASKER, R. V. G. Mateus: Introdução e comentário. Série Cultura Bíblica –São Paulo: Mundo Cristão, 1980.

PEARLMAN, Myer. Mateus – O Evangelho do Grande Rei. Rio de Janeiro: CPAD.

ROBERTSON, A. T. Comentário Mateus & marcos à luz do novo testamento grego. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201204_03.pdf

1 Timóteo 4.8

1 Timóteo 4.8 “Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.”.

 

“Porque o exercício corporal para pouco aproveita,”

Nós somos formados de três partes, segundo a Palavra de Deus: “espírito, e alma, e corpo” (1 Tessalonicenses 5.23). Todas elas precisam de exercício, de atividade, sob pena de sofrermos atrofia em todas ou em um a delas. Há muitos que vivem de modo sedentário, desenvolvendo doenças circulatórias, cardíacas ou neurológicas. Isso não é desejável.

Warren Wiersbe diz que precisamos cuidar do corpo, e o exercício físico faz parte desse cuidado. O corpo além de tempo do Espírito Santo (1 Coríntios 6.19-20) é o instrumento para o seu serviço (Romanos 12.1-2). O pregador escocês Robert Murray M'Cheyne. Disse em seu leito de morte aos 29 anos: "Deus me deu um cavalo e uma mensagem, eu matei o cavalo e não posso mais entregar a mensagem", expressando tristeza por não poder continuar seu ministério de pregar o Evangelho, por causa de sua saúde (que ele sentia que tinha "matado").

Mas por que esse incentivo ao exercício físico se Paulo diz que o exercício corporal para pouco aproveita”? Paulo cita ao que parece, pela sua harmonia, ser um refrão proverbial: “Pois o exercido fisico para pouco é proveitoso, mas a piedade para tudo é proveitosa.” Conforme era originalmente formulado, este apotegma deve ter sido dirigido contra o treinamento excessivo de atletas, que, segundo sabemos, era assunto de fortes críticas nos círculos estóicos e cínicos.

Paulo não está dizendo que o “exercício físico” (gymnasia) “não serve para nada”. O que ele está fazendo é enfatizando a importância do exercício espiritual, contrastando-o com o exercício físico.

 

“...mas a piedade para tudo é proveitosa,”

O apóstolo mostrou a Timóteo que havia algo mais importante que o exercício físico. A Piedade. Piedade, ou “eusebeia”, significa a vida de santidade do cristão; a vida devocional, que inclui as orações, a leitura da Palavra de Deus, de m odo sistemático, a adoração a Deus, de forma constante; a maneira de viver e conviver com as pessoas, zelando pelo bom testemunho cristão, tudo isso é piedade.

Se o corpo, como vimos, precisa de exercícios para não envelhecer precocemente, ou atrofiar-se, em suas funções vitais, a alma e o espírito também necessitam de “exercícios” espirituais, ou seja, de piedade. Paulo resumiu a piedade quando escreveu aos coríntios, dizendo: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (1 Coríntios 15.58).

 

“... tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.”

As palavras finais, porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser, definem as bênçãos que o homem que se dedica à piedade pode esperar. Parecem ecoar as palavras de nosso Senhor registrada na tradição dos Evangelhos que oferecem exatamente esta recompensa àqueles que renunciam a tudo por amor a Ele: “E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna” (Mateus 19:29).

O exercício espiritual não só nos recompensa nesta vida, mas nos assegura uma entrada no reino eterno. A vida eterna é a coroa que pode ser esperada por aqueles que exercitam a piedade.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
29/11/2025

FONTES:)

QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito – A restauração integral do ser humano para chegar a estatura completa de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.

RENOVATO, Elinaldo. As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.

KELLY, John N. D. I e II Timóteo e Tito: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova e Editora Mundo Cristão, 1983.

WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Wiersbe. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD 29 DE NOVEMBRO DE 2025 (Filipenses 2:13)

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD
29 DE NOVEMBRO DE 2025
DEUS IMPLANTA BONS DESEJOS EM NÓS

Filipenses 2:13 “Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.”

 

“Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar,”

A expressão “opera em vós” identifica que essa obra é exclusiva de Deus. É Ele quem opera, quem realiza, quem efetua “tanto o querer como o efetuar”. Essa declaração descreve um propósito de Deus para com os cristãos. Ele efetua nos crentes o querer, a vontade de obedecer e desenvolver a salvação.

O verbo grego traduzido por “efetua” (energein) deu origem à palavra “energia” e “energizar” e ocorre duas vezes no versículo 13. Em ambas as ocorrências esse verbo é traduzido por sinônimos: “efetuar” e “realizar”. Deus nos “energiza”. Para que Ele nos “energiza”? Para trabalharmos para Ele, precisamos de pelo menos duas coisas: o desejo de trabalhar para Ele e a capacidade de trabalhar para Ele. O texto declara que Ele nos ajuda nessas duas coisas: Ele “efetua” em nós “tanto o querer como o realizar”. Uma possível tradução seria: “Deus está operando em vocês para torná-los dispostos e aptos a obedecer-Lhe”.

O “efetuar” ou “o realizar” implica a capacidade que Ele dá para fazer sua obra. Deus não nos dá trabalhos para serem feitos e depois vai embora, nos deixando lutar sozinhos para realizá-los. Ele permanece conosco. Nunca estamos sozinhos enquanto servimos a Ele (Mateus 28:20).

 

“... segundo a sua boa vontade.”

Deus manifesta seu poder divino na vida do crente de acordo com “a sua boa vontade”. A “boa vontade de Deus” diz respeito à “concretização de seus propósitos soberanos e graciosos para com os homens. A boa vontade de Deus não é um capricho arbitrário de um soberano, mas representa aquilo que, na sabedoria e no amor de Deus, mais contribuiria para o bem-estar e a bênção dos santos.

A palavra grega traduzida como boa vontade é eudokia e significa “deleite, boa vontade, favor”; então “bom prazer, propósito, vontade” (Efésios 1: 5; 2 Tessalonicenses 1:11). Aqui significa aquilo que seria agradável para ele; e a idéia é que ele exerça tal influência que leve as pessoas à vontade e faça o que está de acordo com sua vontade.

O objetivo final ou propósito de nossas vidas deve ser cumprir "a Sua boa vontade”. Nossas vidas devem ser vividas para a maior glória de Deus e não para nossos próprios desejos egoístas. Qualquer impulso que nós sentimos qualquer boa vontade para com a obra, isso é Deus operando em nós, tanto para querer quanto para realizar. Conforme nos aproximamos de Deus a sua vontade fica cada vez mais clara para nós. Quando nosso corpo é consagrado e nossa mente é transformada, nosso culto torna-se racional e experimentamos a boa, perfeita e agradável vontade de Deus (Romanos 12:2).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
19/11/2025

FONTES:

QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito – A restauração integral do ser humano para chegar a estatura completa de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.

CABRAL, Elienai. Filipenses - A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201012_09.pdf

BARNES, Albert. Notes on the Old & New Testaments. Baker Book House, 1983.