Mateus 4:2 “E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome;”
“E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites,”
Jesus, após ser conduzido pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo (v.1), se absteve de qualquer alimento por quarenta dias e quarenta noites (quarenta noites somente em Mateus). Tal como Moisés havia jejuado quando estivera “com o Senhor” no Monte Sinai para receber a Lei (Êxodo 34.28). Robertson comenta que “O período do jejum, como no caso de Moisés, foi gasto em enlevo espiritual, durante o qual os desejos do corpo natural foram suspensos.”
A história da tentação de Jesus contém de fato muitas semelhanças com a história de Moisés conduzindo Israel do Egito para a Terra Prometida. Tanto Jesus quanto Moisés foram levados para o deserto (4:1; Êxodo 19:1, 2), jejuaram por quarenta dias e quarenta noites (4:2; Êxodo 34:28; Deuteronômio 9:9) e a ambos foram mostrados reinos do alto de uma montanha (4:8; Deuteronômio 3:27; 34:1–4)
Esse período de jejum tem equivalentes nas vidas de outro grande líder de Israel no Antigo Testamento. Elias também jejuou por esse mesmo tempo quando fugia da ira de Jezabel após a derrota dos profetas de Baal no monte Carmelo (1 Reis 19:8). Em cada um desses casos, o jejum foi feito por uma razão espiritual. Fiel a esse padrão, Jesus jejuou contemplando Seu ministério iminente e em preparação para o Seu encontro com o tentador.
“... depois teve fome;”
Jesus, enlevado em oração e meditação, passa quarenta dias sem comer. Voltando a si, por assim dizer, sente o aguilhão da fome. A fome nos deixa fisicamente fracos, e também nos faz focar a atenção na comida, em detrimento de outras preocupações – incluindo necessidades espirituais. Jesus não só estava faminto, como também estava sujeito aos perigos do deserto. Marcos descreveu Jesus como estando “com as feras” (Marcos 1:13).
O tentador vai aproveitar-se desse momento e apelar fortemente diante da necessidade física do Senhor. Seu propósito era persuadir Jesus a satisfazer seu apetite de maneira indigna. O primeiro Adão sucumbira ao desejo carnal; não sucumbiria também o segundo?
DEIVY FERREIRA
PANIAGO JUNIOR
29/11/2025
FONTES:
QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito – A restauração integral do ser humano para chegar a estatura completa de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.
TASKER, R. V. G. Mateus: Introdução e comentário. Série Cultura Bíblica –São Paulo: Mundo Cristão, 1980.
PEARLMAN, Myer. Mateus – O Evangelho do Grande Rei. Rio de Janeiro: CPAD.
ROBERTSON, A. T. Comentário Mateus & marcos à luz do novo testamento grego. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.
http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201204_03.pdf
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