Isaías 53.4 “Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. ”
“Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si;
“Verdadeiramente” enfatiza vigorosamente um contraste. Independentemente das “enfermidades” e “dores” que o povo pensava ver em Jesus, a realidade era totalmente diferente. Isaías não estava falando das enfermidades e dores de Jesus, mas das nossas enfermidades e dores que Ele carregou na cruz. Não foi por qualquer pecado próprio que Ele sofreu. Ele corajosa e voluntariamente escolheu tomar e levar sobre si o fardo pesado de “nossas enfermidades” (“nossas doenças”) e “nossas dores”.
Estas “enfermidades” e “dores” incluem doenças reais e defeitos físicos, pois a cura delas fariam parte do ministério do messias: “E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoniados, e ele com a sua palavra expulsou deles os espíritos, e curou todos os que estavam enfermos; para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças” (Mateus 8.16-17). Mas não são restritas a elas; esta categoria (como o indica especialmente a palavra “dores”) abrangem toda sorte de sofrimento humano.
Jesus “tomou” e “levou sobre si” este sofrimento; consequentemente, carregou-o vicariamente como alguém que tomou um fardo pesado do ombro de outrem e o carregou para aquela pessoa. O próximo versículo completa isso “Ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades” (Isaías 53.5).
“... e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. ”
A palavra “reputávamos” [“consideramos”; NVI] é um termo contábil para revelar o valor de um objeto ou pessoa. E se refere ao sofrimento físico que Cristo suportou na cruz. Todavia a nação judaica, que considerava sofrimento como castigo pelo pecado, interpretou “ferido de Deus”, como objeto do juízo justo de Deus. Os sofrimentos do Messias deviam-se de fato ao pecado, mas não a Seu próprio pecado. Nesses sofrimentos havia retribuição, administrada pela mão divina, mas contra os nossos pecados. Os judeus não perceberam que a morte vergonhosa de Jesus era na verdade pelos pecados deles e da nossa geração também.
O apóstolo Pedro entendeu bem isso e escreveu sobre a condição de Cristo: “O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano. O qual, quando o injuriavam, não injuriava, e quando padecia não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente; levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados” (1 Pedro 2.22-24)
A frase “ferido de Deus” deve ser entendida no sentido especial de Deus ter feito sobrevir-Lhe este sofrimento como castigo por este pecado. O contraste não consiste naquele fato, de não ter vindo de Deus, mas no fato de não ter fluído da ira de Deus contra o Seu pecado, e, portanto, que não veio como castigo de que Ele não pudesse escapar, mas foi suportado por Ele voluntariamente.
DEIVY FERREIRA PANIAGO
JUNIOR
29/10/2024
FONTES:
RENOVATO, Elinaldo. As Promessas de Deus - Confie e Viva as Bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.
http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201010_06.pdf
Ridderbos, J. Isaías: introdução e comentário - 2. Edição. São Paulo: Vida Nova, 1995.
HORTON, Stanley. Isaías o Profeta messiânico. Rio de Janeiro: CPAD 2003.
CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo - Vol.5. São Paulo: Hagnos, 2001.