“Pela opressão dos pobres, pelo gemido dos necessitados me levantarei agora, diz o Senhor;”
A opressão insolente e cruel cometida contra os pobres é um pecado que traz julgamentos assoladores e destruidores a um povo. Deus enviou dez julgamentos devastadores, um depois do outro, sobre faraó, seu povo e sua terra para vingar a opressão cruel cometida contra o pobre povo do Senhor. “Não roubes ao pobre, porque é pobre, nem atropeles, na porta, o aflito. Porque o Senhor defenderá a sua causa em juízo, e aos que os roubam lhes tirará a vida” (Pv 22.22,23).
O Senhor defenderá a causa dos oprimidos e pobres contra quem lhes oprima sem medo ou razão. Ele advogará a causa com peste, sangue e fogo. Gogue foi um grande opressor dos pobres (Ezequiel 38.8-14), e Deus o castigou com peste, sangue e fogo: “E contenderei com ele por meio da peste e do sangue; e uma chuva inundante, e grandes pedras de saraiva, fogo e enxofre farei cair sobre ele, e sobre as suas tropas, e sobre os muitos povos que estiverem com ele” (Ezequiel 38.22).
O gemido dos pobres é menor que o gemido do Espírito Santo, contudo Deus se desperta e se levanta por causa disso. Que virtude há nos gemidos do pobre, que façam o Deus Todo-Poderoso se levantar do trono.
Uma lágrima não faz barulho, contudo tem uma voz: “O Senhor já ouviu a voz do meu lamento” (SaImos 6.8). Não é água potável, mas Deus a engarrafa. Um gemido é algo pequeno, no entanto é, às vezes, a melhor parte da oração (Romanos 8.26). Um suspiro é menor que uma respiração, quando a pessoa está extenuada por falta de fôlego, mas às vezes é tudo de que o justo pode se gabar (SaImos 42.1).
A melhor oração que Ana fez foi quando ela não podia proferir uma palavra sequer, senão chorar: “Duro, duro coração”. A melhor oração do publicano foi quando, batendo no peito, clamou: “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!” (Lucas 18.13).
“... porei a salvo aquele para quem eles assopram.”
No devido tempo, o Senhor ouvirá os eleitos que clamam a Ele dia e noite. Ele é muito paciente com os opressores, contudo há de vingá-los sem demora.Não há nada que comova um pai quanto o choro dos seus filhos. Apressa-se, desperta a sua virilidade, vence o inimigo e coloca em segurança os seus amados. Um sopro é muito para uma criança suportar, e o inimigo é tão arrogante que ri dos pequeninos desprezando-os. Mas o Pai vem e, então, é a vez de a criança rir, quando ela é colocada acima da raiva do atormentador.
No exato momento em que tudo parece perdido e o pobre, oprimido e aflito povo de Deus nada pode fazer, senão gemer e chorar, e chorar e gemer, então o Senhor se levantará e os porá a salvo das opressões. Ele faz do dia de necessidade extrema uma oportunidade gloriosa para o beneficio da sua glória e o bem do povo: “E, os outros, apoderando-se dos servos, os ultrajaram e mataram. E o rei, tendo notícias disso, encolerizou-se, e, enviando os seus exércitos, destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade” (Mateus 22.6,7).
DEIVY FERREIRA
PANIAGO JUNIOR
16/05/2024
FONTES:
SPURGEON, Charles. Os Tesouros de Davi – Volume I. Rio de Janeiro: CPAD, 2017. (Citações de Thomas Brooks e John Sheffield, 1654