(Texto Áureo) “Não deixando a nossa congregação, como é costume de
alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que se
vai aproximando aquele Dia.” (Hebreus 10.25)
“Não deixando a nossa congregação, como é
costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; ” A estabilidade
espiritual é alcançada através das atividades promovidas neste versículo, ou
seja, “congregar” e “fazer admoestações”. A palavra grega para “congregar”, significa
“reunir em assembleia”. Esta passagem, juntamente com Tiago 2:2, pode implicar
que a “sinagoga” era usada como um local de encontro da igreja do primeiro
século 2. O termo inicialmente denotava “reunir-se”, mas veio a significar
“local de reunião”. Todavia, grupos inteiros se reuniam nas sinagogas em
Jerusalém – onde havia muitas sinagogas. À luz desta possibilidade, dizer que
não havia “prédios de igreja” na época do Novo Testamento pode não ser
completamente verdade. Os cristãos deveriam se encontrar com o propósito de
encorajar e exortar uns aos outros, como o versículo 24 convoca os santos a
fazerem. Recordemos que o autor de Hebreus incentivou que isso fosse feito
diariamente (3:12, 13). Este versículo não está dizendo para nos “estimularmos
a congregar”, mas para “congregarmos para nos estimular”. Como aqueles cristãos
poderiam se estimular e fortalecer uns aos outros, senão passando tempo juntos?
Eles deveriam se encontrar a fim de fazer essa exortação à fidelidade
constante. Edificar, exortar e estimular são propósitos essenciais da reunião
dos cristãos (1 Coríntios 14:26–33). O autor de Hebreus não considerou possível
quem não se reúne regularmente com outros crentes ser fiel ao Senhor. O
“solitário” pode ser um crente, mas ele não é um crente firme e constante. Por
isso ele exorta seus leitores porque observou que alguns já estavam com esse
mau costume, e isso era extremamente nocivo à comunhão cristã. É um alerta que
ecoa forte nestes dias onde aumenta assustadoramente o número de desigrejados. “Deixar”
as reuniões da igreja é um sinal inequívoco de apostasia – ou um sinal de que
logo acontecerá a apostasia. A palavra “deixar” significa “abandonar”.
Negligenciar a assembleia dos santos geralmente leva a uma total deserção da
fé. Os primeiros leitores desta epístola estavam lutando contra pressões a eles
impostas pelas fortes influências judaicas para que continuassem a adoração no
templo segundo a lei. A admoestação do autor era que eles deveriam se manter
fiéis a Cristo. Eles ainda não haviam desistido, mas haviam permanecido fieis
no passado em tribulações semelhantes (vv. 32–36).
“...e tanto
mais quanto vedes que se vai aproximando aquele Dia.” Os crentes precisam uns
dos outros, especialmente em razão das circunstâncias difíceis e à medida “que
se vai aproximando aquele dia” (10.25). “O dia” que se aproxima é o dia do
ajuste de contas.
Existem três interpretações principais sobre seu
significado:
a) O cerco romano contra Jerusalém poderia já ter
começado quando a carta aos Hebreus foi escrita. Deste modo, o dia da
destruição da cidade e do Templo que foi profetizado por Jesus pode ter sido um
evento iminente e um sinal patente para todos os judeus (cristãos e outros), em
relação à dissolução da antiga ordem.
b) Pode se referir ao Dia do Julgamento, quando
“cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus” (Rm 14.12).
c) Pode se referir principalmente à aproximação do
retomo de Cristo e à responsabilidade que tal evento representa. Este fato
forneceria um incentivo adicional para ser um participante ativo na vida da
igreja local. Por mais longo que possa ser o período entre a primeira vinda de
Cristo e seu retorno, o tempo de sua volta está sempre próximo (Ap 1.3). Bruce
comenta que “cada geração cristã sucessiva é chamada a viver como a geração do
final dos tempos”, para quem Cristo pode retornar em breve (1990,259). Uma vez
que como crentes verdadeiros já experimentamos “as virtudes do século futuro”
(6.5) e recebemos “um reino que não pode ser abalado” (12.28), existe uma
realidade presente em nossa adoração, e na esperança do final dos tempos.
Assim, continuemos inabaláveis no caminho da esperança, em completa lealdade
para com Cristo e seu povo.
DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
23/08/2022
Fontes:
GONÇALVES, José. Os ataques contra a igreja de Cristo – As
sutilezas de Satanás nestes dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Rio de
Janeiro: CPAD, 2022.
http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201406_07.pdf
GONÇALVES, José. A supremacia de Cristo Fé, esperança e
ânimo na carta aos Hebreus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
ARRINGTON French L; STRONSTAD Roger. Comentário Bíblico
Pentecostal – Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.