sábado, 21 de dezembro de 2024

Tito 3.10


Tito 3.10 “Ao homem hereje, depois de uma e outra admoestação, evita-o,”

 

Ao homem hereje,”

Paulo resumiu a maneira como se deve tratar o herege, ou seja, aquele que, rejeitando a verdadeira fé, julga-se mais sábio e conhecedor do que os demais cristãos. Esses são arrogantes, presunçosos, e se acham “donos da verdade”. O apóstolo demonstra que é perda de tempo ficar discutindo ou argumentando com quem apóstata da fé e se afasta da sã doutrina de Cristo. Os hereges produziam enormes contendas, lançando uns contra outros, provocando desunião e intrigas entre os próprios crentes.

Ele é incisivo e direto quanto ao trato com o herege. A palavra no grego que expressa tal pessoa é hairetikos, que algumas versões chegam a traduzir, simplesmente, por “heréticos” palavra naquele tempo não tinha ainda esse significado. Hairesis significava uma seita, partido ou escola de pensamento e é aplicada no livro de Atos aos saduceus, fariseus e cristãos.

Hairetikos, entretanto, significava faccioso, partidário, aquele que funda ou crê numa heresia, herege, aquele que causa divisões, cismático, seguidor de doutrina falsa.

 

“... depois de uma e outra admoestação, evita-o,”

Os irmãos devem “admoestar” o membro faccioso uma primeira e uma segunda vez: “Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão;  Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada. E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano” (Mateus 18:15–17). Se essas tentativas não produzirem nenhuma mudança para o bem, os cristãos fiéis devem “rejeitá-lo”.

Ou seja, devemos evitar o espírito faccioso e nos recusar a nos juntarmos a qualquer pessoa ou tendência partidária que divida o corpo do Senhor comprado com o Seu sangue: "E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles" (Romanos 16.17).

Por que essa atitude ousada e decisiva seria tomada contra um membro do corpo do Senhor? Depois de todos os esforços para mudar a mente e o comportamento deste e a sua insistente recusa a entender, tal pessoa está “pervertida” (v.11). E demonstra assim, por si mesma que está condenada.

A conduta e a recusa em mudar o tornam responsável pela própria condenação. É uma situação lamentável, mas, se aquele que deveria seguir as pegadas de Cristo (1 Pedro 2:21–25) persiste nesse padrão, deve ser rejeitado: “Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo o irmão que anda desordenadamente, e não segundo a tradição que de nós recebeu”;Mas, se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai o tal, e não vos mistureis com ele, para que se envergonhe (2 Tessalonicenses 3:6, 14).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
24/12/2024

FONTES:

SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_200401_08.pdf


RENOVATO, Elinaldo. As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.

STOTT, John R.W. A mensagem de 1 Timóteo e Tito: a vida da Igreja local: a doutrina e o dever; tradução Milton Azevedo Andrade. — São Paulo: ABU Editora, 2004. 

Tito 1.9


Tito 1.9 “Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes. ”

 

“Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, “

O presbítero tem de se apegar firmemente à fiel palavra, da maneira como foi ensinada. Essa palavra é caracterizada de dois modos. Primeiramente, porque ela é fiel (pistos). E confiável por ser verdadeira e é verdadeira por ser a palavra de Deus, que nunca mente: “a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos” (v. 2).

Em segundo lugar, ela é literalmente “conforme a doutrina (didakê), ou seja, é segundo "o ensino” dos apóstolos: “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina” (Efésios 2.20). Isso constituía um conjunto de instruções bem definidas, que em romano Paulo se refere como sendo “a forma de ensino que lhes foi transmitida” e “o ensino que vocês têm recebido”; mas nas Pastorais, alternadamente, Paulo designa como ensino (v. 9; 2.1), “fé” (v. 13), “verdade” (v. 14) e “depósito”. Judas se referia a Doutrina como “a fé que uma vez foi dada aos santos” (Judas v.3).

 

“...para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes. ”

A esse ensino apostólico, confiável, os candidatos ao presbitério têm que se apegar firmemente e nunca dele se afastar. Por quê? Porque dele precisarão fazer uso em seu ministério de ensino. E que forma o seu ensino terá? Terá dois aspectos complementares, ou seja, admoestar (encorajar) e convencer (refutar).

Encorajar é o aspecto positivo do ensino. Os presbíteros trabalharão certamente com almas carentes — deverão consolar uma, admoestar outra, encher de alegria outra, fortalecer mais esta e instruir aquela — e fazer tudo isso abrindo a Palavra de Deus diante delas.

O aspecto negativo é convencer (Refutar) não é apenas contradizer os oponentes, mas vencê-los pela argumentação. . Para que essa incumbência seja realizada, será necessária a atuação de uma pessoa que tenha uma mente crítica e que seja conhecida por “manejar bem a palavra da verdade” (2 Timóteo 2:15).

Os contradizentes e desordenados são perigosos, não só para a igreja local, mas para as famílias cristãs. O fato de tais falsos crentes terem espaço para transtornar “casas inteiras” se devia à realidade das igrejas cristãs em seus primórdios. Elas funcionavam, em grande parte, nas residências dos convertidos.

Há quem queira fazer-se de “bonzinho” e “cheio de amor” no trato com os contradizentes e inimigos da liderança. Mas a Bíblia, manual da Igreja por excelência, mostra que, mesmo com amor, deve haver firmeza e determinação, no trato com os desordeiros.

Paulo manda que se deve tapar a boca dos tais; devem ser admoestados, ou advertidos, censurados, repreendidos: “aos quais convém tapar a boca; homens que transtornam casas inteiras, ensinando o que não convém, por torpe ganância” (Tito 1.11).

Calvino compreendeu perfeitamente essa dupla natureza do ministério de ensino e escreveu: “O pastor precisa ter duas vozes, uma para ajuntar as ovelhas e outra para afastar os lobos e os ladrões. As Escrituras lhe dão o meio de fazer essas duas coisas, e aquele que dela recebeu um ensino sadio terá condições tanto de instruir aqueles que são ensináveis como de refutar os inimigos da verdade. Paulo observa essas duas formas de usar as Escrituras quando diz que tinha que exortar e convencer os contraditores.”

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
24/12/2024

FONTES:

SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_200401_06.pdf

RENOVATO, Elinaldo. As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.

STOTT, John R.W. A mensagem de 1 Timóteo e Tito: a vida da Igreja local: a doutrina e o dever; tradução Milton Azevedo Andrade. — São Paulo: ABU Editora, 2004. 

CALVINO, John. Commentary on the Epistles to Timothy, Titus, and Philemon. Grand Rapids: Baker, 1979.

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD 21 DE DEZEMBRO DE 2024 (1 Tessalonicenses 5.19)

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD
21 DE DEZEMBRO DE 2024
VIDA NO ESPÍRITO E VIDA DE ORAÇÃO COMO ASPECTOS DA VIDA ABUNDANTE

1 Tessalonicenses 5.19 “Não extingais o Espírito.”

 

“Não extingais o Espírito.”

Paulo escrevendo aos irmãos de Tessalônica, exortou-os: “Não extingais o Espírito”. A construção em grego permite a seguinte tradução: Parem de extinguir o Espírito. À luz de 5:20: “Não desprezeis as profecias”, este versículo parece indicar que alguns crentes puseram em dúvida o uso dos dons espirituais na igreja. Em contraste com a vida eclesiástica dos coríntios (1 Coríntios 12-14), na qual os dons de línguas e de profecia estavam muito em evidência, os tessalonicenses talvez tivessem a tendência de subestimar o valor dos dons do Espírito Santo.

Eles haviam esquecido ou talvez nem tivessem sido completamente instruídos - de que os dons sobrenaturais proviam o meio pelo qual a igreja podia ser enriquecida pelos ministérios do Consolador. O Dr. Lange comenta: “Essa dissidência provavelmente procedia mais do valor que atribuíam ao intelecto e à ordem nos cultos; e não, como em Corinto, de exagerar o valor das línguas”. Aquela igreja, esquecendo-se de seu primeiro fervor (1 Tessalonicenses 1.2,3,7), tornara-se formalista e sua liturgia começava a extinguir o Espírito Santo.

O termo traduzido por “extinguir” referente ao Espírito Santo, tem o sentido colateral de apagar aos poucos uma chama, um fogo que está a arder. Portanto, extinguir o Espírito é agir de modo a impedir, suprimir ou limitar a manifestação do Espírito do Senhor. Quando se perde o primeiro amor, extinguimos ou apagamos de nossas vidas o Espírito de Cristo (Apocalipse 2.4).

O crente não deve apagar a influência do Espírito Santo em sua vida. O uso da palavra “extinguir” traz a figura do fogo como símbolo do Espírito Santo (Atos 2.3; Romanos 12.11; 2 Timóteo 1.6). Fogo fala de pureza, poder, luz e calor. O fogo ilumina, aquece, purifica e alastra. Apagamos o fogo quando removemos o combustível: jogando terra ou tirando o oxigênio. O fogo precisa ser mantido aceso no altar do coração. Apagamos o fogo quando cedemos ao pecado ou quando deixamos de orar e obedecer à Palavra.

A extinção das operações do Espírito Santo na vida da igreja quando não é letal, a adoece e debilita, sem que ninguém o perceba. Mais tarde, resta somente a lembrança do passado quando o fogo do céu ardia. Sempre que for detectada a falta de operações do Espírito Santo em nosso meio, devemos clamar a Deus sem cessar por um avivamento espiritual.

A extinção do Espírito Santo leva a igreja a mornidão espiritual (Apocalipse 3.14-22). Quando um crente perde o fervor espiritual, torna-se frio, ou, pior ainda, morno, e é “vomitado” por Deus (Apocalipse 3.16).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
10/12/2024

FONTES:

RENOVATO, Elinaldo. As Promessas de Deus - Confie e Viva as Bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

HARRISON, Everret F; PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico Moody. São Paulo: Imprensa Batista Regular, 1990.

LOPES, Hernandes Dias. 1 e 2 Tessalonicenses: (como se preparar para a segunda vinda de Cristo). São Paulo: Hagnos, 2008.

BOYD, Frank M. Comentário Bíblico Gálatas, Filipenses, 1 e 2 Tessalonicenses e Hebreus. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 1996. 

GILBERTO, Antonio. Verdades Pentecostais - Como obter e manter um genuíno avivamento pentecostal nos dias de hoje. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.