Comentário 1
João 10.11 “Eu sou o bom Pastor;
o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas. ”
As Escrituras revelam Deus como
pastor do seu povo, mas isso se aplica também aos líderes, reis em Israel, como
Moisés e Davi, e governantes na atualidade. Um bom rei era um bom pastor; um
mau rei era um pastor ruim. O profeta Ezequiel compara os líderes e governantes
de Israel a pastores. Depois de mostrar como os governantes tinham falhado em
seu papel com a nação, o oráculo demonstra o cuidado de Deus com seu povo. Por
meio de uma aliança de paz, Javé substituiria esses pastores por um novo
príncipe, este já apontando para o Bom Pastor (João 10.11), Jesus.
“Eu sou o bom Pastor; “
O quadro caótico dos líderes da nação
judaica não dizia respeito apenas à liderança espiritual de Israel daqueles
dias, cujo comportamento hostil com o povo é bem retratado no Evangelho
de João. Quando se refere a todos quantos vieram antes dEle (João 10.8),
Jesus está denunciando os maus líderes de Israel de todos os tempos,
especialmente do período da monarquia, quando a nação teve condutores
insensatos e cruéis, incluindo reis, sacerdotes e profetas (Isaías 56.8-12; Ezequiel
22.24-30). Com o fracasso total dos líderes de Israel, o próprio Deus viria,
pessoalmente, em busca de suas ovelhas, para reuni-las novamente em seu aprisco
(Ezequiel 34.11-23). Jesus agora se apresenta como esse Pastor, o bom e eterno
Pastor, que não apenas cuida das ovelhas, mas dá sua vida por elas (João 10.11).
A vinda dele havia sido profetizada no Antigo Testamento. Ele seria um pastor,
Isaías 40.11; Ezequiel 34.23; 37.24; Zacarias 1-3.7. No Novo Testamento, Ele é
mencionado como o Grande Pastor (Hebreus 13.20), o Sumo Pastor (1 Pedro 5.4), o
Pastor e Bispo das nossas almas (1 Pedro 2.25). A palavra pastor vem do latim,
pastor, com o significado de “aquele que guarda as ovelhas”, “o que cuida das
ovelhas”. Na língua original do Novo Testamento, pastor (gr. poimen), de acordo
com Vine, é “… aquele que cuida de rebanhos (não meramente aquele que os
alimenta), é usado metaforicamente acerca dos ‘pastores’ cristãos (Efésios
4.11) ”.Deus, nosso grande dono, de cuja pastagem nós somos as ovelhas, desde a
criação constituiu seu Filho Jesus para ser nosso Pastor, e Ele reconhece esta
relação por repetidas vezes. Ele tem, pela sua igreja, e por todos os crentes,
todo o cuidado que um bom pastor tem pelo seu rebanho. E Ele espera a presença
e a obediência de toda a igreja, e de cada crente em particular, assim como
ocorria com os pastores e seus rebanhos naquelas regiões.
“...o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas. ”
Embora Sua morte na
cruz não fosse registrada nos próximos nove capítulos do livro, Jesus já estava
contando aos discípulos o que a cruz significaria. Sendo o Bom Pastor, Ele
estava disposto e pronto para dar a vida pelas ovelhas. Nesta breve seção, Ele
enfatiza por cinco vezes que Sua morte não seria algo fora do Seu controle.
Quando Ele morresse, seria porque Ele escolheu dar a Sua vida!
…o bom pastor dá a vida pelas
ovelhas (10:11).
…e dou a minha vida pelas ovelhas (10:15).
…eu dou a minha vida para a reassumir (10:17).
Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou (10:18a).
Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la (10:18b).
Dar a própria vida é o último e
maior gesto do bom pastor. Trabalhar só por dinheiro não demonstra essa
lealdade e sacrifício. Quando surgem as dificuldades, eles se escondem, se
esquecem das ovelhas. Davi (que mais tarde tornou-se rei de Israel) foi pastor
na juventude. Nessa ocupação ele aprendeu muito sobre vida, liderança e Deus.
Em especial, aprendeu o que significava ser um bom pastor. Quando se ofereceu
para lutar com o gigante filisteu, Golias, Davi disse a Saul: Teu servo
apascentava as ovelhas de seu pai; quando veio um leão ou um urso e tomou um cordeiro
do rebanho, eu saí após ele, e o feri, e livrei o cordeiro da sua boca;
levantando-se ele contra mim, agarrei-o pela barba, e o feri, e o matei. O teu
servo matou tanto o leão como o urso; este incircunciso filisteu será como um
deles… (1 Samuel 17:34–36). O futuro rei de Israel havia provado para si mesmo
que era um pastor fiel e bom para suas ovelhas; mais tarde ele demonstraria ser
um pastor fiel liderando o povo de Deus. Jesus, frequentemente chamado “Filho
de Davi” nos Evangelhos, era e é o Bom Pastor. Ele era tão comprometido com o
zelo e bem-estar das ovelhas confiadas aos Seus cuidados (você e eu) que deu a
Sua vida por nós, assim como Davi fez por seu rebanho. Falando como o Bom
Pastor, Jesus deixou claro que Ele iria para a cruz “espontaneamente” (10:18).
Judas, os principais sacerdotes, Pilatos e as multidões, todos contribuíram
para a crucificação de Jesus, mas não sabiam que tal atrocidade só poderia
acontecer porque Jesus estava disposto a dar a vida por Suas ovelhas. Ele é o
Bom Pastor!
DEIVY FERREIRA
PANIAGO JUNIOR
19/11/2022
Fontes:
SOARES, Esequias e Daniele. A Justiça Divina – A preparação
do povo de Deus para os últimos dias no Livro de Ezequiel. Rio de Janeiro: CPAD
2022.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico – Evangelhos. Rio de Janeiro:
CPAD, 2010.
VINE, W. E.; UNGLER, M. F.; WHITE, W. Dicionário Vine. Rio
de Janeiro: CPAD, 2002
http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_200407_06.pdf
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Comentário 2
João 10.11 “Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas. ”
A palavra pastor vem do latim “pastor” com o significado de
“aquele que guarda as ovelhas”, “o que cuida das ovelhas”. Na língua original
do Novo Testamento, pastor (gr. poimen), de acordo com Vine, é “...aquele que
cuida de rebanhos (não meramente aquele que os alimenta), é usado
metaforicamente acerca dos ‘pastores’ cristãos (Efésios 4.11) ”. Em termos
ministeriais, o pastor é aquele que tem esse dom ministerial, e é encarregado
de cuidar da vida espiritual dos que aceitam a Cristo e ficam sob seus cuidados,
numa igreja ou congregação local. Pastor é um termo de cuidado, de zelo, de
ternura, para com as ovelhas de Jesus.
“Eu sou o bom Pastor;"
A cura do cego, descrita no capítulo anterior, serve como pano de fundo ao
discurso de Jesus do contexto do versículo. Os líderes religiosos já haviam
determinado que qualquer pessoa que confessasse ser Jesus o Messias fosse
excomungada, expulsa da sinagoga (João 9.22). Quando o cego curado persistiu na
sua lealdade a Jesus, “expulsaram-no’' (João 9.34). Existiam vários graus de
excomunhão; a forma mais severa, chamada “querem” fazia com que o excomungado
fosse contado como virtualmente morto: não tinha licença de estudar com outras
pessoas, e ninguém devia lhe oferecer convívio - nem sequer indicar-lhe a
direção a seguir quando viajava. Embora lhe fosse permitido comprar os
mantimentos para a sobrevivência, proibia-se que outras pessoas comessem ou
bebessem com ele. O cego curado fizera a escolha certa, embora possa ter
sentido pesar por ser rejeitado pelos líderes religiosos, repudiado por todos
que o viam passando pela rua e sem o direito ao convívio com homens bons, o que
o ajudaria em sua nova vida. O Mestre, no entanto, não o deixou desamparado.
Quando os falsos pastores o colocaram fora do aprisco deles, Jesus, o Bom
Pastor, procurou-o para abrigá-lo no seu aprisco. Fechou-se a porta da
sinagoga; abriu-se a porta do reino dos céus. E em face a tal situação que
Jesus declara: “Eu sou a porta das ovelhas... Eu sou o bom Pastor”. O próprio
Messias, o Pastor de Israel, ofereceu acesso à segurança e ao gozo espiritual,
cancelando a sentença injusta dos falsos dominadores do rebanho, que nenhuma
autoridade tinham para admitir ou demitir pessoas na vida espiritual e na
verdadeira comunhão. Jesus é a suprema autoridade em assuntos espirituais, e
quem nEle crê está livre da tirania de falsos líderes religiosos. Jesus,
revelando talo verdade, aplica a si mesmo a expressão figurada: Eu sou o bom
Pastor. Sobre ele ter se chamado “bom” o escritor aos Hebreus denomina Jesus
Cristo de “o grande Pastor das ovelhas” (Hebreus 13.20). Só ele merece a
qualificação de “bom” ou “grande”. No seu nascimento, marcado pela humildade e
despojamento de sua glória, Jesus foi chamado de “grande”, na mensagem do anjo
a Maria (Lucas 1.32). Nenhum pastor, nas igrejas locais, deve aceitar o título
de “bom” ou “grande”, pois só Jesus o merece. Ele é bom e grande em todos os
aspectos que se possam considerar em relação à sua pessoa.
“O bom Pastor dá a vida pelas ovelhas. ”
Jesus assim se
destaca do mercenário (v. 12), que pensa ser o pastorado um a profissão, com o
a de pedreiro, advogado, médico ou negociante. O mercenário não se preocupa com
as ovelhas; procura apenas salário. Sua disposição não é ver o quanto pode dar
de si às ovelhas, e sim o quanto pode arrancar delas. É natural que fuja quando
se aproxima o perigo, porque o motivo dominante no seu trabalho é a
autopreservação. Em contraste com tal atitude, o objetivo do verdadeiro pastor
é procurar para suas ovelhas uma vida mais abundante. Na Palestina, a devoção
dos pastores às suas ovelhas muitas vezes tem levado alguns deles a morrer na
luta contra feras ou salteadores. O Senhor Jesus considera a raça humana
necessitada como rebanho seu (Mateus 9.36), fazendo pelas suas ovelhas o
supremo sacrifício. Não somente morreu em prol delas, como também ressuscitou
para lhes dar a vida (Hebreus 13.20), voltou para o Céu com a intenção de
levá-las consigo. Removeu a peçonha da taça da morte, para transformá-la em
simples soporífico visando o despertar saudável, de modo que seus seguidores
possam dizer, como Davi: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não
temerei mal nenhum, porque tu estás comigo”.
DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
16/05/2021
Fontes:
RENOVATO, Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais -
Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro: CPAD,
2014.
PEARLMAN, Myer. João, o Evangelho do Filho de Deus. 1 ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
Dicionário VINE, W. E. Vine, Merril F. Unger, William White
Jr., CPAD, 2002, 1a. Edição