(Texto Áureo) “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim. ” (João 14.6)
A pergunta confusa de Tomé, como
muitas outras perguntas no quarto evangelho, dá a Jesus a oportunidade de
expandir e explicar o que disse. Jesus vai para junto do Pai, e os discípulos
irão segui-lo; para eles, ele próprio é o caminho até o Pai.
“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. ” Ao
dizer “eu sou o caminho”, Jesus não apenas indica qual é o caminho
para a casa do Pai, mas se revela explicitamente como sendo Ele próprio esse
caminho. Essa expressão significa que Ele, Cristo, é o único Mediador entre
Deus e o seu povo. Jesus é tanto o caminho do homem para Deus, como fica claro
nesse próprio texto de João 14, como também é o caminho de Deus para o homem.
Isso significa que as bênçãos que procedem do Pai alcançam os redimidos por
meio do Filho (cf. Mateus 11:27,28). Jesus não é apenas o caminho, mas é também
a verdade. Ele é a verdade em pessoa, no sentido de que Ele é o único que
revela o Pai. Ele é a perfeita revelação da obra redentora de Deus para o homem
caído em seus pecados (Mateus 11:27). Jesus é a verdade que liberta, santifica
e conduz os santos a casa do Pai (João 8:32; 17:17). Ao dizer “eu sou a
vida”, Jesus se coloca como sendo a fonte da vida que se opõe à morte. Ele
tem a vida em si mesmo. Por isso, somente Ele pode ser o doador da vida para os
que são seus (cf. João 3:16; 5:26; 6:33; 10:28; 11:25). Quando Jesus diz ser a
vida, Ele indica que somente nele o homem, morto em delitos e pecados, poderá
encontrar verdadeira vida. Nesse contexto, em quanto a morte significa a
separação de Deus, a vida significa comunhão com Ele. Isso significa que
somente em Jesus o homem pode ser reconciliado com Deus e desfrutar da
bem-aventurança da vida eterna ao seu lado. Explicando o significado da
frase “eu sou o caminho, a verdade, e a vida”, W. Hendriksen diz
que o caminho leva a Deus; a verdade torna o homem livre; e a vida produz comunhão.
Assim, quando Jesus revela a verdade redentora de Deus que liberta os homens da
escravidão do pecado, e quando concede a vida que produz comunhão com o Pai,
então, sendo o caminho, Ele próprio é quem leva os redimidos para junto do Pai.
Tomás à Kempis escreveu: Sigam-me. Eu sou o caminho e a verdade e a vida. Não ê
possível andar fora do caminho, não é possível conhecer fora da verdade, não é possível
viver fora da vida. Eu sou o caminho pelo qual vocês devem andar; a verdade em
que vocês devem crer; a vida na qual vocês devem pôr sua esperança. Eu sou o
caminho inerrante, a verdade infalível, a vida infindável. Eu sou o caminho
reto, a verdade absoluta, a vida verdadeira, bendita, não-criada. Se vocês
permanecerem no meu caminho conhecerão a verdade, e a verdade os libertará, e
tomarão posse da vida eterna.
“ Ninguém vem ao Pai senão por
mim. ” Essa declaração é o resultado natural da frase anterior. Ela indica
o quão os homens são absolutamente dependentes de Cristo com relação à comunhão
com Deus. Em outras palavras, não existe nenhuma verdade redentora a parte de
Cristo. Não há nenhuma esperança de vida eterna longe dele, e nenhum caminho
capaz de levar o homem à casa do Pai. Não há outro Cordeiro de Deus que tira o
pecado, não há outro sacrifício que apazígua a santa ira de Deus, e também não
há outro nome pelo qual importa que sejamos salvos. Jesus é, absolutamente, o
caminho, e a verdade, e a vida, e definitivamente ninguém chegará ao Pai senão
através dele. Ele é realmente, o único caminho através do qual alguém pode
chegar ao Pai; não existe outro. Se esta exclusividade é chocante, devemos ter
em mente que quem afirma isto é o Verbo encarnado, o revelador do Pai. Se Deus
não tem outro meio de comunicação com a raça humana exceto o seu Verbo
(encarnado ou não), então a raça humana não tem outro meio de achegar-se a Deus
exceto por este mesmo Verbo, que se tornou carne e habitou entre nós para abrir
esta via de acesso.
DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
20/09/2022
Fontes:
GONÇALVES, José. Os ataques contra a igreja de Cristo – As
sutilezas de Satanás nestes dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Rio de
Janeiro: CPAD, 2022.
BRUCE, F.F. João – Introdução e Comentário. São Paulo: Mundo
Cristão, 1987.
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