1 Coríntios 7:5 “Não vos priveis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes ao jejum e à oração; e depois ajuntai-vos outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa intemperança.”
“Não vos priveis um ao outro,”
Aparentemente, alguns em Corinto estavam ensinando que o casal não deveria ter intercurso sexual, ou que os cônjuges seriam mais espirituais se não fizessem sexo. “Defraudar” ou “privar” no grego é uma palavra forte, usada também para se referir a enganar ou roubar. A abstinência sexual no casamento não deve ser a norma para os cristãos. Nem o sexo deve ser usado para manipular o cônjuge.
Cristo não colocou restrições na intimidade dentro do casamento. O sexo não é inerentemente mau ou debilitante. Ele é uma dádiva que Deus deu a marido e mulher tanto para compartilharem do amor mútuo como para a procriação da espécie.
A prática do sexo no casamento é uma ordem apostólica. A ausência da relação sexual no casamento é um pecado. Dentro da normalidade do casamento, a relação sexual precisa existir. E um direito sagrado do cônjuge! Charles Hodge diz que nada pode ser mais estranho à mente do apóstolo Paulo do que o espírito que encheu os mosteiros e conventos da igreja medieval.
“... senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes ao jejum e à oração;”
A única exceção é quando ambos os parceiros concordam que por um período específico de tempo eles se dedicarão completamente à oração, não querendo que nada diminua a comunhão deles com o Senhor.
A interrupção das relações normais, mesmo com santo propósito, só pode ser feita com mútuo consentimento. O homem não pode chegar para a esposa e dizer-lhe: “Esta semana ou este mês eu não estou disponível para a relação sexual”. Nem a mulher pode comunicar ao seu marido que ela está indisponível para ele. Se há de se tomar essa decisão, os dois precisam estar em absoluto acordo.
Às vezes, muitos casais cometem erros gravíssimos quando começam a dar desculpas infundadas para fugir da relação sexual, alegando cansaço, dor de cabeça e outras desculpas descabidas. A Bíblia diz que essa atitude de boicote sexual no casamento é um pecado. E uma desobediência a um mandamento bíblico. Há pessoas que se escondem atrás de uma pretensa espiritualidade para sonegar ao cônjuge a satisfação sexual. Isso está em desacordo com o ensino bíblico.
“... e depois ajuntai-vos outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa intemperança.”
Mesmo admitindo um tempo de afastamento das relações sexuais em consagração, Paulo diz que deve ser por tempo limitado, e depois eles devem voltar a ter relações sexuais como antes: “O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher ao marido” (1 Coríntios 7:3).
Deus colocou na maioria dos homens e das mulheres um poderoso apetite ou impulso sexual. Satanás usou esse impulso, e continuará a usá-lo, para induzir pessoas antes piedosas a pecados cada vez mais destrutivos Ninguém deve brincar com isso. É necessário reassumir a atividade sexual normal "para que Satanás vos não tente pela vossa incontinência". A falta de auto-controle em questões sexuais é mencionada no verso 9 como uma base legítima para o casamento. Satanás busca brechas para nos fazer cair.
O casal não deve permitir que o adversário, Satanás, venha tentá-los a expressar o impulso sexual de uma forma que os leve a um comportamento pecaminoso, tendo relações íntimas com alguém que não seja o seu cônjuge. Ele continua ao nosso derredor: “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão bramando, buscando a quem possa tragar” (1 Pedro 5:8). Que nossa intemperança ou incontinência não sirva de ferramentas para os seus ardis.
DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
22/10/2025
FONTES:
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HORTON, Stanley. I e II Coríntios – os problemas da igreja e suas soluções. 3.ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
MORRIS, Leon. I Coríntios: Introdução e Comentário. Tradução Odayr Olivetti. São. Paulo. Mundo Cristão, 1983
LOPES, Hernandes Dias. I Coríntios: como resolver conflitos na igreja. São Paulo: Hagnos,2008.
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