28 DE AGOSTO DE 2025
CALUNIADOS E DIFAMADOS PELOS OPOSITORES
Atos 6.11 “Então subornaram uns homens, para que dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus.”
“Então subornaram uns homens,”
Já que não puderam silenciar Estevão com palavras, alguns estavam determinados a achar alguma outra maneira, qualquer que fosse. Os inimigos de Estevão usaram métodos subversivos. Usaram dinheiro como suborno para comprar falsas testemunhas.
A palavra grega shohad significa um presente, mas no sentido corrupto, um suborno. A lei hebraica condenava dar ou receber presentes ou subornos com a finalidade de perverter a justiça: “Também suborno não tomarás; porque o suborno cega os que têm vista, e perverte as palavras dos justos” (Êxodo 23.8). São feitas muitas referências ao seu uso para corromper juízes e governantes (Jó 15.34; 1 Samuel 8.3; Salmo 26.10; Isaías 33.15; Ezequiel 22.12).
Nos julgamentos anteriores de Pedro e dos demais apóstolos, vemos a mesma tática que foi usada para condenar Jesus. Foi assim também com Estevão, antes de ser levado perante o Sinédrio, pois assim como os adversários de Estêvão, os inimigos de Cristo também “procuraram algum testemunho falso contra Jesus, a fim de o condenarem à morte” (Mateus 26:59).
O nono mandamento: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (Êxodo 20:16), havia sido dado para proteger as pessoas de falsas acusações em juízo: “Não admitirás falso boato, e não porás a tua mão com o ímpio, para seres testemunha falsa. Não seguirás a multidão para fazeres o mal; nem numa demanda falarás, tomando parte com a maioria para torcer o direito. Nem ao pobre favorecerás na sua demanda” (Êxodo 23:1-3).
Deveria haver pelo menos duas ou três testemunhas; não era possível condenar uma pessoa com base em apenas um testemunho: “Uma só testemunha contra alguém não se levantará por qualquer iniqüidade, ou por qualquer pecado, seja qual for o pecado que cometeu; pela boca de duas testemunhas, ou pela boca de três testemunhas, se estabelecerá o fato” (Deuteronômio 19:15). E foi o que os acusadores de Estevão buscaram, mais de uma testemunha falsa através do dinheiro e com isso perverteram o juízo justo.
“... para que dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus.”
Essas falsas testemunhas compradas deveriam disser que Estevão proferiu palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus. “Blasfêmia” é usada no sentido de “falar contra”. Estevão foi acusado pelas testemunhas compradas de falar contra a Lei de Moisés e contra Deus. As acusações contra Estevão, porém eram falsas (Atos 6:13), resultado de terem distorcido suas palavras. Estevão ensinou que não se podia ser salvo por guardar a lei de Moisés, mas ele não blasfemou contra Moisés. E é certo também que ele jamais blasfemara contra Deus!
Até esta altura, os saduceus tinham se empenhado em perseguir os cristãos porque os apóstolos ensinavam a ressurreição, algo em que o saduceus não criam, mas os fariseus criam: “E, estando eles falando ao povo, sobrevieram os sacerdotes, e o capitão do templo, e os saduceus, Doendo-se muito de que ensinassem o povo, e anunciassem em Jesus a ressurreição dentre os mortos” (Atos 4:1,20.
Agora, porém, a acusação de que Estevão estava falando contra Moisés, a Lei, e as tradições judaicas fizeram também os fariseus se envolveram na questão! Pois , blasfemar contra Moisés era um crime. Então todo o conselho investiu contra Estevão. Posteriormente o povo também se revoltou. As acusações apesar de falsas, foram suficientes para colocar a opinião pública contra Estevão. “Sublevaram o povo, os anciãos e os escribas” (v. 12a).
DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
11/08/2025
FONTES:
GONÇALVES, José. A igreja em Jerusalém – Doutrina comunhão e fé: A base para o crescimento da igreja em meio as perseguições. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.
MARSHALL, Howard. Atos - Introdução e Comentário. Vida Nova/Mundo Cristão. 1991.
http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_200111_03.pdf
PEARLMAN, Myer. Atos: E as igreja se fez missões. CPAD, 1ª edição, Rio de Janeiro, 1995.
