segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Tiago 3.2

Tiago 3.2 “Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito, e poderoso para também refrear todo o corpo.”

 

“Porque todos tropeçamos em muitas coisas.”

Aqueles a quem foi dado o “dom” de ensino têm uma terrível responsabilidade pelo exercício deste dom na instrução das pessoas na fé. Estes estão diante de um grande perigo de julgamento, visto que a principal ferramenta de seu ministério, a língua, é a parte de controle mais difícil no corpo. Até o historiador judeu Flávio Josefo emitiu uma opinião sobre esse assunto. Ele defendeu que a cabeça da serpente deveria ser esmagada (Gênesis 3:15) porque é da cabeça que emana a fala. Foi pela fala que a serpente enganou Eva.

A fim de acentuar o perigo peculiar que a língua representa, Tiago primeiro admite a preponderância do pecado: “Porque todos tropeçamos em muitas coisas”. O verbo usado por Tiago para indicar o fracasso espiritual tanto no judaísmo como no Novo Testamento (Tiago 2.10; Romanos 11.11). Ele pode sugerir pecados de natureza “pequenos” ou inconscientes. Mas é provável que a ênfase de Tiago não esteja no número de pecados, mas na variedade deles.

 

“Se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito, e poderoso para também refrear todo o corpo.”

Tiago diz que, em contraste com isso, existe uma forma na qual todos pecamos com a língua. Tiago não é o primeiro a destacar o falar impuro como pecado. Provérbio tem uma grande preocupação em afirmar a importância e a força das palavras (Provérbios 10.8; 11; 16.27-28; 18.7-8).

Tiago se expressa de modo positivo: a pessoa que não tropeça no falar é perfeito varão, capaz de refrear também todo o seu corpo. O argumento é este: quem consegue fazer o que é mais difícil (controlar a língua) certamente conseguirá fazer o que é menos difícil. É muito difícil controlar a boca; ela é tão dada a expressar aquilo que é falso, calunioso, cortante, que a pessoa que a mantém sob controle, com certeza, tem a capacidade de dominar outros membros menos indóceis do corpo.

Tiago continua a se incluir em suas censuras (todos tropeçamos em muitas coisas), neste versículo ele ainda pode estar pensando especificamente nos mestres. Mas o restante da passagem não faz referência a mestres, e certamente a advertência de Tiago a respeito da língua tem uma aplicação geral. Assim, é provável que Tiago pretenda incluir todos os seus leitores nesse verso, pois este é um problema que afeta a todos na igreja.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
20/10/2025

FONTES:

QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito – A restauração integral do ser humano para chegar a estatura completa de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.

MOO, Douglas J. Tiago - Introdução e Comentário. São Paulo: Vida Nova, 1990.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_202210_03.pdf

Romanos 6.12

Romanos 6.12 “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências;”

 

“Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal,”

O apóstolo destaca aqui o uso dos nossos corpos para servir a Deus ou ao pecado: “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal”. “Mortal” vem de thnetos, que significa “sujeito... a morte”. “Desde que nascemos, começamos a morrer”, conforme o que foi determinado por Deus no jardim: “No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás” (Gênesis 3:19).

A conjunção “portanto” indica que Paulo estava pronto para tirar conclusões práticas do que acabara de dizer. Visto que seus leitores haviam morrido para o pecado e visto que ressuscitaram para uma nova vida em Cristo, deveriam se comportar de determinada maneira. Segundo James R. Edwards, esta é a “primeira exortação moral em Romanos”. Aqui, a ênfase do apóstolo não era informar, mas exortar.

Os cristãos estão livres, ou justificados, do pecado (v. 7), já não servem o pecado como escravos (v. 6). Isso poderia deixar a impressão de que o pecado já não representava uma ameaça — mas não era esse o caso. Assim como um escravo liberto podia continuar a servir como escravo, uma pessoa liberta da escravidão do pecado ainda pode servir ao pecado. Paulo estava praticamente rogando aos seus leitores: “Não deixem que isto aconteça!”

Quando Paulo exorta os que já haviam experimentado a regeneração, dizendo: “Não reine o pecado em vosso corpo mortal”, ele estava mostrando aos crentes romanos que, uma vez que foram justificados, resta-lhes agora viver como tais, na santificação do Espírito.

 

“... para lhe obedecerdes em suas concupiscências;”

A palavra traduzida por “paixões” (epithumia) refere-se a “aquilo sobre o qual o coração está estabelecido” (epi, “sobre” e thumos, “alma” ou “mente”). A palavra refere-se a fortes desejos de qualquer tipo, sejam bons ou maus, mas geralmente denota desejos maus o mesmo que “concupiscência”. Deus planejou que nossos corpos tivessem desejos, como o desejo pelo alimento. Deus colocou esses desejos dentro de nós para o nosso próprio bem e para realizar os Seus propósitos.

Todavia, como todo presente de Deus, esses desejos podem ser mal utilizados. Satanás nos incita a satisfazermos nossos desejos de maneiras pervertidas, maneiras que desagradam a Deus. Tiago escreveu que “cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz” (Tiago 1:14).

Cada um de nós tem seus pontos fracos: em alguns, pode ser o álcool ou as drogas; em outros, o sexo ilícito ou a maledicência. Muitos têm o excesso de comida como ponto fraco. Qualquer que seja o seu ponto fraco entenda que você não tem que ceder a essa fraqueza; você não tem que “obedecer às suas paixões”. Quando você for tentado, Deus sempre lhe proverá “um livramento, de sorte que... possais suportar” (1 Coríntios 10:13). Agora, libertos da escravidão do pecado e com a ajuda de Deus (Romanos 8:13), conseguimos dizer “não” as concupiciencias.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
20/10/2025

FONTES:

QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito – A restauração integral do ser humano para chegar a estatura completa de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/Po_lessons/Po_200812_07.pdf

CABRAL, Elienai. Romanos – O evangelho da justiça de Deus. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus. 1986.

Provérbios 11.17

Provérbios 11.17 “O homem misericordioso faz o bem à sua alma, mas o cruel prejudica o seu corpo.”

 

“O homem misericordioso faz o bem à sua alma,”

Um homem misericordioso faz bem à sua própria alma, ele beneficia a si mesmo como beneficia ao seu semelhante. As pessoas são bondosas com ele; ele dá de seu tempo e de seu dinheiro; e as pessoas dão de seu tempo e de seu dinheiro para ele: “Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço...” (Lucas 6:38).

A palavra hesed também traduzida como bondade faz referência a um amor inabalável, como o de Deus. Quem transmite aos outros as boas coisas temporais que tem, descobrirá que Deus lhe transmitirá suas bênçãos espirituais, que farão o melhor bem para a sua própria alma: “E se abrires a tua alma ao faminto, e fartares a alma aflita; então a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia. E o Senhor te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares áridos, e fortificará os teus ossos; e serás como um jardim regado, e como um manancial, cujas águas nunca faltam” (Isaías 58:10,11).

Adam Clarke diz que “Ninguém pode exibir um ato de misericórdia desinteressada sem beneficiar a própria alma e melhorar os seus sentimentos morais”. Atos de misericórdia fornecerão às nossas almas esteios necessários para a nossa vida espiritual.

 

“... mas o cruel prejudica o seu corpo.”

Em contraste como o homem misericordioso, aquele que não é gentil, mas cruel, termina por prejudicar a si mesmo. Esse homem cruel perturba a sua própria carne e assim o seu pecado se torna a sua punição porquanto outras pessoas começarão a tratá-lo conforme ele as trata. Foi assim com Acã: “Por que nos perturbaste? O Senhor te perturbará neste dia. E todo o Israel o apedrejou; e os queimaram a fogo depois de apedrejá-los”(Josué 7:25).

Esse homem estará muito preocupado com a retribuição que outros lhe darão e viverá em estado de ansiedade, deprimente para sua mente e para o seu corpo. Quanto mais ficamos sabendo sobre a medicina psicossomática, mais essa declaração é confirmada.

Querendo tudo para si, o perverso a si mesmo se fere, pois os sentimentos dentro dele como a inveja, a maldade, e a avareza, são a podridão dos seus ossos e a destruição da carne: “Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa do juízo” (Tiago 2:13).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
20/10/2025

FONTES:

QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito – A restauração integral do ser humano para chegar a estatura completa de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.

MESQUITA, Antônio Neves. Estudo no Livro de Provérbios — princípios para uma vida feliz. Rio de Janeiro: JUERP, 1979.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico – Poéticos. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

KIDNER, Derek. Provérbios Introdução e Comentário – Série Cultura Bíblica. Mundo Cristão

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. São Paulo: Hagnos, 2001.

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD 20 DE OUTUBRO DE 2025 (2 Coríntios 4:10)

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD
20 DE OUTUBRO DE 2025
A VIDA DE JESUS SE MANIFESTA EM NOSSO CORPO

2 Coríntios 4:10 "Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também nos nossos corpos. "


“Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo,”

Dizendo que ele sempre trazia no corpo a mortificação, ou a morte, de Jesus, Paulo queria dizer que o mesmo tipo de sofrimento que provocou a morte de Jesus estava presente em seu corpo. Os açoites e apedrejamentos deixaram cicatrizes, de forma que Paulo podia dizer: “Desde agora ninguém me inquiete; porque trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus” (Gálatas 6.17). 

Paulo estava constantemente disposto a arriscar a vida por Jesus e pelo o que Ele morreu — a salvação das almas perdidas. Por isso, Paulo se via continuamente exposto à morte. Isso é o que lemos em Romanos 8:36: “Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo; fomos considerados como ovelhas para o matadouro” . 

 

“... para que a vida de Jesus se manifeste também nos nossos corpos;”

Todavia, quando o apóstolo concorda em ser entregue “ à morte o dia todo”, ele passa a compartilhar, dessa maneira, o destino de Jesus: "Regozijo-me agora no que padeço por vós, e na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja" (Colossenses 1:24), e ao mesmo tempo descobre que a vida oriunda da ressurreição do Senhor manifesta-se em seu corpo. Assim é que aquele que proclama o Senhor crucificado e ressurreto descobre que o que é proclamado em sua mensagem também se toma exemplificado em sua vida.

Por um lado, o pregador é diariamente submetido a forças que o arrastam para a morte, mas, por outro lado, ele é continuamente amparado, levado em triunfo, e toma-se mais do que vencedor, pela experiência da vida oriunda da ressurreição de Jesus que opera em seu corpo mortal. Vemos isso quando ele foi apedrejado e deixado como morto, ele levantou-se, curado, e continuou sua viagem missionária: “Sobrevieram, porém, uns judeus de Antioquia e de Icônio que, tendo convencido a multidão, apedrejaram a Paulo e o arrastaram para fora da cidade, cuidando que estava morto. Mas, rodeando-o os discípulos, levantou-se, e entrou na cidade, e no dia seguinte saiu com Barnabé para Derbe” (Atos 14.19,20).


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
16/11/2023

FONTES:

GABY, Wagner. Até os confins da terra – Pregando o evangelho a todos os povos até a volta de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_202107_02.pdf

HORTON, Stanley. I e II Coríntios – os problemas da igreja e suas soluções. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

KRUSE, Colin. 2 Coríntios – Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1984.