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(Texto Áureo) ”Vinde, e tornemos ao SENHOR, porque ele despedaçou e nos sarará; fez a ferida e a ligará” (Oséias 6:1).
O Profeta Oseias acabara de anunciar
o irremediável juízo de Deus aos impenitentes reinos de Israel e Judá, dizendo
que seria para eles como traça que ataca por dentro e como leão que ataca por
fora (5.12-15). Diante do castigo iminente, o povo esboça uma reação de volta
para Deus, sinalizando uma conversão ao Senhor. Porém, será que essa volta é de
todo o coração? Será que essa conversão é profunda o suficiente para livrá-lo
da destruição? O texto nos mostrará que a conversão de Israel foi superficial.
Na verdade, não houve tristeza pelo pecado, e sim pesar pelas consequências do
pecado. Israel queria livrar-se do castigo, mas não estava disposto a
desvencilhar-se dos seus erros. Um arrependimento que lamenta apenas as consequências do pecado em vez de chorar pelo
pecado é assaz superficial.
"Vinde e tornemos para o
Senhor" (v.1). Muitos expositores entendem que os vv.1-3 estão vinculados
ao v. 15 do capítulo anterior “Irei, e voltarei para o meu lugar, até que se reconheçam culpados e busquem a minha face;
estando eles angustiados, cedo me buscarão, dizendo: Vinde, e tornemos para o
Senhor ...” (5.15-6.1). O que revela que o propósito de Deus na disciplina do
seu povo não era a sua destruição, mas a sua restauração. O que Deus esperava
era uma genuína conversão, manifestada pelo arrependimento (“até que se
reconheçam culpados”) e pela fé (“e busquem a minha face”). O arrependimento e
a fé são os dois elementos da conversão. O primeiro elemento é negativo. O
arrependimento é o reconhecimento da culpa, enquanto a fé é à volta para Deus
para depositar nele inteira confiança.
"Ele despedaçou e nos
sarará, fez a ferida e a ligará" (v.1). Isso é uma figura de linguagem
para indicar o fim de Israel e Judá (5.14,15). Essa profecia já se cumpriu com
os cativeiros assírio e caldeu. A promessa "nos sarará... e a ligará"
já está se cumprindo, pois o cumprimento final dar-se-á por ocasião da manifestação
do Filho de Deus (Zacarias 12.10; Romanos 11.26, 27). Os judeus retornaram para
a terra de seus antepassados, mas Israel ainda não se reconciliou com Deus. As
expressões nos revigorará e nos levantará com frequência indicam ressuscitamento
e ressurreição. Elas antecipam os relatos mais explícitos de ressurreição
nacional após a morte no exílio ou mediante perseguição, encontrados em
Ezequiel 37. A nação não estava apenas doente, mas se tornaria como um vale de
ossos secos. Porém, mesmo diante dos sinais de morte. Deus levantaria o seu
povo do pó. Seu Espírito sopraria nesse vale de ossos secos, e um exército poderoso
se reergueria das cinzas da morte. Ainda hoje Deus é poderoso para reavivar a
sua igreja. Mesmo que ela pareça um deserto, florescerá. Mesmo que se torne
como um vale de ossos secos. Deus é poderoso para reerguê-la da sepultura.
No século 18, a igreja da
Inglaterra estava em profunda crise. Pregadores apáticos pregavam sermões
mortos para auditórios vazios e sonolentos e desciam do púlpito para se
embriagar nas mesas de jogo. Poucos pregadores ousavam crer na inerrância das
Escrituras. Os enciclopedistas apostavam na total falência da igreja na
Inglaterra naquele tempo. Mas quando a igreja parecia um vale de ossos secos, um
grupo de jovens começou a buscar a Deus em oração. Formaram aquilo que
conhecemos como clube santo. Na madrugada de 31 de dezembro de 1739, o Espírito
de Deus soprou sobre aqueles jovens e os levantou com grande poder. Entre eles
estavam João Wesley e George Whitefield. As igrejas da Inglaterra começaram a encher-se de pessoas famintas de
Deus. Nas praças as pessoas acotovelavam-se sedentas para ouvir esses
pregadores anunciarem a graça de Deus. Um poderoso avivamento varreu aquela
nação trazendo vida e salvação para milhares de pessoas.
DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
4/9/2021
Fontes:
POMMERENING, Claiton, Ivan. O Plano de Deus para Israel em
meio a infidelidade da nação – As correções e os ensinamentos divinos no
período dos reis de Israel. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico – Livros Históricos. Rio
de Janeiro: CPAD, 2010.
SOARES, Esequias. Oséias – A restauração os filhos de Israel.
Rio de Janeiro: CPAD, 2002.
LOPES, Hernandes Dias. Oséias – O amor de Deus em ação. São
Paulo, Hagnos, 2010.