sábado, 28 de dezembro de 2024

Filipenses 3.5


Filipenses 3.5 “Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu; “

 

“Circuncidado ao oitavo dia, “

Paulo fala aqui de sua vida como judeu e enumera suas qualificações. Começou com este detalhe: “Circuncidado ao oitavo dia ”. Com isto ele estava dizendo: “Vocês querem falar sobre circuncisão? Eu fui circuncidado ao oitavo dia conforme a Lei ordena! ”.

A circuncisão era um sinal da aliança entre Deus e os descendentes de Abrão. A Lei dizia que os meninos judeus deveriam ser circuncidados ao oitavo dia de vida (Gênesis 17:12; Levítico 12:3). Paulo começa, então, afirmando que ele nasceu judeu não um prosélito que abraçara o judaísmo mais tarde na vida.

 

“... da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; “

A seguir, ele afirmou que era “da linhagem de Israel”. “Israel” foi o nome dado a Jacó depois de lutar uma noite inteira com um anjo (Gênesis 32:28).  Esse nome tornou-se a designação sagrada dos judeus, indicando a relação especial que tinham com o Senhor. Paulo expressou assim o orgulho que ele tinha de fazer parte da raça judaica.

Paulo até sabia à qual das doze tribos de Israel ele pertencia. Na época de Paulo, a identidade das tribos havia se perdido para a maioria dos judeus, mas o apóstolo sabia que ele era “da tribo de Benjamim”. A tribo de Benjamim não era grande (Salmos 68:27), mas ela havia se destacado das demais tribos no desenrolar da história judaica.  O primeiro rei de Israel era da tribo de Benjamim, o rei chamado Saul (1 Samuel 9:1), por isso Saulo recebeu esse mesmo nome. Para nós com variação na tradução do grego. Quando o reino de Israel se dividiu, a tribo de Benjamim permaneceu fiel à casa de Davi (1 Reis 12:21).

Paulo resumiu dizendo que ele era “hebreu de hebreus”. Essa terminologia diz várias coisas sobre Paulo. Indica que ele nasceu de pais hebreus—e diz mais. Por exemplo, a língua hebraica era falada na casa dele (Atos 21.40). Todavia, as palavras de Paulo dizem algo mais: elas declaram que sua família havia permanecido fiel aos costumes e práticas hebraicas, mesmo estando longe de Jerusalém (Atos 21:39; 22:3). Muitos judeus que viviam fora da Palestina adotaram os costumes e práticas gentílicas, mas os pais de Paulo não.

Essas afirmações de Paulo provavam que ele era “um judeu autêntico”. O apóstolo tinha pureza ritual (“circuncidado ao oitavo dia”), pureza racial (“da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim”) e pureza cultural (“hebreu de hebreus”).

 

“... segundo a lei, fui fariseu; “

Paulo havia escolhido ser membro da “seita mais severa” da religião judaica (Atos 26:5). Ele fora educado pelo maior professor dos fariseus, “Gamaliel” (Atos 22:3; 5:34). Paulo se dedicara a observar “as tradições de seus pais” (Gálatas 1:14). Os fariseus eram altamente respeitados entre os judeus. Esse grupo de elite acreditava no que a Lei dizia sobre assuntos como espíritos, anjos e ressurreição (Atos 23:8), como nós.

Defendiam severa obediência aos princípios da Lei: “dizimavam até do cominho” (Mateus 23:23). Quando Paulo disse que era fariseu, estava dizendo que era “judeu de judeus”.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
28/12/2024

FONTES:

SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201101_04.pdf

Hebreus 6.1


Hebreus 6.1 “Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, ”

 

Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição,

O autor de Hebreus havia repreendido os leitores por terem que aprender de novo o básico: “Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite e não de sólido mantimento” (5:12), seus leitores poderiam esperar que ele lhes ensinasse essas coisas mais uma vez.  Em vez disso, ele falou acerca da necessidade do progresso na fé cristã. Afinal, nenhum mestre chegaria a nenhuma parte se cada vez que começa a ensinar tivesse que começar de novo com as verdades básicas do ensino.

A “base” ou a “fundamento” é essencial para a capacidade de qualquer edifício, mas passar todo o tempo lançando uma base seria imprudente. Alguns se atêm tanto aos princípios elementares do evangelho discutindo-os, que perdem os princípios mais elevados contidos na Palavra de Deus (Mateus 23:23).

Entenda-se que isto não é dizer que os elementos básicos do evangelho não devem ser regularmente ensinados e pregados, pois os cristãos a cada nova geração enfrentam o perigo do desvio, se não estiverem bem fundamentados na verdade.

O autor de Hebreus diz então que seus fiéis devem progredir no que ele chama teleiotes. Esta palavra foi traduzida por perfeição, mas em grego teleios — que é o adjetivo — e suas palavras derivadas têm um significado técnico especial.

Pitágoras dividia a seus estudantes em joi manthanontes — os aprendizes — e joi teleíoi — os amadurecidos. Teleiotes não implica um conhecimento e uma perfeição completos, mas sim certa maturidade na fé cristã. O caminho da perfeição deve ser percorrido por aqueles que são sequiosos pelas verdades divinas.

Visto que ninguém senão os “maduros” (v.14) estão aptos a receber e entender as coisas
mais profundas de Cristo era urgente que esses cristãos se deixassem ser conduzidos até a maturidade. Os cristãos conformados acham que tudo já está muito bom; mas aqueles que têm sede de Deus e das verdades que a sabedoria de Deus encerra querem ir sempre adiante, até chegar “a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Efésios 4.13).

 

“... não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, ”

Não se consegue a maturidade cristã retornando aos padrões dos primeiros estágios da instrução cristã. Para que o edifício espiritual seja concluído é mister ir além dos alicerces - o arrependimento das obras mortas pela fé em Deus!

O arrependimento das obras mortas. A vida cristã começa com o arrependimento; e o arrependimento (metanoia) é literalmente uma mudança de mente. Uma nova atitude para com Deus, os homens, a vida e o eu. Portanto, o arrependimento é a base, o primeiro legislador da vida cristã. Ele estava entre as primeiras coisas pregadas aos que tinham formação judaica em preparação para a vinda do reino (Marcos 1:4, 14, 15; Atos 2:38; 3:19; 5:31). O verdadeiro arrependimento envolve contrição pelo fato de nossos pecados terem ofendido a Deus, juntamente com uma conscientização de que seremos eternamente condenados, se não mudarmos (Lucas 13:3; Atos 17:30-31).

A expressão “obras mortas” não se refere somente a “pecados”, mas sim a todas às obras destituídas do elemento vida, procedente da fé no Deus vivo: "Tudo que não provém de fé é pecado" (Romanos 14:23). Todas as obras do homem em si, à parte de Deus, são “obras mortas”. Kistemaker acreditava que essa mortificação se refere à “purificação de nossa consciência de atos que levam à morte”, incluindo todos os pecados do passado. O pecador precisa deixar todas essas obras quando se converte a Cristo. O sentido de obras mortas então deve ser o mesmo de Hebreus 9.14, que é o de uma consciência limpa e que é alcançada através do arrependimento.

O segundo item básico desta lista é “fé em Deus”. Todas as várias partes do Novo Testamento testificam da necessidade da fé em qualquer abordagem a Deus: “Ora, sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam” (Hebreus 11.6). Aqui, o significado deve ser a resposta da fé à provisão de Deus. Os hebreus já criam em Deus, mas precisavam se arrepender perante Ele e depois crer em Jesus. Esta epístola apresenta a fé como uma força dinâmica que tem sua ênfase na confiança e na obediência. O caráter desta fé ativa é revelado no capítulo 11.

Tanto o arrependimento quanto a fé eram partes vitais da pregação aos judeus, mas o arrependimento geralmente era mencionado em primeiro lugar (Marcos 1:14, 15; Atos 20:21).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
24/12/2024

FONTES:

SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201404_06.pdf

Barclay, William. The Letter to The Hebrews (Título Original em Inglês). Tradução: Carlos Biagini.

SILVA, Severino Pedro. Epístola aos Hebreus – as coisas novas e grandes que Deus preparou para você. Rio de Janeiro CPAD, 2023.

BOYD, Frank M. Comentário Bíblico Gálatas, Filipenses, 1 e 2 Tessalonicenses e Hebreus. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 1996. 

GUTHRIE, Donald. Hebreus: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1999.


Romanos 3.28


Romanos 3.28 “Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei. ” 

“Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei. ” 

A doutrina da justificação pela fé é o cerne da teologia paulina, aqui ela é usada em confronto direto com o ensino judaico ou dos judeus cristãos, que defendiam que o homem encontra a graça de Deus quando cumpre a vontade divina por meio da lei judaica. Paulo contra-argumenta que basta ao ser humano ter fé na eficácia do sacrifício de Cristo na cruz para Deus o declarar justo. E conclui “que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei”. 

Paulo não pretende dizer que não há necessidade de praticar as obras da lei. O que diz é que, mesmo quando o homem as pratica razoavelmente bem, não é por isso justificado à vista de Deus. Está implícito aqui um princípio geral: não podemos ser salvos por observar lei alguma porque jamais observamos perfeitamente lei alguma.

Os judeus orgulhavam-se de seu zelo e tradição religiosa. O próprio Paulo excedia a muitos pelo ardor religioso e a preocupação no cumprimento da Lei (GáIatas 1.14; Filipenses 3,6). Mas a justificação diante de Deus exigia mais que isto. A justificação pela fé.

A justificação pela fé não deixa espaço para o indivíduo jactar-se ou vangloriar-se da realização pessoal. O apóstolo havia escrito aos cristãos de Éfeso: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2:8, 9).

Mas o que significa ser justificado pela fé? Significa aceitar com plena confiança o sacrifício justifícador de Cristo. A palavra justificar no grego é: “ dikaioo” e quer dizer declarar justo. Como o pecador é declarado justo diante de Deus? Uma vez que o pecador não tem condição nem méritos para ser justificado, então Cristo, “ que não conheceu pecado”, tomou os pecados do pecador sobre si e os cravou na sua cruz, fazendo-se “ pecador por nós”. Feito isto, Ele propiciou para nós a nossa justificação. Nossa justificação baseia-se na fé na obra que Cristo fez por nós (2 Coríntios 5.21; Tito 3.4,5).

Martinho Lutero quando traduziu Romanos 3.28, acrescentou “somente” para dar ênfase, ficando assim o texto: “[...] pela fé somente”. Do ponto de vista linguístico, Lutero tinha razão de traduzir assim, pois apesar de o fato das palavras “somente” e “só” terem sido omitidas, esse é realmente o sentido do texto.

Por este "acréscimo" ao texto alguns o criticaram severamente. Ele deu pouca importância a tais críticos, os quais descreveu como "fazendo tremendo rebuliço porque a palavra sola, 'somente', não consta no texto de Paulo, e este acréscimo (...) à Palavra de Deus não deve ser tolerado".

Mas como sentido que Lutero quis dar à palavra "somente", ela sintetiza com precisão o que Paulo quis dizer: é somente pela fé, e não por obras da lei, nem por quaisquer outros meios imaginários de justificação, que o homem recebe o estado de justo que Deus outorga por Sua graça. Quando se capta isto, pode-se ver que os homens não têm base para felicitar-se quando observam o meio de salvação; é sola gratia, sola fide, soli Deo gloria ("somente pela graça, somente pela fé, somente a Deus seja a glória").

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
30/12/2024

FONTES:

SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/Po_lessons/Po_200811_03.pdf

CABRAL, Elienai. Romanos – O evangelho da justiça de Deus. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus. 1986.

BRUCE, F, F. Romanos - Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2002.

NEVES, Natalino das. Justiça e Graça: Um Estudo da Doutrina da Salvação na Carta aos Romanos. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.

Mateus 9.16


Mateus 9.16 “Ninguém deita remendo de pano novo em roupa velha, porque semelhante remendo rompe a roupa, e faz-se maior a rotura. “

 

“Ninguém deita remendo de pano novo em roupa velha, ”

Essa ilustração e a do odre, enfatiza o princípio de que jejuar é incompatível com a presença de Jesus entre seus discípulos. Assim como não é adequado lamentar numa festa de casamento, ninguém põe remendo de pano novo para consertar uma veste velha.

“Remendo de pano novo” era uma peça de tecido ainda não processado por completo. O termo “veste” poderia se referir a roupas em geral ou mais especificamente à veste exterior, mais suscetível a um rasgo. Existe uma incoerência entre pano novo e veste velha quanto a sua estrutura. Essa incoerência demonstra sua incompatibilidade.

 

“... porque semelhante remendo rompe a roupa, e faz-se maior a rotura. “

Se um remendo de tecido novo fosse costurado numa veste velha, ele se rasgaria abrindo uma maior rotura na veste. Isso acontece porque é natural que o pano novo encolha, pois ainda não foi lavado. Quando o vestido se molha o pano novo encolhe, puxa o tecido velho e o rasga, e a ruptura é, então, maior do que era antes do remendo.

Talvez Jesus também estivesse comunicando a ideia de que as formas velhas do judaísmo – corrompidas pela tradição humana – estavam sendo substituídas pelos novos ensinamentos do cristianismo. O sistema de jejum, que fazia parte das velhas tradições, era uma veste velha para a qual um remendo novo era inútil e um odre velho a ser rompido pelo vinho novo. Jesus não veio para consertar o velho sistema, mas para introduzir algo inteiramente novo. Ele não podia remendar as fórmulas desgastadas com as novas verdades que Ele veio comunicar.

Ainda que o jejum exercesse um papel importante no velho sistema (Mateus 6:16–18), a observância frequente de jejuns era uma invenção puramente humana. Jesus não condenou o jejum; só que o verdadeiro sentido e propósito estavam esquecidos pelos fariseus (Atos 13:2, 3; 14:23; 2 Coríntios 6:5; 11:27).

A aplicação é clara. As novas verdades do cristianismo não devem ser aplicadas às antigas formas do judaísmo. Os primeiros capítulos do livro de Atos dão uma idéia das dificuldades envolvidas na substituição das peles antigas pelas novas. As instituições entrincheiradas podem rachar e serão incapazes de guardar as novas verdades.

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DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
3/1/2024

FONTES:

SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201206_02.pdf

BARCLAY, William. The Gospel of Matthew - Tradução: Carlos Biagini.

HARPER, A. F. (Ed.). Comentário Bíblico Beacon. Vol. 5. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.

Atos 15.5


Atos 15.5 “Alguns, porém, da seita dos fariseus, que tinham crido, se levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés. “

 

“Alguns, porém, da seita dos fariseus, que tinham crido,

Essa é a primeira vez que se fala de outros fariseus além de Paulo que se tornaram cristãos. Os fariseus eram a “seita mais severa” da religião judaica (Atos 26:5). Paulo foi educado pelo maior professor dos fariseus, “Gamaliel” (Atos 22:3; 5:34). Eles observavam rigorosamente a chamada “tradições de seus pais” (Gálatas 1:14).

Os fariseus eram altamente respeitados entre os judeus. Esse grupo de elite acreditava no que a Lei dizia sobre assuntos como espíritos, anjos e ressurreição (Atos 23:8), como nós também. Podemos ficar surpresos ao pensar que se tornaram cristãos, mas não nos surpreende “encontrá-los do lado errado de uma questão importante”.

 

“... se levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés. “

Após os fariseus ouvirem de Paulo e Barnabé acerca das grandes coisas Deus tinha feito entre os gentios e da alegria que os demais recebiam as notícias. Eles se levantaram para expressar a sua posição. E disseram: “Quem não é circunciso, de acordo com a lei de Moisés, não pode ser salvo”.

O rito da circuncisão fora uma parte essencial da aliança de Deus com Abraão, dois mil anos antes (Gênesis 17:10–14, 23–27). Mas, os homens de Jerusalém não vinculavam a circuncisão a Abraão; mas, relacionaram o rito a Moisés, cuja lei fora dada quinhentos anos depois da aliança abraâmica.

Eles estavam sendo completamente bíblicos ao valorizar a circuncisão e a lei como dádivas de Deus para Israel. Mas iam além, tornando-as obrigatórias para todos, inclusive gentios. Notamos a expressão “mister”, "é necessário", ou "não podem" no versículo 1. Circuncisão e observância da lei, insistiam, eram essenciais para a salvação.

Sua preocupação não era somente que os gentios deveriam submeter-se à circuncisão; seu objetivo era converter os gentios à religião judaica e submetê-los a toda a lei. Esses homens não estavam negando a possibilidade de os gentios serem salvos, mas estavam ensinando a essencialidade de tornar-se judeu.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
3/1/2025

FONTES:

SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

MARSHALL, Howard. Atos - Introdução e Comentário. Vida Nova/Mundo Cristão. 1991.

STOTT, John R. W. A Mensagem de Atos: Até aos Confins da Terra, São Paulo: ABU, 1994.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_200202_03.pdf

Gálatas 1.8


Gálatas 1.8 “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. “

 

“Mas, ainda que nós mesmos “

Depois de falar da apostasia das igrejas da Galácia e da ação nociva dos falsos mestres, Paulo reafirma a singularidade do evangelho, evocando a maldição divina para todos aqueles que pervertem o evangelho e perturbam a igreja com falsas doutrinas.

Paulo estava tão convencido de que não havia outro evangelho, que invocou a maldição de Deus sobre a própria vida, num caso hipotético de vir a pregar um evangelho que fosse além daquele que já havia anunciado aos gálatas.

O pronome plural “nós” inclui também Barnabé, seu cooperador e companheiro no início da missão à Galácia e os demais Apóstolos. O evangelho é maior do que os apóstolos, e a mensagem maior do que o mensageiro.

Warren Wiersbe diz que a prova do ministério de uma pessoa não deve ser sua popularidade (Mateus 24.11), nem os sinais e prodígios miraculosos que ela realiza (Mateus 24.23,24), mas sim sua fidelidade à Palavra de Deus (Isaías 8.20; 1 Timóteo 4.1-5).

 

“... ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, “

Depois de afirmar que o evangelho é maior do que os apóstolos, Paulo afirma que ele é maior do que os próprios anjos. A referência de Paulo a “um anjo vindo do céu” deve ser um caso de hipérbole, assim como “as línguas de... anjos”, em 1 Coríntios 13:1. O apóstolo afirmou que até mesmo um mensageiro desse tipo estaria se desviando do propósito divino, se proclamasse um evangelho diferente!

Sobre isso João Calvino escreveu: Com o fim de fulminar os falsos apóstolos ainda mais violentamente, Paulo invoca os próprios anjos. Também não diz simplesmente que não deveriam ser ouvidos caso anunciassem algo diferente, mas declara que devem ser tidos como seres execráveis. Se os anjos

Jamais o céu enviaria um mensageiro com um segundo evangelho. Tudo entre o céu e a terra depende de que seja preservado o evangelho único. Do contrário, Deus não seria Deus, pois sua última palavra seria degradada a uma palavra penúltima. Afinal, Deus não pode mentir.

 

“... seja anátema. “

O versículo termina com a frase “seja anátema”. A palavra grega anathema traduz o termo hebraico herem, e designa o ato de separação de Deus (2 Macabeus 2.13). Partindo desse ponto de vista, anátema torna-se uma fórmula concreta para expulsão da sinagoga, como pode ser visto em Atos 23.14.9 O evangelho não tolera falsificação alguma; aquele que tentar mudá-lo alcançará a maldição de Paulo, o qual está disposto a lançá-la, eventualmente, sobre um anjo.

Esse não era um mero desejo de Paulo. Uma vez que o apóstolo era um embaixador nomeado pelo próprio Senhor (1:1), a maldição continha a força de um pronunciamento emitido pelo próprio Deus.

Essa ameaça de condenação reforça o imenso valor do evangelho da salvação, o mistério oculto no coração de Deus desde o princípio dos tempos (Efésios 3:9). Essa mensagem é o plano divino predeterminado de salvar os perdidos, o propósito primordial de Deus na criação que veio a se realizar em Seu Filho. O evangelho é a auto revelação de amor, graça e misericórdia de Deus. Não se deve manipular nem deturpar essas “palavras de vida eterna”, que se encontram exclusivamente em Cristo Jesus (João 6:68)!

O apóstolo João terminou o livro de Apocalipse evocando o anátema: “Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro” (Apocalipse 22.18-19).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
30/12/2024

FONTES:

SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201804_03.pdf

LOPES, Hernandes Dias. Gálatas: A carta da liberdade cristã. São Paulo: Hagnos, 2011.

WIERSBE, Warren W. Comentário bíblico expositivo,

CALVINO, João. Gálatas. São Paulo: Paracletos, 1998,

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD 28 DE DEZEMBRO DE 2024 (1 Coríntios 13.12)

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD
28 DE DEZEMBRO DE 2024
A PROMESSA INFALÍVEL DE CONHECER A DEUS COMO ELE NOS CONHECE

1 Coríntios 13.12 “Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. ”

 

“Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; ”

Paulo compara nossa compreensão e conhecimento atuais com a imagem indireta em um espelho. Os espelhos do primeiro século eram de metal polido; alguns dos melhores eram fabricados em Corinto. Só os mais ricos podiam dispor de um espelho de boa qualidade, e mesmo estes não eram livres de imperfeições. Além disso, um espelho por natureza distorce a imagem porque seu reflexo é o contrário da pessoa ou objeto à sua frente.

Mas quando Jesus vier, o perfeito estado será desvelado: já não veremos mais indiretamente, mas face a face. O apóstolo emprestou a linguagem que Deus usou a respeito de Moisés: “Boca a boca falo com ele, claramente e não por enigmas” (Números 12:8).

Hoje há muitas coisas que nos desconcertam. Podemos reivindicar somente parte do que Deus tem para nós. Mas virá o dia em que “assim como é o veremos” (1 João 3-2). Então já não precisaremos do que agora está “em parte”.

 

“...agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. ”

O motivo presente continua: “Agora conheço em parte, mas, então, conhecerei como também sou conhecido”. Hoje realmente conhecemos a Deus, mas os dons espirituais revelam só pequenas coisas de diversos tipos. Quando Jesus vier, e como destaca Jon Ruthven, no céu nós “conheceremos Deus (kathõs) exatamente como e no mesmo grau” que Deus nos conhece hoje.

Conhecer aqui denota um conhecimento total e completo. Para o crente tal conhecimento acontecerá por ocasião da Vinda do Senhor. A última cláusula é melhor entendida da seguinte maneira: “como sou completamente conhecido por Deus”. O conhecimento que Deus tem de nós é completo; o conhecimento de nós sobre Deus é ainda futuro.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
14/12/2024

FONTES:

RENOVATO, Elinaldo. As Promessas de Deus - Confie e Viva as Bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

HORTON, Stanley. I e II Coríntios – os problemas da igreja e suas soluções. 3.ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004.