sábado, 15 de fevereiro de 2025

Tito 3.5


Tito 3.5 “Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, ”

 

“Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia,

A E.R.C, traduz corretamente: Não por obras de justiça praticadas por nós. Isto elimina toda e qualquer obra; não só as que foram praticadas pela justiça própria dos homens perdidos, como também as obras praticadas em verdadeira justiça. A misericórdia de Deus o constrangeu a entregar seu Filho e não poupá-lo. John Stott diz que a base da nossa salvação não são as nossas obras de justiça, mas a obra de misericórdia.

Assim, a salvação tem sua origem no coração de Deus. É por causa da sua misericórdia que ele interveio em nosso favor; que ele tomou a iniciativa, não pelas ações corretas que realizaram, mas sim pela grande misericórdia de seu coração.

O cristão nunca deve pensar no que conquistou; e sim no que Deus lhe outorgou. Enquanto a justiça nos daria aquilo que mereceríamos ganhar, a misericórdia nos concedeu aquilo que jamais seriamos dignos de receber.

 

“... nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, ”

A misericórdia de Deus nos salvou pela lavagem. Lavar (loutron) quase que com certeza refere-se ao batismo nas águas. Todos os primitivos pais da igreja entenderam dessa forma. Isso não implica que eles (ou Paulo) ensinassem a regeneração pelo batismo, assim como Ananias não acreditava desse modo, quando disse a Saulo de Tarso: “Levante-se, seja batizado e lave os seus pecados, invocando o nome dele”.

As igrejas evangélicas, em sua maioria, consideram o batismo “um sinal exterior e visível de uma graça espiritual interior”, a saber, o lavar dos pecados e o novo nascimento pelo Espírito Santo. Mas não confundem o sinal (o batismo) com o que ele significa (a salvação).

Regeneração é como se traduz “palingenesia”, que Jesus usou ao falar da regeneração final de todas as coisas e que os estoicos aplicaram à restauração periódica do mundo, em que eles acreditavam. Aqui, entretanto, o novo nascimento é individual (como a “nova criação” de 2 Coríntios 5.17) e não cósmico. Ele se refere a um radical novo início, uma vez que “Deus não nos consertou, mas nos fez completamente novos”.

A outra palavra, “renovação”, é a tradução de “anakainôsis”. Ela pode ser um sinônimo de “regeneração”, entendendo-se a repetição como um efeito retórico. Ou ela pode referir-se ao processo da renovação moral, da transformação, que se segue ao novo nascimento, um processo contínuo de se tornar uma nova criatura em Cristo, à medida que seguimos o conselho do Espírito Santo (Romanos 12.2; Gálatas 3.3).

O Espírito Santo é, certamente, o agente pelo qual somos renascidos e renovados, e é ele que Deus derramou sobre nós generosamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador (v. 6b). Tanto o uso do verbo “derramou”, como o emprego do tempo aoristo dão a entender que a referência é ao derramamento do Espírito no dia de Pentecostes, e a afirmação de que ele foi derramado em nós denota a nossa participação pessoal no dom pentecostal.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
18/2/2025

FONTES:

SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

HARRISON, Everret F; PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico Moody. São Paulo: Imprensa Batista Regular, 1990.

STOTT, John R.W. A mensagem de 1 Timóteo e Tito: a vida da Igreja local: a doutrina e o dever; tradução Milton Azevedo Andrade. — São Paulo: ABU Editora, 2004. 

BARCLAY, William. The Letter to Titus. Tradução: Carlos Biagini

ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004.

1 Coríntios 2.10


1 Coríntios 2.10 “Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. “

 

“Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; “

O apóstolo emprestou a fraseologia de Isaías: “porque aquilo que não lhes foi anunciado verão, e aquilo que eles não ouviram entenderão” (Isaías 52.15) para convencer seus leitores de que a sabedoria alcançada pelos cristãos é incomparavelmente superior à sabedoria empregada pelos pensadores e filósofos desta época. A sabedoria de Deus é superior porque foi revelada pelo Espírito.

O que Deus preparou não são “primariamente as glórias do céu, mas as glórias da cruz e tudo o que ela significa no plano de Deus”. Essas verdades gloriosas do Evangelho, a maravilha da cruz e a abundância de salvação que Deus providenciou, não eram compreendidas antes que Deus as revelasse.

Depois da ressurreição Jesus abriu o entendimento dos discípulos (Lucas 24.45-47). Contudo, as Boas Novas não foram declaradas e disseminadas até que eles receberam a promessa do Pai, o dom do Espírito (Lucas 24.49; Atos 1.4,5). O Espírito torna estas verdades acessíveis a todos os cristãos.

Paulo empregou o pronome na primeira pessoa do plural. A palavra “nos” (no termo no-las) indica que Paulo ao mesmo tempo inclui a si mesmo e se identifica com seus leitores como capazes de entender. O fato de ser o Espírito aquele que revela, mostra que todos nós precisamos da sua iluminação se queremos entender as Escrituras. Como Jesus fez com os discípulos, assim o Espírito Santo fará conosco (Lucas 24.45; Atos 15-28).

 

“... porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. “

Podemos depender do Espírito para nos revelar a verdade porque Ele “penetra todas as coisas”, ou seja, Ele as esclarece. Por causa da deidade de sua natureza, nada lhe está escondido. Não há nada que esteja além do Seu conhecimento.

Assim, Ele pode e esclarecer as profundezas de Deus. A palavra profundezas é empregada muitas vezes em referência à enorme profundidade do mar, e, assim, vem a significar coisas “ insondáveis”, as verdades profundas que nenhum pensamento humano, até dos filósofos mais brilhantes, jamais sondou. Eles não podem porque não têm o Espírito.

Mas nós que temos a mente de Cristo (v.16), podemos conhecer todo o conselho de Deus. Afinal, o Espírito Santo foi nos dado em lugar de Cristo, Ele nos revela os mistérios da sua glória as porque permitimos que more dentro de nós: “E eu pedirei ao Pai, e ele dará a vocês outro Conselheiro, que esteja com vocês para sempre: o Espírito da verdade. O mundo não pode recebê‑lo, porque não o vê nem o conhece. Vocês, porém, o conhecem, pois ele vive com vocês e estará em vocês” (João 14.16-17).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
16/2/2025

FONTES:

SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

HORTON, Stanley. I e II Coríntios – os problemas da igreja e suas soluções. Rio de Janeiro: CPAD.

MORRIS, Leon. I Coríntios: Introdução e Comentário. Tradução Odayr Olivetti. São. Paulo. Mundo Cristão, 1983

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201701_03.pdf

Lição 7 - Lições Bíblicas Adultos - 1º Trim./2025 - CPAD

Texto Áureo Lição 7: As Naturezas Humana e Divina de Jesus. Romanos 9.5

 TEXTO ÁUREO

"Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém!" (Romanos 9.5)

Salmo 104.30


Salmo 104.30 “Envias o teu Espírito, e são criados, e assim renovas a face da terra.”

 

“Envias o teu Espírito, e são criados,

A Bíblia fala em Deus Pai como Criador do Céu, da Terra, do Mar, e de tudo quanto neles há (Atos 4.24). Também fala do Filho (o Verbo que se tornou carne e habitou entre nós) como agente da criação. "Todas as coisas foram feitas por [através de] ele, e sem [à parte de] ele nada do que foi feito se fez" (João 1.3).

Assim como o Pai e o Filho, o Espírito Santo também tem participação na criação. O Espírito de Deus nos é apresentado na Bíblia quase imediatamente: "No princípio criou Deus os céus e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas" (Genesis 1.1,2). Assim, o Espírito de Deus está associado à atividade criadora de Deus.

Essa atividade criadora do Espírito está implícita também na formação do Homem: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” (Genesis 2.7). O ato de assoprar forma um paralelo com o assoprar de Deus em Gênesis 2.7. Quando Jeová assoprava, algo acontecia. Quando o Senhor conclamou o sopro sobre os cadáveres na visão de Ezequiel (37.8-10), a vida entrou neles. Eliú, um dos amigos de Jó, entendia assim e declarou: “O Espírito de Deus me fez; e a inspiração do Todo-Poderoso me deu vida” (Jó 33.4).

Em nossos dias ele continua criando a nova criação de Deus. A Nicodemos Jesus esclareceu: O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo” (João 3.6-7). O Espírito nos vivifica através da palavra de Deus: “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida” (João 6.63). O Espírito de Deus, que criou a princípio, cria, até hoje.

 

 “... e assim renovas a face da terra. ”

A obra da criação foi concluída nos seis primeiros dias do mundo, mas a obra da criação é renovada todos os dias, e assim continuará, até o fim do mundo. O Espírito está ligado tanto com a criação como com a providência contínua de Deus (Isaías 40.12,13), a providência é a criação continuada. Afinal, só se renova o que envelhece. Isso demonstra que o Espírito continua ativo. Uma vez que criou dá continuidade às coisas na sua existência criada.

Joseph Caryl Escreveu: “Deus cria um novo mundo todos os anos. Enviando o seu Espírito, ou vivificando o poder, na chuva e no sol, para renovar a face da terra. E, assim como o Senhor envia o seu poder, em graças providenciais, também o faz em juízos providenciais. ”

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
16/2/2025

FONTES:

SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

SPURGEON, Charles. Os Tesouros de Davi – Volume II. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

Horton, Stanley M. O que a Bíblia Diz sobre o Espírito Santo. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 1993.

1 Coríntios 3.16


1 Coríntios 3.16 “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? ”

 

“Não sabeis vós que sois o templo de Deus”

Não sabeis é uma censura suave. Introduz uma pergunta sobre um assunto que devia ser do conhecimento geral. Paulo utiliza regularmente o recurso, muitas vezes, nesta carta. “Vós” nesta passagem se refere à assembleia local de crentes que têm comunhão “com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo” (1 João 1.3).

Paulo lembra aos crentes coríntios que eles são “o templo de Deus”. O apóstolo não faz distinção entre “templo de Deus” e “templo do Espírito Santo”. As duas expressões são intercambiáveis: “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus” (v.19)

O templo literal, segundo sabemos era lugar de santidade, reverência, adoração, consagração, contrição, arrependimento, altar, sacrifício, fogo contínuo, glória e presença de Deus. Assim deve ser a Igreja do Deus vivo.

O grego tem duas palavras para aludir a templo: “hieron”, que inclui o templo com todos os seus pátios e “naos", o santuário interno onde Deus manifestava sua presença. O corpo coríntio de crentes é “naos”, pois o Espírito de Deus habita neles (2 Coríntios 13.13).

 

“... e que o Espírito de Deus habita em vós? ”

Cada cristão é um templo vivo do Deus vivo. Deus habitou no Templo judaico, tomou posse dele, e residiu nele, através daquela nuvem gloriosa que era o sinal de sua presença com aquele povo. Assim, Cristo, pelo seu Espírito, habita em todos os crentes verdadeiros.

A habitação do Espírito é uma confirmação de que os crentes estão saturados da presença e do poder do agente que habita. Seja a habitação da fé (2 Timóteo 1:5), de Deus (2 Coríntios 6:16), do Espírito (Romanos 8:11), da Palavra (Colossenses 3:16) ou de Cristo (Colossenses 1:17), está implícito o sentido dessa influência difusa.

O Templo era devotado e consagrado a Deus, e separado de tudo que era comum para o serviço imediato de Deus. Assim, todos os cristãos são separados dos usos comuns e colocados à parte para Deus e seu serviço. Eles são consagrados para Ele - este é um ótimo argumento contra toda lascívia da carne e contra todas as doutrinas que lhe dão apoio.

Se somos templos de Deus, não devemos fazer nada para alienar-nos dele, ou corromper e macular a nós mesmos, e, com isso, desqualificar-nos para o seu uso. Devemos detestar sinceramente e evitar cuidadosamente o que pode manchar o templo de Deus e corromper o que deve ser sagrado para Ele.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
18/2/2025

FONTES:

SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

HORTON, Stanley. I e II Coríntios – os problemas da igreja e suas soluções. Rio de Janeiro: CPAD.

MORRIS, Leon. I Coríntios: Introdução e Comentário. Tradução Odayr Olivetti. São. Paulo. Mundo Cristão, 1983

https://textoaureoebd.blogspot.com/search?q=templo+de+Deus+

Romanos 3.23


Romanos 3.23 “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus. ”

 

“Porque todos pecaram “

Este versículo é um resumo de 1:18—3:20, uma sinopse da tragédia humana. Está carregado de significado. O apóstolo Paulo expõe com argumentos irresistíveis a culpabilidade dos gentios e também dos judeus. Não há diferença entre gentio ou judeu, pois todos pecaram. A misericórdia de Deus é para todos e independem de distinções ou privilégios.

No grego as palavras “todos pecaram” dão a ideia de que todos participaram da transgressão de Adão, e, como indivíduos, pecaram: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Romanos 5.12).

Stott diz que o apóstolo divide a raça humana em três grupos distintos: a sociedade gentílica depravada (1.18-32), os críticos moralistas, sejam judeus ou gentios (2.1-16), e os judeus instruídos e autoconfiantes (2.17—3.8). E então conclui acusando toda a raça humana (3.9-20). Em cada caso o seu argumento é o mesmo: que ninguém vive à altura do conhecimento que tem.

No grego, a palavra pecado é “hamartia”, que quer dizer: errar o alvo. Quando o texto diz literalmente que “ todos pecaram” entendemos que todos, pelo pecado, perderam a visão do alvo. Deus encerrou todos no pecado para usar de misericórdia para com todos. O pecado atingiu a todos sem exceção.

 

“... e destituídos estão da glória de Deus. ”

A glória de Deus foi perdida pelo homem quando pecou, por isso que todos estão destituídos e "carecem da glória de Deus”. A expressão diz respeito à necessidade de recuperação do primeiro estado de glória do homem antes da queda. Em Isaías 43.7 está escrito: “A todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para a minha glória: eu os formei, e também eu os fiz” (Isaías 43:7). O homem perdeu o ideal de Deus para sua vida e precisa voltar ao primeiro estado espiritual de comunhão com Deus.

O sentido de glória aqui nada tem a ver com ostentação, realeza. Mas tem um sentido moral e espiritual. Essa glória de Deus não é apenas para ser vista por aqueles que creem (João 11:40), mas é para fazer parte da vida daqueles que creem: “Para que vos conduzísseis dignamente para com Deus, que vos chama para o seu reino e glória” (1 Tessalonicenses 2:12).

E é através do evangelho (2 Tessalonicenses 2:14) que a cada dia recuperamos essa glória perdida: "E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito" (2 Coríntios 3:18). Os homens estão sempre carecendo da glória de Deus pois a prática contínua do pecado nega tudo o que a glória de Deus significa.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
14/2/25

FONTES:

SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

CABRAL, Elienai. Romanos – O evangelho da Justiça de Deus. Rio de Janeiro: CPAD 2005.

STOTT, John. A mensagem de Romanos. ABU Editora, 2000.

HARRISON, Everret F; PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico Moody. São Paulo: Imprensa Batista Regular, 1990.

BRUCE, F, F. Romanos - Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2002.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/Po_lessons/Po_200811_01.pdf

2 Coríntios 3.17


2 Coríntios 3.17 “Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. “ 

 

“Ora, o Senhor é o Espírito; “

Por Senhor devemos entender que Paulo se refere a Jesus Cristo. E isso é quase universal nas suas epístolas (2 Coríntios 5:6, 8, 11; 8:5; 10:8; 12:1, 8). Dizendo que “o Senhor é Espírito”, Paulo identifica o Espírito com Cristo. Isso seria equivalente a João 4.24: “Deus é espírito”. Afinal, Cristo e o Espírito têm a mesma essência, conforme Ele e o Pai (João 10:30).

Todavia o principal interesse de Paulo nesta passagem é salientar a glória superior da nova aliança do Espírito (vs. 3, 6, 8, 18), que ele contrasta com a glória inferior da antiga aliança da lei. Os judeus relacionavam-se com Deus mediante a lei, mas os crentes relacionam-se com Deus mediante o Espírito que é dado através de Cristo (João 16.7).

A lei escrita para Paulo não está apenas morta, mas causa a morte. Ele a chama de ministério da morte (ministério da condenação), gravado com letras em pedras. Ele agora chama Cristo de seu espírito, significando que a lei só se fará viva se for inspirada por Cristo, pois ele é o espírito vivificante: “O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão em espírito vivificante” (1 Coríntios 15.45). Cristo, ao regenerar-nos, dá vida à lei e se revela como a fonte da vida, assim como a alma é a fonte da qual emanam todas as funções vitais do homem. Desta maneira a lei estará escrita “não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne do coração” (v.3). Concluindo, Cristo é o Espírito da Lei.

 

“... e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.”

Paulo diz que onde estiver o Espírito há liberdade. Quer dizer que enquanto nossa obediência a Deus esteja dominada e condicionada por um livro ou um código de leis, estamos na posição de um servo involuntário e um escravo que não possuem liberdade. Pois as exigências da lei não podem ser cumpridas e, por isso, tais pessoas permanecem sob a condenação da lei.

Mas quando provém da obra do Espírito em nossos corações o centro de nosso ser não tem outro desejo que o de servir e obedecer a Deus devido ao fato de que o amor o obriga e não a lei. Entretanto, sob a aliança do Espírito, há liberdade. Pois, já não há memória de pecados (Romanos 4:6-8), e nenhuma condenação (Romanos 8:1). O Espírito mesmo dá testemunho com o nosso espírito de que somos filhos de Deus (Romanos 8:15-16), e mediante o andar no Espírito, as exigências justas da lei são satisfeitas em nós (Romanos 8:3-4).

Uma liberdade assim dá ensejo à ousadia, pelo que nos versículos 12-13 Paulo diz que tem “muita ousadia” (no trato com os coríntios), diferentemente de Moisés, a quem faltava tal ousadia (no trato com os israelitas).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
12/2/25

FONTES:

SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

HORTON, Stanley. I e II Coríntios – Os problemas da igreja e suas soluções.Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

HARRISON, Everret F; PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico Moody. São Paulo: Imprensa Batista Regular, 1990.

BARCLAY, William. I e II Coríntios. - Tradução: Carlos Biagini.

 KRUSE, Colin. 2 Coríntios – Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1984.

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD 15 DE FEVEREIRO DE 2025 (1 Timóteo 3.16)

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD
15 DE FEVEREIRO DE 2025
AS NATUREZAS HUMANA E DIVINA EM JESUS

1 Timóteo 3.16 “E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória. “

 

Temos aqui um fragmento de um dos hinos da Igreja primitiva. É uma maneira de expressar em poesia e em música a fé dos homens de Cristo. É um hino em que os homens cantavam seu credo. Que é um hino, notamos pelo paralelismo cuidadoso entre as estrofes, pela dicção rítmica, e a assonância deliberada (muito marcante no Grego).

Joachim Jeremias, em seu livro: A Promessa de Jesus às Nações argumentou que esse hino cristológico é essencialmente uma declaração missionária, anunciando a inclusão das nações em consequência da morte e ressurreição de Jesus. Não podemos buscar numa poesia ou num hino a precisão que buscamos num credo; mas devemos tentar ver o que cada linha deste hino nos está dizendo.

 

“E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: ”

“O advérbio traduzido aqui como “sem dúvida alguma” ou “evidentemente” (homólogoumenòs) significa “por consentimento comum,” e expressa a convicção unânime dos cristãos. Essa revelação divina que promove a piedade é “inquestionavelmente grande” ou “inegavelmente grande”.

A fórmula “grande é o mistério”, conforme tem sido indicado, tem uma semelhança estranha com o grito: “Grande é Diana dos Efésios” (Atos 19:28, 34). Um “mistério”, é um conjunto de verdades que agora se tomaram conhecidas apenas porque Deus quis revelá-las.

O original de piedade (eusebeia) significa nossa religião, antes Paulo a havia chamado de “mistério da fé” (v. 9), e isso por estimular a fé e ser também o objeto da fé. E é o mistério da piedade, por sua vez, porque estimula a nossa adoração, a nossa humildade e a nossa reverência diante de Deus, como o faz toda verdade.

Começando aqui e no restante do versículo, as linhas estão dentro de um padrão regular, tal como deve uma poesia ou hino. Serviu bem aos propósitos de Paulo de ligar seus pensamentos a algo bem conhecido e atual, uma vez que a mensagem então seria melhor lembrada. Muitas das referências a cânticos no N.T. estão em conexão com Paulo (Efésios 5:19; Colossenses. 3:16; Atos 16:25; 1 Coríntios. 14:15).

 

“Deus se manifestou em carne,”

Aqui é ressaltada a encarnação de Cristo. Cristo foi manifestado em carne, isto é, apareceu na terra como um homem real (Romanos 1:3). Carne representa a humanidade do Deus-homem. Sua encarnação em harmonia com a doutrina do Nascimento Virginal: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (João 1:14).

 

“... foi justificado no Espírito, ”

A segunda estrofe, justificado em espírito, é mais difícil. Visto que “vindicado” (edikaiòthê) literalmente significa justificado ou “declarado justo”. Ficaremos então com duas alternativas.

Embora o Salvador aparecesse na terra como um homem verdadeiro, foi justificado, isto é, declarado justo e demonstrado como sendo realmente o Filho de Deus, no que diz respeito à Sua natureza espiritual, sendo subentendido uma referência à ressurreição. Pela presença do Espírito no ministério de Cristo Ele foi vindicado e comprovado ser verdadeiro em todas as Suas declarações (Romanos. 1.4)

Outros, dando a em um sentido instrumental e entendendo que espírito denota o Espírito Santo, preferem a tradução: “Foi declarado justo através de, ou por meio de, o Espírito Santo.” O significado será então que, embora Cristo fosse crucificado como malfeitor, Deus O vindicou e O declarou justo quando, através do Espírito Santo (Romanos 8:11), ressuscitou-o dentre os mortos.

 

“... visto dos anjos, ”

O que está sendo ressaltado aqui é a adoração prestada pelos poderes angelicais ao Cristo assunto e glorificado. Sua exaltação é representada como um triunfo sobre o mundo dos espíritos, que elicita sua adoração: "E, novamente, ao introduzir o Primogênito no mundo, diz: E todos os anjos de Deus o adorem" (Hebreus 1:6).

Sua posição elevada sobre eles é explicita também em 1 Pedro 3. 22 “O qual está à destra de Deus, tendo subido ao céu, havendo-se-lhe sujeitado os anjos, e as autoridades, e as potências”.

 

“... pregado aos gentios, “

Aqui nos encontramos com a grande verdade de que Jesus não era possessão exclusiva de uma raça ou de uma nação. Ele seria pregado entre as nações (Gentios).

Tiago, irmão do Senhor, lembrando das palavras do profeta Amós que disse: “Naquele dia tornarei a levantar o tabernáculo caído de Davi, e repararei as suas brechas, e tornarei a levantar as suas ruínas, e o edificarei como nos dias da antigüidade; Para que possuam o restante de Edom, e todos os gentios que são chamados pelo meu nome, diz o Senhor, que faz essas coisas” (Amós 9:11-12). Entendeu que através do Cristo davídico, os gentios serão incluídos em sua nova comunidade. A inclusão dos gentios não era uma idéia posterior de Deus, mas algo predito pelos profetas. 

Essa expressão “pregado aos gentios” é um resumo de toda a presente era de trabalho missionário: “Mas que se manifestou agora, e se notificou pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno, a todas as nações para obediência da fé” (Romanos 16.26).

 

“... crido no mundo, “

Esta é uma verdade quase milagrosa afirmada com total simplicidade. Depois que Jesus morreu ressuscitou e subiu a sua glória, o número de seus seguidores era de cento e vinte (Atos 1.15). Tudo o que seus seguidores tinham para oferecer era a história de um carpinteiro galileu, crucificado numa colina na Palestina como um criminoso.

E, entretanto, antes que passassem setenta anos, essa história tinha chegado aos limites da Terra, e homens de todas as nações aceitavam a esse Jesus crucificado como seu Salvador e Senhor: “Que já chegou a vós, como também está em todo o mundo; e já vai frutificando, como também entre vós, desde o dia em que ouvistes e conhecestes a graça de Deus em verdade” (Colossenses. 1:6).

Nesta frase simples encontramos toda a maravilha da expansão divina da Igreja, uma expansão que seria impossível sem a aprovação divina. Conforme o pensamento de Gamaliel se a obra é de homens se desfará: “E agora digo-vos: Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra é de homens, se desfará, Mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la; para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus” (Atos 5.38-39).

 

“... recebido acima na glória.”

Refere-se particularmente à Ascensão, mas inclui toda a subsequente exibição de sua glória: “Levantai, ó portas, as vossas cabeças, levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória. Quem é este Rei da Glória? O Senhor dos Exércitos, ele é o Rei da Glória” (Salmos 24.9-10).  Isto fica sugerido pelo progresso histórico e lógico do poema: o todo da obra messiânica de Cristo ficou nEle resumido.

A história de Jesus começa no céu e termina no céu. Viveu como um servo; foi assinalado como um criminoso; foi crucificado; ressuscitou com as marcas dos pregos ainda visíveis; mas o final é a glória.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
5/1/2025

FONTES:

SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

HARRISON, Everret F; PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico Moody. São Paulo: Imprensa Batista Regular, 1990.

BARCLAY, William. The First Letter to Timothy Tradução: Carlos Biagini

STOTT, John R.W. A mensagem de 1 Timóteo e Tito: a vida da Igreja local: a doutrina e o dever; tradução Milton Azevedo Andrade. — São Paulo : ABU Editora, 2004.

KELLY, John N. D. I e II Timóteo e Tito: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova e Editora Mundo Cristão, 1983.