domingo, 4 de fevereiro de 2024

Lição 06 – Igreja: Organismo e Organização– 1 Trimestre de 2024.

TEXTO ÁUREO

“Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.” (Atos 6.3)

 

A igreja, mesmo perseguida pelas autoridades, crescia cada vez mais rapidamente. No entanto, o crescimento trouxe um problema com possibilidade de sérias conseqüências: “Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano” (Atos 6:1).

A igreja cuidava dos seus pobres, especialmente das viúvas. Uma viúva naqueles dias não tinha as oportunidades de emprego e sustento oferecidas pela sociedade moderna. Com a falta de organização, as viúvas do grupo de língua grega foram negligenciadas pelos judeus, de língua hebraica, que eram a maioria.

 

“Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria,

Os apóstolos perceberam a dificuldade e reuniram a comunidade. Explicaram que os deveres espirituais não lhes deixavam tempo para o cuidado material da igreja: “E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas” (Atos 6:2).

Não há aqui nenhuma sugestão de que os apóstolos considerassem a obra social inferior à obra pastoral, ou de que a achasse pouco digna para eles. Era apenas uma questão de chamado. Eles não podiam ser desviados de sua tarefa prioritária. Assim, fizeram uma sugestão à igreja: A igreja entendeu o plano dos apóstolos, pois ele agradou a toda a comunidade E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia; e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos.” (Atos 6.5).

 

a)      Boa reputação

Significa que deveriam ser respeitados por todos os segmentos da comunidade (especialmente a comunidade cristã). Era essencial que tivessem boas reputações, pois representariam Jesus e Sua igreja enquanto cumprissem a tarefa. Ninguém deveria receber uma responsabilidade de destaque na igreja, se sua vida não é como deveria ser

Os diáconos devem ser pessoas honradas, dignas, corretas e íntegras. Não pode haver “língua dobre” neles, isto é, a sua palavra deve ser sim, sim e não, não. A ganância por dinheiro tem de passar longe da sua vida, pois sua função é exatamente a de executar trabalhos administrativos da igreja local, como auxiliar nas tarefas do culto e acompanhar as viúvas e os pobres da Igreja do Senhor (1 Timóteo 3:8).

 

b)      Cheios do Espírito Santo

Eles têm de ser ‘cheios do Espírito Santo’. Em vez de ser meros bons administradores ou gerentes de recursos, esta qualificação lhes exige que sejam capacitados pelo Espírito na ordem dos discípulos no Dia de Pentecostes.  Quer dizer, eles devem ter o poder de uma fé que faz milagres: “E Estêvão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo” (Atos 6:8)

Essa qualificação indicava que o indivíduo havia ganhado certa maturidade espiritual e que permitissem que o Espírito controlasse suas vidas.

 

c)       Cheios de sabedoria,

Complementar aos atos de poder está o discurso inspirado pelo Espírito. Os diáconos têm de ser poderosos em obras e palavras. Como pessoas competentes e maduras que são inspiradas pelo Espírito, elas têm de ter bom senso prático e serem capazes de lidar com delicados problemas de propriedade.

Esse ministério inclui negócios empresariais e a distribuição de ajuda para os necessitados, mas também deve ser espiritual e carismático. Eles devem exercer quaisquer dons espirituais que Deus lhes concedeu. Após aconselhar Faraó sobre os sete anos de seca, José ouviu Faraó disser essas palavras: “E disse Faraó a seus servos: Acharíamos um homem como este em quem haja o espírito de Deus? “ (Gênesis 41:38)

 

”[...] aos quais constituamos sobre este importante negócio.”

Em razão do crescente número de conversos, os apóstolos não mais tiveram condições de atender devidamente às demandas sociais da Igreja (Atos 4.4; 6.1). Era necessário organizar um ministério cotidiano.

O trabalho assistencial foi considerado pelos apóstolos um “importante negócio”. Por isso houveram-se eles com brevidade na escolha dos melhores homens para exercê-lo. Na Igreja de Cristo, o socorro aos necessitados também deve ser visto como prioridade.

Havendo incumbido os diáconos de zelar pelo socorro aos pobres, a Igreja Primitiva demonstra ser possível exercer o serviço cristão em sua plenitude. Em sua despensa havia tanto o pão que desce do céu como o pão que brota da terra.

Que exemplo às igrejas de hoje! A ordem do Senhor não será esquecida: “Dai-Ihes, vós mesmos, de comer” (Mateus 14.16).

Em sua Primeira Epístola a Timóteo, Paulo destaca a importância desse ministério: “Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus” (1 Timóteo 3.13).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
03/01/2024

FONTES:

GONÇALVES, José. O Corpo De Cristo – Origem, Natureza e Missão da Igreja no Mundo. Rio de Janeiro CPAD, 2023.

PEARLAM, Myer. Atos – E a igreja se fez missão. Rio de Janeiro: Cpad, 1995. 

STOTT, John R. W. A Mensagem de Atos: Até aos Confins da Terra, São Paulo: ABU, 1994.

STRONSTAD, Roger; ARRINGTON, French L. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol. 1: Mateus a Atos. 4 ed., RJ: CPAD

https://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2014/2014-02-12.htm

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_200111_02.pdf