sábado, 29 de junho de 2024

Efésios 2.14

 

Efésios 2.14 “Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio,”

 

Porque ele é a nossa paz,”

Em Isaías 9:6, o Messias foi apresentado como o“Príncipe da Paz” que viria. No nascimento de Cristo, os anjos cantaram: “Paz entre os homens” (Lucas 2:14). Todavia, em Efésios 2 Paulo apresentou Jesus como “a nossa paz” porque tanto a paz entre os homens como a paz entre os homens e Deus estão vinculadas à pessoa de Cristo.

Ele foi o meio de reconciliação entre Deus e o homem. Ele cumpriu toda a lei, que não podíamos cumprir, para nos justificar da condenação. A lei era um pacto de obras e exigia uma obediência perfeita da parte do homem. A justificação perante Deus estava implícita na obediência à lei, mas o homem não podia cumpri-la.

Jesus, então, subjugou-se à exigência da lei e cumpriu-a por nós. Pelo seu sangue, nossa expiação foi feita. A justiça divina não foi adiada, mas cumprida integralmente. Nossa paz com Deus foi restituída por Jesus: “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 5.1).

 

“... o qual de ambos os povos fez um;

Essa “paz” está também associada a “coisas unidas, que antes estavam separadas”. O contexto mostra que as “coisas” separadas eram judeus e gentios.

No primeiro século, judeus e gentios estavam, de uma perspectiva humana, incorrigivelmente separados. Os judeus viam os gentios como seres vis, cães impuros: “Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores (Mateus 15:27). Não entravam na casa de um gentio: “Vós bem sabeis que não é lícito a um homem judeu ajuntar-se ou chegar-se a estrangeiros(Atos 10:28). Os gentios eram recíprocos, considerando os judeus separatistas, arrogantes e racistas.

Cristo, porém, “de ambos fez um”. Esta era uma idéia revolucionária. Cristo sendo “a nossa paz” criou essa união através da cruz. Assim como a viga horizontal da cruz se estendia para duas direções, os braços de Cristo se estendiam para direções opostas, a fim de unir judeus e gentios.

 

“... derrubando a parede de separação que estava no meio,”

Unindo esses dois grupos no Seu corpo, Cristo “derrubou a parede da separação”. A “parede” entre os judeus e os gentios foi inicialmente a lei de Moisés que Deus deu a Israel (v.15). A Lei tornava os judeus o povo exclusivo da aliança com Deus e os separava dos demais povos. Mais outras paredes se ergueram por causada Lei.

Por exemplo, o templo em Jerusalém era uma parede entre judeus e gentios. O templo tinha um pátio externo chamado Pátio dos Gentios, onde qualquer um podia entrar. Dentro do Pátio dos Gentios havia o Pátio das Mulheres, no qual só as mulheres judias podiam entrar. Dentro do Pátio das Mulheres havia o Pátio de Israel, no qual somente homens judeus podiam entrar. Depois, havia o templo propriamente dito, no qual só os sacerdotes podiam entrar.

Na parede de pedra que separava o Pátio dos Gentios do Pátio das Mulheres havia uma inscrição proibindo qualquer estrangeiro de entrar no santuário “sob pena de morte”. O templo simbolicamente excluía os gentios da presença de Deus.

Cristo é a nossa paz porque Ele uniu judeus de gentios derrubando a parede da separação entre eles. Quando Cristo morreu na cruz, Ele abriu o caminho para judeus e gentios esquecerem as animosidades criadas pela Lei.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
5/7/2024

FONTES:

QUEIROZ, Silas. O Deus Que Governa o Mundo e Cuida da Família – Os Ensinamentos Divinos nos livros de Rute e Ester para a Nossa Geração. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

CABRAL, Elienai. Comentário Bíblico: Efésios. 3a Ed. – Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 1999.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201306_03.pdf

Genesis 49.10

 

Genesis 49.10 “O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos.”

 

 O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés,”

Judá significa louvor. Era o quarto filho de Jacó com Lia, recebeu o primeiro inqualificável louvor do velho patriarca. E Levaria sobre si a esperança de Israel. Não tendo o direito da primogenitura, nem dignidade excepcional, ou poderes espirituais, sobressairia como o poderoso líder de um povo, que entusiasticamente haveria de admirá-lo e louvá-lo.

Ao descrever o descendente real de Judá, o escritor mencionou um cetro que não se arredaria de Judá, nem o bastão (legislador) do rei deixaria de estar entre seus pés. Cetro ou bastão simboliza seu inteiro domínio no papel de guerreiro, rei e juiz.

Esses elementos eram símbolos evidentes da realeza no Oriente Próximo, como ilustram dezenas de relevos antigos. Sem dúvida, eles apontavam para a dinastia de Davi: “Vê-lo-ei, mas não agora, contemplá-lo-ei, mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó e um cetro subirá de Israel... (Números 24:17); “Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que a teus companheiros” (Salmos 45: 7), que reinou sobre os israelitas (os descendentes de Jacó) durante alguns de seus melhores anos (2 Samuel 7:8–16; Salmos 2:7–9; 89:3, 4). E principalmente ao messias. O Leão da tribo de Judá! (Apocalipse 5.5)

 

“... até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos.”

Sobre o preciso significado desta expressão, não é seguro dogmatizar. Siló em nenhuma outra parte é título bíblico do Messias, nem apresenta qualquer sentido claro como palavra.

Shedd diz sobre uma ligeira correção do texto, fazendo-o concordar com a Septuaginta, seria equivalente a esta expressão: "até que venha o que lhe pertence". Kidner cita outras possíveis variantes primitivas do texto: “até que o que é seu venha” ,” até que surja a plena herança de Judá”, ou “ até que ele venha, a quem [ela pertence]” (RSV).

Esta forma, conquanto elíptica, parece que é captada e interpretada por Ezequiel 21:26 em palavras dirigidas ao último rei de Judá: “ Tira o diadema e remove a coroa ... até que venha aquele a quem ela pertence de direito', a ele a darei”(ARA). Aí está o melhor apoio para o conteúdo messiânico que a exegese judaica e cristã encontrou no pronunciamento proveniente dos tempos mais remotos.

Finalmente o direito de exercer o domínio sobre o povo de Deus, haveria de pertencer, com exclusividade, a Jesus Cristo: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Do aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto” (Isaías 9.6-7).

 

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
3/7/2024

FONTES:

QUEIROZ, Silas. O Deus Que Governa o Mundo e Cuida da Família – Os Ensinamentos Divinos nos livros de Rute e Ester para a Nossa Geração. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

HARRISON, Everret F; PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico Moody. São Paulo: Imprensa Batista Regular, 1990.

Kidner, Derek. Gênesis: introdução e comentário. Trad. Odayr Olivetti.São Paulo: Vida Nova, 2004.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201605_05.pdf

Biblía de estudo Shedd. São Paulo: Vida Nova, 1998.

Joel 2.13

 

Joel 2.13 “E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal.”

 

E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes,”

Aqui, Deus conclama mais uma vez o povo ao arrependimento — mas a um arrependimento realmente sincero, verdadeiro, genuíno, autêntico.

Deus diz ao povo que estava cansado do ritual de vestir pano de saco em jejum depois de rasgar as vestes, porque esses atos já não eram acompanhados de um real propósito de mudar, não eram realizados como exteriorização de um genuíno arrependimento.

O ato de rasgar as vestes era sinal de profundo infortúnio (Genesis 37.29,34; 1 Reis 21.27; Ester 4.1). Mas, não bastava rasgarem suas vestes se antes não estavam rasgando os seus corações diante dEle. Por ser o lugar das decisões morais e espirituais, é o coração que devia ser atingido.

Ou seja, nessa passagem, Deus está afirmando que penitência externa não muda nada. E preciso um coração realmente rasgado diante do Senhor para que Ele se volte para o seu povo com perdão, restauração e bênçãos (v.14).

 

“..., e convertei-vos ao Senhor vosso Deus;”

A natureza exata da mudança é enfatizada pelo profeta, que repete e amplia a ordem de Javé: “convertei-vos a Javé vosso Deus”. O povo de Deus é como o filho pródigo que precisa voltar ao lar do Pai celestial. Não basta cair em si, é preciso voltar para casa. Não basta ter convicção de pecado, é preciso pôr o pé na estrada da volta para Deus. A tristeza pelo pecado é apenas uma parte do arrependimento, ele deve ser acompanhado por uma volta sincera e urgente para Deus.

O caminho da volta é aberto quando voltamos nossas costas ao pecado e a face para o Senhor. Não há restauração espiritual sem volta para Deus. Não é apenas um retorno aos rituais do templo, mas um retorno para uma relação íntima com Deus. Não é apenas um retorno à igreja, à doutrina, à ortodoxia, a uma vida moral pura, mas uma volta para uma relação pessoal com Deus.

O povo de Judá tinha uma relação mística com o templo. Eles sacralizaram de tal forma o templo que fizeram dele um ídolo: “Não vos fieis em palavras falsas, dizendo: Templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor é este” (Jereremias 7.4). A confiança deles estava no templo do Senhor e não no Senhor do templo. Eles haviam substituído o relacionamento pessoal com Deus pelos rituais religiosos.

 

“... porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal.”

É o caráter misericordioso de Deus e não nosso quebrantamento que nos garante a restauração espiritual:Misericordioso e piedoso é o Senhor; longânimo e grande em benignidade(Salmos 103.8).

Warren Wiersbe diz que a única coisa que serve de estímulo para que nos arrependamos e voltemos para o Senhor é o caráter de Deus. Matthew Henry destaca o fato de que devemos nos tornar para o Senhor, não somente porque ele tem sido justo em punir-nos pelos nossos pecados, mas, sobretudo, porque ele é gracioso e misericordioso em nos receber na base do nosso arrependimento. Até mesmo na ira Deus se lembra da sua misericórdia (Habacuque 3.2).

Ele também é “tardio em irar”. A misericórdia de Deus triunfa sobre sua ira sempre que seu povo se volta para ele com o coração quebrantado. Deus não tem prazer na morte do ímpio (Ezequiel 33.11). Deus não quer que ninguém pereça. Ele é rico em perdoar e tem prazer na misericórdia. A porta da graça estará aberta a todos quantos o buscam em tempo oportuno de o encontrarem.

Quando Joel fala que Deus “se arrepende do mal” está usando uma figura de linguagem. Isso é uma antropopatia. E atribuir a Deus um sentimento humano. A relação de Deus com o homem é bilateral. Na verdade, o propósito de Deus permanece imutável, pois Deus é imutável. Não é Deus quem muda, mas o homem. Matthew Henry esclarece esse ponto: “Quando a Bíblia diz que Deus se arrepende do mal não quer dizer que Deus muda a sua mente; ao contrário, quando a mente do pecador é mudada, a maneira de Deus tratar com ele é mudada; então, a sentença é revertida e a maldição da lei suspensa”.

Ou seja, isso ocorre em resposta ao arrependimento humano. Observe a missão do profeta Jonas: “E começou Jonas a entrar pela cidade caminho de um dia, e pregava, e dizia: Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida. E os homens de Nínive creram em Deus, e proclamaram um jejum, e vestiram-se de panos de saco, desde o maior até ao menor... E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez” (Jonas 3.4,5 10).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
5/7/2024

FONTES:

QUEIROZ, Silas. O Deus Que Governa o Mundo e Cuida da Família – Os Ensinamentos Divinos nos livros de Rute e Ester para a Nossa Geração. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

Lopes, Hernandes Dias. Joel: o profeta do pentecostes. São Paulo: Hagnos, 2009.

Hubbard, David Allan. Joel e Amós: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1996.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico – Profetas. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

WIERSBE, Warren W. Wiersbe – Antigo Testamento – Volume I. São Paulo: Geográfica, 2009.

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD 29 DE JUNHO DE 2024 (2 Coríntios 5.8)

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD
29 DE JUNHO DE 2024
A ESPERANÇA SINCERA DE TODO CRISTÃO PEREGRINO

2 Coríntios 5.8Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor.”

 

Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo,”

Pela segunda vez no capítulo (v.6), o apóstolo se referiu à sua plena confiança em Cristo. Refletindo sobre a graça de Deus e a missão que este havia lhe confiado, o apóstolo recusava-se a desanimar: “Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos” (2 Coríntios 4:1). Na ocasião em que uma turba clamou por sua morte e ele estava “desesperado até da própria vida” (2 Coríntios 1:8), no entanto, a calma, a confiança e o ânimo do apóstolo o ajudaram a perseverar.

O verbo traduzido aqui por “temos confiança” e em 5:6, por “ter bom ânimo” está, em ambos os casos, no tempo presente. O presente grego indica que o ânimo de que Paulo precisava era uma constante em sua vida. Ele escreveu aos de Tessalônica para consolar os de pouco ânimo: “Rogamo-vos, também, irmãos, que admoesteis os desordeiros, consoleis os de pouco ânimo, sustenteis os fracos, e sejais pacientes para com todos” (1 Tessalonicensses 5.14)

Paulo assegurou seus leitores de que ele ficaria muito contente, quando chegasse a hora, de não ter de carregar o sobrepeso do corpo da carne: “Por isso estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor”.

 

“... para habitar com o Senhor.”

Na época em que escreveu 2 Coríntios, ele preferia deixar o corpo e habitar com o Senhor; mas Jesus tinha mais planos para ele nesta vida. Talvez seis anos depois de escrever esta carta aos coríntios, Paulo disse algo semelhante aos filipenses: “Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. Mas, por vossa causa, é mais necessário permanecer na carne” (Filipenses 1:23-24).

Em Cristo, Paulo encontrou ânimo para executar sua tarefa. Quando a morte viesse para o apóstolo, não seria um momento de pavor. Testemunhamos isso quando ele escreveu a Timóteo: “Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo.  Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.  Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2 Timotéo 4.6-8)

Justino Mártir, após ser preso foi questionado se entraria no céu, ele respondeu: “Não só o creio – que entrarei no céu – sei-o e disto tenho tanta certeza, que não me cabe a menor dúvida”. Assim, após estas palavras, seguiu-se a sua flagelação e decapitação no ano de 167.

Deixar este mundo significava deixar este corpo abatido e habitar com o Senhor: se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe (2 Coríntios 12.2 e 3). Quando deixarmos este corpo, estaremos presentes com o Senhor, em uma relação até mais íntima com Ele; nossa fé se tornará visão “porque assim como é o veremos” (1 João 3-2).

Somente aqueles que têm o Espírito Santo como penhor podem ter essa confiança. Aqueles que vivem sem essa garantia se desesperam na hora da morte. Na verdade, eles caminham para um lugar de trevas, e não para a cidade iluminada; caminham para um lugar de choro e ranger de dentes, e não para a festa das bodas do Cordeiro; caminham para o banimento eterno da presença de Deus, e não para o bendito lugar, onde Deus armará seu tabernáculo para sempre conosco.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
15/6/2024

FONTES:

HORTON, Stanley. I e II Coríntios – os problemas da igreja e suas soluções. 3.ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

Lopes, Hernandes Dias. 2 Coríntios: o triunfo de um homem de Deus diante das dificuldades. São Paulo: Hagnos, 2008.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_202107_03.pdf

https://santo.cancaonova.com/santo/sao-justino-um-homem-de-bem-nao-abandona-a-fe/