sexta-feira, 2 de abril de 2021

Lição 1: E deu dons aos homens - 2 trimestre de 2021.


Texto Áureo: “Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens” (Efésios 4.8).

No texto Paulo está falando a respeito do trajeto que o messias percorreu em sua ascensão aos céus, após ter voluntariamente se despido da sua glória descendo as partes mais baixas da terra. (Filipenses 2:6-9) “Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; ” No contexto imediato está esclarecido isso (Efésios 4:10) “Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas. ”

"Pelo que diz" são palavras que identificam o cumprimento de uma profecia citada pelo apóstolo das gentes (SaImo 68.18,119; 2 Coríntios 6.16). O Salmo 68 fala do triunfo de Deus, representado pela volta da arca da aliança ao seu santuário original após a derrota dos inimigos de Israel. Do mesmo modo, Jesus triunfou na batalha contra o reino do mal e, em virtude dessa vitória, recebeu dons para dar aos seus aliados. Por isso, esse salmo se aplica à vitória de Cristo no Calvário. Cristo, conquistando o seu lugar no Céu, deu dons à Igreja.

"Subindo ao alto" fala de sua subida e volta ao seio do Pai. A palavra "alto" indica a sua morada original — o Céu.  (Salmos 24:7-10) “Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória. Quem é este Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso na guerra. Levantai, ó portas, as vossas cabeças, levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória. Quem é este Rei da Glória? O Senhor dos Exércitos, ele é o Rei da Glória. (Selá.)

"... levou cativo o cativeiro". ” Que cativeiro é esse, realmente? Esse cativeiro representa os poderes que estavam sob o domínio de Satanás: o pecado, a morte e o inferno. O pecado está sob o domínio de Cristo porque Ele o quitou, livrando o homem da condenação (Romanos 3.23; 6.23). Pela aceitação da obra da cruz, o pecado não tem mais domínio sobre o crente fiel (Romanos 6.14). Jesus se fez pecado por nós (Hebreus 9.15) e cravou o pecado na cruz. A morte perdeu o domínio da sepultura porque Cristo ressuscitou poderosamente dentre os mortos. A ação da morte no crente está contida: ela só pode alcançar seu corpo material, nunca sua alma e espírito. O inferno perdeu seu domínio sobre o crente. O inferno (Hades) é a habitação de espíritos e almas das pessoas que morrem. Antes da vitória no Calvário, o inferno recebia bons e maus, justos e injustos, mas separados por um abismo. Os justos ficavam no paraíso (descanso), e os ímpios, num lugar de tormento. Mas Jesus, pela sua vitória na cruz, trasladou o paraíso para o Alto (a presença de Deus), e hoje o inferno só recebe os ímpios, porque não há mais um paraíso "nas partes mais baixas da terra". A João, na ilha de Patmos, Jesus confirmou sua vitória, proclamando: "Eu sou o primeiro e o último; e o que vivo e fui morto; mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno" (Apocalipse 1.17,18).

“...e deu dons aos homens” A palavra "dom" significa dádiva, e quando se trata de "dons de Cristo" refere-se às dádivas concedidas à Igreja, as quais a enriquecem e fortalecem a sua unidade através dos crentes. Esse direito divino de conceder "dons" representa os lauréis da vitória de Cristo e o direito pleno de Ele conceder dons à sua Igreja. Os “dons de Cristo” dizem respeito aos dons ministeriais listados no versículo 11 “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,”  Os propósitos de o Senhor concedê-los à Igreja, segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, são, em primeiro lugar, capacitar o povo de Deus para o serviço cristão; em segundo, promover o crescimento da igreja local; terceiro, desenvolver a vida espiritual dos discípulos de Jesus (4.12-16). O Senhor deu à sua Igreja ministros para servi-la com zelo e amor (1Pedro 5.2,3).

Fontes:

CABRAL, Elienai. Comentário Bíblico: Efésios. 3ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999

RENOVATO, Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais - Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.