Evidências Internas e Externas da Inspiração da Bíblia
Os cristãos ao longo dos séculos têm sido desafiados a provar sua fé, apresentar as razões em defesa desta fé (1ª Pe 3:15). Vamos então estudar as evidências que dão apoio à doutrina da inspiração bíblica.
Há dois tipos de evidências que devemos levar em conta no que diz respeito à inspiração da Bíblia:
- A que existe dentro da própria Bíblia (Interna).
- A que surge fora da Bíblia (Externa)
Abaixo estudaremos uma síntese das evidências da doutrina da inspiração:
Evidências internas da inspiração da Bíblia
1. A evidência da autoridade que se auto confirma - A Bíblia diz que Jesus ensinava com autoridade (Mc 1:22) e de modo semelhante a expressão contida no Velho Testamento “Assim diz o Senhor”, fala por si mesma. As palavras da Bíblia não precisam ser defendidas, precisam apenas ser ouvidas. Podemos comparar com um leão: a melhor maneira do leão provar sua autoridade é solta-lo da jaula onde está. Da mesma maneira, a Bíblia. Seus ensinos precisam apenas ser expostos, pois a Bíblia fala por si mesma;
2. A evidência do testemunho do Espírito Santo – Está intimamente relacionada com a autoridade da própria Bíblia. A Palavra de Deus se confirma na vida do crente pelo Espírito Santo. O mesmo Espirito Santo que moveu homens a registrar as palavras de Deus é o mesmo que nos ilumina a entender a Bíblia (1ª Co 2:14), é o mesmo Espírito Santo que afirma que a Bíblia é a Palavra de Deus (2ª Pe 1:20 e 21). Desta forma a Bíblia recebe confirmação do Espírito Santo;
3. A evidência da capacidade transformadora da Bíblia – Outra evidência interna é a capacidade que a Bíblia tem de edificar, exortar, corrigir e mudar a vida de quem a lê. Assim diz Hebreus: “A Palavra de Deus é viva e eficaz mais penetrante do espada alguma de dois gumes…” (4:12). Muitos têm sido curados pela Palavra. A evidência de que Deus deu autoridade à Bíblia está em seu poder edificante e evangelístico;
4. A evidência da unidade da Bíblia – A Bíblia foi escrita ao longo de 1500 anos, por cerca de 40 autores. É constituída de 66 livros, escritos em diversas línguas. Não pode ser mero acidente que, dado este contexto, a Bíblia apresenta o mesmo assunto: Jesus Cristo. A Bíblia afirma que existe um problema: o pecado, e uma solução: Jesus Cristo. Este único assunto unifica toda a Bíblia do Gênesis ao Apocalipse. Seria impossível que alguém tramasse um plano para escrever um livro desta natureza, pois seria como se vários autores escrevessem um capítulo da novela, sem ao menos saber o enredo todo, e no final os capítulos escritos por todos estes autores fizessem algum sentido na mesma estória! O fato de a Bíblia ter sido escrita por homens não invalida a autoridade divina e a inspiração a ela atribuída.
Evidências externas da inspiração da Bíblia
A evidência interna se baseia unicamente na experiência do crente, pois alguém que está fora do cristianismo não pode sentir o testemunho do Espírito Santo, ou ouvir a voz de Deus, exceto claro, pela última evidência, que é palpável a todos que examinam a Palavra. ë neste ponto que entra a evidência externa, pois funciona como sinais que conduzem ao “interior” da verdadeira vida cristã.
1. A evidência baseada na historicidade da Bíblia – Grande parte do conteúdo da Bíblia é história, e por isso mesmo pode ser comprovado. Nos últimos tempos os arqueólogos têm descoberto milhares de objetos que datam dos tempos do Velho Testamento, e nenhuma destas descobertas invalidou quaisquer relatos ou ensinos bíblicos. É bem verdade que nenhuma destas descobertas históricas representam evidência direta de alguma afirmação espiritual feita pela Bíblia. Porém, sua historicidade confere credibilidade às suas declarações e ensinos. Assim como disse Jesus: “Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?” (Jo 3:12);
2. A evidência do testemunho de Cristo – O testemunho de Cristo está relacionado à historicidade dos documentos do Novo Testamento. Estes documentos nos fornecem todo ensino de Cristo, que tinha autoridade para isso. Como já foi provado que Jesus realmente existiu, e um de seus ensinos foi a autoridade e inspiração divinas, logo concluímos que realmente, pelo testemunho de Cristo, a Bíblia é realmente inspirada por Deus. Se alguém realmente achar que isto é falso deverá provar que Jesus não existiu e que Jesus não tinha autoridade;
3. A evidência da Profecia – Outro testemunho externo de grande força são as profecias cumpridas que a Bíblia registra. Algumas feitas centenas de anos antes de se cumprirem, se concretizaram literalmente. A época do nascimento e morte de Jesus (Dn 9:25 e 26). Outras profecias como a da explosão da comunicação e conhecimento (Dn 12:4), a da repatriação de Israel e repovoamento da Palestina (Is 61:4), estão sendo cumpridas em nossos dias;
4. A evidência da influência da Bíblia – Nenhum outro livro no mundo, em qualquer que seja a época tem sido mais traduzido. Nenhum outro livro tem exercido tamanha influência sobre o curso dos acontecimentos. Tem influenciado governos, pessoas, entidades, pensamentos. Nenhum outro livro foi, e é objeto de tantos estudos e descobertas. É o livro mais vendido de todos os tempos. Na verdade, nenhuma outra obra religiosa exerce o papel moral que a Bíblia desempenha e nenhuma outra obra apresenta um conceito tão majestoso de Deus e de seu amor;
5. A evidência da indestrutibilidade da Bíblia – Mesmo com toda a sua influência e importância, ou então por causa disso, a Bíblia tem sido muito atacada em todos os tempos. O imperador Diocleciano tentou destruí-la, porém hoje é o livro mais impresso e vendido do mundo. Ainda hoje historiadores, psicólogos, humanistas têm tentado desautoriza-la, contradizê-la, mas a Bíblia permanece indestrutível. Na idade média era comum queimar Bíblias para que o povo comum não a lesse, mas como comprovamos de nada adiantaram e de nada adiantarão as tentativas para fazer calar o livro vivo, a Palavra de Deus. “Passarão céus e terra, mas as minhas palavras jamais passarão” (Mc 13:31);
6. A evidência vinda da integridade de seus autores humanos – Não existem razões sólidas para não considerarmos os escritores da Bíblia dignos de crédito. Uma vez que eles morreram por causa da fé que abraçaram, morreram acreditando no que haviam escrito, pois tinham dito ter recebido do próprio Deus. Como fazer para não acreditar que mais de quinhentas pessoas haviam visto a Jesus ressurreto que reivindicam a autoridade divina da Bíblia (1ª Co 15:6)? Se alguém crer que estavam todos intoxicados ou padecendo de algum surto psicótico isso viola a própria credulidade e lógica humana. O fato é que eram todos sadios, de reconhecida integridade moral e reivindicam a inspiração divina da Bíblia, não há motivos para não darmos crédito a eles. Isto constitui uma importante evidência da autoridade e inspiração divina da Bíblia. Estes argumentos podem satisfazer um incrédulo? Estes argumentos são infalíveis? Não claro que não. Pois até um filósofo amador poderia contra argumentar diante destes fatos. O leitor deve tomar sua decisão. E para aqueles que têm a tendência à indecisão, fica o lembrete do apóstolo Pedro a todos nós: “Senhor, para quem iremos nós? Só tu tens as palavras de vida eterna” (Jo. 6:68). Agora se não crermos que a Bíblia é mesmo inspirada por Deus, a quem nos dirigiremos? É nela que encontramos as palavras de vida eterna.
Fonte:
https://alexandremilhoranza.wordpress.com/2009/09/08/evidencias-da-inspiracao-da-biblia/