Filipenses 2:6 "Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,"
"Que, sendo em forma de Deus,"
O texto destaca a palavra “forma”, sugerindo ser aquilo que tem uma configuração, uma semelhança. Porém, em relação a Deus, o seu significado, de fato, refere-se à forma essencial da divindade. A forma de Deus em Jesus é inalterável, porque a sua essência pertence à divindade e é imutável.
A forma verbal da palavra “sendo” aparece em outras versões como subsistir, ou existir, ser por natureza ou pela própria constituição: “subsistia em forma de Deus”. Paulo estava se referindo ao estado de Cristo antes de vir a este mundo e assumir sua humanidade. Vários textos bíblicos comprovam a pré-existência de Cristo (João 1.1-3; 3.13; 17.5; 2 Coríntios 8.9; Colossenses 1.15-17; Hebreus 1.1-3).
Esta “forma de Deus” pressupõe sua deidade, existindo ou subsistindo, original e eternamente como Deus. Ele subsiste eternamente em forma de Deus e, temporariamente, assumiu a “forma de servo” (Filipenses 2.7).
"... não teve por usurpação ser igual a Deus,"
Quando Jesus estava na terra, não se apegou às prerrogativas da divindade para vencer o Diabo, mas fez-se semelhante aos homens. Como homem, tinha certa limitação em tempo e espaço e, portanto, submisso ao Pai. Eis a razão de Ele ter dito em João 14.28: ‘O Pai é maior do que eu” (p. 49).
Em sua encarnação, Jesus conservou todos os seus atributos. Ele não abandonou seu direito de divindade, mas não usou completamente seus atributos de divindade enquanto “filho do homem”. Cristo era, e ainda é, igual a Deus, o Pai, não no sentido de ser a mesma pessoa, mas o de ter a mesma natureza e a mesma glória (João 17.5).
O texto diz que “ele não julgou como usurpação ser igual a Deus”. Significa que Ele não considerou a sua igualdade divina com o Pai como algo que quisesse reter para si. Ele não agiu egoisticamente, pensando apenas em si mesmo. Ele preferiu esvaziar-se de sua glória divina para assumir a natureza humana a fim de salvar a todos.
Os religiosos radicais de Jerusalém procuravam matar Jesus porque Ele se identificou como “sendo igual a Deus”. Ao seu discípulo Filipe, Jesus afirmou a sua igualdade ao Pai (João 14.9-11). Jesus é chamado Deus em vários textos, como: João 1.1; 20.28; Hebreus 1.8; Tito 2.13; Apocalipse 21.7.
DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
1/4/2025
FONTES:
SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.
CABRAL, Elienai. Filipenses - A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.
SOARES, Esequias. Cristologia: a doutrina de Jesus Cristo. 1. ed. São Paulo: Hagnos, 2008