João 8:14 “Respondeu Jesus, e disse-lhes: Ainda que eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho é verdadeiro, porque sei de onde vim, e para onde vou; mas vós não sabeis de onde venho, nem para onde vou. “
“Respondeu Jesus, e disse-lhes: “
Após Jesus afirmar: “Eu sou a luz do mundo”. Os fariseus lhe disseram: “Tu testificas de ti mesmo; o teu testemunho não é verdadeiro” (João 8:13). A princípio, parece que os fariseus estavam corretos em sua forma de pensar. Ou seja, parece que aqui o argumento deles tem base.
A Mishná prescrevia: “Ninguém pode dar testemunho de si mesmo”. Jesus reconheceu a veracidade disso em suas próprias palavras em João 5:31: “Se eu testifico a respeito de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro”. De acordo com a lei determinava-se a verdade com base em duas ou três testemunhas (Deuteronômio 17:6; 19:15).
Quando Jesus afirma a respeito de si mesmo: “eu sou a luz do mundo", tal afirmação não é feita necessariamente sem base. Uma evidência dada sim em um tribunal deve sim ser confirmada por mais de uma pessoa, mas o Filho do Pai sempre fala devido à autoridade conferida pelo Pai. Apesar de, pela letra formal da lei, seu testemunho não poder ser aceito porque parece que ele fala por si mesmo, na verdade ele sempre recebe apoio do Pai e por isso deve ser admitido e aceito.
Ainda que eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho é verdadeiro, porque sei de onde vim, e para onde vou; mas vós não sabeis de onde venho, nem para onde vou. “
Quando Jesus respondeu dizendo: Ainda que eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho é verdadeiro, ele não está contradizendo o que havia dito em João 5:31. Embora Jesus tivesse citado várias testemunhas em seu favor em 5:31–47, agora ele estava “mudando o argumento baseado na legalidade abstrata para o princípio de sua competência pessoal”. Mais tarde, em ele mostraria que estava de acordo com os requisitos da lei: “E na vossa lei está também escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro. Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai que me enviou” (João 8:17,18)
Nesta ocasião, Jesus demonstrou que a objeção dos fariseus era injustificada por três razões. Primeiramente, Jesus afirmou que sua origem e destino divinos justificavam que ele desse testemunho de si mesmo: porque sei donde vim e para onde vou; mas vós não sabeis donde venho, nem para onde vou.
O conhecimento de Jesus sobre si mesmo era perfeito; ele sabia que tinha vindo do Pai e voltaria para sua destra, enquanto os fariseus não. Para os fariseus, ele é, na melhor das hipóteses, um “mestre vindo da parte de Deus” (João 3.2), sem o direito de falar em seu próprio nome. Eles não sabiam sua verdadeira origem e meta; e podiam julgar somente “segundo a carne” a aparência externa (João 7.24) - o que resultava em um juízo enganoso.
Porém, sendo Jesus a própria essência da Divindade tinha todo o direito de testificar a respeito de Si mesmo. Visto que os fariseus nada sabiam da origem ou do destino de Jesus, negarem seu testemunho era assim inútil.
DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
27/4/25
FONTES:
CABRAL, Elienai. E o Verbo se fez Carne – Jesus sob o olhar do apóstolo do amor. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.
http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_202201_02.pdf
BRUCE, F. F. João introdução e comentário. São Paulo: Mundo Cristão, 1987.
