Filemom 1 “Paulo, prisioneiro de Jesus Cristo,
e o irmão Timóteo, ao amado Filemom, nosso cooperador,”
“Paulo,”
O autor da Carta Paulo possuía dois nomes por ter dupla cidadania “Todavia Saulo, que também se chama Paulo...” (Atos 13:9). Era judeu de sangue, da Tribo de Benjamim, pertencia a seita dos fariseus, seita mais rigorosa do judaísmo (Filipenses 3.5). Foi criado aos pés do rabino Gamaliel, membro da escola de Hilel, grupo mais liberal em contraste a escola de Shamai (Atos 5:34-39). Apesar da cidadania romana poder ser comprada por dinheiro (Atos 22.8) Paulo era romano de nascimento, por ser natural de Tarso, na Cilícia (Atos 22.3), seu direito de cidadão romano fui usado por ele ao menos três vezes no livro de Atos (Atos 16:37; Atos 22:25; Atos 25:11).
Sua primeira menção na bíblia está em (Atos 7.58), onde ele testemunhou o martírio de Estevão e consentiu na sua morte (Atos 8.1). Ele afirma que pelo
seu zelo no judaísmo, perseguiu a igreja (Atos 8.3), isso o tornou sanguinário
(Atos 9.1). Pediu permissão ao Sumo sacerdote de
Jerusalém para perseguir a igreja fora dos termos de Israel (Atos 9.2), em
especial a cidade de Damasco na Síria. Quando estava a caminho do seu alvo teve
uma visão de Cristo no caminho de Damasco (Atos 9.4-6). E a partir daí dizia-se: “Aquele
que já nos perseguiu anuncia agora a fé que antes destruía” (Gálatas 1:23).
Sua cultura advinha de três mundos distintos: judaico, grego
e romano. Os antagonistas da sua teologia afirmam que Paulo foi influenciado
fortemente pela cultura grega, mas, na verdade, os fundamentos da teologia
judaica foram à base para a teologia cristã, da qual Paulo foi o principal
construtor. Em termos de liderança, Paulo se tornou o apóstolo mais influente.
Ele teve a coragem de aceitar o desafio da missão evangelizadora para os
gentios: “Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu
nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel” (Atos 9:15),
tanto que ficou conhecido como o “apóstolo dos gentios” (Atos 9.15) e “apóstolo
da incircuncisão” ao contrário de Pedro que era conhecido como “o
apóstolo da circuncisão” (Gálatas 2:7) . Nas suas cartas, por ser o
“apóstolo dos gentios” ele se identificava sempre pelo seu nome romano (Paulo).
“Prisioneiro de Jesus
Cristo,”
Apesar de estar preso devido às falsas acusações dos judeus
de Jerusalém e de cumprir prisão domiciliar pelas leis do império romano, Paulo
não os responsabiliza afinal ele escreve aos efésios: “porque não temos que
lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as
potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes
espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Efésios 6:12).
O apóstolo João também foi deixado em cativeiro em Patmos
pelo império romano, mas diz: “Eu, João, que também sou vosso irmão, e
companheiro na aflição, e no reino, e paciência de Jesus Cristo, estava na ilha
chamada Patmos, por causa da palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo”
(Apocalipse 1:9). Paulo não é prisioneiro de homens, ele se encontra preso pela
vontade de Jesus Cristo: “Portanto, não te envergonhes do testemunho de
nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro seu; antes participa das aflições
do evangelho segundo o poder de Deus” (2 Timóteo 1:8).
Ao identificar-se dessa maneira (2
Timóteo 1:8; Efésios 4:1; Efésios 6:20), Paulo queria mostrar dois lados da
mesma situação. No sentido real, ele estava preso em Roma. Por outro lado, essa
prisão lhe dava a oportunidade de tornar-se prisioneiro de Cristo, pois ali
poderia prestar-lhe um serviço que talvez não fizesse melhor se estivesse fora
da prisão de Roma. Então, a expressão "prisioneiro de Jesus Cristo"
tem um sentido literal e outro metafórico. Ao invés de lamentar o fato de estar
preso, ele inverte o seu significado e torna sua prisão uma forma de servir
melhor ao Senhor. Ele é nesta epistola um prisioneiro que intercede por um
escravo a Filemom.
“E o irmão Timóteo,”
Timóteo é coautor da Carta. Ao mencionar Timóteo, o apóstolo
Paulo demonstra a importância do companheirismo de Timóteo. Percebe-se que este
foi alguém muito especial nas atividades de formação e fortalecimento das
igrejas. Ele foi um companheiro de viagem de Paulo a partir da segunda viagem
missionária: “E chegou a Derbe e Listra. E eis que estava ali um certo
discípulo por nome Timóteo, filho de uma judia que era crente, mas de pai
grego; Do qual davam bom testemunho os irmãos que estavam em Listra e em
Icônio. Paulo quis que este fosse com ele” (Atos 16:1-3) e demonstrou em
todo o tempo lealdade, fidelidade aos princípios do evangelho e participante
nas aflições pelo nome de Cristo: “[...] Timóteo, que é meu filho amado, e
fiel no Senhor, o qual vos lembrará os meus caminhos em Cristo, como por toda a
parte ensino em cada igreja” (1 Coríntios 4:17).
Paulo o preparou para ser um autêntico pastor como de fato foi em Éfeso. Timóteo estava com Paulo em sua
primeira prisão, ele acompanha Paulo como remetente da carta assim como também nas
cartas de filipenses, colossenses, todas cartas da prisão. Paulo não gozava de
boa saúde e tinha dificuldades com a visão exigindo o auxílio constante para
escrever os seus pensamentos.
“Ao amado Filemom, nosso cooperador,”
Fimemon
é o destinatário da carta conhecido por nós unicamente por esta epístola que
leva o seu nome, Filemom era um dono de escravos, em especial do escravo que
foi o motivo desta carta, Onésimo. Não era o único senhor de escravos na cidade
de Colossos: “Vós, senhores, fazei o que for de justiça e equidade a vossos
servos, sabendo que também tendes um Senhor nos céus” (Colossenses 4:1).
Havia
provavelmente se tornado cristão através do ministério de Paulo em Éfeso “de
tal maneira que todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor
Jesus, assim judeus como gregos” (Atos 19:10). Ele era membro da igreja em
Colossos e era um homem rico (sediava uma igreja em sua casa).
Paulo
descreveu-o com palavras afetuosas: “amado irmão” (v. 1), “irmão” (vv. 7, 20) e
“companheiro” (v. 17). Paulo pretendia visitar lhe quando saísse da prisão e
pedia sua hospitalidade (v. 22). Filemom foi chamado também de “cooperador” de Paulo
no reino de Deus (v. 1). Esta expressão aparece novamente no versículo 24,
descrevendo Epafras, Marcos, Aristarco, Demas e Lucas. O uso do termo indica
que Paulo considerava Filemom um colega de trabalho na missão de Deus.
DEIVY FERREIRA PANIAGO
JUNIOR
Bibliografia:
CABRAL, Elienai. Filipenses - a humildade de Cristo como exemplo para a Igreja. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.
LOPES,
Hernandes dias. Paulo, o maior líder do cristianismo. São Paulo, SP: Hagnos,
2014.
SWINDOLL, Charles R. Paulo: Um
homem de coragem e graça /tradução: Neyd Siqueira. São Paulo: M undo Cristão,
2003.
http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201401_04.pdf