quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Filemom 9

Filemom 9 “Todavia, peço-te, antes, por amor, sendo eu tal como sou, Paulo, o velho e também agora prisioneiro de Jesus Cristo.”

 

“Todavia, peço-te, antes, por amor, ”

Após ter lembrado Filemom que possuía autoridade sobre ele o apóstolo Paulo começa enfim o seu pedido. Ele pediria pousada (v. 22), pois planeja conhecer enfim a Cidade de Colossos e a igreja na casa de Filemom. Mas inicia seu pedido intercedendo por outrem: “Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros” (Filipenses 2.4).

Essa carta pessoal é praticamente um testemunho do apóstolo Paulo, prova que ele não amava de língua, mas por obra e em verdade (1 João 3.18). Lembremo-nos de que Paulo é o apóstolo que tem a ousadia de escrever: “Porque vós mesmos sabeis como convém imitar-nos, pois que não nos houvemos desordenadamente entre vós” (2 Tessalonicenses 3.7). Deus permite que esse testemunho do apóstolo chegue até nós.

Emn nome do amor reflete um aspecto do comportamento de Filemom que Paulo já havia aprovado (vv. 5, 7). O amor é a ética central da fé cristã e a característica que melhor o define (Mateus 22:37–40; Joao 13:34, 35; 1 Coríntios 13). O amor, não a imposição pela ordem, era a base do apelo de Paulo a Filemom. Markus Barth e Helmut Blanke sugeriram que esta parte do versículo 9 “poderia servir de título de todo o livro de Filemom".

Outra motivação do apóstolo dever ser sua consciência, pois sabia que poderia fazer algo em favor de Onésimo: “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado” (Tiago 4:17). Na Dieta de Worms Lutero disse: “Minha consciência é cativa à Palavra de Deus. Ir contra a minha consciência não é correto nem seguro. Aqui permaneço eu. Não há nada mais que eu possa fazer. Que Deus me ajude. Amém.” Paulo da mesma maneira não consegue negar sua consciência, deixar de falar o que é necessário. Mesmo que não seja fácil para Filemom, afinal como disseram Pedro e João: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5:29).

 

“Sendo eu tal como sou, Paulo, o velho”

Agora Paulo lembra a Filemom da sua longa jornada da fé e da sua maturidade: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino” (1 Coríntios 13:11). O apóstolo como Josué está entrado em dias, mas ainda há muita terra para conquistar (Josué 13.1). A expressão “Paulo, o velho” permitiu ao apóstolo, em seus mais de cinqüenta e possivelmente sessenta e poucos anos de idade, apresentar-se como uma figura simpática e amável, sem ser piegas.

 

“E também agora prisioneiro de Jesus Cristo.”

Prisioneiro de Cristo Jesus é exatamente a mesma expressão usada no versículo 1  para apresentar o apóstolo preso (Ver Comentário). A autoridade com que Paulo agiu nesta situação decorria principalmente de sua experiência, idade, amor e sofrimento: “Por esta causa eu, Paulo, sou o prisioneiro de Jesus Cristo por vós, os gentios” (Efésios 3:1).

 

Bibliografia:

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201401_07.pdf

Filemom 8

Filemom 8 “Pelo que, ainda que tenha em Cristo grande confiança para te mandar o que te convém,”

 

“Pelo que, ainda que tenha em Cristo grande confiança para te mandar o que te convém,”

Até o momento nem o nome de Onésimo (v. 10) nem a natureza específica do pedido de Paulo (v. 17) são mencionados. Ainda que tenha em Cristo grande confiança exibe o delicado equilíbrio entre a força dos argumentos de Paulo e o tom respeitoso de seu apelo. Paulo tinha autoridade apostólica, mas ele não se valeria disso nesta ocasião. “Grande confiança” era uma suave alusão a essa realidade.

Cristo é a base para todos os relacionamentos envolvidos na carta. Cristo era a nova realidade (Gálatas 3:28; 2 Coríntios 5:17). Na visão do mundo, Filemom estava bem acima de Paulo, pois era rico e não estava preso: “O rico domina sobre os pobres e o que toma emprestado é servo do que empresta” (Provérbios 22:7). Todavia, essas distinções já não importavam em Cristo: “Onde não há grego, nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo, e em todos” Colossenses 3:11). A proposta de Paulo não era conduzida por falta de liberdade ou confiança, mas estava profundamente enraizada em sua certeza em Cristo Jesus.

Para te mandar traduz o verbo grego que significa “dar ordem com autoridade”. Foi a palavra usada por Jesus quando Ele mandou um espírito mau sair de um jovem (Marcos 9:25). Os discípulos usaram a mesma palavra quando se admiraram da capacidade do Senhor de expelir tais espíritos (Marcos 1:27) e de acalmar a tempestade no mar (Lucas 8:25).

Convém observar que Paulo não usou este termo em nenhuma de suas cartas exceto nesta, onde ele se recusou a ordenar ou mandar Filemom fazer o que ele disse. Paulo era sempre muito direto em suas instruções, mas parece que nesta situação ele teve o cuidado de não parecer rude. Ou “mandão”.

Em vez de abordar Filemom como um pai a um filho, um chefe a um empregado, ou um senhor a um escravo, Paulo optou por escrever de irmão para irmão. O que convém é uma expressão que hoje equivale a “o que é certo”. Paulo estava dando a Filemom razão e motivos suficientes para fazer o que deveria ser feito no caso de Onésimo. A execução dos detalhes era algo que Filemom faria a seu modo.

A influência, e não o poder é o segredo da liderança cristã. Qual é a diferença? O poder coage os outros, forçando-os a fazer o que desejamos queiram eles fazer ou não. A influência respeita os direitos de escolha dos outros, e deixa claro que eles têm a liberdade de decidir sozinhos. Paulo apresenta diversos argumentos fortes, que deixam muito claro o que ele pensava que Filemom deveria fazer.

Ele exerceu um tipo de pressão que apenas um amigo íntimo, cujo amor é bem conhecido, se sentiria à vontade para exercer. Na verdade, Paulo estava confiante de que Filemom responderia como um cristão. Como é maravilhoso quando podemos ter a confiança de que os nossos amados farão o que é certo! Apesar de ter autoridade sobre Filemom, Paulo prefere persuadi-lo ao invés de mandar.

O líder Cristão não pode se satisfizer com uma obediência de má vontade. O objetivo do líder não é exigir conformidade, mas sim encorajar o comprometimento: “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho. E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa da glória“ (1 Pedro 5:2-4).

Nosso Senhor Jesus também agiu dessa maneira quando disse aos discípulos: Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer (João 15:15).Assim também como o Deus Pai havia agido com Abraão: “E disse o Senhor: Ocultarei eu a Abraão o que faço” (Gênesis 18:17) E esse mesmo Abraão foi chamado amigo de Deus: E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus“ (Tiago 2:23).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR

Bibliografia:

CABRAL, Elienai.Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. Rio de Janeiro: CPAD,2005.

Gonçalves, José. Maravilhosa Graça. Rio de Janeiro: CPAD

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201401_07.pdf

Filemom 7

Filemom 7 “Tive grande gozo e consolação do teu amor, porque por ti, ó irmão, o coração dos santos foi reanimado ”.

 

“Tive grande gozo e consolação do teu Amor ”

Paulo expressa sua alegria pelo conhecimento do amor de Filemom que chegou até ele na sua prisão domiciliar. O bem que ele fez e continua fazendo é motivo de muita alegria e consolo para o apóstolo e para os outros, que, por esse motivo, deseja que ele continue a prosperar cada vez mais em bons frutos, para a honra de Deus e a confiança da religião cristã. “Porque a administração deste serviço, não só supre as necessidades dos santos, mas também é abundante em muitas graças, que se dão a Deus. Visto como, na prova desta administração, glorificam a Deus pela submissão, que confessais quanto ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade de vossos dons para com eles, e para com todos” (2 Coríntios 9.12-13).

“Alegria” é um fruto do Espírito Santo (Gálatas 5:22) e uma indicação da Sua presença na vida de uma pessoa. Quando Paulo se lembrava de Filemom, ele certamente sorria. “Conforto” é outro termo vívido e positivo que Paulo aplicou a Filemom. A palavra grega que ele usou também pode ser traduzida por “consolação” e envolve a “elevação do espírito do outro”. Paulo indicou que ele era um cristão mais forte e mais feliz porque Filemom era seu “colaborador” (v. 1). A alegria e o conforto vieram do amor de Filemom. Dois versículos adiante, Paulo recorreu a esse mesmo amor em favor de Onésimo (v. 9).

 

“...porque por ti, ó irmão, o coração dos santos foi reanimado. ”

Não sabemos de que modo específico Filemom demonstrou seu amor; entretanto, em comparação com outras passagens onde o verbo “reanimar” é encontrado (1 Coríntios 16.18), podemos observar a sugestão de que suas atitudes estariam relacionadas ao ministério de encorajamento: “Por isso fomos consolados pela vossa consolação, e muito mais nos alegramos pela alegria de Tito, porque o seu espírito foi recreado por vós todos” (2 Coríntios 7:13).

Como conseqüência, o conhecimento desta expressão do amor de Filemom (v. 5,7) pelos colossenses proporcionou que “o coração dos santos foi reanimado”, fato que impulsionou Paulo a apelar a Filemom por uma demonstração adicional daquela mesma generosidade de espírito (v.20).

“Os santos” era uma expressão favorita de Paulo quando falava de cristãos. A idéia de “santos” no Novo Testamento não é de heróis especiais da fé, mas do que Deus fez de todos os cristãos por meio do sangue de Jesus (Romanos 1:7; 16:15).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR

Bibliografia:

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Volume 6 - Atos a Apocalipse. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201401_06.pdf

Filemom 6

Filemom 6 "Para que a comunicação da tua fé seja eficaz, no conhecimento de todo o bem que em vós há, por Cristo Jesus."

 

“Para que a comunicação da tua fé seja eficaz, ”

Para que a comunicação (comunhão) da vossa fé seja eficaz. Calvino confessou ser esta cláusula um tanto obscura, mas tentou elucidá-la para que seus leitores venham a apreender a intenção de Paulo. Primeiramente devemos descobrir que o apóstolo não está dando prosseguimento ao seu enaltecimento à pessoa de Filemom, mas está explicando o que pedira para ele, ao fazer menção dele em suas orações (v.4).

Então, o que ele pediu? Que sua fé, convertendo-se em boas obras, por si só provasse ser genuína e frutífera. Ele a qualifica como “a comunhão de tua fé”, visto que a fé não permanece inativa e escondida, mas se manifesta aos homens através de seus frutos. Pois ainda que a fé tenha sua residência secreta nos recessos do coração, ela se comunica com os homens através das boas obras.

Ele deseja que a fé de Filemom se comprovasse eficaz por seus efeitos, e isso sucede quando as pessoas entre as quais vivemos conhecem nossa vida piedosa e santa. Daí ele falar de todo o bem que há em vós, porque tudo o que existe de bom em nós revela nossa fé. Por isso essa comunicação glorifica a Cristo Jesus: “Para que o nome de nosso Senhor Jesus Cristo seja em vós glorificado, e vós nele, segundo a graça de nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo” (2 Tessalonicenses 1:12).

 

“No conhecimento de todo o bem que em vós há, por Cristo Jesus. ”

O apóstolo ora para que os frutos da fé e do amor de Filemom possam ser cada vez mais evidentes, de tal forma que a comunicação deles possa constranger outros ao conhecimento de todo bem que estavam nele e na sua casa em relação a Cristo Jesus; para que “...resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras” e possam ser encorajados a imitá-las, e “[...] glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus” (Mateus 5.16).

Boas obras devem ser realizadas, não por vanglória,para serem vistas, mas para a glória de Deus e para o bem das pessoas.Aquele que anda em trevas não pode comunicar suas obras porque diante da luz elas serão reprovadas (João 3:20), mas os regenerados pelo espírito não têm do que se envergonhar: “Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus” (João 3:21).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR 

Bibliografia:

CALVINO, João. CALVINO, João. Pastorais ; Subtítulo: Série Comentários Bíblicos ; Autor(es):, João Calvino ; Ano de Edição: 2022.

HENRY, Matthew. Comentário bíblico Matthew Henry. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

Filemom 5

Filemom 5 “Ouvindo o teu amor e a fé que tens para com o Senhor Jesus Cristo e para com todos os santos;”

 

Na carta, o apóstolo diz ter ouvido acerca “do amor e da fé que tens para com o Senhor Jesus” e “com todos os santos”, ouvido provavelmente de Epafras que é ministro da igreja e estava com ele na ocasião: “Como aprendestes de Epafras, nosso amado conservo, que para vós é um fiel ministro de Cristo, O qual nos declarou também o vosso amor no Espírito” (Colossenses 1:7,8). Ele havia dado graça pelo mesmo motivo aos santos de Éfeso: “Por isso, ouvindo eu também a fé que entre vós há no Senhor Jesus, e o vosso amor para com todos os santos” (Efésios 1:15).

 


“A fé que tens para com o Senhor Jesus Cristo”

Diz-se que a fé é para com Cristo, pois é a ele que ela especialmente contempla. É só através dele que Deus o Pai pode ser conhecido: “Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Colossenses 2:9), quando Felipe quis contemplar o Pai recebeu de Cristo essa resposta: “Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” (João 14:9). É somente em Cristo que podem ser encontradas todas as bênçãos que a fé produz: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Efésios 1:3).



“Amor para com todos os santos”

O apóstolo, porém, não limita o amor aos santos, como se negasse que ele deva ser também demonstrado a outros. O ensino do amor consiste em que não devemos desprezar nossa própria carne, mas devemos tratar com honra a imagem divina gravada em nossa natureza humana, e assim o amor tem de incluir toda a raça humana. Visto, porém, que aqueles que fazem parte da família da fé estão necessariamente ligados a nós por um laço muito mais estreito, e visto que Deus os recomenda especialmente a nós, é justo que ocupem o primeiro lugar em nosso coração: “Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé” (Gálatas 6:10). O amor pelos santos precisa incluir o amor a Deus. Aqueles que amam os santos, como tais, amam todos os santos, independentemente de quão frágeis sejam na graça, de quão desprezíveis sejam no mundo ou de quão obstinados e impertinentes alguns deles sejam.

 


Duas virtudes inseparáveis

O enaltecimento que ele tributa a Filemom inclui resumidamente toda a perfeição de um homem cristão. Fé em Cristo e amor pelos santos estarão ligados a todas as outras virtudes cristãs. Esse duplo conjunto de virtudes cristãs eram patrimônio espiritual de Filemom. Aliás, parece que eram comuns aos cristãos nos primórdios da Igreja (1 Coríntios 13.13).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR 

Bibliografia:

CALVINO, João. Pastorais ; Subtítulo: Série Comentários Bíblicos ; Autor(es):, João Calvino ; Ano de Edição: 202

RENOVATO, Elinaldo. Colossenses – a perseverança da igreja na palavra nesses dias difíceis e trabalhosos. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

Filemom 4

Filemom 4 “Graças dou ao meu Deus, lembrando-me sempre de ti nas minhas orações,”



“Graças dou ao meu Deus”

Dou graças ao meu Deus é a fórmula padrão de Paulo começar esta seção de suas cartas (Romanos 1:8; 1 Coríntios 1:4; Filipenses 1:3). Paulo cumpre a vontade de Deus que a ele mesmo foi revelada em 1 Tessalonicenses 5:18: “Em tudo daí graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”. Mistério também escrito a igreja de Colossos: “E, sobre tudo isto, revestivos de amor, que é o vínculo da perfeição. E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; “e sede agradecidos” (Colossenses 3:14,15). Ele dá graças a Deus pela obra que Cristo iniciou na vida de Filemom o chamando-o das trevas para a sua maravilhosa luz (1 Pedro 2:19).

O aspecto pessoal desta carta se torna imediatamente aparente no princípio da oração, já que todos os pronomes e verbos estão no singular. Pode ser comparada a esta, a oração paralela em Colossenses 1.3, onde todos os pronomes e os verbos correspondentes estão no plural: “Graças damos a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, orando sempre por vós. Porém, o motivo para a ação de graças de Paulo na carta pessoal é idêntico ao que foi expresso na carta congregacional, consistindo na fé dos discípulos no Senhor Jesus e em seu amor.

 

“Lembrando-me sempre de ti nas minhas orações,”

O apóstolo notificou Filemom que orava sempre por ele. Um dos segredos do sucesso de um obreiro é sua vida de oração. Diz um conhecido provérbio: “Muita oração, muito poder; pouca oração, pouco poder; nenhuma oração, nenhum poder”. Há obreiros que pregam muito, falam muito, mas oram pouco pela igreja. Pior: pouco oram com a igreja local. O resultado já é conhecido: igrejas frias, sem graça, sem unção, sem poder. Para compensar, há aqueles que pagam altos cachês a “artistas famosos” e “vendilhões de louvor”, que se dizem evangélicos, para “encher a casa”.

Mas Paulo orava sempre pelos irmãos como um Pastor atencioso e diz a Filemom que ele está sempre presente em suas orações. O apóstolo escreveu a Timóteo que devemos orar por todos os homens: “Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens; Pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade; Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador” (1 Timóteo 2:1-3), e aos efésios acrescenta que principalmente aos do nosso credo: “Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos” (Efésios 6:18.).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR

Bibliografia:

RENOVATO, Elinaldo. Colossenses – a perseverança da igreja na palavra nesses dias difíceis e trabalhosos. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

Filemom 3

Filemom 3 “Graça a vós e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo.”



“Graça a vós e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo.”

Essa forma de saudação ou cumprimento é idêntica àquelas encontradas na maioria das cartas de Paulo (Romanos 1.7; 1 Coríntios 1.3; 2 Coríntios 1.2; Gálatas 1.3; Efésios 1.2; Filipenses 1.2; 2 Tessalonicenses 1.2). O apóstolo Pedro cumprimenta os dispersos em sua epístola de forma semelhante: “Graça e paz vos sejam multiplicadas” (1 Pedro 1:2), e João em Apocalipse cumprimenta as igrejas da Ásia menor de uma forma mais eloquente incluindo aqui as três pessoas da Trindade: “Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono; E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele glória e poder para todo o sempre. Amém” (Apocalipse 1:4-6).

A frase busca invocar todas as bênçãos associadas à antiga e à nova aliança na comunidade da fé, reunida em Colossos. O termo “paz” recorda a bênção de Arão em Números 6.26, enquanto “graça” se tomou a palavra escolhida por Paulo para expressar a extensão do amoroso favor de Deus para com seu povo através de Cristo. Paulo sempre quis o melhor para seus convertidos, individual e coletivamente. Também lhes desejava as mesmas bênçãos que havia experimentado em seu encontro com Deus, através de Cristo. Deste modo, até dentro da estrutura bastante previsível de uma abertura epistolar, Paulo é um exemplo do cuidado e do generoso amor pastoral.

Apesar de ser a saudação preferida de alguns apóstolos, não devemos considerar como ela uma fórmula oficial para todas as igrejas. Entre os judeus, a principal palavra usada para saudação é "Shalom" ("Paz"). Desejar "Shalom" a alguém implicava uma bênção (2 Samuel 15.27). Aos setenta discípulos comissionados, o Senhor Jesus ordenou que partissem de dois em dois a todas as cidades e lugares. Ao chegarem a uma casa, eles deveriam dizer: "Paz seja nesta casa". Se ali estivesse um filho da paz, sobre este a paz repousaria; caso contrário, a paz voltaria aos discípulos (Lucas 10.1-6; Mateus 10.12,13).

"Paz seja convosco" foram as palavras de saudação de Jesus aos seus discípulos em seu primeiro encontro após a ressurreição (João 20.19). Tiago, em sua carta universal, cita apenas a palavra "Saúde" como saudação (Tiago 1.1). A mesma usada em Atos 15.23, sendo esta provavelmente a saudação popular romana (Atos 23.26).Entre os cristãos primitivos, era costume as palavras de saudação serem acompanhadas pelo ósculo santo ou mais claramente beijo na face (Romanos 16.16). 

A Igreja Primitiva tinha uma saudação especial que os crentes só usavam entre si, conforme registrado em 1 Coríntios 16.22: a palavra "Maranata! “Essa palavra é constituída de três termos aramaicos: "Mar", ("Senhor"), “Ana” ("nosso"), e "Tha" ("vem"), significando, assim, "Vem, nosso Senhor!", o que ressalta a bendita esperança da Volta do Senhor Jesus. 



DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR

Bibliografia:

ARAÚJOIsael de AraújoDicionário do movimento pentecostal. Rio de Janeiro, CPAD, 2007

Jornal Mensageiro da Paz, janeiro de 2011.

https://novavidaemamor.blogspot.com/2022/02/a-paz-do-senhor-saudacao-crista-mais.html

Filemom 2

Filemom 2 “E à nossa irmã Áfia, e a Arquipo, nosso companheiro, e à igreja que está em tua casa.”

 

“E à nossa irmã Áfia”

Áfia e a Arquipo também são destinatários desta epístola. Áfia era um nome feminino comum no oeste da Ásia Menor, conforme mostram muitas inscrições arqueológicas. Era provavelmente a esposa de Filemom. Sendo assim, a carta não foi dirigida somente para ele, mas também para sua esposa. Isso mostra que, ao contrário de outras religiões, a Bíblia também presta honras às mulheres no que se refere à fé cristã. Por isso lemos em (Gálatas 3.28) “Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus”.

De acordo com os costumes daquela época a esposa era encarregada da supervisão dos escravos: Assim, ela tinha as funções da casa sob suas ordens: “Levanta-se, mesmo à noite, para dar de comer aos da casa, e distribuir a tarefa das servas” (Provérbios 31:15).E por isso era muito importante que ela soubesse o que Paulo tinha a dizer acerca de Onésimo.

 

“E a Arquipo, nosso companheiro, “

Mencionado duas vezes no Novo Testamento Arquipo já havia sido admoestado por Paulo: “E dizei a Arquipo: Atenta para o ministério que recebeste no Senhor, para que o cumpras” (Colossenses 4:17). O ponto de vista tradicional considera que Áfia é esposa enquanto que seria Arquipo, filho de Filemom.

É possivel que Arquipo tenha assumido o pastorado igreja de colossos durante a ausência de Epafras, provável fundador da igreja, que estava preso com Paulo em Roma (v. 23). Afinal Paulo o chama de companheiro e reconhece seu ministério. Lightfoottem tem uma opinião diferente sobre o ministério de Arquipo, acreditando que Arquipo tenha servido como ministro na igreja de Laodicéia, pensa em Arquipo como sendo uma pessoa indiferente, como mais tarde toda a igreja de Laodicéia se tomou (Apocalipse 3.14).

Sobre a admoestação de Paulo a Arquipo sobre seu ministério Mathew Henry faz três observações: (1) O ministério que recebemos é uma grande honra; porque foi recebido no Senhor, pela sua designação e ordem. (2) aqueles que receberam o ministério devem cumpri-lo. Aquele que fizer a obra do Senhor fraudulentamente trairá sua confiança e terá uma prestação de contas lamentável no fim. (3) os membros devem lembrar seus ministros do seu dever e encorajá-los a realizá-lo.

 

“E à igreja que está em tua casa.“

Além destes Paulo também destina a carta à igreja que está em sua casa, que provavelmente é a igreja de Colossos (Colossenses 4:9; 4:17). Era costume, e às vezes se tornava necessidade, que as igrejas locais se reunissem na casa de um dos membros: “Saudai aos irmãos que estão em Laodicéia e a Ninfa e à igreja que está em sua casa” (Colossenses 4:15). Na epistola de Colossenses temos mais informações sobre essa igreja:

(1) Epafras era ministro dela: “Como aprendestes de Epafras, nosso amado conservo, que para vós é um fiel ministro de Cristo” (Colossenses 1:7).

(2) Paulo nunca havia estado antes nesta igreja: “Porque quero que saibais quão grande combate tenho por vós, e pelos que estão em Laodicéia, e por quantos não viram o meu rosto em carne” (Colossenses 2:1). O evangelho cristão foi introduzido em Colossos durante o ministério de Paulo baseado em Éfeso. Segundo Atos 19.10, Paulo exerceu um ministério de pregação na cidade capital da Ásia proconsular com o resultado que “todos os habitantes da Ásia ouviram a palavra do Senhor, tanto judeus como gregos”.

(3) A epístola foi enviada através de Tíquico e Onésimo: “Tíquico, irmão amado e fiel ministro, e conservo no Senhor, vos fará saber o meu estado; O qual vos enviei para o mesmo fim, para que saiba do vosso estado e console os vossos corações; Juntamente com Onésimo, amado e fiel irmão, que é dos vossos; eles vos farão saber tudo o que por aqui se passa” (Colossenses 4:7-9).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR

Bibliografia:

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico – Atos a Apocalipse. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

RENOVATO, Elinaldo. Colossenses – a perseverança da igreja na palavra nesses dias difíceis e trabalhosos. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.

https://estiloadoracao.com/quem-foi-filemom/

https://www.chamada.com.br/meditacoes/filemom/mae_do_lar.html

Filemom 1

Filemom 1 “Paulo, prisioneiro de Jesus Cristo, e o irmão Timóteo, ao amado Filemom, nosso cooperador,”

 

“Paulo,”

O autor da Carta Paulo possuía dois nomes por ter dupla cidadania “Todavia Saulo, que também se chama Paulo...” (Atos 13:9). Era judeu de sangue, da Tribo de Benjamim, pertencia a seita dos fariseus, seita mais rigorosa do judaísmo (Filipenses 3.5). Foi criado aos pés do rabino Gamaliel, membro da escola de Hilel, grupo mais liberal em contraste a escola de Shamai (Atos 5:34-39). Apesar da cidadania romana poder ser comprada por dinheiro (Atos 22.8) Paulo era romano de nascimento, por ser natural de Tarso, na Cilícia (Atos 22.3), seu direito de cidadão romano fui usado por ele ao menos três vezes no livro de Atos (Atos 16:37; Atos 22:25; Atos 25:11).

Sua primeira menção na bíblia está em (Atos 7.58), onde ele testemunhou o martírio de Estevão e consentiu na sua morte (Atos 8.1). Ele afirma que pelo seu zelo no judaísmo, perseguiu a igreja (Atos 8.3), isso o tornou sanguinário (Atos 9.1).  Pediu permissão ao Sumo sacerdote de Jerusalém para perseguir a igreja fora dos termos de Israel (Atos 9.2), em especial a cidade de Damasco na Síria. Quando estava a caminho do seu alvo teve uma visão de Cristo no caminho de Damasco (Atos 9.4-6). E a partir daí dizia-se: “Aquele que já nos perseguiu anuncia agora a fé que antes destruía” (Gálatas 1:23).

Sua cultura advinha de três mundos distintos: judaico, grego e romano. Os antagonistas da sua teologia afirmam que Paulo foi influenciado fortemente pela cultura grega, mas, na verdade, os fundamentos da teologia judaica foram à base para a teologia cristã, da qual Paulo foi o principal construtor. Em termos de liderança, Paulo se tornou o apóstolo mais influente. Ele teve a coragem de aceitar o desafio da missão evangelizadora para os gentios: “Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel” (Atos 9:15), tanto que ficou conhecido como o “apóstolo dos gentios” (Atos 9.15) e “apóstolo da incircuncisão” ao contrário de Pedro que era conhecido como “o apóstolo da circuncisão” (Gálatas 2:7) . Nas suas cartas, por ser o “apóstolo dos gentios” ele se identificava sempre pelo seu nome romano (Paulo).

 

“Prisioneiro de Jesus Cristo,”

Apesar de estar preso devido às falsas acusações dos judeus de Jerusalém e de cumprir prisão domiciliar pelas leis do império romano, Paulo não os responsabiliza afinal ele escreve aos efésios: “porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Efésios 6:12).

O apóstolo João também foi deixado em cativeiro em Patmos pelo império romano, mas diz: “Eu, João, que também sou vosso irmão, e companheiro na aflição, e no reino, e paciência de Jesus Cristo, estava na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo” (Apocalipse 1:9). Paulo não é prisioneiro de homens, ele se encontra preso pela vontade de Jesus Cristo: “Portanto, não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro seu; antes participa das aflições do evangelho segundo o poder de Deus” (2 Timóteo 1:8).

Ao identificar-se dessa maneira (2 Timóteo 1:8; Efésios 4:1; Efésios 6:20), Paulo queria mostrar dois lados da mesma situação. No sentido real, ele estava preso em Roma. Por outro lado, essa prisão lhe dava a oportunidade de tornar-se prisioneiro de Cristo, pois ali poderia prestar-lhe um serviço que talvez não fizesse melhor se estivesse fora da prisão de Roma. Então, a expressão "prisioneiro de Jesus Cristo" tem um sentido literal e outro metafórico. Ao invés de lamentar o fato de estar preso, ele inverte o seu significado e torna sua prisão uma forma de servir melhor ao Senhor. Ele é nesta epistola um prisioneiro que intercede por um escravo a Filemom.

 

“E o irmão Timóteo,”

Timóteo é coautor da Carta. Ao mencionar Timóteo, o apóstolo Paulo demonstra a importância do companheirismo de Timóteo. Percebe-se que este foi alguém muito especial nas atividades de formação e fortalecimento das igrejas. Ele foi um companheiro de viagem de Paulo a partir da segunda viagem missionária: “E chegou a Derbe e Listra. E eis que estava ali um certo discípulo por nome Timóteo, filho de uma judia que era crente, mas de pai grego; Do qual davam bom testemunho os irmãos que estavam em Listra e em Icônio. Paulo quis que este fosse com ele” (Atos 16:1-3) e demonstrou em todo o tempo lealdade, fidelidade aos princípios do evangelho e participante nas aflições pelo nome de Cristo: “[...] Timóteo, que é meu filho amado, e fiel no Senhor, o qual vos lembrará os meus caminhos em Cristo, como por toda a parte ensino em cada igreja” (1 Coríntios 4:17).

Paulo o preparou para ser um autêntico pastor como de fato foi em Éfeso. Timóteo estava com Paulo em sua primeira prisão, ele acompanha Paulo como remetente da carta assim como também nas cartas de filipenses, colossenses, todas cartas da prisão. Paulo não gozava de boa saúde e tinha dificuldades com a visão exigindo o auxílio constante para escrever os seus pensamentos.

 

“Ao amado Filemom, nosso cooperador,”

Fimemon é o destinatário da carta conhecido por nós unicamente por esta epístola que leva o seu nome, Filemom era um dono de escravos, em especial do escravo que foi o motivo desta carta, Onésimo. Não era o único senhor de escravos na cidade de Colossos: “Vós, senhores, fazei o que for de justiça e equidade a vossos servos, sabendo que também tendes um Senhor nos céus” (Colossenses 4:1).

Havia provavelmente se tornado cristão através do ministério de Paulo em Éfeso “de tal maneira que todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus, assim judeus como gregos” (Atos 19:10). Ele era membro da igreja em Colossos e era um homem rico (sediava uma igreja em sua casa).

Paulo descreveu-o com palavras afetuosas: “amado irmão” (v. 1), “irmão” (vv. 7, 20) e “companheiro” (v. 17). Paulo pretendia visitar lhe quando saísse da prisão e pedia sua hospitalidade (v. 22). Filemom foi chamado também de “cooperador” de Paulo no reino de Deus (v. 1). Esta expressão aparece novamente no versículo 24, descrevendo Epafras, Marcos, Aristarco, Demas e Lucas. O uso do termo indica que Paulo considerava Filemom um colega de trabalho na missão de Deus.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR

Bibliografia:

CABRAL, Elienai. Filipenses - a humildade de Cristo como exemplo para a Igreja. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.

LOPES, Hernandes dias. Paulo, o maior líder do cristianismo. São Paulo, SP: Hagnos, 2014.

SWINDOLL, Charles R. Paulo: Um homem de coragem e graça /tradução: Neyd Siqueira. São Paulo: M undo Cristão, 2003.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201401_04.pdf

Filipenses 2:1

Filipenses 2:1 “Portanto, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões,”

 

“Portanto, se há algum conforto em Cristo,”

Embora este seja o início de um novo capítulo do livro, nesse trecho, Paulo estava continuando a exposição sobre como os filipenses deviam viver. A palavra “portanto” liga a primeira parte do capítulo 2 com a última parte do capítulo 1. Em 1:27–30, Paulo admoestou seus leitores a permanecerem firmes e não se intimidarem com seus adversários. Agora, nos versículos introdutórios do capítulo 2, ele enfatizou que um fator chave para permanecer inabalável e destemido é a estabilidade e a força adquiridas da comunhão com outros cristãos. Para serem o que deveriam ser, precisavam estar unidos.

A palavra “se” geralmente introduz uma condição e implica que o que vem a seguir pode ou não acontecer. Paulo não usou a palavra nesse sentido aqui. Em vez disso, ele a usou como parte de uma expressão retórica inspirada para enfatizar verdades específicas. Não seria um desserviço ao texto substituirmos a palavra “se” por “uma vez que”.

O termo grego paraklesis no Novo Testamento é traduzido por alguns vocábulos como “conforto”, “consolo” ou “exortação”. A palavra “conforto”, como está na ARC, aparece também na ARA como “exortação”, e ambas dão a ideia de encorajamento ou apoio nas lutas da vida (At 9.31). A NTLH diz: “Por estarem unidos com Cristo, vocês são fortes”.

 

”... se alguma consolação de amor,”

A base do consolo em Cristo é o amor. Sem amor é impossível absorver o consolo espiritual, porque o amor de Cristo constrange e move a nossa vida, como o próprio apóstolo estava convencido disso ao declarar aos coríntios: “Porque o amor de Cristo nos constrange” (2 Coríntios 5.14). A NTLH diz: “o amor dele [de Cristo] os anima”. Deus nos amou o suficiente para mandar o Seu Filho (João 3:16) e Ele continua demonstrando o Seu amor dia após dia (Romanos 8:39).

 

“... se alguma comunhão no Espírito,

O princípio que unifica a igreja é a comunhão do Espírito no corpo de Cristo, a sua Igreja. Por outro lado, estava indicando que a presença do Espírito na vida interior de cada crente é um fato consumado na experiência cristã. Por isso, com a ajuda do Espírito, podemos superar todas aquelas atitudes que roubam a humildade e o relacionamento sadio com todos os irmãos. A comunhão no Espírito anula o individualismo e cria uma nova vida em comum no seio da igreja. A mutualidade e a cooperação entre todos são elementos vitais que a comunhão no Espírito produz.

 

“... se alguns entranháveis afetos e compaixões,”

No texto da ARA está assim: “se há entranhados afetos e misericórdias”, indicando que se tratava de um forte e caloroso amor, especialmente aquele amor demonstrado pelos filipenses ao apóstolo. Havia uma relação de afeto da parte da igreja de Filipos por Paulo e pela sua situação como preso em Roma, por isso, preocupavam-se com ele em sua prisão. E Paulo, reciprocamente, demonstra o mesmo amor e afeto pelos filipenses e todas as igrejas da Macedônia.

A palavra “afetos” no grego significa “piedade ou simpatia, solidariedade”. Esses termos definem as palavras: afeto, entranhas, graça, misericórdia. “Entranha” sugere a sede da vida emocional. No capítulo 1.8, Paulo fala de seu amor pelos filipenses: “Porque Deus me é testemunha das saudades que de todos vós tenho, em entranhável afeição de Jesus Cristo”. Ao referir-se ao amor de Cristo, Paulo fazia uma conexão desse amor para com Ele e para com os filipenses. Esse amor é algo palpável e sentido. Não é nada platônico, intocável, teórico. E entranhável pelo Espírito Santo.

A palavra “compaixões” aparece em outras versões como “misericórdias”, cujo sentido se trata daquele sentimento que descreve a emoção e a sensibilidade para com os necessitados. A compaixão deveria guardar aos cristãos da desunião.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
13/11/2025

FONTES:

QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito – A restauração integral do ser humano para chegar a estatura completa de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201012_07.pdf

CABRAL, Elienai. Filipenses - A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.

2 Samuel 13:1

N2 Samuel 13:1 “E aconteceu depois disto que, tendo Absalão, filho de Davi, uma irmã formosa, cujo nome era Tamar, Amnom, filho de Davi, amou-a.”

 

“E aconteceu depois disto que, tendo Absalão, filho de Davi, uma irmã formosa, cujo nome era Tamar,”

O capítulo 12 nos narra alguns acontecimentos de anos da vida de Davi. Entre eles a repreensão do profeta Natã a Davi, por seu pecado contra Urias, o heteu. Posteriormente a morte da criança concebida do adultério com Bate-Seba,  o nascimento de Salomão, fruto desse mesmo relacionamento e termina com a conquista das cidades dos filhos de Amom. Especialmente Rabá.

Depois de Joabe ter pelejado um tempo contra Rabá, ele antes do triunfo chamou o rei Davi para conquistar a cidade. Davi colocou a coroa do rei, que pesava um talento de ouro sobre a sua cabeça e da cidade levou grandes despojos. O fim do capítulo 12 termina com a afirmação: “assim fez a todas as cidades dos filhos de Amom; e voltou Davi e todo o povo para Jerusalém” (2 Samuel 12:31).

Depois desta coisas o texto nos narra que Absalão, o terceiro filho de Davi, nascido de Maaca, filha de Talmai, rei de Gesur, em Hebrom (2 Samuel 3.2,3. 1 Crônicas 3.1,2) tinha uma irmã muito formosa. Seu nome era Tamar, ela era também filha de Maaca.

 

“... Amnom, filho de Davi, amou-a.”

Davi tinha muitas esposas e muitos filhos e filhas, que eram inumeráveis meio-irmãos. Amnom era o filho mais velho de Davi, sua mãe chamava-se Ainoã, também nascido em Hebrom (2 Samuel 3.2).

Tamar era, sem dúvida, uma moça muita bonita. A beleza feminina às vezes é capaz de  enlouquer certos homens. A beleza de Tamar  encantou a Amnon, seu meio-irmão. Amnom ficou “louco e doente”, com a beleza de Tamaar, e logo caiu em fatalidade. O texto diz que ele “amou-a”. Ela a amou, mas não de maneira honrada, para fazer dela sua esposa, mas de maneira concupiscente. “Quis fazer dela uma prostituta, não uma esposa".

A lei proibia relações sexuais entre meio-irmãos: “A nudez da tua irmã, filha de teu pai, ou filha de tua mãe, nascida em casa, ou nascida fora de casa, a sua nudez não descobrirás” (Levítico 18.9). Mesmo assim Amnom se permitiu desejar a sua própria irmã. Loucura foi a palavra que Tamar usou para descrever o ato de Amnom: “Não, meu irmão, não me forces, porque não se faz assim em Israel; não faças tal loucura” (v.12), mas Amnom não sabia a extensão dos danos que aquela loucura traria. O próprio Amnom seria executado por seu irmão Absalão. Sua loucura o esmagou e iniciou um período de desintegração da família real.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
13/11/2025

FONTES:

QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito – A restauração integral do ser humano para chegar a estatura completa de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.

PFEIFFER, Charles F.; REA, VOS, Howard F.; REA, John.Dicionário Bíblico Wycliffe. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. 

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. São Paulo: Hagnos, 2001.

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD 13 DE NOVEMBRO DE 2025 (Efésios 3:20)

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD
13 DE NOVEMBRO DE 2025
DEUS FAZ ALÉM DAQUILO QUE PEDIMOS OU PENSAMOS

Efésios 3:20 “Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera,”

 

“Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos,”

Pensando no poder disponível aos efésios para tornarem conhecido o propósito de Deus, Paulo redigiu uma doxologia a Deus. O versículo fala do Deus “que é poderoso”, uma expressão encontrada também em Romanos 16:25: “Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério que desde tempos eternos esteve oculto”. Poderoso traduz o verbo grego (dunamai) e significa “ser capaz, ter poder, por conta da própria habilidade”. A força de Deus vem dEle mesmo.

O poder de Deus é observado em todo o Livro de Efésios. Em sua primeira oração aos efésios (1:19), Paulo pediu que eles conhecessem “qual a incomparável grandeza do Seu poder para conosco, os que cremos” (NVI). Entre essa oração e a oração essa doxologia, Paulo mostrou como Deus demonstrou Seu poder ressuscitando e exaltando a Cristo, fazendo o mesmo por crentes que estavam espiritualmente mortos, incluindo gentios em sua obra de salvação, criando, na igreja.

A expressão “fazer infinitamente mais do que” é literalmente “acima de todas as coisas, fazer excessivamente mais”; Deus tem poder para realizar muito mais do que pedimos ou pensamos. Eis o que Paulo afirmou: Deus tem poder para fazer o que podemos deixar de pedir, mas que pensamos; Ele tem poder para fazer tudo o que pedimos ou pensamos; Ele tem poder para fazer abundantemente mais do que pedimos ou pensamos; Ele tem poder para fazer infinitamente muito mais do que pedimos ou pensamos.

Salomão quando teve chance pediu a Deus sabedoria. Deus lhe deu muito mais: “Porquanto houve isto no teu coração, e não pediste riquezas, bens, ou honra, nem a morte dos que te odeiam, nem tampouco pediste muitos dias de vida, mas pediste para ti sabedoria e conhecimento, para poderes julgar a meu povo, sobre o qual te constituí rei, Sabedoria e conhecimento te são dados; e te darei riquezas, bens e honra, quais não teve nenhum rei antes de ti, e nem depois de ti haverá” (2 Crônicas 1:11,12).

Foi revelado a Simeão que ele não morreria antes de ver o Cristo do Senhor. Simeão não apenas viu, mas o tomou nos braços e louvou: “Ele, então, o tomou em seus braços, e louvou a Deus, e disse: Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, segundo a tua palavra; Pois já os meus olhos viram a tua salvação, A qual tu preparaste perante a face de todos os povos; Luz para iluminar as nações, e para glória de teu povo Israel” (Lucas 2:28-32).

 

 

“... segundo o poder que em nós opera,”

Que poder é esse? Este poder de Deus que está além do que podemos imaginar é o que agora “opera em [dentro de] nós”. Não é poder intelectual ou físico, nem poder moral. É o poder do Espírito Santo que opera a partir da obra de regeneração prometido por Cristo a seus seguidore: “ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lucas 24:49).

É o poder que nos coloca acima dos poderes de Satanás, do mundo e do pecado. É o poder para testemunhar de Cristo: ”Mas recebereis o poder do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra” (Atos 1.8). É o poder que nos torna capazes de alcançar a plenitude de Deus.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
09/11/2025

FONTES:

QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito – A restauração integral do ser humano para chegar a estatura completa de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201306_08.pdf

Cabral, Elienai. Comentário Bíblico: Efésios - 3a Ed. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1999.