LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD
31 DE OUTUBRO DE 2025
ORAÇÃO É REMÉDIO PARA A ALMA AMARGURADA
1 Samuel 1:10 “Ela, pois, com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou abundantemente.”
“Ela, pois, com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou abundantemente.”
Perseguida por Penina e esmagada em seu próprio coração, por causa de sua esterilidade, Ana estava à beira da histeria e, em um ataque de choro, misturava suas orações com sua imensa amargura, implorando a Yahweh que revertesse a triste condição de esposa sem filhos. Mas, mesmo diante de toda essa situação, Ana não deixava de ir à Siló festejar e adorar ao Senhor. Ainda que carregasse o estigma de estéril, ela estava ali.
Ela estava à porta do Tabernáculo, onde Deus tinha prometido encontrar-se com seu povo, conhecida como a Casa de oração. Ela tinha acabado de oferecer sua oferta pacífica, para obter o favor de Deus como sinal de sua comunhão com Ele; e, diante do consolo de ter sido aceita por Ele. Ela percebe que era chegado um adequado momento de derramar suas orações, afinal: “... a alegria do Senhor é a nossa força” (Neemias 8:10).
Ela diminuiu o peso da aflição e preocupação presente no seu espírito ao permitir que um novo estímulo enchesse o coração com seu sentimento piedoso na oração: com amargura de alma, orou ao SENHOR. Deveríamos agir da mesma forma diante de aflições. Elas deveriam tornar-nos mais fervorosos na oração a Deus. Nosso abençoado Salvador, posto em agonia, orava mais intensamente (Lucas 22.44).
No sentido bíblico, a amargura é descrita como um sentimento de tristeza (Jó 10.1), um tipo de ressentimento (Romanos 3.14). A amargura, caso não seja logo tratada, pode representar um risco fatal, pois, quando alguém é dominado por ela, os resultados são desastrosos, já que passa a estar contaminada pelo sentimento de rancor, ódio; seu coração fica envenenado, de modo que não pode produzir nada de bom.
Quando o escritor aos Hebreus diz que em nós não deve haver raiz de amargura (Hebreus 12.15), possivelmente ele tinha consciência do que esse mal pode causar, pois pessoas amarguradas são como viventes mortos, como soda cáustica; têm no seu interior feridas incuráveis, as quais resultaram de traumas da vida, de amor não correspondido, de tratamento ignorante, de abusos, de violência.
Ana era como todo humano: tinha suas vulnerabilidades, porém, sabia onde deveria colocar seus ressentimentos, suas amarguras — perante o Senhor. Ele não deixou que esse sentimento a corroesse por dentro. Ela sabia que tudo poderia ser resolvido através dEle, por isso o texto diz: “[...] orou ao Senhor e chorou abundantemente”.
O endereço certo para derramarmos nossas lágrimas, nossos gemidos e gritos é aos pés de Deus, pois somente Ele entende o que é de fato a amargura de alma. Todos nós podemos correr o risco de estar amargurados, mas não podemos deixar que isso nos domine, pois o que deve permear o nosso ser é o fruto do Espírito (Gálatas 5.22).
Sua oração foi regada com muitas lágrimas. Não era uma oração seca. Ela chorou abundantemente. Como um verdadeiro israelita, ela chorou, e lhe suplicou, de olho na misericórdia terna do nosso Deus, que conhece nossa alma inquieta. A oração vinha do coração, como as lágrimas vinham dos olhos: “...a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” (Salmos 51:17).
DEIVY FERREIRA
PANIAGO JUNIOR
28/10/2025
FONTES:
QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito – A restauração integral do ser humano para chegar a estatura completa de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico – Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. São Paulo: Hagnos, 2001.
GOMES, Osiel. O governo divino em mãos humanas – Liderança do povo de Deus em 1º e 2º Samuel. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.
