sábado, 13 de janeiro de 2024

Ezequiel 8.6

Ezequiel 8.6 “E disse-me: Filho do homem, vês tu o que eles estão fazendo? As grandes abominações que a casa de Israel faz aqui, para que me afaste do meu santuário? Mas verás ainda maiores abominações. ” 


“E disse-me: Filho do homem, vês tu o que eles estão fazendo? “ 

No verso 5 Deus disse a Ezequiel: “Filho do homem, olhe para o norte. Olhei para lá, e eis que do lado norte, junto ao portão do altar, na entrada, estava essa imagem dos ciúmes. O portão do altar ficava do lado oposto do altar do sacrifício”. Essa imagem de ciúmes é um ressentimento em ver o que é seu sendo dado a outro e evidencia a ira de Javé pela ofensa que a presença do ídolo de uma divindade pagã (Deuteronômio 4.16-18), provavelmente Aserá, representava nos recintos do templo (5.13; 16.38, 42; 36.6; 38.19). A orientação divina ao profeta é observar o mau comportamento da casa de Israel para servir como testemunha. (8.17) “Você está vendo, filho do homem? Será que é pouca coisa para a casa de Judá o fato de fazerem as abominações que fazem aqui, para que ainda encham de violência a terra e tornem a irritar-me?...”


“As grandes abominações que a casa de Israel faz aqui, para que me afaste do meu santuário? “

A palavra hebraica traduzida por “abominação” é toʿevah, usada sobretudo no contexto das práticas repugnantes dos cananeus ou algo que ferisse a pureza de Javé (Levítico 18.30; Deuteronômio 7.26;). A idolatria com as abominações subsequentes é um atentado contra a santidade de Deus e não pode ficar impune. É importante entender que Deus é soberano e tem o direito de aplicar o juízo da maneira que quiser, mas o castigo divino é proporcional à gravidade do pecado e não faz nada que contrarie a sua natureza. A expressão “casa de Israel” é usada em Ezequiel para designar os judeus que estavam em Jerusalém (4.3), para os judeus do exílio (4.13) e para os sobreviventes da destruição de cidade (5.4). O nome Israel aparece 180 vezes no livro de Ezequiel, e Judá aparece 15 vezes; “ancião de Judá” e “anciãos de Israel” aparecem como termos alternativos (8.1; 14.1; 20.1), e “casa de Israel” (em 8.6, 10- 12) é substituída por “casa de Judá” (8.17). Por causa das grandes abominações, Deus anuncia que se afastará do templo, e consequentemente, de Jerusalém. (8.18) “…ainda que gritem aos meus ouvidos em alta voz, nem assim os ouvirei. ”


“ Mas verás ainda maiores abominações. ” 

Deus alerta o Profeta de que ele verá transgressões piores pela frente. A estrutura de frases de como Deus se dirige ao Profeta se repete, com algumas variações, para mostrar as abominações (vv. 6, 12-13, 15, 17), revelando práticas cada vez mais ofensivas. As abominações do templo eram ofensivas demais; assim, diante dessa situação, só resta o juízo divino. Todo esse ritual às falsas divindades revela a apostasia generalizada. Todo o sistema estava corrompido, não havia outro remédio a não ser a destruição do templo e da cidade (2 Crônicas 36.16). O Deus “compassivo e misericordioso, grande em misericórdia e fidelidade” (Êxodo 34.6) não seria mais tardio em irar-se, Ele não mais teria piedade nem pouparia as pessoas que estavam cometendo terríveis ofensas.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
12/10/2022

Fontes:

SOARES, Esequias e Daniele. A Justiça Divina – A preparação do povo de Deus para os últimos dias no Livro de Ezequiel. Rio de Janeiro: CPAD 2022.

 

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