(Texto áureo) “Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério” (II Timóteo 4.5).
“Mas tu sê sóbrio em tudo” Em sua terceira viagem
missionária Paulo deixa Timóteo em Éfeso, e depois parte para a Macedônia.
Encarrega Timóteo de advertir aqueles que ali estivessem e não pregassem e
mesma doutrina (1 Timóteo 4:12) e de também consagrar presbíteros e diáconos para
servirem as igrejas locais por eles. Com essa missão sobre os ombros Timóteo é
exortado na segunda carta que recebe de Paulo a “ser sóbrio em tudo”. Para que
sóbrio, ele conseguisse ser o “exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no
amor, no espírito, na fé, na pureza. ” (1 Timóteo 4:12). Tito recebe semelhante
instrução: “Em tudo te dá por exemplo de boas obras; na doutrina mostra
incorrupção, gravidade, sinceridade, ” (Tito 2:7). Sobriedade é uma questão de
temperança, equilíbrio emocional. Pedro também usa desse argumento: “Sede
sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando
como leão, buscando a quem possa tragar; “ (1 Pedro 5:8). Observe que quem não
é sóbrio é um alvo buscado pelo nosso adversário. Sendo assim, devemos concluir
que Deus condena qualquer tipo de vício “não ser dado ao vinho”. Por mais que
não haja mandamentos de proibição de bebida forte na NT para as massas, no AT há
para sacerdotes: “E falou o Senhor a Arão, dizendo: Não bebereis vinho nem
bebida forte, nem tu nem teus filhos contigo, quando entrardes na tenda da
congregação, para que não morrais; estatuto perpétuo será isso entre as vossas
gerações;” (Levítico 10:8,9) e também reis: “Não é próprio dos reis, ó Lemuel
(palavras de sua mãe), não é próprio dos reis beber vinho, nem dos príncipes o
desejar bebida forte; Para que bebendo, se esqueçam da lei, e pervertam o
direito de todos os aflitos”. (Provérbios 31:4,5), no NT, porém, assumimos
essas posições diante de Deus: “E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu
Pai; a ele glória e poder para todo o sempre. Amém. ” (Apocalipse 1:6).
“Sofre as aflições” Na contramão do que se prega em muitos
púlpitos. Paulo não ensina a Timóteo a rejeitar ou não aceitar as aflições
porque Cristo já sofreu por ele. Mas, orienta a enfrenta-las “porque a nossa
leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui
excelente” (2 Coríntios 4:17). Timóteo receberá duplicada essa mesma orientação:
“Tu pois, sofre as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo. ” (II Timóteo
2:3). Ananias recebeu de Deus uma mensagem sobre Paulo “Vai, porque este é para
mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e
dos filhos de Israel. E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome. ”
(Atos 9:15,16). Paulo haveria de padecer pelo Nome de Cristo. Antes de você
pensar que essa era uma mensagem particular ao apóstolo, observe o que ele
prega no retorno as regiões da Frigia e Galácia: “Confirmando os ânimos dos
discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações
nos importa entrar no reino de Deus. ”(Atos 14:22). Não se pode ignorar que
neste mundo possuímos e ainda possuiremos aflições, porém, devemos ser
confiantes afinal: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo
tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo. ” (João 16:33).
Tenhamos bom animo aquele que venceu o mundo está conosco.
“Faze a obra de um evangelista” Não sabemos exatamente qual
seria o dom ministerial de Timóteo, podemos deduzir, porém por eliminação, que
seria Presbítero, Evangelista ou Pastor, afinal ele estava em Éfeso para
consagrar bispos e diáconos. Sendo assim ele possuía a autoridade de ser ao menos
Presbítero: “Ora, sem contradição alguma, o menor é abençoado pelo maior. ”
(Hebreus 7:7). O escritor Abraão de Almeida relaciona os cinco dons ministeriais
de Efésios 4:11 com os dedos das mãos. Nessa analogia o polegar representa o
apostolo, pois é o dedo mais habilidoso e fundamental; o indicador representa o
profeta, pois ele que indica a vontade de Deus; o médio representa o
Evangelista, o maior de todos; a anelar representa o pastor, compromissado com
a igreja local, o dedo da aliança; por último o dedo mínimo representa o doutor
ou mestre, especialista em detalhes, apto para extrair profundezas da Palavra
de Deus. Considere então o maior de
todos, o evangelista, por que maior de todos?
Porque independente de possuir qualquer dom ministerial, todo cristão é
convocado por Cristo para evangelizar. Jesus Cristo, o nosso sumo sacerdote e
sumo pastor evangelizou enquanto esteve entre nós: “O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que
me ungiu para evangelizar os pobres...” (Lucas 4:18); “E, vindo, ele
evangelizou a paz, a vós que estáveis longe, e aos que estavam perto; ” (Efésios
2:17). Não importa qual seja a nossa chamada ou habilidade natural, todos devemos
fazer a obra de um evangelista.
Fontes:
RENOVATO, Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais -
Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro: CPAD,
2014.
RENOVATO, Elinaldo. As ordenanças de Cristo nas cartas
pastorais. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.
ALMEIDA, Abraão de. O tabernáculo e a igreja – Entrando com
ousadia no santuário de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 1985.
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