(Texto áureo) “De
modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: [...] se é
ensinar, haja dedicação ao ensino” (Romanos 12.6,7).
“De modo que, tendo diferentes dons” Além do Espírito Santo
conceder dons segundo sua própria vontade para o que for útil, Cristo não deixa
sua igreja órfã, mas concede os dons ministeriais buscando sempre o
aperfeiçoamento dos santos. Partindo da
premissa de que a igreja é o corpo de Cristo Paulo esclarece que cada membro
individualmente possui dons diferentes segundo a medida de fé que Deus repartiu
a cada um. “Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como
quis. E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Assim, pois, há
muitos membros, mas um corpo. E o olho não pode dizer à mão: Não tenho
necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós. ”
(1 Coríntios 12:18-21). Deus repartiu esses dons de maneira que todos precisem
uns dons outros como uma comunidade que possui profissionais variados. A igreja
deve possui diversidade de dons.
“Segundo a graça que nos é dada”
Os dons são distribuídos segundo a graça de Deus e não segundo vontade humana.
Simão, o mago tentou comprar por dinheiro: “E Simão, vendo que pela imposição
das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro,
Dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as
mãos receba o Espírito Santo ” (Atos 8:18,19). Simão foi asperamente
repreendido pelo apóstolo Pedro: Mas disse-lhe Pedro: “O teu dinheiro seja
contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro.
Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto
diante de Deus” (Atos 8:20,21). Paulo recebeu seu apostolado segundo a medida
do dom de Cristo: “Do qual fui feito ministro, pelo dom da graça de Deus, que
me foi dado segundo a operação do seu poder” (Efésios 3:7). E também nos
recebemos dons segundo a própria medida estabelecida por Cristo: “Mas a graça
foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo” (Efésios 4:7), a
fim de que Cristo seja glorificado através dos dons e não a figura humana que
não possuía méritos para alcança-los, mas somente o favor imerecido de Deus.
“Se é ensinar, haja dedicação ao ensino” A atividade
primordial do mestre, doutor ou ensinador é cuidar do ensino fundamentado da
Palavra de Deus. É tão importante que a Bíblia requer que haja dedicação ao
exercício desse dom. Talvez seja uma das grandes falhas em muitos ministérios,
nas igrejas, a falta de dedicação ao ensino. Há pessoas que querem ensinar sem
o mínimo preparo para essa atividade. Nos tempos pós-modernos, mais do que
nunca, existe a necessidade de bons ensinadores. Há questionamentos e problemas
que não havia há alguns anos. E muitos pastores não estão preparados para dar
respostas adequadas ao rebanho. O avanço das ciências, das tecnologias, as
questões da bioética, as mudanças rápidas no comportamento social provocam
questões que exigem, não só o conhecimento bíblico e teológico, mas também
secular. O mestre, doutor ou ensinador precisa ter o cuidado de não se
considerar superior ao pastor ou dirigente de uma congregação, pelo fato de ter
mais conhecimento que a média dos obreiros. Humildade, modéstia, sabedoria e
equilíbrio são qualidades indispensáveis aos que são dotados por Deus de mais
capacidade para se dedicarem ao ensino: Mais cuidado ainda, deve ter o mestre,
pois deles será requerido mais, como diz Tiago: “Meus irmãos, muitos de vós não
sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo” (Tiago 3.1).
DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
22/05/2021
Fontes:
RENOVATO, Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais -
Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro: CPAD,
2014.
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