(Texto Áureo) “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus. ” (Mateus 5.20)
“Porque vos digo que, “ No verso 19 Jesus faz menção implicitamente
aos escribas e fariseus na afirmação: “Qualquer, pois, que violar um destes
mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens”. Os escribas eram
os professores mais admirados da lei, e os fariseus os seus mestres mais
celebrados, e ambos se assentavam na cadeira de Moisés (Mateus 23.2). Quando Jesus
começa a esclarecer sobre a sua posição concernente a lei de Moisés está dando
uma resposta a eles que o consideravam um liberal, não conservador. Porém Jesus
afirma: “...em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um
jota ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido” (Mateus 5:18).
Logo, a Lei e os Profetas, longe de serem abolidos, têm sua continuidade
vigente levando em conta o cumprimento em Jesus. Os preceitos detalhados do
Antigo Testamento podem ser suplantados, porque tudo o que é profético tem de
ser, em algum sentido, provisório. Ao mesmo tempo, porém, tudo o que é
profético encontra sua continuidade legítima na feliz chegada do que foi profetizado.
Após a referência implícita aos fariseus ele se dirige diretamente fazendo uma
afirmação que iria choca-los.
“...se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, “. Esta
era um a estranha doutrina para aqueles que consideravam os escribas e fariseus
como tendo chegado à posição mais elevada na religião. Os escribas e os
fariseus tinham tal reputação entre o povo, que eram considerados como
completamente adaptáveis à lei e as pessoas não se consideravam obrigadas a ser
tão boas quanto eles eram. Portanto, foi uma grande surpresa para eles ouvir
que deviam ser melhores do que os fariseus e os escribas. A justiça dos
“escribas e fariseus” permitia que eles cultivassem sentimentos perversos
dentro de seus corações enquanto observavam as cerimônias e rituais religiosos
exteriores. Esta era uma corrupção absurda da lei de Deus. Os discípulos de
Jesus não tinham que concluir que, por causa dos muitos rituais exteriores que
realizavam, estavam livres de se preocupar com os pensamentos íntimos. Mais
tarde, Jesus diria aos escribas e fariseus que não adiantava nada limparem os
cálices ou os pratos por fora, se deixavam a imundície por dentro (Mateus 23:26).
Acima de tudo, que a sua justiça exceda a deles em pureza e espiritualidade.
Qual a mais estrita forma de religião? É a mais perfeita justiça exterior? Vá
mais alto e mais fundo que tudo isso. Que a sua religião seja a religião do
coração. Seja pobre em espírito. Seja pequeno, humilde e simples aos seus
próprios olhos. Fique maravilhado e humilhado porque o amor de Deus foi dado a
você em Cristo Jesus, seu Senhor. Seja sério. Que toda a sua corrente de
pensamentos, obras e palavras flua da mais profunda convicção de que você está
à beira de um grande abismo. Você e todas as outras pessoas estão prestes a
cair. Você cairá ou na glória eterna ou no fogo eterno. Seja humilde. Que a sua
alma seja repleta de humildade, bondade, paciência e longanimidade para com
todos. Ao mesmo tempo, que tudo o que está em você tenha sede de Deus. Anseie
pelo Deus vivo. Anseie por sua semelhança e deleite- -se nisso. Ame a Deus e a
toda a humanidade. Nesse espírito, faça e sofra todas as coisas. Assim você
excederá a justiça dos escribas e fariseus. E será então chamado grande no
Reino dos céus
“...de modo nenhum
entrareis no Reino dos céus. ” A posição dentro do reino depende da
obediência aos mandamentos de Jesus; mas isso não é de surpreender, quando
lembramos a tremenda ênfase que o Sermão do Monte dá à obediência a Jesus (Mateus
7.21-23) ou o refrão que Jesus repete: “Mas eu lhes digo...” (veja Mateus
5.20,22,26,28,32,34,39,44). O Antigo Testamento apontava para o Messias e o
reino que ele inauguraria. Jesus, afirmando cumprir essa previsão do Antigo
Testamento, apresenta o reino a seus seguidores. Ao fazer isso, ele ressalta a
obediência e a justiça excelente, sem as quais ninguém pode entrar no reino. É
importante notar que as palavras finais de Jesus no Evangelho de Mateus
enfatizam novamente a obediência: os crentes têm de fazer discípulos de todas
as nações, batizando-os e ensinando-os a obedecer a tudo o que Jesus ordenou
(28.18-20).
DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
19/04/2022
Fontes:
GOMES, Osiel. Os valores do reino de Deus – a relevância do
sermão do monte para a igreja de Cristo. Rio de Janeiro: Cpad, 2022.
CARSON, D. A. O Sermão do Monte: Exposição de Mateus 5—7. São
Paulo: Vida Nova, 2018.
WESLEY, John. O Sermão do Monte. São Paulo: Vida, 2012.
http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201204_07.pdf
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