1 Pedro 1.2 “Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas. “
“Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, “
Os propósitos de Deus previstos desde a eternidade foram concretizados quando os Seus “eleitos” passaram a incluir todos que confessam a fé em Jesus, o Cristo. O corpo eleito de que consiste de todo aquele que escolheu considerar os céus como sua residência permanente, e que já virou as costas ao mundo.
Quando os autores inspirados do Novo Testamento escreveram sobre a “presciência” de Deus, o assunto era a Sua “presciência” em relação à salvação revelada no Filho. Trata-se da presciência a respeito do novo Israel, a Sua igreja. Pedro acreditava que era importante os cristãos, fossem pagãos ou judeus de nascença, entenderem que o Deus que Se revelara a Israel era o mesmo Deus que Se revelou em Jesus de Nazaré.
Ou seja, a igreja não era uma ideia de última hora de Deus. Ela sempre esteve na mente de Deus. Deus sabia de antemão e predeterminara que deveria existir uma igreja de Jesus Cristo, um povo escolhido que englobaria não só Israel, mas toda a humanidade.
“... em santificação do Espírito, “
A expressão em santificação do Espírito ou “em santidade de Espírito”, declara que os “eleitos” de Deus foram transformados em santos pela ação do Espírito. A mesma frase ocorre em 2 Tessalonicenses 2:13, onde certas traduções dizem “através da santificação pelo Espírito”.
O Espírito santifica o crente (Atos 2:38) e lhe ajuda a viver piedosamente. O crente é denominado “santo” no sentido de que a sua vida é um reflexo da própria santidade de Deus (1 Pedro 1:15, 16). Ele é santo porque foi separado pelo Espírito para ser um dos eleitos de Deus.
“... para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: “
A santificação concedida ao crente pelo Espírito Santo visa a sua obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo. Pedro estava lembrando seus leitores de que a santificação não é um ato passivo realizado no cristão. O próprio crente opta por seguir a vontade de Deus de modo que a vontade de Deus se torne a sua própria vontade.
Por um lado, Cristo santifica (1 Coríntios 1:30). Por outro lado, a santificação é um imperativo moral imposto ao crente. É um ato de obediência que deve ocorrer com perseverança até a vinda do Senhor: “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12.14).
Afinal, Pedro está falando de um contínuo derramar que acompanha a perseverante obediência do que é santificado. Eis como João trata desse mesmo assunto: “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1 João 1.7).
“Graça e paz vos sejam multiplicadas. “
O apóstolo começou a segunda carta com estas mesmas palavras em grego (2 Pedro 1:2). Paulo costumava usar as palavras “graça e paz” nos cumprimentos de suas cartas. Pedro acrescentou o desejo de que elas se multiplicassem a seus leitores.
Essas palavras eram muito mais do que uma formalidade. Pedro queria comunicar àqueles cristãos seus mais profundos desejos de que a graça e os dons gratuitos de Deus, juntamente com uma paz divina, fossem característicos em suas vidas.
DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
9/1/2025
FONTES:
SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.
HORTON, Stanley. I e II Pedro – A razão da nossa Esperança. Rio de Janeiro: CPAD.
http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201409_02.pdf
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