Gálatas 5.16 "Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne."
"Digo, porém"
Continua as ideias já iniciadas no capítulo desenvolvendo-as em um novo sentido,
explicando-as e, sobretudo, sobrepujando-as.
"Andai em Espírito,”.
Ou viver no espírito. O
tempo verbal (presente) indica uma ação habitual, no sentido geral de “conduta
de uma pessoa, ou seja, da realização de sua vida, é um termo que quase só
Paulo e João utilizam”. Viver pelo Espírito é ser guiado no Espírito ou
deixar-se guiar pelo Espírito. Espírito é o que possibilita ao homem tal
comportamento ou sua causa. Assim, a expressão representa o fundamento e modo
do comportamento. Precisamente este proceder tem a consequência e a promessa de
que, se assim fizerem, não irão satisfazer as obras da carne.
“... e não cumprireis a concupiscência da carne."
A palavra grega traduzida
aqui por concupiscência, significa
desejos por algo, a intenção etc. A palavra carne a determina como uma
concupiscência egoísta. Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito.
Entretanto, de onde Paulo tira sua confiança de que uma vida dirigida pelo
Espírito se torna impossível o ceder às paixões da carne? No fato de que o
Espírito e a carne, que tem em suas mãos respectivamente a direção de nossa
vida, perseguem tendências opostas e que se excluem mutuamente. Assim, o
Espírito tem todo o poder de destruir a carne.
No nosso contexto se fala
da carne com estranha neutralidade e objetividade como se ela fosse um poder
personificado. Paulo fala da carne, e pensa em nossa carne; nosso corpo humano,
tal e como existimos; “segundo a qual” caminhamos. Pensa-se na carne, portanto,
que é a medida e a norma do nosso agir e pensar. Esse poder carnal tem seus
próprios desejos, com os quais tenta desviar a pessoa de sua conduta normal,
que deve ser vivida segundo o Espírito (cf. Rm 8.3,6-8; 9.8; G1 5.13,19). Esse
poder da carne está em constante luta contra outro, que é o Espírito.
DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
13/03/2023
Fontes:
SOARES, Germano. Gálatas - Comentário. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
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