sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

1 Timóteo 4:2

1 Timóteo 4:2 “Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência; “


“Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, “ 

A característica marcante dos falsos mestres apossados pelos espíritos enganadores e divulgadores das doutrinas dos demônios seria uma lisonjeira hipocrisia.   

Hipocrisia é desejo de parecer virtuoso sem pagar o preço de ser - esta é a essência da hipocrisia. No contexto da dramaturgia grega, o termo hipócrita era aplicado a um ator no palco do teatro. Visto que um ator finge ser alguém que não ele mesmo, era aplicado metaforicamente a uma pessoa que “atua em um papel” na vida real, fingindo ser melhor do que realmente é, alguém que simula a bondade.  

O hipócrita está sempre representando um papel que nada tem a ver com sua verdadeira personalidade. Jesus advertiu os seus discípulos contra o “fermento dos fariseus, que é a hipocrisia” (Lucas 12.1). Ele diagnosticou estes fariseus como parecendo justos aos homens, mas estando cheios de hipocrisia e iniquidade por dentro (Mateus 23.28). 

Satanás é chamado de “deus deste século” nas escrituras, por isso elas dizem que mundo jaz no Maligno (2 Coríntios 4.4; 1 João 5.19). O modus operandi dos demônios e do seu Maioral é a mentira, o erro e o engano.  

A mentira é uma das características da natureza satânica. Afinal “o Diabo é o pai da mentira” (João 8.44). Com o engano, ele começou as suas atividades contra o ser humano (Genesis 3.13; 2 Coríntios 11.3). É com essa arma que ele e os seus agentes ainda seduzem as pessoas (Apocalipse 12.9).  

É uma terrível combinação de palavras, uma vez que a hipocrisia é um falso comportamento e a mentira é uma falsidade, ambas feitas intencionalmente. Desse modo, os falsos mestres enganariam conscientemente, não importando quão enganosa seja a máscara que encobre seus conhecimentos e sua religião. Eles nem mesmo creem no que ensinam. 


“...tendo cauterizada a sua própria consciência; “ Alguns acreditam que esses mestres teriam suas consciências marcadas por Satanás. O verbo grego para cauterizar, ocorre apenas aqui no Novo Testamento, significa “marcar com um ferro quente”. A ideia existente atrás desta marca era a seguinte: às vezes se marcava os escravos e gados com um sinal que os identificava como pertencentes a certo amo. Estes falsos mestres levam sobre seus conscientiza as marcas de   Satanás; estão marcados como escravos deles, como parte de sua propriedade, como pertencentes a ele.  

Mas como a consciência deles pode ter uma marca de identificação que seja visível aos outros? Parece mais provável que a palavra para cauterizar seja usada aqui em seu outro sentido, ou seja, no sentido medicinal de “cauterizar”. Quando uma pele, um nervo ou um tumor superficial é cauterizado, isso significa que ele é destruído por um processo de queimadura e assim fica insensível. Da mesma forma, uma consciência cauterizada é como que “anestesiada”, ou até mesmo necrosada: “Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade” (2 Timóteo 3:7). 

Pelo processo de constantemente discordar da consciência, abafando suas advertências e recusando o toque do seu sino, sua voz fica enfraquecida e, por fim, até mesmo silenciada. Nesse estado de insensibilidade moral, os falsos mestres facilmente se deixam levar pelo erro: “...como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé” (2 Timóteo 3:8). Paulo tinha mencionado anteriormente Himeneu e Alexandre como exemplos. Por terem rejeitado a sua consciência, eles “naufragaram na fé” (1.19). 

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
11/7/2023

FONTES:

BAPTISTA, Douglas. A igreja de Cristo e o império do mal – Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

BARCLAY, William. The FirstLetterto Timothy Tradução: Carlos Biagini

STOTT, John R.W. A mensagem de 1 Timóteo e Tito: a vida da Igreja local a doutrina e o dever. São Paulo: ABU Editora, 2004.

Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.

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