1 João 3.4 “Qualquer que comete pecado, também comete iniquidade; porque o pecado é iniquidade. “
O propósito imediato desta passagem aponta aos falsos mestres gnósticos. Como vimos, os gnósticos apresentavam mais de uma razão para justificar o pecado. Diziam que o corpo é mau e que, por isso mesmo, não havia nenhum perigo em satisfazer suas luxúrias e saciar seus prazeres, já que o corpo carece de importância, nem tampouco o que lhe suceda.
Estes homens diziam que o homem verdadeiramente espiritual está tão protegido pelo Espírito que pode pecar para satisfazer o seu coração, sem perigo algum.
João declara uma verdade fundamental, da qual não há fuga nem exceção. Esta passagem (e, na verdade, a epístola inteira) está repleta dessas generalizações, dirigidas contra a arrogante presunção dos hereges de que eles constituíam uma elite separada da gente comum. João não admite essa distinção.
Um dúplice padrão de moralidade é completamente estranho à religião cristã. Assim, seis vezesnesta seção ele emprega a expressão (“todo aquele que ou qualquer que ”), O Evangelho, com as suas implicações morais, preocupa-se com todos os homens, não apenas com alguns.
“Qualquer que comete pecado, “
Há uma lista extensa de palavras na Bíblia para designar a palavra pecado: erro, iniquidade, transgressão, maldade, impiedade, engano, sedução, rebelião, violência, perversão, orgulho, malícia, concupiscência, prostituição, injustiça e muitos mais.
Muitos desses termos, e outros similares, estão na sombria lista apresentada pelo apóstolo Paulo em Romanos 1:28-32:“E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm;Estando cheios de toda a iniqüidade, fornicação, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade;Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães; Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia; Os quais, conhecendo o juízo de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem”
No hebraico há mais de uma palavra para designar pecado (awon, peshá), porém há um termo genérico para designar o pecado com todos os seus detalhes, (chattá - pronuncia-se hatá,), que literalmente significa “errar o alvo” (Juízes 20.16). O substantivo derivado desse termo aparece pela primeira vez no relato do assassinato de Abel por seu irmão Caim: “E, senão fizeres bem, o pecado jaz à porta” (Genesis 4.7).
O seu equivalente grego na Septuaginta e no Novo Testamento é hamartia. De onde deriva a matéria da Teologia chamada Harmatiologia (Estudo do Pecado)
“...também comete iniquidade; porque o pecado é iniquidade. “
O que é “iniquidade”?A palavra grega para iniquidade (anomia) significa “ilegalidade, transgressão”. O termo hebraico correspondente é (awon), significa “entortar, torcer”, dá a ideia de perverter a lei de Deus.
Tanto que a tradução NVI está dessa forma: “Todo aquele que pratica o pecado transgride a Lei; de fato, o pecado é a transgressão da Lei” (1 João 3:4NVI)
O pecado não é apenas uma falha negativa (hamartia), uma injustiça ou falta de retidão, mas é essencialmente uma ativa rebelião contra a vontade de Deus e uma violação da sua santa lei(anomia). Este fato é tão sério que o anticristo é chamado pelo apóstolo Paulo de: “o homem da iniquidade”, ou seja, o homem sem lei (2 Tessalonicenses 2.3).
O problema não está na quantidade de pecados que praticamos, mas em quem ofendemos. Quando pecamos ofendemos a Deus que colocou sua lei no nosso coração.
Que venhamos resistir ao pecado como José na casa do seu senhor Potifar: “Ninguém há maior do que eu nesta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porquanto tu és sua mulher; como pois faria eu tamanha maldade, e pecaria contra Deus? ” (Gênesis 39:9)
DEIVY FERREIRA
PANIAGO JUNIOR
1/7/2023
FONTES:
BAPTISTA, Douglas. A igreja de Cristo e o império do mal – Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.
BARCLAY, William. The FirstLetterof John. Tradução: Carlos Biagini. 1974.
STOTT, John. I, II, III João: Introdução e comentário. Edições Vida Nova. São Paulo, SP. 1982:
SCHAEFFER, Francis. A obra consumada de Cristo.
PEDRO, Severino. A Doutrina do Pecado. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2012.
LOPES, Hernandes Dias. I João: como ter garantia da salvação. São Paulo: Hagnos 2010.
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