sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Colossenses 3.21

Colossenses 3.21 “Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não percam o ânimo.  “ 


“Vós, pais, não irriteis a vossos filhos,"

Embora os filhos devam ser obedientes, os pais não devem ser tão exigentes e irracionais a ponto de frustrar os filhos. A palavra grega usada por Paulo (erethizein) para ira significa:  “provocar, amargar, enfadar, causar ressentimento”. E sugere: desejo de irritá-los, ou pela implicância, ou, ainda mais sério, por zombar dos seus esforços ou ferir seu respeito-próprio. Os pais podem irritar os filhos com ordens rígidas, correções para pequenos erros, exigências rigorosas demais ou castigo severo. Precisam temperar a disciplina e o rigor com amor e bondade. Os pais não devem importunar, criticar, gerar ressentimento, reclamar continuamente isso é provocar filhos à ira nos filhos. Humilhar os filhos, não os tratando de um modo igual aos demais, ou não sendo compreensivo pode desanimá-los imensamente. 

Os pais não devem ser apenas genitores; devem ser pais, no verdadeiro sentido da palavra. O genitor é aquele que gera; o pai é aquele que, além de gerar, ama, cuida, zela, instrui, educa, orienta, e, acima de tudo, dá exemplo aos filhos. Certamente, Paulo já houvera observado que, em muitos lares, há pais que provocam os filhos com palavras duras, e até maldizentes. Esse não é o relacionamento bíblico entre pais e filhos. O princípio de Mateus 7:12 aplica-se a todos, adultos e crianças igualmente. Os pais devem tratar os filhos como querem ser tratados. Afinal os “filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre, o seu galardão” (SI 127.3). Se eles são herança de Deus e um prêmio para os pais, precisam ser tratados com muito cuidado e amor. Os pais de Jesus deram grande exemplo na criação do filho primogênito: “E o menino crescia e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele” (Lc 2.40). Esse crescimento espiritual e intelectual era fruto de uma educação séria, em que a criança era levada a conhecer a Lei (torá) de tal forma que, aos doze anos, já deveria saber de cor os trechos do Pentateuco, a serem recitados na cerimônia do bar mitzvah, quando o adolescente passava a ser responsável pelos seus atos diante de Deus.

Hoje, há um grande perigo na formação espiritual dos filhos dos cristãos, pois há um grande afrouxamento na formação espiritual da família. A televisão, com toda a sua programação recheada de demonismo, violência, vícios, jogos e outros entretenimentos, toma o lugar do culto doméstico. Das 168 horas da semana, uma criança ou adolescente passa apenas umas quatro ou seis frequentando a igreja, na Escola Dominical ou nos cultos. Há mais possibilidade de haver influência marcante na mente dos filhos pelo ensino deturpado da mídia secular do que pela doutrina ministrada nas igrejas locais. Paulo tinha o cuidado com a família, pois sabia que ela é, de fato, a célula-mãe da sociedade. Se essa se degenerar, a sociedade se degenera, e a igreja, por sua vez, sofre as consequências.

No passado, Deus responsabilizou os pais por instruírem seus filhos. Ele escolheu Abraão como o pai de Sua nação especial porque ele instruiria seus filhos depois dele a guardarem o caminho do Senhor: Porque eu o tenho conhecido, e sei que ele há de ordenar a seus filhos e à sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para agir com justiça e juízo; para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que acerca dele tem falado. (Gênesis 18:19). Deus responsabilizou Eli pela corrupção de seus filhos (1 Samuel 3:14) Porque eu já lhe fiz saber que julgarei a sua casa para sempre, pela iniqüidade que ele bem conhecia, porque, fazendo-se os seus filhos execráveis, não os repreendeu. Paulo instruiu os pais a criarem seus filhos “na disciplina e admoestação do Senhor” (Efésios 6:4).


"... para que não percam o ânimo.  “ 

No grego, “ficar desanimado” pode ser traduzida por “abatido, triste, desencorajado”. O coração terno de uma criança pode ser facilmente partido, levando-a a ter um complexo de inferioridade. O esforço dos pais não deve se concentrar somente em instruir os filhos a evitarem ser malcriados, desobedientes. Enfatizar demais a eliminação do que está errado pode levar um filho a ser negativo. O alvo apropriado para os pais é instruir os filhos a serem como Cristo em sua conduta, o que inclui revestir-se dos atributos positivos bem como despojar-se dos negativos.

Filhos precisam de heróis e modelos para seguir, e não reprimendas constantes por má conduta. Instruir uma criança “no caminho em que deve andar” (Provérbios 22:6) inclui mais do que instruí-la no caminho em que não deve andar. Apontar o caminho certo para um filho talvez seja mais importante do que adverti-lo contra a direção errada.

 

DEIVY FERRREIRA PANIAGO JUNIOR
18/04/2023

FONTES:

CABRAL, Elienai. Relacionamentos em Família – Superando desafios e problemas com exemplos da Palavra de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

RENOVATO, Elinaldo. Colossenses - A Perseverança da Igreja na Palavra Nestes Dias Difíceis e Trabalhosos. Rio de Janeiro: CPAD.

CABRAL, Elienai. Comentário Bíblico: Efésios 3a Ed. – Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1999.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201312_03.pdf

STOTT, Jonh. A mensagem e Efésios – A nova sociedade de Deus. São Paulo:  Abu editora, 2001.

MARTIN, Ralph P. Colossenses e Filemom – introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1984.

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