Salmos 91.7 “Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas não chegará a ti. ”
“Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, ”
A imagem desse verso é militar. Os que caem tratar-se-ia de companheiros na batalha ou de concidadãos numa epidemia. Tão terrível pode ser a praga entre os homens que o preço da mortalidade pode se tomar muito pesado e continuar a crescer, e ficar dez vezes mais pesado, mas ainda assim o escondido a sombra do onipotente (v.1) pode esperar o livramento.
Pearlman escreveu que o fiel servo de Deus, com uma missão para cumprir, e com fé profética em tempos de perigo, fica firme com a convicção de que nenhuma circunstância que atinge as pessoas em derredor poderá ser uma ameaça contra a vida dele, até ser cumprida a obra que Deus confiou a ele (2 Reis 19.35-37).
Esta verdade também se aplica a assuntos espirituais. Em tempos de apostasia e frieza espiritual, quando há decadência na própria religião, o homem, que vive perto de Deus, renova as suas forças e a sua alma fica livre de enfermidades morais.
Mas é preciso ler esse versículo com encarecimento hiperbólico, sem lhe tirar demasiadas consequências lógicas. Compare-se com o Salmo 3,7: “não temerei um exército de dez mil”; ou a copla dedicada a Davi: “Davi matou dez mil” (1 Samuel 18,7); ou Deuteronômio 32,30: “mil põem em fuga dez mil”.
“..., mas não chegará a ti. ”
A tradução mais forte no Brasil é: “Mas tú, não serás atingido”. Isso fala de proteção individual. O “tu” é enfático: “não chegará a ti”. O salmista não hesita em asseverar que, quando a ruína universal prevalece ao redor, os filhos do Senhor são os objetos de seu especial cuidado e são preservados em meio à geral destruição.
Esta é uma declaração da providência exata e minuciosa, e não uma fantasia contra a adversidade. Quando Deus visitou o Egito com as pragas ele fez distinção entre o povo Egípcio e Hebreu: “Porque se não deixares ir o meu povo, eis que enviarei enxames de moscas sobre ti, e sobre os teus servos, e sobre o teu povo, e às tuas casas; e as casas dos egípcios se encherão destes enxames, e também a terra em que eles estiverem. E naquele dia eu separarei a terra de Gósen, em que meu povo habita, que nela não haja enxames de moscas para que saibas que eu sou o Senhor no meio desta terra. E porei separação entre o meu povo e o teu povo; amanhã se fará este sinal” (Êxodo 8.21-23).
Quando a morte aparecer em triunfo e as doenças assolarem, então mil e dez mil cairão, por doença ou pela espada da batalha, ao teu lado, à tua direita, e só a visão da queda deles é suficiente para te assustar, e, se eles caírem por peste, a queda tão próxima poderá ser suficiente para te infectar, mas ainda assim tu não serás atingido, nem pela morte, nem pelo medo da morte: “E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; E livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão” (Hebreus 2.15). É fato que nada pode tocar no servo de Deus sem a licença dEle; da mesma forma (v. 8) que nenhum rebelde pode escapar à Sua retribuição.
DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
28/11/2024
FONTES:
RENOVATO, Elinaldo. As Promessas de Deus - Confie e Viva as Bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.
SPURGEON, Charles. Os Tesouros de Davi – Volume II. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
KIDNER, Derek. Salmos 73 - 150 Introdução e Comentário. Derek Kidner. Mundo Cristão. 1981.
WEISER, A. Os Salmos. Grande Comentário Bíblico. São Paulo: Paulus, 1994.
CALVINO, João. O Livro dos Salmos. Traduzido por Valter Graciano Martins. São Paulo: Paracletos, 1999.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico – Poéticos. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
PEARLMAN, Myer. Salmos, orando com os Filhos de Israel. 1 ed. - Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1996.
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