Romanos 12.1 “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. ”
“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, “ Em vez de ditar uma ordem, Paulo “rogou”, solicitou, suplicou, implorou a seus leitores. Talvez ele tenha feito isso porque Deus não quer uma doação forçada, e sim um sacrifício de boa vontade, espontâneo. Paulo prosseguiu sua abordagem calorosa e pessoal usando o termo “irmãos” (v. 1b). Daqui até o fim da carta, ele se dirigiu a todos os irmãos espirituais residentes em Roma, judeus e gentios. Paulo rogou aos irmãos “pela compaixão de Deus” (v. 1c). Ou “As misericórdias de Deus” são as muitas expressões de misericórdia expostas nos capítulos anteriores: a misericórdia de Deus em nos salvar, em nos ajudar a viver a vida cristã e assim por diante. Diante de Suas misericórdias, devemos estar dispostos a fazer qualquer coisa que Ele nos pedir. Quando pensamos no que Ele fez por nós, nada que Ele nos peça é demais.
“...que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, “ Essas palavras faziam mais sentido para os leitores do primeiro século do que para muitos de nós. Durante séculos, os judeus ofereceram sacrifícios de animais no templo. A adoração pagã também girava em torno de sacrifícios. O desafio de Paulo aos cristãos incluía uma comparação e ao mesmo tempo um contraste com os sacrifícios de animais — especialmente os da religião judaica. Analisemos com cuidado esse maravilhoso desafio:
• “Apresenteis” — “apresentar” significa basicamente “colocar ao lado, “colocar”, e para, “ao lado de”). Era usado para o ato de se colocar uma oferta perante o Senhor. Era “o termo técnico para se apresentar animais e ofertas aos levitas”.
• “O vosso corpo” — vocês devem se apresentar. Nenhum animal jamais entrou trotando no templo e dizendo: “Aqui estou eu! Sacrifiquem a mim! ” Todavia, é isso o que um cristão, praticamente, faz. Neste sentido, o cristão é o sacerdote e, ao mesmo tempo, o sacrifício. Em vez de oferecer animais mortos, os cristãos devem oferecer seus corpos, suas vidas, a Deus. Muitos comentaristas e tradutores interpretam a palavra “corpo” em 12:1 como “todo o nosso ser”. Devemos oferecer tudo o que somos e tudo o que temos a Deus, mas Paulo certamente tinha um motivo para usar a palavra “corpo”. Em toda a carta, ele enfatizou o corpo físico como uma grande fonte de preocupação espiritual. Por causa da fraqueza da carne o corpo pode e de fato irá nos subjugar (7:5, 18, 23, 24). Entretanto, no capítulo 8 Paulo declarou que, por meio do Espírito Santo, podemos mortificar “os feitos do corpo” (8:13).O cristianismo é reconhecido como uma das religiões que dá ao corpo a sua devida honra e dignidade11. “Para os gregos... o corpo era apenas uma prisão, algo a ser menosprezado e até motivo de vergonha”12. Em oposição a isso, o cristão entende que seu corpo é “templo do Espírito Santo” (1 Coríntios 6:19). Ele pode glorificar a Deus e exaltar a Cristo em seu corpo (1 Coríntios 6:20; Filipenses 1:20).
• “Em sacrifício” — “os sacrifícios de animais, oferecidos numa época anterior, tornaram-se obsoletos graças à oferta que Cristo fez de Si mesmo. Mas sempre há lugar para o serviço divino prestado por corações obedientes”. Pedro escreveu aos cristãos: “vós... como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo” (1 Pedro 2:5). Hebreus lançou este desafio a todo seguidor de Jesus: “Por meio de Jesus... ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome. Não negligencieis, igualmente, a prática do bem e a mútua cooperação; pois, com tais sacrifícios, Deus se compraz” (Hebreus 13:15, 16).
• “Vivo” — em vez de oferecer animais mortos, os cristãos oferecem um sacrifício vivo.
• “Santo” — os sacrifícios oferecidos ao Senhor deveriam ser santos (separados para Ele) e sem mácula (veja Levítico 1:3; 1 Pedro 1:19; Malaquias 1:8). Os cristãos sempre devem oferecer o melhor para Deus.
• “E agradável a Deus” — a palavra traduzida por “agradável” significa literalmente “que agrada bem”. Na época do Antigo Testamento, quando sacrifícios de animais eram feitos conforme as instruções divinas, a fumaça subia como “aroma agradável ao Senhor” (Números 15:3). Da mesma forma, o tipo de sacrifício espiritual do qual estamos falando agrada a Deus e é aceito por Ele.
“...que é o vosso culto racional. ”De que maneira ou maneiras
podemos oferecer nosso corpo num sacrifício a Deus considerado “racional”? 1)
Este é um pedido razoável considerando tudo o que Deus fez por nós. 2)
Respondemos ao amor de Deus como seres racionais, que raciocinam. 3) Quando
oferecemos esse sacrifício, o fazemos de uma forma consciente e cuidadosa, pois
qualquer coisa que fizermos para o Senhor deve incluir o raciocínio. Jamais
devemos servi-lo de maneira ritualista ou automática. Se já é perigoso um
motorista dirigir entorpecido pelo sono — assustando-se quando, ao acordar,
percebe que já chegou a determinado ponto do trajeto — muito mais perigoso é
servir a Deus sem plena consciência do que se faz. Quando prestamos culto a
Deus, nossas mentes precisam estar concentradas nEle e no que estamos fazendo.
O mesmo se aplica a todo serviço que prestamos ao Senhor.
DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
31/08/2022
Fontes:
GONÇALVES, José. Os ataques contra a igreja de Cristo – As sutilezas de Satanás nestes dias que antecedem a volta de Jesus Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2022.
MERRILL F. Unger e William White Jr., Dicionário Vine. Trad. Luis Aron de Macedo. Rio de Janeiro: CPAD.
F. F. BRUCE, Romanos — Introdução e Comentário. Trad. Odayr Olivetti. Série Cultura Bíblica. São Paulo: Ed. Vida Nova e Ed. Mundo Cristão, 3a. ed., 1983,
http://biblecourses.com/Portuguese/Po_lessons/Po_200904_03.pdf
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