sábado, 14 de dezembro de 2024

João 1.1


 João 1.1 "No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus."

 

"No princípio, ”

Observamos nos evangelhos sinópticos que cada evangelista iniciou seu evangelho de uma forma. O evangelista Marcos principiou seu evangelho falando acerca de João o Batista já adulto pregando o evangelho do Reino. Mateus após apresentar a geração de Jesus Cristo descreveu contidamente Maria grávida do Espírito Santo. Já o historiador e doutor Lucas que havia empregado investigação no seu projeto começou seu evangelho falando acerca da anunciação dos nascimentos de João Batista e posteriormente de Jesus.

Já o apóstolo João decidiu ir mais além. Eusébio de Cesaréia nos informa que quando João escreveu seu evangelho ele já havia lido os outros. E com divina inspiração ele retroage até a criação. Lemos em Genesis 1.1: “No principio criou Deus...”, E agora ele revela que Deus Pai não estava sozinho quando criava: "No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus”. Cristo estava presente e atuante na criação, então ele segue dizendo: “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens” (João 1.3,4). Esse versículo descreve Jesus como o início de todas as coisas.

 

“... era o Verbo, ”

O termo “Verbo”, aplicado a Jesus, procede do original Logos e, apesar de seu amplo significado secular, “palavra”, “razão”, ou “pensamento”, é usado no versículo 1 com o sentido de “Verbo ou Palavra divina”: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam - isto proclamamos a respeito da Palavra da vida” (1 João 1.1). O mesmo vocábulo aparece apenas traduzido como “Palavra”: “Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um (1 João 5.7).

Quando o evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo foi anunciado pela igreja cristã no Século I, os vocábulos, “A Palavra” e “O Verbo”, foram satisfatoriamente compreendidos pelos judeus e gregos, pois essas expressões lhes eram conhecidas.

 

“... e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus."

O termo “Deus” aparece duas vezes nessa passagem, uma delas em referência ao Pai: “e o Verbo estava com Deus” que sugere a eterna comunhão entre o Pai e o Filho.. A segunda referência, “e o Verbo era Deus”, aponta para o Filho. Porque o Pai e o Filho, sendo um quanto à sua natureza, são, porém, distintos quanto às suas personalidades (João 8.17,18; 2 João 3). O Verbo é da mesma natureza do Pai, ou seja, divino.

Não se trata de acréscimo de mais um Deus aqui, posto que ao apóstolo foi revelado, pelo Espírito Santo, que o Verbo divino está incluído na essência una e indivisível da Deidade.

Da mesma forma, o apóstolo Paulo transmitiu essa verdade, ao dizer que “para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele” (1Co 8.6). Trata-se do monoteísmo cristão.

É digno de nota que os apóstolos João e Paulo, como os demais, eram judeus e foram criados num contexto monoteístico. Portanto, não admitiam em hipótese alguma outra divindade, senão só, e somente só, o Deus Javé de Israel: “Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor” (Marcos 12.29).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
16/12/2024

FONTES:

SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

SOARES, Esequias. Cristologia: a doutrina de Jesus Cristo. 1. ed. São Paulo: Hagnos, 2008

SOARES, Esequias. A razão de nossa fé: assim cremos, assim vivemos. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

PEARLMAN, Myer. João o evangelho do Filho de Deus. Rio de Janeiro, CPAD, 2024.

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