João 5.18 “Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não só quebrantava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus.”
“Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não só quebrantava o sábado,”
Curar no sábado parecia pressupor que Jesus era maior que o sábado: “Porque o Filho do homem até do sábado é Senhor” (Mateus 12.8). Em vez de analisar tal possibilidade, os líderes judeus decidiram cegamente matar Jesus (João 5.16). O que aqui tinha enfurecido os judeus, havia sido o fato de Jesus ordenar a um curado para tomar a sua cama. Os judeus disseram àquele que tinha sido curado: “É sábado, não te é lícito levar o leito” (v.10). O homem curado respondeu: “Aquele que me curou, ele próprio disse:Toma o teu leito, e anda” (v.11). Quando Jesus foi questionado respondeu: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (v.17).
Apontando para Deus como exemplo de trabalhador constante. Embora o Pai descansasse de sua atividade criadora (Genesis. 2:2), ele tem de trabalhar para sustentar o universo. O significado parece ser que durante todo o tempo em que o Pai esteve trabalhando, o Filho também esteve. Agostinho observou que os líderes judaicos “enxergaram a escuridão do sábado mais do que a luz do milagre”, afinal um homem enfermo há trinta e oito anos havia sido curado.
“... mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus. ”
Porém, o sábado não era o único motivo para os judeus querer a morte de Jesus. Ela chamava Deus de Pai: “Meu Pai trabalha até agora”. Os judeus notaram a implicação que essa afirmação continha. Quando Jesus dizia que Deus era o Seu Pai, proclamava assim a sua igualdade com Deus. E isso era pior do que trabalhar no sábado. Tal blasfêmia exigia morte (João 7.30).
Nos cultos de oração e ação de graças nas sinagogas, os judeus estavam acostumados a chamar Deus de “nosso Pai”; mas parecia que Jesus estava dizendo ser Deus “seu próprio Pai” de uma maneira excepcional, ou mesmo exclusiva. (João 1.14)
Para um grego não haveria nada de estranho em uma afirmação destas; eles habitualmente consideravam pessoas de destaque semelhantes a um deus, no sentido de serem dotados de uma parte generosa da natureza divina. Mas para os judeus a linha divisória entre o divino e o humano estava muito bem traçada; era inconcebível que alguém fosse considerado comparável a Deus: “A quem, pois, me fareis semelhante, para que eu lhe seja igual?” (Isaías 40.25).
O desejo fatal de ser como Deus tirou Adão do paraíso e precipitou do céu a estrela da manhã. Aqui, porém, para eles, estava um homem cujas palavras e ações implicavam em uma passagem pela fronteira inviolável que separava Deus da humanidade.
Que um homem assim estivesse vivo e à solta representava um perigo à comunidade que o tolerasse. Mas a lei da blasfêmia era formulada de maneira tão estrita que seria difícil provar em juízo que as palavras de Jesus constituíam blasfêmia nos termos da sua definição. Ele poderia ser condenado à pena capital somente se, na continuação do debate, usasse termos considerados tecnicamente como blasfêmia. Isso confirmou as piores suspeitas deles contra Jesus. A verdadeira questão não era trabalhar no sábado, mas era identificar quem era Jesus e de onde Ele recebera aquela autoridade.
DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
25/1/2025
FONTES:
SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.
HARRISON, Everret F; PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico Moody. São Paulo: Imprensa Batista Regular, 1990.
BRUCE, F. F. João introdução e comentário. São Paulo: Mundo Cristão, 1987.
http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_200406_11.pdf
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