João 14:2 “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar.”
“Na casa de meu Pai há muitas moradas; “
A casa do Pai já havia sido mencionada por Jesus com outro sentido. Em João 2.16: “a casa de meu Pai” refere-se ao templo de Jerusalém. Aqui, todavia, a “casa de meu Pai” obviamente não é na terra; é o lar celestial para onde Jesus está indo e onde sua gente também tem um lugar prometido.
No céu, há morada permanente para todos os filhos de Deus. Aqui no mundo somos estrangeiros, mas no céu estaremos em casa, na casa do Pai. Lá não haverá dor, nem luto, nem tristeza. Lá esqueceremos as agruras desta vida. Lá nossa alegria será completa. William Barclay diz que não temos porque especular como será o céu. Basta-nos saber que estaremos com Jesus para sempre!
O céu possui muitas moradas. O que implica espaço para um grande número de pessoas. Nos dias de Jesus, e ainda hoje, no mundo oriental, o patriarca de uma família podia ter uma casa grande, com muitos aposentos para filhos e netos. A casa do Pai, então, é o lar celestial, que tem “muitos aposentos” (não “residências palacianas”) e, portanto, muito espaço para todos os que seguirem Jesus.
A parábola da grande ceia nos ilustra isso: “Um certo homem fez uma grande ceia, e convidou a muitos. E à hora da ceia mandou o seu servo dizer aos convidados: Vinde, que já tudo está preparado” (Lucas 14:16,17). Essa parábola também nos revela o sentimento do Pai quando os servos disseram que havia lugar: “Sai pelos caminhos e valados, e força-os a entrar, para que a minha casa se encha” (Lucas 14.23).
“... se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. ”
Muitos estudiosos preferem entender essas palavras como uma ressalva no meio de sua fala: “Na casa de meu Pai há muitas moradas (se assim não fora, eu vos teria dito); pois vou preparar-vos lugar”. De qualquer maneira, o significado é claro: o céu é exatamente como Jesus descrevera; ele não permitiria que seus discípulos fossem enganados por falsas esperanças ou expectativas.
Quando Jesus fala de ir preparar lugar, não se trata de Ele entrar em cena e, depois, começar a preparar o terreno; ao contrário, no contexto da teologia joanina, é o próprio ato de ir, via cruz e a ressurreição, que prepara o lugar para os discípulos. Olhar para a frente, para a recompensa, para a herança imarcescível (incorruptível), para a pátria eterna, para o lar celestial, nos capacita a triunfar sobre as turbulências da vida.
O escritor aos hebreus chama essa casa de cidade e diz que já está preparada desde os dias dos heróis da fé: “Mas agora desejam uma melhor, isto é, a celestial. Por isso também Deus não se envergonha deles, de se chamar seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade” (Hebreus 11:16).
DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
17/5/2025
FONTES:
CABRAL, Elienai. E o Verbo se fez Carne – Jesus sob o olhar do apóstolo do amor. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.
BARCLAY, William. The Gospel of John - Tradução: Carlos Biagini.
BRUCE, F. F. João introdução e comentário. São Paulo: Mundo Cristão, 1987.
http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_202203_03.pdf
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