(Texto Áureo) “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. ” (Deuteronômio 6.4)
Esse versículo é conhecido como o
“Shemá Israel” que se refere as duas primeiras palavras da seção da Torá que
constitui a profissão de fé central do monoteísmo judaico é considerado um
credo em sua forma embrionária na Bíblia. Os judeus os escrevem em seus
filactérios, e se acham não apenas obrigados a recitá-los pelo menos duas vezes
todos os dias, mas muito felizes por serem obrigados a isso, tendo esse
provérbio entre si: Abençoados somos nós, que a cada manhã e a cada entardecer
dizemos: Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Porém mais
abençoados seremos se ponderarmos e aproveitarmos devidamente
Deus é um em essência ou
natureza, subsistindo por Si mesmo; só o SENHOR é Deus: “Eu sou o SENHOR, e não
há outro; fora de mim não há deus...” (Is 45.5). Nosso Senhor Jesus Cristo
ensinou o monoteísmo como parte do primeiro de todos os mandamentos: “... Ouve,
Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor” (Mc 12.29); “... com verdade
disseste que há um só Deus, e que não há outro além dele” (Mc 12.32); “E a vida
eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro...” (Jo 17.3).
O apóstolo Paulo declara:
“Todavia para nós há um só Deus” (1 Co 8.6); “Ora o medianeiro não é de um só,
mas Deus é um” (Gl 3.20); “Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e
por todos e em todos” (Ef 4.6). “Porque há um só Deus” (1 Tm 2.5). Foi o Senhor
Jesus quem revelou Deus aos seres humanos por meio da Bíblia: Mt 11.27; Jo
1.18).
O Deus que Jesus revelou é o Deus
de Israel e isso ele deixou claro ao pronunciar o primeiro e grande mandamento:
“E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: “Ouve, Israel, o
Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de
todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de
todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento” (Mc 12.29, 30). Essa é uma
das várias declarações do Novo Testamento que ensina ser o cristianismo
monoteísta. A declaração aqui é reveladora porque não deixa dúvida de que o Deus
dos cristãos é o mesmo Deus de Israel, pois Jesus citou as palavras diretamente
do Antigo Testamento (Dt 6.4-6).
A Trindade é uma doutrina com
sólidos fundamentos bíblicos e, mesmo sem conhecer essa terminologia, os
cristãos do período apostólico reconheciam essa verdade. Essa doutrina está
implícita no Antigo Testamento, pois há declarações que indicam claramente a
pluralidade na unidade de Deus (Gn 1.26; 3.22; 11.6, 7; Is 6.8). Apesar da
ênfase da doutrina monoteísta como o shemá: “Ouve, Israel, o SENHOR, nosso
Deus, é o único SENHOR” (Dt 6.4) reafirmada pelo Senhor Jesus (Mc 12.29), o
Antigo Testamento mostra que a unidade de Deus não é absoluta. O Novo
Testamento revela que essa pluralidade se restringe ao Pai, ao Filho e ao
Espírito Santo (Mt 28.19; 1 Co 12.4-6; 2 Co 13.13; Ef 4.4-6; 1 Pe 1.2).
Há ainda várias passagens
tripartidas no Novo Testamento que revelam a Trindade (Lc 24.49; Rm 1.1-4;
5.1-5; 14.17, 18; 15.16, 30; 1 Co 6.11; 2 Co 1.20, 21; Gl 3.11-14; Ef 1.17;
2.18-22; 3.3-7, 14-17; 1 Ts 5.18). Além das declarações bíblicas apresentadas
aqui, há outras evidências contundentes que fundamentam essa doutrina. Cada uma
dessas Pessoas é chamada individualmente de Deus e Senhor. O Deus do
cristianismo é um (Gl 3.20), mas as Escrituras ensinam também que o Pai é Deus,
o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus. A Bíblia aplica o nome “Deus” ao Pai
sozinho (Fp 2.11), da mesma forma ao Filho (Jo 1.1) e ao Espírito Santo (At
5.3, 4); e, na maioria das vezes, com referência à Trindade (Dt 6.4). Isso
também ocorre com o Tetragrama (as quatro consoantes do nome divino YHWH), que
se aplica ao Pai sozinho (Sl 110.1), ao Filho (Is 40.3; Mt 3.3) e ao Espírito
Santo (Ez 8.1,3). No entanto, aplica-se também à Trindade (Sl 83.18). Salta à vista
de qualquer leitor da Bíblia a divindade plena e absoluta de cada uma dessas Pessoas.
Foi assim que o Espírito revelou a unidade na Trindade. A doutrina da Trindade
não neutraliza, nem contradiz a doutrina da Unicidade e nem a doutrina da
Unicidade anula a Trindade.
DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
14/02/2022
Fontes:
BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras – a
Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico – Pentateuco. Rio de
Janeiro: CPAD, 2010.
SOARES, Esequias. A razão de nossa fé: assim cremos, assim vivemos.
Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
SOARES, Esequias. Manual de apologética cristã: Defendendo os fundamentos da autêntica fé bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 2002.
Nenhum comentário:
Postar um comentário