domingo, 25 de fevereiro de 2024

Lição 09: O Batismo – A Primeira Ordenança da Igreja – 1 Trimestre de 2024.

TEXTO AUREO

“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” (Mateus 28.19)

“Portanto, ide,”

Esse versículo nos orienta de maneira cronológica a maneira que deve ser anunciada a Grande Comissão. Em primeiro lugar deve-se ir onde estão as pessoas sendo longe ou perto. Nosso Senhor fez o mesmo quando desceu do céu (saiu da zona de conforto), não tendo aspiração de ser semelhante a Deus (ignorou seu título, sua glória) e assumiu a forma de servo (fez-se semelhante a nós). E uma vez na nossa forma foi não somente as ovelhas perdidas da Casa de seu Pai: “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele. ” (Atos 10:38). Cristo foi o enviado do Pai agora nós que somos conhecidos pelo seu nome somos os enviados dEle: “Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. “ (João 20:21). Ou seja, devemos nos despojar de todo o nosso orgulho e conquistas, deixar a zona de conforto e nos misturarmos com aqueles que estão nas trevas a fim de os resgatar para a nossa maravilhosa luz. ” E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo, “ (Filipenses 3:8).  

“... ensinai todas as nações,”

Em segundo lugar deve-se ensinar todas as nações, afinal o nosso alvo é toda a criatura independente de cultura, passado, idade ou aparência. Era previsto na palavra que o messias seria mestre nessa disciplina: “Bom e reto é o Senhor; por isso ensinará o caminho aos pecadores. ” (Salmos 25:8) e de fato o foi, ora de causar espanto: ”porquanto os ensinava como tendo autoridade; e não como os escribas. (Mateus 7:29). Nós igreja do Senhor, somos chamados a realizar as mesmas obras que ele realizou, sobre esse importante ministério o apostolo Paulo nos exorta: ...” se é ensinar, haja dedicação ao ensino; (Romanos 12:7). Ensinar para tornar nosso ouvinte um novo discípulo de Cristo. Discípulo é aquele que aprende de um mestre. O termo se aplica com frequência nos evangelhos aos seguidores de Jesus (Mateus 5.1; João 2.12). Disso segue o discipulado, ensino para ser seguidor de Cristo, ou seja, é o ensino bíblico básico para o novo convertido desenvolver-se espiritualmente. Trata-se de instruções que abrangem vários aspectos da vida, na área espiritual, emocional e social. O discipulado não é opção, é mandamento divino para a edificação e crescimento espiritual de cada cristão. Além do discipulado, Ele também ordenou que esses novos discípulos guardem o que aprenderam: “ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado” (Mateus 28.20). Ou seja, as doutrinas e os pontos doutrinários que Jesus ensinou. O livro de Atos mostra os apóstolos no cumprimento dessa palavra (Atos 2.42; 4.1,2; 5.21,28).  

“batizando-as”

Em terceiro lugar “batizando-as”. O batismo é uma ordenança de Cristo. Na língua original do Novo Testamento, o grego, a palavra batismo (baptizō) significa “imergir”, “mergulhar”. Todos os que creem devem ser batizados, porém para isso é necessário ser discípulo e não apenas ouvinte. Muitos usam o texto do Eunuco etíope para justificar que para se batizar basta somente crer. Analise o texto: “ E, indo eles caminhando, chegaram ao pé de alguma água, e disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que eu seja batizado? E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus. ” (Atos 8:36,37). Veja porem que o texto possui contexto e nos diz nele que esse eunuco “tinha ido a Jerusalém para adoração” o que quer dizer que era prosélito (Gentio convertido ao judaísmo) e “assentado no seu carro, lia o profeta Isaías” era conhecedor e estudante das doutrinas do judaísmo, ele possuía um rolo do profeta Isaias e estudava durante a viagem. Felipe na oportunidade lhe indicou Cristo e lhe esclareceu que a profecia que o eunuco lia se referia ao seu recente advento. E acontecendo assim, ele pediu para ser batizado. Ora, o eunuco não era um leigo das escrituras como a maioria dos judeus também não eram. Porém nós gentios nos é esclarecido “Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo. ” (Efésios 2:12). O que quero dizer é que na maioria das vezes muitos de nós somos leigos acerca das coisas de Deus. Por isso é sim necessário o discipulado básico ao menos.  

“... em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”

Por último em Mateus 28.19, encontramos a fórmula do batismo na expressão: “do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”, pois a salvação procede do Pai que a planejou; do Filho, que a consumou; e do Espírito Santo que tanto efetuou a encarnação do Filho, como também aplica a salvação ao homem. A fórmula tríplice do batismo é uma maneira de ressaltar a Santíssima Trindade: O Pai, o Filho e o Espírito Santo. No entanto, os unitaristas deturpam e negam a doutrina da Trindade de Deus. As Escrituras, porém, ensinam que Deus é uno e ao mesmo tempo triúno, isto é, Deus o Pai, Deus o Filho, e Deus o Espírito Santo.  

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR  
17/03/2021  

FONTES:  

SOARES, Esequias. O Verdadeiro Pentecostalismo: A atualidade da doutrina bíblica sobre a atuação do Espírito Santo. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.  

MENZIES, W. W.; HORTON, S. M. Doutrinas bíblicas: os fundamentos da nossa fé. 5.ed., RJ: CPAD, 2005.  

 


 

domingo, 18 de fevereiro de 2024

Lição 08: A Disciplina na Igreja – 1 Trimestre de 2024.

TEXTO ÁUREO

“E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor e não desmaies quando, por ele, fores repreendido. “ (Hebreus 12.5)

 

“E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos:”

As Escrituras ensinam que haverá disciplina. Teriam esses leitores do primeiro século se esquecido do que diziam as Escrituras? Ou o escritor acusou-os disso, ou então só podemos presumir que eles de fato se esqueceram.

Os judeus do primeiro século estavam impregnados das Escrituras e, sem dúvida, já tinham lido o texto citado que Paulo citará, mas é fácil nos esquecermos do que devemos nos lembrar, se não nos aprofundamos em passagens pertinentes e as aplicamos a nossas vidas.

Por isso o apóstolo Pedro exorta seus leitores a atentarem as suas palavras já escritas: “Amados, escrevo-vos agora esta segunda carta, em ambas as quais desperto com exortação o vosso ânimo sincero; Para que vos lembreis das palavras que primeiramente foram ditas pelos santos profetas, e do nosso mandamento, como apóstolos do Senhor e Salvador” (2 Pedro 3:1,2).

Tiago também escreve nesse sentido a não sermos ouvintes esquecidos: “Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecediço, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito” (Tiago 1:25).

 

“Filho meu, não desprezes a correção do Senhor e não desmaies quando, por ele, fores repreendido.”

Citando Provérbios 3.11: “Filho meu, não rejeites a correção do Senhor, nem te enojes da sua repreensão” , o autor mostra que a prova da fé cristã, longe de sinalizar um abandono de Deus, é uma clara demonstração do seu amor.

Na visão judaica comum, entendia-se que o sofrimento era uma disciplina, ou um método de aprendizado, da parte de Deus.  A disciplina sempre existiu entre o povo de Deus. Desde os tempos em que os hebreus saíram da escravidão no Egito até os dias atuais, a disciplina tem sido o método instituído pelo Senhor como forma de preservar a santidade e a comunhão com o seu povo.

Na maioria das vezes, pensamos que o sofrimento é algo fora do controle divino, e algumas vezes chegamos até mesmo a perguntar ao Senhor se não há uma maneira mais suave de nos ensinar.

Entretanto, muitas vezes o açoite de Deus testifica de seu amor para conosco, pois aqueles que não toleram ser castigados por Deus, para sua própria salvação, podem num futuro bem próximo perder suas almas: “Seja, este tal, entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus” (1 Coríntios 5:5).

Podemos até pensar: “O ‘filho’ admoestado em Provérbios não poderia ser um de nós!” Porém a Bíblia é sempre atual; ela é sempre aplicável. Os princípios da verdade apresentados no Antigo Testamento devem ser aplicados a nós sempre que possível. Recordemos que o nosso Deus “educa” a quem Ele ama por meio de correção: “Porque o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem” (Provérbios 3:12)

O apóstolo Paulo relaciona em 2 Coríntios 11 uma série de sofrimentos atrozes aos quais foi submetido. Contudo, em meio a estas calamidades, ele ouviu a voz do Pai eterno, que lhe dizia: “A minha graça de basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza... Pelo que sinto prazer nas fraquezas [responde agora Paulo], nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando estou fraco, então, sou forte” (2 Coríntios 12.9,10).

A Disciplina é um sinal do amor de Deus por Seus filhos. Falta de sofrimento poderia indicar que somos filhos do diabo! Nossa própria natureza é de tal maneira que precisamos de disciplina (conforme está implícito no versículo 10). A tribulação vai produzir para nós “eterno peso de glória, acima de toda comparação” (2 Coríntios 4:17).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
03/01/2024

FONTES:

GONÇALVES, José. O Corpo De Cristo – Origem, Natureza e Missão da Igreja no Mundo. Rio de Janeiro CPAD, 2023.

SILVA, Severino Pedro. Epístola aos Hebreus – as coisas novas e grandes que Deus preparou para você. Rio de Janeiro CPAD, 2023.

GONÇALVES, José. A supremacia de Cristo- Fé, esperança e ânimo na carta aos Hebreus. Rio de Janeiro CPAD, 2017.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201408_03.pdf 

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Lucas 14.35

Lucas 14.35 "Nem presta para a terra, nem para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. "


 "Nem presta para a terra, nem para o monturo; lançam-no fora. "

Se formos infrutíferos: consequentemente, não serviremos para mais nada. Para que poderemos ser usados, em que não cause mais mal que bem? Assim como um homem sem razão, é um cristão sem a graça. Um homem mau é a pior das criaturas, um cristão mau é o pior dos homens; e um ministro mau é o pior dos cristãos. Estaremos condenados à ruína e à rejeição. Seremos hora ou outra expulsos da igreja e da comunhão de fé, para as quais estaremos representando um peso e uma mancha; sendo assim, pisados pelos pés dos homens. Que Deus seja glorificado através da vergonha e da rejeição daqueles por quem Ele foi rejeitado, e que não se fizeram adequados para nada, exceto para serem pisados.


"Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. "

A maioria das pessoas numa reunião pública ouve ao invés de ler. Alguns até mesmo nos nossos dias por não possuir leitura: “Ou dá-se o livro ao que não sabe ler, dizendo: Lê isto, peço-te; e ele dirá: Não sei ler “ (Isaías 29:12). Porém, não podemos deixar de contextualizar a quem Jesus está falando. As pessoas dessa época não possuíam a bíblia em sua cabeceira de cama ou biblioteca, as Bíblias eram manufaturadas e produzidas por rolos o que tornava muito caro adquirir uma para si. As próprias sinagogas não possuíam todos os rolos da bíblia, a de Nazaré possuía o rolo do profeta Isaías. Isso tornava o ouvir muito mais importante, pois as pessoas somente tinham acesso as escrituras pelo ouvido: “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus “ (Romanos 10:17). Por esse motivo Jesus repetia as palavras: “Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça” (Marcos 7:16); “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça “ (Mateus 11:15). Porém as bênçãos não vêm sobre os ouvintes desatentos, mas sobre aqueles que, amorosamente, obedecem aos preceitos e mandamentos encontrados no livro. Ouvir não é sobre memorizar que se leu, é muito mais: é obedecer, é praticar: “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha;” (Mateus 7:24).  




DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
14/02/2024

Fontes:

GOMES, Osiel. Os valores do reino de Deus – a relevância do sermão do monte para a igreja de Cristo. Rio de Janeiro: Cpad, 2022.

ARRINGTON French L; STRONSTADRoger. Comentário Bíblico Pentecostal – Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

PENTECOST, Dwight. O sermão da montanha. Trad. Luiz Aparecido Caruso. São Paulo: Vida, 1984.

CARVALHO, César Moisés. O Sermão do Monte - A Justiça sob a Ótica de Jesus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico – Evangelhos. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

HORTON, Stanley M. Apocalipse as coisas que brevemente devem acontecer. Rio de Janeiro: CPAD, 
2001.


Lucas 14.34

Lucas 14.34 "Bom é o sal; mas, se o sal degenerar, com que se há de salgar? "


"Bom é o sal; "

O sal é ingrediente necessário em nossos alimentos, e nossa saúde depende de um consumo adequado de sal. Adicionamos este elemento à alimentação não só para tomá-la mais saborosa, mas também para manter o correto equilíbrio do organismo, tão necessário à saúde. A dosagem excessiva ou deficiente de sal pode causar distúrbios indesejáveis a o nosso bem-estar físico. O valor do sal tem sido estimado desde tempos imemoriais. Os soldados romanos eram pagos com sal e, se algum deles era desleixado no cumprimento dos deveres, dizia-se que "não valia o seu sal". Antes dos tempos de os tabeliães poderem autenticar a legalidade de um documento, quando duas partes chegavam a um acordo. Juntos comiam sal ou porções de alimento: o ato de comer o sal sujeitava-os àquilo que chamavam pacto de sal. Este pacto ou aliança estabelecia um contrato inviolável (Números 18.19).Deus prescreveu o sal como parte necessária dos sacrifícios.(Levítico 2:13). Deus disse que se não adicionassem sal à oferta, ela seria inaceitável. Quando o Senhor disse aos discípulos "Vós sois o sal da terra" não estava pregando um novo pensamento aos judeus, para eles os profetas, que tinham vindo antes deles, eram o sal da terra de Israel. Em nossa sociedade, empregamos o sal para dar sabor e também como conservante. Antes de haver refrigeração, preservava-se a carne imergindo-a em salmoura ou esfregando-a com sal, e então levando-a ao sol para secar. Nossos antepassados, viajando através dos prados, dependiam de carne salgada para seu sustento. Devido a este conceito comum, consideramos esta passagem como ensino do Senhor de que os crentes são conservadores.


"... se o sal degenerar, com que se há de salgar? 

Sal degenerado quer dizer sal insípido. A palavra “insípido” significa destituído de qualquer sabor. Por isso Jó formula a pergunta: "Ou comer-se-á sem sal o que é insípido? Ou haverá gosto na clara do ovo?"(Jó6:6).  Se não formos como devemos ser, seremos como o sal que perdeu o seu sabor. Se nós, que devem temperar os outros, não temos sabor, somos vazios de vida espiritual, de tempero e de vigor. Se um cristão é assim, especialmente se um ministro é assim, a sua condição é muito triste, pois: (1) Ele é irrecuperável: de que maneira ele poderá ser temperado? O sal é um remédio para a comida sem sabor, mas não existe remédio para o sal insípido. O cristianismo dá um gosto especial ao homem. Mas se o homem o absorver e continuar a professá-lo, e ainda assim permanecer vivendo do mesmo modo como um tolo, sem graça e insípido, nenhuma outra doutrina, nenhum outro meio poderá ser aplicado para dar-lhe sabor. Se o cristianismo não puder fazê-lo, nada o fará.


Versículo Paralelo: https://textoaureoebd.blogspot.com/2024/01/mateus-513.html


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
14/02/2024

Fontes:

GOMES, Osiel. Os valores do reino de Deus – a relevância do sermão do monte para a igreja de Cristo. Rio de Janeiro: Cpad, 2022.

ARRINGTON French L; STRONSTADRoger. Comentário Bíblico Pentecostal – Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

PENTECOST, Dwight. O sermão da montanha. Trad. Luiz Aparecido Caruso. São Paulo: Vida, 1984.

CARVALHO, César Moisés. O Sermão do Monte - A Justiça sob a Ótica de Jesus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico – Evangelhos. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

Naum 1.1

Naum 1.1 “Peso de Nínive. Livro da visão de Naum, o elcosita. “

 

“Peso de Nínive.”

Naum começa seu livro com a expressão “Peso de Nínive”, uma referência à pesada sentença do Deus de Israel contra o império conhecido por suas conquistas e crueldades. O substantivo hebraico para “peso” é “massa” que significa “carga, fardo, sofrimento” (Êxodo 23.5; Naum 11.11,17) bem como “sentença pesada, oráculo, pronunciamento, profecia” (Habacuque 1.1; Zacarias 9.1; 12.1). Ela aponta para a proclamação de um desastre (Isaías 14.28; 23.1; 30.6).

Nínive era a antiga capital do império assírio. Suas ruínas estão localizadas ao norte do Iraque. É uma das cidades pós-diluvianas fundada por Ninrode, descendente de Cuxe (Genesis 10.8-11), por volta de 4500 a.C. — tornando-se proeminente antes de 2000 a.C. O rei assírio, Senaqueribe (705 - 681 a.C), fortificou a cidade, garantindo assim o apogeu da capital assíria. O Senhor refere-se a ela como a “grande cidade” (Jonas 1.2; 3.2).

Cerca de 100 anos antes disso Jonas tinha, em nome de Deus, predito a rápida derrubada dessa grande cidade; mas, então, os ninivitas se arrependeram e foram poupados, e esse decreto não saiu. No entanto, logo depois, eles voltaram a ele novamente; ela se tornou pior do que antes, uma cidade sangrenta e cheia de mentiras e roubos. Eles se arrependeram de seu arrependimento, voltaram como o cão para o seu vômito, e por fim se tornaram piores do que haviam sido.

Então, Deus não lhes enviou este profeta, como Jonas, mas esta profecia, para ler a eles a sua condenação, que era agora irreversível. Note que a suspensão temporária da pena não continuará se o arrependimento não continuar.

A profecia de Naum foi cumprida. Nínive foi destruída em 612 a.C. Seu exército foi finalmente aniquilado em Carquemis, em 605 a.C. A destruição de Nínive foi tão completa que a cidade tornou-se uma lenda durante dois milênios, até ser redescoberta em 1842 por Layard e Botta. Alexandre passou por ela em 331, sem ver sinais de sua existência. Nada restou da cidade e de seu poderio.

 

“Livro da visão de Naum, o elcosita. “

O profeta descreve como foi lhe transmitido o oráculo divino “Livro da visão”. Deus havia falado com Arão e Miriam: “Ouvi agora as minhas palavras; se entre vós houver profeta, eu, o Senhor, em visão a ele me farei conhecer, ou em sonhos falarei com ele” (Números 12:6)

Naum significa “compassivo”, mas a mensagem que ele traz, pelo menos em parte, é uma demonstração do juízo de Deus. Por isso é preferível dividir sua mensagem em duas partes: a condenação de Nínive e o consolo aos judeus.

Pouco se sabe acerca de Naum. Ele é descrito como originário de uma localidade chamada Elcos. Alguns estudiosos acreditam que “elcosita” (v.1c) refere-se a uma cidade da Assíria, situada a 38 quilômetros de Nínive, em Al-kush, ao norte do atual Mossul, Iraque. Tal informação é a menos provável, visto que, desde a antiguidade, a cidade de Cafarnaum é a que provavelmente melhor se adéqua, pois, em árabe, Kefr-Nahum, significa “cidade de Naum ”. Elcos assim, seria um nome primitivo de Cafarnaum. Se essa identificação está correta, o profeta era oriundo do norte da Galiléia.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
14/02/2024

FONTES

Coelho, Alexandre/Daniel, Silas. Os doze profetas menores. Rio de janeiro, CPAD, 2012.

PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia — livro por livro. 5. ed. São Paulo: Editora Vida, 1978.

ELLISEN , Stanley A. Conheça melhor o Antigo Testamento. São Paulo: Editora Vida, 1991.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

1 Reis 17.23

1 Reis 17.23 “E Elias tomou o menino, e o trouxe do quarto à casa, e o deu à sua mãe; e disse Elias: Vês aí, teu filho vive. ” 


“E Elias tomou o menino, e o trouxe do quarto à casa, e o deu à sua mãe; e disse Elias: Vês aí, teu filho vive. “

Quando estava sendo sustentado pela víuva de Sarepta, Elias foi confrontado por ela, pois seu filho adoeceu e veio a morrer. “Então ela disse a Elias: Que tenho eu contigo, homem de Deus? vieste tu a mim para trazeres à memória a minha iniqüidade, e matares a meu filho? “ (1 Reis 17:18).

Elias não respondeu palavra à mulher, mas se dirigiu a Deus e expôs o caso, pois, não sabia que explicação dar-lhe a este triste acontecimento. Logo tomou o cadáver do menino dos braços da mulher e o levou ao seu próprio leito (v.19). Ali apelou ao Senhor com humildes razões (v.20) e lhe rogou que devolvesse a vida do menino (v.21).

Este é o primeiro caso que encontramos na Bíblia de um morto voltar à vida; pelo que Elias debaixo do impulso do mesmo Deus, orou pela ressurreição desse menino. Deve-se observar a oração de Elias: “Rogo-te que tragas de volta a alma deste menino a ele” (V.21). Na mentalidade judaica, a “alma” ficava três dias ao lado do cadáver.

Elias se estendeu sobre o menino três vezes! Isso demonstra a natureza perseverante de sua oração. Muitos projetos não se concretizam, ficam pelo caminho, porque não são acompanhados de oração perseverante. O Senhor Jesus destacou a necessidade de sermos perseverantes quando narrou a parábola do juiz iníquo: “E ensinou-lhes uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer” (Lucas 18.1). É com perseverança que conseguiremos alcançar nossos objetivos. Deus ouviu e respondeu ao seu servo: “...e a alma do menino tornou a entrar nele, e reviveu” (1 Reis 17:22)


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
9/10/2023

FONTES:

GABY, Wagner. Até os confins da terra – Pregando o evangelho a todos os povos até a volta de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

WIERSBE, Warren. Comentário Bíblico Expositivo - históricos. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2008.

GONÇALVES, José. Porção dobrada - Uma análise bíblica, teológica e devocional sobre os ministérios proféticos de Elias e Eliseu. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

1 Reis 17.8

1 Reis 17.8  “Então veio a ele a palavra do Senhor, dizendo: “


“Então veio a ele a palavra do Senhor, dizendo: “

O profeta Elias apesar de ser como nós: “Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra” (Tiago 5:17), possuía estreita comunhão com Deus. Não apenas falava e Deus respondia e validava: “Vive o SENHOR Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra” (1 Reis 17:1), mas, ouvia constantemente a voz de seu deus: “Depois veio a ele a palavra do Senhor “ (1 Reis 17:2).

Nessa ocasião, Elias habitava junto ao ribeiro de Quirite, por ordem de Deus: “vai para o oriente, e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão” (1 Reis 17:3). Ali Elias bebia do ribeiro e era alimentado pela provisão divina através de corvos: “E os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã; como também pão e carne à noite...” (1 Reis 17:6). Aconteceu que por causa da ausência de chuva o ribeiro veio a secar. Por conta disso Deus novamente instrui o caminho para Elias: “Levanta-te, e vai para Sarepta”.


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
9/10/2023

FONTES:

GABY, Wagner. Até os confins da terra – Pregando o evangelho a todos os povos até a volta de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

GONÇALVES, José. Porção dobrada - Uma análise bíblica, teológica e devocional sobre os ministérios proféticos de Elias e Eliseu. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

SWINDOLL, Charles R. Elias: um homem de heroísmo e humildade; traduzido por Emirson Justino. — São Paulo: Mundo Cristão, 2001.

Obadias 1.1

Obadias 1.1 “Visão de Obadias: Assim diz o Senhor DEUS a respeito de Edom: Temos ouvido a pregação do SENHOR, e foi enviado aos gentios um emissário, dizendo: Levantai-vos, e levantemo-nos contra ela para a guerra. “

 

Com apenas 21 versículos, Obadias é o livro mais curto do Antigo Testamento. Excetuando-se a introdução, o seu estilo é poético. O tema do livro é o julgamento divino contra Edom. Obadias, porém, não é o único profeta incumbido de anunciar a condenação dos filhos de Esaú (Isaías 21.11,12; Jeremias 49.7-22; Ezequiel 25.1-14; Amós 1.11,12; Malaquias 1.2-5).

 

“Visão de Obadias: Assim diz o Senhor DEUS a respeito de Edom: “

O livro começa com a expressão “Visão de Obadias”. A palavra hebraica para “visão”, é termo genérico para designar a comunicação divina. Era a palavra comumente empregada no Antigo Testamento para designar uma revelação de Deus.

A. R. Crabtree diz que visão significa “a palavra”, “o oráculo” e “a mensagem do Senhor” que o profeta inspirado recebe diretamente do Senhor.

A visão não nasceu no coração do profeta, mas na mente de Deus. Não se trata de uma visão mística, mas de uma mensagem recebida do céu para ser anunciada na terra. Assim como Isaías (Isaías 1.1), Miquéias (Miqueias 1.1), Naum (Na 1.1) e Habacuque (Hc 1.1).

O nome Obadias significa “servo do Senhor” ou “adorador de Iavé”, uma indicação de que ele era filho de pais piedosos. Fora isso nada mais se sabe sobre Obadias. Ellisen, escritor e pesquisador do Antigo Testamento, defende que esse era “um nome comum no Antigo Testamento, semelhante a Onésimo no Novo Testamento ou Abdulá em árabe”. Sabe-se que ele estava na cidade de Jerusalém quando os edomitas participaram do ataque contra a cidade e maltrataram os sobreviventes dessa investida invasora.

Obadias traz sua profecia contra os descendentes de Esaú, os edomitas. Os “irmãos” dos israelitas seriam duram ente julgados pela forma com que os trataram quando estavam sendo atacados pelos invasores.

Esse tratamento desprezível dado ao povo de Deus em um momento em que estavam vulneráveis foi motivo suficiente para que Deus declarasse a queda de Edom. Os muitos pecados de Israel foram o motivo de seu exílio e da perda temporária de sua nação. Mas isso não era motivo para que Edom aproveitasse a situação e colocasse em prática seu desprezo pelos israelitas, tratando-os com malignidade.

 

 “Temos ouvido a pregação do SENHOR, e foi enviado aos gentios um emissário, dizendo: Levantai-vos, e levantemo-nos contra ela para a guerra. “

O mensageiro do Senhor entende a visão e sabe distingui-la do seu próprio pensamento ou imaginação. Reconhece também a vocação de transmitir a mensagem divina ao seu povo. Assim, o profeta enfatiza fortemente que o que ele tem a dizer procede do Senhor.

A fonte da mensagem é Javé Senhor, o Deus da aliança com Israel, que é Senhor e soberano sobre todas as nações. Essa era a maneira comum de Deus dirigir-se aos profetas.

Conforme descrição de Warren Wiersbe, Deus disse a seu servo que um embaixador de uma nação aliada de Edom estava visitando outras nações para convencer seus líderes a unir forças e atacar Edom. Na verdade, o Senhor é que havia ordenado essa mudança política, e aquilo que parecia ser apenas mais uma visita diplomática era na verdade a execução do juízo de Deus contra Edom.

O profeta alude a uma liga de nações que se levantaria contra Edom. “Todos os teus aliados te levaram para fora dos teus limites” (Ob 7). Isaltino Filho é pertinente quando escreve:

A ideia de que Deus comanda a história e a faz caminhar na direção de sua vontade final é muito forte nos profetas [...]. Obadias vai mostrar como Deus conduz a história. Não se trata de um ocasional evento histórico o que vai acontecer com Edom. N ão está se tratando meramente de nações contra nações, mas de um ato planejado da parte de Deus [...]. Obadias nos ensina que nenhum a nação pode sentir-se segura só porque tem um exército poderoso ou pode pensar que se manterá indefinidamente como poderosa. Um olhar pela história mostra que grandes e bem armadas nações desapareceram [...]. A arrogância de Edom teria fim. A arrogância de nações belicamente invencíveis terá fim, se não compreenderem a soberania de Deus e se não se submeterem aos seus propósitos.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
14/02/2024

FONTES:

COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas. Os Doze Profetas Menores. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

LOPES, Hernandes Dias. Amós: um clamor pela justiça social. São Paulo: Hagnos, 2007.

PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia — livro por livro. 5. ed. São Paulo: Editora Vida, 1978.

Ellisen, Stanley A. Conheça melhor o Antigo Testamento. Editora Vida. Florida. 1991.

WIERSBE, Warren W. Wiersbe – Antigo Testamento – Volume I. São Paulo: Geográfica, 2009.

CRABTREE, A. R. Profetas menores: comentário sobre os livros de Joel, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum e Habacuque. Rio de Janeiro: JUERP, 1971.

COELHO FILHO, Isaltino Gomes. Os profetas menores. Rio de Janeiro: JUERP, 2002.

Amós 1.1

Amós 1.1  “As palavras de Amós, que estava entre os pastores de Tecoa, as quais viu a respeito de Israel, nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel, dois anos antes do terremoto. “

 

“As palavras de Amós, que estava entre os pastores de Tecoa, as quais viu a respeito de Israel, “

O significado do nome Amós é provavelmente “aquele que carrega fardos” ou “carregador de fardos”. O livro contém muitos fardos de julgamentos ou calamidades que o profeta transmitiu a Israel.

Amós não era procedente da classe rica e aristocrática, empoleirada no poder, mas oriundo das toscas montanhas de Tecoa, aldeia situada a 17 quilômetros ao sul de Jerusalém, na Judéia. Não foi ordenado oficialmente como profeta, nem tinha assistido à escola dos mesmos; seu único motivo para pregar foi uma chamada divina (7:14, 15).

Amós era pastor de ovelhas e agricultor “boieiro e cultivador de sicômoros” (7.14), homem de pele bronzeada, de caráter robusto, de voz retumbante, de profundo conhecimento da realidade do mundo ao seu redor. A linguagem de Amós não era muito refinada também: ele chamou as mulheres ricas da cidade de “vacas״, uma linguagem pouco ortodoxa para aqueles dias. Mas foi esse homem que Deus escolheu para trazer um duro juízo contra a sociedade israelita corrupta e injusta.

Amós nos mostra que Deus se utiliza de quem Ele quer, e que Ele pode se utilizar de pessoas que, dentro dos nossos padrões, não seriam enquadradas como adequadas a certas funções. Deus escolhe as coisas tolas do mundo para confundir as sábias. Que Deus continue humilhando os poderosos e exaltando os humildes. Deus conhece o homem certo, no tempo certo, para o lugar certo.

 

 “... nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel, dois anos antes do terremoto. “

Isso mostra que ele viveu na mesma época de Oseias e Isaías. Ele era de Tecoa, na Judeia, mas Deus o enviou para profetizar em Samaria, no reino do Norte. Miqueias é também dessa época, mas começou suas atividades um pouco depois dos três primeiros, pois Uzias não é mencionado: ‘nos dias de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá’ (1.1).

O texto de Amós dá uma data precisa a sua missão de pregação em Betei: “[...] dois anos antes do terremoto” (1.1), isto é, aquele terremoto severo na época de Uzias, que, séculos mais tarde, ainda não fora esquecido “e fugireis assim como fugistes de diante do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá. Então virá o Senhor meu Deus, e todos os santos contigo” (Zacarias 14.5).

Stanley Ellisen comenta sobre esse terremoto nestes termos: O grande terremoto de Amós 1.1 foi evidentemente acompanhado de um eclipse solar, conforme está sugerido em Amós 8.8-10. Segundo os astrônomos, esse eclipse ocorreu em 15 de junho de 763 a.C. A profecia sobre Israel foi proferida dois anos antes, em 765 a.C., e escrita algum tempo depois do terremoto. Este foi tão violento que Zacarias se referiu a ele 270 anos mais tarde (Zc 14.5).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
14/02/2024

FONTES:

COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas. Os Doze Profetas Menores. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

LOPES, Hernandes Dias. Amós: um clamor pela justiça social. São Paulo: Hagnos, 2007.

PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia — livro por livro. 5. ed. São Paulo: Editora Vida, 1978.

Ellisen, Stanley a . Conheça melhor o Antigo Testamento. Editora Vida. Florida. 1991.

Oséias 1.1

Oséias 1.1 “Palavra do SENHOR, que foi dirigida a Oséias, filho de Beeri, nos dias de Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel. “

 

O livro de Oséias é o primeiro dos livros proféticos menores. Estes livros são chamados “menores”, não com relação à sua importância, mas em relação ao seu tamanho, e a esse respeito estão em contraste com os escritos dos Profetas Maiores.

 

“Palavra do SENHOR, que foi dirigida a Oséias, filho de Beeri, “

O nome Oseias era muito comum em Israel. Assim foi chamado o último rei do Reino do Norte. O significado do nome é: Deus salva, ou salvação, e é equivalente a Josué e Jesus. O nome do profeta já trazia em si um chamado ao arrependimento e uma semente de esperança.

A Bíblia registra que ele se casou e que teve três filhos. Pelo que apresenta a Bíblia, sua mulher, Gomer, foi uma prostituta. Ela deu a Oseias três filhos: Jezreel (Deus espalhou), Lo-Ruama, uma menina (desprezada) e Lo־Ami, outro filho (Não é meu povo). Há quem creia que desses três filhos apenas o mais velho era de Oseias, e os dois outros seriam fruto das traições de Gomer. A família de Oseias, como se percebe, não era das mais dignas de serem seguidas.

Oseias já foi chamado de “o profeta do amor”, porque seu livro manifesta um profundo amor da parte de Deus por Israel, um amor não correspondido. Deus é mostrado como um marido traído que procura reatar o casamento com a esposa, que se tornou prostituta.

Oseias não se constituiu profeta nem foi apontado por homem algum. Ele é profeta de Deus. Ele não criou a mensagem; a mensagem lhe foi dada. Ele não era a fonte da mensagem, apenas o seu instrumento. Sua autoridade procedia de Deus. Sua mensagem emanava do próprio Deus. Quando Oseias falava, era o próprio Deus falando ao povo.

Nada sabemos acerca do pai de Oseias, exceto o seu nome, cujo significado é “minha fonte ou meu poço”. A simples citação do nome do pai de Oseias demonstra que se tratava de alguém conhecido e destacado na sociedade.

David Hubbard, porém, pensa diferente. Para ele, a menção do nome do pai de Oseias não desempenha outro papel no texto, senão o de distinguir nosso Oseias de outros de nome idêntico ou semelhante.

 “... nos dias de Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel. “

O ministério de Oseias deu-se no período da supremacia política e militar da Assíria. Ele profetizou em Samaria, capital do Reino do Norte, durante os “dias de Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel” (1.1).

A soma desses anos deve ser reduzida significativamente porque Jotão foi corregente com seu pai, Uzias, e da mesma forma Ezequias reinou com Acabe, seu pai (2 Reis 15.5; 18.1,2,9,10,13).

Esses dados fornecidos pelo profeta nos permitem datar o seu ministério entre 793-753 a.C. Jeroboão II, reinou 41 anos num período de prosperidade econômica, mas também de apostasia generalizada (2 Reis 14.23-29).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
14/02/2024

FONTES:

COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas. Os Doze Profetas Menores. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

LOPES, Hernandes Dias. Oseias: O amor de Deus em ação. São Paulo, SP: Hagnos 2010.

PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia — livro por livro. 5. ed. São Paulo: Editora Vida, 1978.

COELHO FILHO, Isaltino Gomes. Os profetas menores. Rio de Janeiro: JUERP, 2002.

Joel 1.1

Joel 1.1 “Palavra do SENHOR, que foi dirigida a Joel, filho de Petuel. “

 

“Palavra do SENHOR, que foi dirigida a Joel, ”

Joel deixa claro que a mensagem que transmite não é sua, mas de Deus. “Palavra do Senhor, que foi dirigida a Joel... ” (1.1). Joel não é a fonte da mensagem, mas seu canal. O profeta não gera a mensagem, apenas a transmite. Ele só transmite aquilo que recebe de Deus. Ele é um fiel despenseiro daquilo que lhe foi confiado.

A. R. Crabtree acertadamente diz que a mensagem não é simplesmente a declaração de Joel, pois é a Palavra do Senhor, a revelação divina que veio diretamente ao profeta divinamente chamado e preparado para entender, receber e transmitir o oráculo divino ao seu povo.

A ocasião para a profecia de Joel era uma invasão extraordinariamente calamitosa de insetos destrutivos — o gafanhoto — que devastava a terra, destruindo as colheitas, e trazendo a fome geral. O profeta vê nesta calamidade uma visitação do Senhor e se refere a ela como um tipo de castigo final do mundo — o dia do Senhor (1:15). Como muitos dos outros profetas, Joel predisse o futuro à luz do tempo presente, considerando um acontecimento presente e iminente como símbolo de um acontecimento futuro. Por isso ele vê na invasão dos gafanhotos um indício da invasão vindoura do exército assírio (cap. 2:1-27; comp. Isaías caps. 36, 37). Projetando sua visão ainda mais para o futuro adentro, vê a invasão final da Palestina pelos exércitos confederados do Anticristo.

Joel foi profeta do Reino de Judá, por pelo menos duas razões: primeiro, não há nenhuma menção a Israel — isto é, ao Reino do Norte — na profecia de Joel, mas apenas ao futuro de Judá e Jerusalém; e segundo, como destacam os teólogos Jamieson, Fausset e Brown, “[Joel] fala de Jerusalém, do Templo, dos sacerdotes e das cerimônias como se fosse intimamente familiarizado com eles (Joel 1.14; 2.1, 15, 32; 3.1, 2, 6, 16, 17, 20, 21)”. Logo, não há dúvida de que ele pertencia ao Reino do Sul.

Em relação ao período exato de seu ministério profético, o mais provável, e mais aceito pelos especialistas, é que “suas profecias foram entregues nos primeiros dias de Joás, pois não há nenhuma referência à Babilônia, à Assíria ou mesmo à invasão da Síria, e os únicos inimigos mencionados são os filisteus, os fenícios, os egípcios e os edomitas (Joel 3.4,19).

 

“... filho de Petuel. “

Pouco ou quase nada se conhece sobre Joel e a sua época. As escassas informações baseiam-se em alguns lampejos extraídos de seu livro.

O nome do profeta Joel significa “O Senhor é Deus”. Seu nome o vincula ao seu Deus. Seu nome é uma espécie de profissão de fé num tempo em que Judá estava cercada por povos politeístas. Seu nome destaca a singularidade da pessoa de Deus e sua soberania.

Seu pai se chamava Petuel. Não há referência na bíblica sobre quem Petuel seria, ele só é citado nesse versículo. Esse fato sinaliza que seu pai era um homem bem conhecido e uma personalidade destacada na sociedade. Petuel significa “franqueza” ou “sinceridade de Deus”.

Portanto, todas as evidências apontam para Joel, filho de Petuel (Joel 1.1), profetizando por volta de 835 a.C. a 830 a.C., período dos primeiros anos do reinado do jovem rei Joás, que subiu ao trono aos 7 anos (1 Reis 11.21).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
14/02/2024

FONTES:

COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas. Os Doze Profetas Menores. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

LOPES, Hernandes Dias. Joel: o profeta do pentecostes. São Paulo: Hagnos, 2009.

FAUSSET, A. R.; BROWN, David; JAMIESON , R. Jamieson, Fausset and Brown’s commentary on the whole Bible. Grand Rapids: Zondervan Classic Reference Series, 1999.Crossway Books, 1999.

PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia — livro por livro. 5. ed. São Paulo: Editora Vida, 1978.

CRABTREE, A. R. Profetas menores: comentário sobre os livros de Joel, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum e Habacuque. Rio de Janeiro: JUERP, 1971.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Mateus 6.4

Mateus 6.4 “Para que a tua esmola seja dada em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompensará publicamente. “

 

“Para que a tua esmola seja dada em secreto; “

Em todas as nossas ações, devemos ser influenciados pela consideração ao objeto, e não ao observador.

Nós não devemos deixar que os outros saibam o que fazemos; nem aqueles que estão muito perto de nós. Em vez de aproximar-se deles com isso, esconda deles a ação, se for possível; no entanto, aparente ter o desejo de ocultar estas ações deles, como por educação. Mesmo que observem, eles podem fazer parecer que não perceberam nada, e assim guardarão o fato que testemunharam para si mesmos, sem divulgá-lo.

Nós mesmos também não devemos observar muito a ação. Não devemos, dentro de nós mesmos, notar demais as boas ações que fazemos, não devemos aplaudir e admirar a nós mesmos. Vaidade e auto complacência, e uma adoração da nossa própria sombra, são ramos de orgulho, tão perigosos quanto a vangloria e a ostentação diante dos homens. Encontramos aqueles que tiveram as suas boas obras lembradas em sua honra, mesmo tendo se esquecido delas: “Quando te vimos com fome, ou com sede? ” (Mateus 25.31...)

 

 “... e teu Pai, que vê em secreto, ”

Veja que há promessa àqueles que são sinceros e humildes ao darem as suas esmolas. Quando damos pouca atenção às boas obras que fazemos, Deus dá muita atenção a elas “Eu conheço as tuas obras, e o teu amor, e o teu serviço, e a tua fé, e a tua paciência, e que as tuas últimas obras são mais do que as primeiras (Apocalipse 2:19). Do mesmo modo como Deus ouve as coisas erradas que fazem contra nós, quando não as ouvimos (SaImo 38.14,15),

 

“... ele mesmo te recompensará publicamente. “

Observe como isto é expresso enfaticamente: Ele mesmo recompensará, Ele mesmo é o Galardoador (Hebreus 11.6). Que o próprio Senhor expresse a bondade, pois Ele, e somente Ele, é a sua fonte; e mais ainda, Ele mesmo será o galardão (Genesis 15.1), nosso grandíssimo galardão. Ele nos recompensará como o nosso Pai, não como um senhor que dá ao seu servo somente o que ele ganha como pagamento e nada mais, mas como um pai que dá abundantemente mais, e sem restrição, ao seu filho que o serve. E mais ainda, Ele nos recompensará abertamente; se não nos dias atuais, com certeza no grande dia. Então todo homem deve louvar a Deus, com um louvor aberto. Você será confessado diante dos homens. Se a obra não for manifesta, o galardão o será; e isto é ainda melhor.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
12/12/2024

FONTES:

CARVALHO, César Moisés. O Sermão do Monte: A justiça sobre a ótica de Jesus. Rio de Janeiro CPAD, 2017.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry - Mateus a João. Rio de Janeiro CPAD, 2008.

ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004.

Mateus 6.3

Mateus 6.3 “Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita; “


“Mas, quando tu deres esmola, “

Novamente a esmola é tratada como norma. Por isso Ele não diz: ‘Se deres’, mas: ‘Quando deres’. Os cristãos nunca devem se afastar desse dever social. Dorcas foi lembrada por suas esmolas: “E havia em Jope uma discípula chamada Tabita, que traduzido se diz Dorcas. Esta estava cheia de boas obras e esmolas que fazia” (Atos 9:36).

Até mesmo os gentios piedosos valorizavam as esmolas e as mesmas são lembradas por Deus: “E havia em Cesaréia um homem por nome Cornélio, centurião da coorte chamada italiana, Piedoso e temente a Deus, com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo, e de contínuo orava a Deus. Este, quase à hora nona do dia, viu claramente numa visão um anjo de Deus, que se dirigia para ele e dizia: Cornélio. O qual, fixando os olhos nele, e muito atemorizado, disse: Que é, Senhor? E disse-lhe: As tuas orações e as tuas esmolas têm subido para memória diante de Deus” (Atos 10:1-4).

Honre e sirva a Deus com seus bens através das Esmolas.

 

“... não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita; “

Dar esmolas com a mão direita também pode sugerir presteza e resolução; faça de modo direito, não de forma desajeitada, nem com uma intenção sinistra. A mão direita pode ser usada para ajudar os pobres, erguendo-os, escrevendo para eles, tratando de seus ferimentos, e outras maneiras além de lhes dar esmolas.

Mas, não deixe que a tua mão esquerda saiba de qualquer bem que a tua mão direita fizer aos pobres: esconda o quanto for possível; diligentemente mantenha isso em segredo.

As boas obras devem ser praticadas em segredo, no íntimo do coração, visto que vivemos na época da publicidade, da propaganda, onde tudo aquilo que as pessoas fazem têm de ser mostrado num cartaz e ser proclamado em alto e bom tom.

Às vezes, uma pessoa, banco ou uma instituição, propõe-se a ajudar pessoas, mas quer que se faça uma placa dizendo que é aquele banco ou instituição que está ajudando. E aí, coloca-se uma placa: “Quem mantém esse asilo é a instituição tal”. A recompensa dela já está ali na publicidade.

As boas obras não precisam de exposição, pois aqueles que a recebem sentem o toque da generosidade, e esta, quando é verdadeira, é também gratuita.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
12/12/2024

FONTES:

CARVALHO, César Moisés. O Sermão do Monte: A justiça sobre a ótica de Jesus. Rio de Janeiro CPAD, 2017.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry - Mateus a João. Rio de Janeiro CPAD, 2008.

ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004.

Mateus 6.2

Mateus 6.2 “Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. “

 

“Quando, pois, deres esmola, ”

Dar esmolas é um dever cristão que está caindo em desuso neste século. Através das esmolas honramos e servimos aos Senhor com nossos bens. Devemos exercer essa generosidade com abundância: “Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre. Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça” (2 Coríntios 9:9,10).

Por isso Ele não diz: ‘Se, pois, deres’, mas: ‘Quando, pois, deres’. Ele fala de esmolas como norma dos judeus. Este dever está prescrito na lei da natureza e na lei de Moisés, e os profetas dão grande ênfase a ele.

 

“... não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. “

A admoestação de Cristo aqui é contra dar aos pobres pelos motivos errados. Como faziam os fariseus. Jesus chama ‘hipócritas’ (hypocrites) os que dão pelos motivos errados. O termo hypocrites era originalmente usado para descrever atores apropriado aqui, visto que o doador ostentoso está desempenhando para uma audiência”.

Fazer tocar trombeta é uma expressão figurativa que significa “chamar a atenção para alguém”, pois não há evidência de que os fariseus jamais tenham subido em ‘palcos’ públicos sob o clangor de trombetas. Ao fazerem esmola eles buscavam a própria glorificação das pessoas, em vez de dar aos pobres como ato de agradecimento voltado à glória de Deus.

 

“Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. “

A razão que Jesus apresenta para fazer caridade sem ser visto, é que a generosidade ostentosa não resulta em recompensa ‘do vosso Pai, que está nos céus’.

‘Já receberam’ tem um sentido contábil, indicando que foi feito pagamento total e um recibo foi dado. O contrato foi cumprido; eles receberam pelo que negociaram — uma audiência iludida. “Porque, se alguém cuida ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo” (Gálatas 6:3)

Porém, Deus não é iludido “Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gálatas 6:7). O objetivo do afeto para o verdadeiro esmoleiro é principalmente Deus. A justiça que excede a dos fariseus (Mateus 5.20) busca proeminentemente agradar a Deus”.

O galardão dos hipócritas é a condenação. À primeira vista, isso parece uma promessa. Se eles têm o seu galardão, eles já têm o suficiente, mas se meditarmos acerca notaremos que é um galardão, mas é um galardão de homens. Cujo a porção está nessa vida: “Levanta-te, Senhor, detém-no, derriba-o, livra a minha alma do ímpio, com a tua espada; dos homens com a tua mão, Senhor, dos homens do mundo, cuja porção está nesta vida, e cujo ventre enches do teu tesouro oculto” (Salmos 17:13,14) e não o galardão de Deus “E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra“ (Apocalipse 22:12). Isso fica ainda mais claro se considerarmos que Deus é o nosso galardão (Genesis 15.1) e eles não tem parte nisso.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
12/12/2024

FONTES:

CARVALHO, César Moisés. O Sermão do Monte: A justiça sobre a ótica de Jesus. Rio de Janeiro CPAD, 2017.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry - Mateus a João. Rio de Janeiro CPAD, 2008.

ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004.

Mateus 6.1

Mateus 6.1 “Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus. “

 

Tendo Cristo, no capítulo anterior, preparado os seus discípulos contra as doutrinas corruptas dos escribas e fariseus, vem neste capítulo adverti-los contra as práticas corruptas deles. No capítulo 6 somos advertidos a não ser como os hipócritas quando: dermos esmolas, orarmos e jejuarmos.

Dar esmolas é um dever cristãos que está caindo em desuso neste século. Através das esmolas honramos e servimos aos Senhor com nossos bens. Devemos exercer essa generosidade com abundância: “Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre. Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça” (2 Coríntios 9:9,10).

 

“Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles; “

Apesar de dar esmolas ser considerado necessário e excelente, pode ser utilizada pelos hipócritas para servir ao seu orgulho. É um pecado sutil; a vanglória se introduz no que fazemos antes que possamos estar cientes. Por isso Paulo nos adverte: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade” (Filipenses 2:3)

Somos advertidos a não ser como os hipócritas: “Guardai-vos”. O fato de sermos solicitados a nos guardar da vanglória indica que isso é pecado. A Vangloria gera Hipocrisia se ela reinar em você, pode destruí-lo: “Assim como as moscas mortas fazem exalar mau cheiro e inutilizar o unguento do perfumador, assim é, para o famoso em sabedoria e em honra, um pouco de estultícia” (Eclesiastes 10:1).

Nós não devemos deixar que os outros saibam o que fazemos; não, nem mesmo os que estão muito perto de nós. Em vez de aproximar-se deles com isso, esconda deles a ação, se for possível; no entanto, aparente ter o desejo de ocultar estas ações deles, como por educação. Mesmo que observem, eles podem fazer parecer que não perceberam nada, e assim guardarão o fato que testemunharam para si mesmos, sem divulgá-lo.

As boas obras devem ser praticadas em segredo, no íntimo do coração, visto que vivemos na época da publicidade, da propaganda, onde tudo aquilo que as pessoas fazem têm de ser mostrado num cartaz e ser proclamado em alto e bom tom. As boas obras não precisam de exposição, pois aqueles que a recebem sentem o toque da generosidade, e esta, quando é verdadeira, é também gratuita.

 

“... aliás, não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus. “

Se você der uma esmola para ser visto pelos homens não terá galardão no futuro vindouro. O seu galardão será a sua própria promoção diante dos homens: “Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão“ (Mateus 6.2). Deus não reconhecerá essa obra, pois a qualidade dela não passará de madeira, palha e feno e será queimada pelo fogo.

Não podemos esquecer que o nosso Senhor será o galardão (Genesis 15.1), nosso grandíssimo galardão. E que Ele é o Galardoador daqueles que o buscam (Hebreus 11.6), Que Diz “E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra” (Apocalipse 22:12)

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
12/12/2024

FONTES:

CARVALHO, César Moisés. O Sermão do Monte: A justiça sobre a ótica de Jesus. Rio de Janeiro CPAD, 2017.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry - Mateus a João. Rio de Janeiro CPAD, 2008.

ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004.

1 Timóteo 3.1

1 Timóteo 3.1 “Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. “

 

“Esta é uma palavra fiel:

Paulo inicia mencionando, pela segunda vez, a expressão “Esta é uma palavra fiel”, a primeira, com o mesmo sentido, ocorreu em 1.15 “Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal”, ou seja, faz uso de um provérbio popular que agora ele endossa como sendo algo confiável.

Não está de todo claro se a afirmação em questão se refere ao que precede ou ao que se segue. Como as demais afirmações relacionam-se de algum modo com a doutrina da salvação, alguns comentaristas sugerem que esta (em 3.1a) relaciona-se com a anterior em 2.15 que é uma “afirmação cristã bem conhecida sobre o efeito que a Encarnação produz nas mulheres”. João Crisóstomo foi um deles.

Mas praticamente a maioria das traduções e também a maioria dos comentaristas relacionam essa afirmação ao que se segue, isto é: se alguém deseja ser bispo, deseja uma nobre função (v. 1). Segundo Calvino, Paulo, usa essa expressão à guisa de prefácio a uma afirmação importante, e o tema anterior não carece de expressão tão forte. O que o apóstolo está para declarar agora é muito mais sério, portanto tomemos a frase como um prefácio destinado a indicar a importância do assunto a seguir, porquanto o apóstolo está agora começando uma nova abordagem acerca da designação de pastores e que forma de governo seria estabelecida para a Igreja.

 

“... se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. “

A expressão “se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja” não contém um juízo de valor sobre o desejo. O adjetivo está na obra, chamada de excelente. Mas não há censura para quem aspira ser um obreiro, desde que a motivação seja pura e correta. Tal atitude combinada com as qualificações que vêm a seguir resultarão sempre num grande trabalhador para Deus.

Isso porque ter uma função de liderança na obra do Senhor não é para qualquer um. O “candidato” ao episcopado pode desejá-lo, e isso não é nada estranho. Mas, para assumi-lo, é necessário, antes de qualquer requisito, ter a “chamada específica” da parte de Deus.

O episcopado não deve ser fruto de acordos e arranjos ministeriais, por amizade, família ou condição social ou financeira. Deve ser resultado de um relacionamento sério com Deus, o dono da obra. Paulo foi chamado desde o ventre (Gálatas 1.15). Nem todos são chamados assim. Mas quem é chamado, não só tem a convicção da chamada, mas apresenta um perfil que agrada a Deus.

Episcopado é o conjunto de funções ou atividades dos bispos ou presbíteros. Do grego episkopos, significa supervisor, “literalmente, ‘inspetor’ (formado de epi, ‘por cima de’, e skopeo, ‘olhar ou vigiar’) ”. É a figura do pastor da igreja local. Alguém que tenha maturidade e discernimento espiritual necessários para cuidar do rebanho; apascentar as ovelhas. O próprio sentido da palavra, portanto, é suficiente para entendermos que somente pode exercer essa missão quem reunia altas qualificações espirituais e morais.

Imaginemos o que significava ser um líder da comunidade cristã, nos primeiros séculos de sua história. Tudo era novo, desafiador, relevante e às vezes impactante. Numa sociedade em que havia pouquíssimas classes sociais, ser líder de um a comunidade era posição por demais honrosa e de grande responsabilidade e significância. Por isso, não houve exagero nas palavras de Paulo em considerar o episcopado uma excelente aspiração.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
12/12/2024

FONTES:

DE LIMA, Elinaldo Renovato. As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.

http://biblecourses.com/portuguese/po_lessons/PO_200311_06.pdf

Calvin’s Commentaries: The Second Epistle of Paul the Apostle to the Corinthians and the Epistles to Timothy, Titus and Philemon Edição baseada na tradução inglesa de T. A. Smail, publicada por Wm. B. Eerdmans Publishing Com-pany, Grand Rapids, MI, USA, 1964, e confrontada com a tradução de John Pringle, Baker Book Hou-se, Grand Rapids, MI, USA, 1998.

STOTT, John R.W. A mensagem de 1 Timóteo e Tito: a vida da Igreja local: a doutrina e o dever; tradução Milton Azevedo Andrade. — São Paulo : ABU Editora, 2004.

Texto Áureo Lição 7 - O ministério da Igreja - Efésios 4.11

Lição 7 - Lições Bíblicas Adultos - 1º Trim./2024 - CPAD

domingo, 11 de fevereiro de 2024

Lição 07: O Ministério da Igreja – 1 Trimestre de 2024.

TEXTO ÁUREO

“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores.” (Efésios 4.11)


“E ele mesmo deu” 

Ministérios são serviços ou funções exercidas na igreja local, como parte do Corpo de Cristo, que é a sua Igreja. No âmbito cristão, ministérios são serviços que devem ser exercidos por pessoas que tenham a mentalidade de servas de Cristo. Quem não pode ser servo não pode ser ministro na Igreja de Cristo. Ele disse que não veio para ser servido, mas para ser servo (Mateus 20.28). Nesse texto possuímos a lista mais abrangente contida na Bíblia desses dons, apesar de não ser completa, ficando excluídos os dons de caráter local, presbíteros e diáconos. Não tem como não considerar que quando Cristo afirma que não nos deixaria órfãos referia-se também indiretamente aos dons ministeriais, pois, o outro Consolador o Espírito Santo opera através deles. 


O dom de apóstolo (4.11). 

Jesus tinha muitos discípulos, mas apenas doze apóstolos. Um discípulo é um seguidor, um apóstolo é um comissionado. Os apóstolos tinham de ter três qualificações: 1) conhecer pessoalmente a Cristo (l Coríntios 9.1,2); 2) ser testemunha titular da sua ressurreição (Atos 1.21-23); 3) ter o ministério autenticado com milagres especiais (II Coríntios 12.12). Nesse sentido, não temos mais apóstolos hoje. Num sentido geral, todos nós fomos chamados para ser enviados (João 20.21). O verbo grego apostello quer dizer “enviar”, e todos os cristãos são enviados ao mundo como embaixadores e testemunhas de Cristo para participar da missão apostólica de toda a igreja. Uma igreja apostólica é aquela que segue a doutrina dos apóstolos, e não aqueles que dão a seus líderes o título de apóstolos.  


O dom de profeta (4.11). 

Os Profetas do NT foram autênticos Instrumentos nas mãos Deus para nos proporcionar a conclusão do cânon. O Comentário Bíblico Pentecostal destaca que os profetas “eram aqueles indivíduos especialmente dotados de receber e mediar diretamente a revelação recebida de Deus”. O apóstolo Paulo argumenta que o mistério da inclusão dos gentios na Igreja esteve oculto no passado: "o qual, noutros séculos, não foi manifestado aos filhos dos homens, como, agora, tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas" (Efésios 3.5). Ora, essa declaração deixou de fora os profetas do Antigo Testamento, pois a expressão "agora, tem sido revelado" mostra tratar-se de uma revelação recente. Mais adiante Pedro chama as epístolas paulinas de Escrituras: "como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição" (2 Pedro 3.15, 16). Ao dizer "igualmente as outras Escrituras" está reconhecendo a sua autoridade divina. João define sua obra em apocalipse como: "palavras desta profecia [...] profecia deste livro [...] "; "palavras da profecia deste livro [...] palavras do livro desta profecia" (1.3; 22.7, 18, 19). Pois estamos edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sobre a mensagem da fé que uma vez foi dada aos santos. Como o leitor pode observar muitos dos apóstolos eram também profetas, mas nem todos os profetas eram apóstolos, como podemos observar no NT. 


O dom de evangelista (4.11). 

É um dom de Deus, concedido através da capacitação espiritual e ministerial para a propagação do evangelho de Cristo a todas as pessoas que estiverem ao alcance da mensagem do obreiro que tem a chamada para cuidar da evangelização, como prioridade em sua missão. Todos os ministros devem fazer a obra do evangelista (II Timóteo 4.5). Cada membro da igreja deve ser uma testemunha de Cristo (Atos 2.41-47; 8.4; 11.19-21), mas há pessoas a quem Jesus dá o dom especial de ser um evangelista. Podemos presumir que o trabalho deles era uma obra itinerante de pregação orientada pelos apóstolos, e parece ser justo chamá-los de “a milícia missionária da igreja. 


O dom de pastor (4.11).

O ministério pastoral inclui outros títulos que representam a mesma função de pastor, tais como ancião, presbítero e bispo. Todos esses nomes têm o mesmo significado em relação ao ministério pastoral. É o ministério mais desejado na atualidade, e isto se dá mais pela função atual de um pastor na igreja, que é o de exercer liderança sobre um povo em local fixo. Entretanto, o real significado de pastor, no grego, é "guardador de ovelhas". O exemplo mais claro desse significado está na identificação que Jesus fez acerca de si mesmo como "o bom Pastor que dá a sua vida pelas ovelhas" (Jo 1.11). Em outros textos do Novo Testamento, como Hebreus 13.20 e 1 Pedro 2.25; 5.4, os escritores identificam Cristo como o exemplo do verdadeiro pastor. 


O dom de doutor (4.11). 

Até certo ponto, o pastor tem um ministério acompanhado do ensino. Ele pode exercer as duas funções. Entretanto, a função de "doutor" é específica no ministério cristão, que é ensinar a Palavra de Deus de forma lógica. Pelo fato de ser um ministério dado por Jesus, o Espírito Santo atua de maneira poderosa no sentido de aclarar as verdades divinas ensinadas aos crentes. O mestre podia ser ministro itinerante pelas igrejas. Seu trabalho era junto às almas ganhas pelos evangelistas e apóstolos. O Novo Testamento destaca Apolo como exímio ensinador; ele andava pelas igrejas ministrando a Palavra de Deus (Atos 18.27; 1 Coríntios 16.12; Tito 3.13). É um ministério de extremo valor, mas pouco reconhecido, ou, então, prejudicado pelo sistema de governo de nossas igrejas, que, por não reconhecerem a importância de tal ministério, obrigam o "mestre" a pastorear. Igrejas sem mestres são igrejas fracas espiritualmente. Por isso, deve-se reconhecer a importância e a necessidade do ministério do ensino. E através do ensino sadio e racional, inspirado pelo Espírito Santo, que a igreja se justifica contra as falsas doutrinas e se fortifica contra os ataques espirituais de Satanás. Embora todo pastor deva ser um mestre, nem todo mestre é um pastor. 

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR 
08/05/2021 

FONTES: 

CABRAL, Elienai. Comentário Bíblico: Efésios. 3ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999. 

LOPES, Hernandes Dias. Efésios: igreja, a noiva gloriosa de Cristo. São Paulo: Hagnos, 2009. 

RENOVATO, Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais - Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Rio de Janeiro: CPAD, 2014. 

SOARES, Esequias. O ministério profético na Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.