sexta-feira, 31 de outubro de 2025

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD 31 DE OUTUBRO DE 2025 (1 Samuel 1:10)

 
LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD

31 DE OUTUBRO DE 2025
ORAÇÃO É REMÉDIO PARA A ALMA AMARGURADA

1 Samuel 1:10 “Ela, pois, com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou abundantemente.”

 

“Ela, pois, com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou abundantemente.”

Perseguida por Penina e esmagada em seu próprio coração, por causa de sua esterilidade, Ana estava à beira da histeria e, em um ataque de choro, misturava suas orações com sua imensa amargura, implorando a Yahweh que revertesse a triste condição de esposa sem filhos. Mas, mesmo diante de toda essa situação, Ana não deixava de ir à Siló festejar e adorar ao Senhor. Ainda que carregasse o estigma de estéril, ela estava ali.

Ela estava à porta do Tabernáculo, onde Deus tinha prometido encontrar-se com seu povo, conhecida como a Casa de oração. Ela tinha acabado de oferecer sua oferta pacífica, para obter o favor de Deus como sinal de sua comunhão com Ele; e, diante do consolo de ter sido aceita por Ele. Ela percebe que era chegado um adequado momento de derramar suas orações, afinal: “... a alegria do Senhor é a nossa força” (Neemias 8:10).

Ela diminuiu o peso da aflição e preocupação presente no seu espírito ao permitir que um novo estímulo enchesse o coração com seu sentimento piedoso na oração: com amargura de alma, orou ao SENHOR. Deveríamos agir da mesma forma diante de aflições. Elas deveriam tornar-nos mais fervorosos na oração a Deus. Nosso abençoado Salvador, posto em agonia, orava mais intensamente (Lucas 22.44).

No sentido bíblico, a amargura é descrita como um sentimento de tristeza (Jó 10.1), um tipo de ressentimento (Romanos 3.14). A amargura, caso não seja logo tratada, pode representar um risco fatal, pois, quando alguém é dominado por ela, os resultados são desastrosos, já que passa a estar contaminada pelo sentimento de rancor, ódio; seu coração fica envenenado, de modo que não pode produzir nada de bom.

Quando o escritor aos Hebreus diz que em nós não deve haver raiz de amargura (Hebreus 12.15), possivelmente ele tinha consciência do que esse mal pode causar, pois pessoas amarguradas são como viventes mortos, como soda cáustica; têm no seu interior feridas incuráveis, as quais resultaram de traumas da vida, de amor não correspondido, de tratamento ignorante, de abusos, de violência.

Ana era como todo humano: tinha suas vulnerabilidades, porém, sabia onde deveria colocar seus ressentimentos, suas amarguras — perante o Senhor. Ele não deixou que esse sentimento a corroesse por dentro. Ela sabia que tudo poderia ser resolvido através dEle, por isso o texto diz: “[...] orou ao Senhor e chorou abundantemente”.

O endereço certo para derramarmos nossas lágrimas, nossos gemidos e gritos é aos pés de Deus, pois somente Ele entende o que é de fato a amargura de alma. Todos nós podemos correr o risco de estar amargurados, mas não podemos deixar que isso nos domine, pois o que deve permear o nosso ser é o fruto do Espírito (Gálatas 5.22).

Sua oração foi regada com muitas lágrimas. Não era uma oração seca. Ela chorou abundantemente. Como um verdadeiro israelita, ela chorou, e lhe suplicou, de olho na misericórdia terna do nosso Deus, que conhece nossa alma inquieta. A oração vinha do coração, como as lágrimas vinham dos olhos: “...a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” (Salmos 51:17).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
28/10/2025

FONTES:

QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito – A restauração integral do ser humano para chegar a estatura completa de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico – Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. São Paulo: Hagnos, 2001. 

GOMES, Osiel. O governo divino em mãos humanas – Liderança do povo de Deus em 1º e 2º Samuel. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.

 

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Atos 24.16

Atos 24.16 “E, por isso, procuro sempre ter uma consciência sem ofensa, tanto para com Deus como para com os homens.”

 

“E, por isso, procuro sempre ter uma consciência sem ofensa,”

Paulo em sua defesa perante Felix afirma para ele e seus acusadores que realmente é seguidor da religião do Caminho (v.14), mas ao mesmo tempo diz que não se trata de uma seita, como os judeus a chamavam, pois ele adorava ao Deus de seus pais e cria no ensinamento das Escrituras Ele não havia rejeitado as Escrituras judaicas; de fato, cria que elas prediziam a vinda do Messias e Seu reino. A religião do Caminho não era uma novidade religiosa inventada por Paulo, mas tinha suas raízes no Antigo Testamento. E que o Cristo anunciado por ele era o mesmo proclamado pelos profetas.

Quando uma pessoa acredita que haverá um julgamento futuro, é bom senso para ele tentar manter consciência pura no que diz respeito às suas ações diretamente diante de Deus, e indiretamente no seu trato com outras pessoas. Então, disse com intrepidez: “procuro sempre ter uma consciência sem ofensa”. Em outras palavras: “Meu coração sabe que não sou culpado das coisas de que tenho sido acusado.

Paulo diz aos líderes religiosos dos judeus que andou com Deus e com a consciência tranqüila, ou seja, está em paz com Deus e consigo mesmo. Obviamente ele não se refere ao seu passado sombrio como perseguidor da igreja, mas à sua vida após a conversão.

Warren Wiersbe diz que consciência é uma das palavras prediletas de Paulo, e ele a emprega duas vezes no livro de Atos (23.1; 24.16) e 21 vezes em suas epístolas. A consciência é o juiz ou a testemunha interior que nos aprova quando fazemos o que é certo e nos reprova quando fazemos o que é errado (Romanos 2.15).

No dia 17 de abril de 1521 Lutero compareceu ante a Dietade Worms, presidida pelo imperador Carlos V. Em resposta a um pedido de que se retratasse, e renegasse o que havia escrito, após algumas considerações respondeu que não podia retratar-se, a não ser que fosse desaprovado pelas Escrituras e pela razão, e terminou com estas palavras: 

"Que se me convençam mediante testemunho das Escrituras e claros argumentos da razão, porque não acredito nem no Papa nem nos concílios já que está provado amiúde que estão errados, contradizendo-se a si mesmos - pelos textos da Sagrada Escritura que citei, estou submetido a minha consciência e unido à palavra de Deus. Por isto, não posso nem quero retratar-me de nada, porque fazer algo contra a consciência não é seguro nem saudável.""Não posso fazer outra coisa, esta é a minha posição. Que Deus me ajude. Amém!"

 

 

“... tanto para com Deus como para com os homens.”

A fraseologia de Paulo reflete a idéia comum do dever humano para com Deus e os homens: “Filho meu, não te esqueças da minha lei, e o teu coração guarde os meus mandamentos. Porque eles aumentarão os teus dias e te acrescentarão anos de vida e paz. Não te desamparem a benignidade e a fidelidade; ata-as ao teu pescoço; escreve-as na tábua do teu coração. E acharás graça e bom entendimento aos olhos de Deus e do homem” (Provérbios 3:1-4), e se encaixa com o resumo que Jesus fez da lei, em termos de amor a Deus e ao próximo e de como ele vivia: “E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens” (Lucas 2:52).

Além disto, ecoa sua alegação anterior em 23:1 quanto a ter boa consciência, isto é, que não o condena, não por ser insensível, mas, sim, porque não detecta falhas: “E, pondo Paulo os olhos no conselho, disse: Homens irmãos, até ao dia de hoje tenho andado diante de Deus com toda a boa consciência” (Atos 23:1).

Paulo estava dizendo que ele sempre vivera de acordo com o que pensava ser o certo e justo para com todos. Mesmo quando perseguia os cristãos, Paulo pensava que estava prestando um serviço a Deus (Atos 26:9). Este é um excelente versículo para estabelecer que “viver de acordo com a consciência” nem sempre é o bastante para agradar a Deus. Pois se um indivíduo persiste em pecar contra a consciência, pode desenvolver a chamada “má consciência” ou “consciência cauterizada”. Por isso todos precisamos purificá-la: “Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa” (Hebreus 10:22).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
30/10/2025

FONTES:)

QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito – A restauração integral do ser humano para chegar a estatura completa de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.

MARSHALL, Howard. Atos - Introdução e Comentário. Vida Nova/Mundo Cristão. 1991.

Lopes, Hernandes Dias Atos: a ação do Espírito Santo na vida da igreja. São Paulo: Hagnos, 2012.

PEARLMAN, Myer. Atos: E as igreja se fez missões. CPAD, 1ª edição, Rio de Janeiro, 1995.

WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Wiersbe. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2013.

 

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD 30 DE OUTUBRO DE 2025 (Jó 10:1)

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD
30 DE OUTUBRO DE 2025
TÉDIO E AMARGURA ÀS VEZES INVADEM A ALMA

Jó 10:1 “A minha alma tem tédio da minha vida; darei livre curso à minha queixa, falarei na amargura da minha alma.”

 

“A minha alma tem tédio da minha vida;”

Depois de responder a Bildade, Jó se volta para o próprio Deus. Ele não pode acreditar que Deus o fez para acabar em semelhante estado. No Antigo Testamento é afirmado repetidas vezes que Deus cuida com ternura das Suas criaturas, especialmente aquelas que estão abatidas.

Jó esperava que surgisse alguma espécie de árbitro, para pleitear o seu caso, algum homem, algum anjo, mas ele não achava ninguém (Jó 9.33). Portanto, resolveu tornar-se seu próprio advogado de defesa. Em seu desespero, Jó desafiou a Deus. Achou que nada tinha para perder. Ele já havia sofrido tudo, exceto a morte, e esta seria extremamente bem-vinda, pois significaria paz e livramento de dores intoleráveis.

Por isso permitiu externar a sua ira mesmo que Deus o matasse, então diz: “A minha alma tem tédio de minha vida”. Ele sentia tédio do seu corpo, e se sentia impaciente para se ver livre dele. Brigado com a vida, e insatisfeito com ela, Jó desejava a morte com essas palavras.

O sofrimento faz com que o aflito e o amargurado de alma muitas vezes desejem a morte como uma forma de livramento. Isso não é incomum em pessoas que experimentam, por exemplo, grandes dores físicas e até mesmo psicológicas. Todavia, convém dizer que querer a morte para ver-se livre da aflição é bem diferente de dar fim à própria vida. Jó não se atreveu.

 

“... darei livre curso à minha queixa, falarei na amargura da minha alma.”

Jó, tendo tédio da sua vida e não tendo tranqüilidade de outra forma, resolve se queixar, resolve falar. Ele não dará vazão à sua alma por meio de mãos violentas, mas dará livre curso à amargura da sua alma por meio de palavras violentas.

Ele falará com “amargor de espírito", porquanto sua vida se tornara amarga e insuportável. Assim como sentia Noemi: "Não me chamem Noemi, melhor que me chamem de Mara, pois o Todo-poderoso tornou minha vida muito amarga!" (Rute 1.20).

Sua boca falará, mas será a amargura da sua alma que ela expressará, e não o seu juízo estabelecido. Se ele falar errado, não seria ele, mas o pecado dentro dele; não falará de sabedoria, mas dos sentimentos. Apesar de sentimentos serem reais, não devemos ser dirigidos por eles. Eles nem sempre são justos por causa da nossa natureza caída. Nem sempre podemos confiar em nossos corações.

O Targum diz aqui: “Minha alma é decepada em minha vida", ou seja, estou morrendo enquanto ainda vivo. Em outras palavras, Jó estava vivendo uma vida que não era digna de ser vivida. Portanto, ele arriscou aquela vida miserável, a fim de queixar-se ousadamente na presença do Deus Todo-poderoso.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
28/10/2025

FONTES:

QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito – A restauração integral do ser humano para chegar a estatura completa de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico – Poéticos. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. São Paulo: Hagnos, 2001. 

ANDERSEN, Francis I., Jó: Introdução e comentário, Série Cultura Bíblica. São Paulo: Mundo Cristão, 1991.

 

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Texto Áureo Lição 5: A Alma — A natureza imaterial do ser humano. Mateus...

TEXTO ÁUREO

 “E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo” (Mateus 10.28).

Lição 5 - Lições Bíblicas Adultos - 4º Trimestre de 2025 - CPAD

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD 29 DE OUTUBRO DE 2025 (Salmo 49.7)

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD
29 DE OUTUBRO DE 2025
NEM TODO O DINHEIRO DO MUNDO RESGATA UMA ALMA
 

Salmo 49.7 “Nenhum deles de modo algum pode remir a seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele”.

 

“Nenhum deles de modo algum pode remir a seu irmão,

Na antiga nação de Israel, a remissão era um instrumento para controlar a escravidão e a dívida pessoal (Deuteronômio 15.1-3,9; 31,10). Em todo sétimo ano o escravo deveria ser liberto (Êxodo 21.2). Semelhantemente, no sétimo ano o devedor deveria ser liberto, e a dívida não deveria ser cobrada (Deuteronômio 15.2). Todos poderiam ser remidores, porém eram as pessoas mais ricas que mais exerciam esse direito de remir tanto escravos como dívidas.

Os ricos podem fazer grandes coisas, mas aqui está descrito algo que eles não podem: “Nenhum deles de modo algum pode remir a seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele”. O rico poderia remir a seu irmão? Certamente. Todavia o que está implícito aqui é o resgate da alma. Trata-se da redenção espiritual.

Essa remissão foi realizada pelo nosso Grande Deus e Salvador Jesus Cristo “o qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniquidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras” (Tito 2.14). Após nos remir ele nos adotou como seus filhos: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (Gálatas 4.4-5)

 

“... ou dar a Deus o resgate dele”.

Resgate traz normalmente, a conotação de libertação de algum tipo de cativeiro através do pagamento de certo preço. Oséias resgatou a sua esposa Gomer por por quinze peças de prata, e um ômer de cevada, e meio ômer de cevada” (Oséias 3.2).

Algumas pessoas e animais poderiam ser resgatados por certo preço, todavia, nenhum preço poderia ser estipulado para o resgate da alma. Nem mesmo grandes sacrifícios poderiam: “Porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados” (Hebreus 10.4). Pois a redenção da alma é caríssima (v.8). Esse resgate era tão caro que homem algum poderiam pagar. Poe isso Deus visando a reconciliação enviou ele mesmo o Cordeiro.

Ou seja, isso está muito fora do alcance do dinheiro dos ricos, pois só possuem coisas corruptíveis: “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, ” (1 Pedro 1.18,19).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
4/3/2025

FONTES:

SOARES, Esequias. Em defesa da fé: Combatendo as antigas heresias, que se apresentam com nova aparência. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.

SPURGEON, Charles. Os Tesouros de Davi – Volume III. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

PFEIFFER, Charles F.; REA, VOS, Howard F.; REA, John.Dicionário Bíblico Wycliffe. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006. 

 

terça-feira, 28 de outubro de 2025

Salmos 121:7

Salmos 121:7 “O Senhor te guardará de todo o mal; guardará a tua alma.”

 

“O Senhor te guardará de todo o mal;”

Ou te protegerá de todo o mal. É uma grande pena que a nossa admirável tradução não conserve a palavra guardar por todo o salmo, pois todo o tempo é a mesma palavra. Deus não apenas guarda os seus, em todos os momentos difíceis, mas também de todas as más influências e operações, dos próprios males. Esta é uma palavra de grande abrangência: ela inclui tudo, e não exclui nada. As asas do Senhor guardam amplamente os seus dos males, grandes e pequenos, temporários e eternos.

Há uma dupla personalidade absolutamente deliciosa neste versículo: o Senhor guarda o crente, não pelo agente, mas por Si mesmo, e a pessoa protegida é definitivamente apontada pela palavra te - não é a nossa propriedade ou o nosso nome que é guardado, mas o nosso ser propriamente dito.

Os peregrinos que estivessem a caminho de Jerusalém poderiam ter confiança em uma viagem segura, a despeito dos muitos perigos potenciais. Os hebreus não desistiriam de suas peregrinações, apesar de seus temores, e também podiam invocar Yahweh como sua mão direita (vs. 5), para que os acompanhasse na jornada. Este versículo (em sido cristianizado e espiritualizado a fim de falar da peregrinação do crente em Cristo, por um caminho protegido, até chegar à Jerusalém celestial: “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal” (João 17.15).

 

“... guardará a tua alma.”

Para tornar isto ainda mais intensamente real e pessoal, outra sentença é acrescentada, “ ele guardará a tua alma” - ou o Senhor [Jeová] guardará a tua alma. Guardar a alma é a alma [a essência] do ato de guardar. Se a alma for guardada, tudo será guardado: “Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma” (3 João 1.2). A preservação da alma, a parte mais elevada, inclui o corpo, a parte menos elevada: “Mas não se perderá um único cabelo da vossa cabeça. Na vossa perseverança, ganhareis as vossas almas” (Lucas 21.18-19 ARA). A alma, nesta passagem, é uma palavra com muitas facetas e significa a totalidade da pessoa viva.

Deus é o único que guarda a alma. A nossa alma é guardada do domínio do pecado, da infecção do erro, do peso do desânimo, do inchaço do orgulho; guardada do mundo, da carne e do mal. Ele guarda-a mantendo-nos na posse dela; e as guarda de perecer eternamente. Aquele que guarda os seus mandamentos pode confiar que suas almas estão também guardadas: “O que guardar o mandamento guardará a sua alma; porém o que desprezar os seus caminhos morrerá” (Provérbios 19:16). Quem poderá fazer mal a uma alma que é guardada pelo Senhor?

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
28/10/2025

FONTES:

QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito – A restauração integral do ser humano para chegar a estatura completa de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. São Paulo: Hagnos, 2001. 

SPURGEON, Charles. Os Tesouros de Davi – Volume III. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

KIDNER, Derek. Salmos 73 - 150 Introdução e Comentário. Derek Kidner. Mundo Cristão. 1981.

1 Samuel 1:10

1 Samuel 1:10 “Ela, pois, com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou abundantemente.”

 

“Ela, pois, com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou abundantemente.”

Perseguida por Penina e esmagada em seu próprio coração, por causa de sua esterilidade, Ana estava à beira da histeria e, em um ataque de choro, misturava suas orações com sua imensa amargura, implorando a Yahweh que revertesse a triste condição de esposa sem filhos. Mas, mesmo diante de toda essa situação, Ana não deixava de ir à Siló festejar e adorar ao Senhor. Ainda que carregasse o estigma de estéril, ela estava ali.

Ela estava à porta do Tabernáculo, onde Deus tinha prometido encontrar-se com seu povo, conhecida como a Casa de oração. Ela tinha acabado de oferecer sua oferta pacífica, para obter o favor de Deus como sinal de sua comunhão com Ele; e, diante do consolo de ter sido aceita por Ele. Ela percebe que era chegado um adequado momento de derramar suas orações, afinal: “... a alegria do Senhor é a nossa força” (Neemias 8:10).

Ela diminuiu o peso da aflição e preocupação presente no seu espírito ao permitir que um novo estímulo enchesse o coração com seu sentimento piedoso na oração: com amargura de alma, orou ao SENHOR. Deveríamos agir da mesma forma diante de aflições. Elas deveriam tornar-nos mais fervorosos na oração a Deus. Nosso abençoado Salvador, posto em agonia, orava mais intensamente (Lucas 22.44).

No sentido bíblico, a amargura é descrita como um sentimento de tristeza (Jó 10.1), um tipo de ressentimento (Romanos 3.14). A amargura, caso não seja logo tratada, pode representar um risco fatal, pois, quando alguém é dominado por ela, os resultados são desastrosos, já que passa a estar contaminada pelo sentimento de rancor, ódio; seu coração fica envenenado, de modo que não pode produzir nada de bom.

Quando o escritor aos Hebreus diz que em nós não deve haver raiz de amargura (Hebreus 12.15), possivelmente ele tinha consciência do que esse mal pode causar, pois pessoas amarguradas são como viventes mortos, como soda cáustica; têm no seu interior feridas incuráveis, as quais resultaram de traumas da vida, de amor não correspondido, de tratamento ignorante, de abusos, de violência.

Ana era como todo humano: tinha suas vulnerabilidades, porém, sabia onde deveria colocar seus ressentimentos, suas amarguras — perante o Senhor. Ele não deixou que esse sentimento a corroesse por dentro. Ela sabia que tudo poderia ser resolvido através dEle, por isso o texto diz: “[...] orou ao Senhor e chorou abundantemente”.

O endereço certo para derramarmos nossas lágrimas, nossos gemidos e gritos é aos pés de Deus, pois somente Ele entende o que é de fato a amargura de alma. Todos nós podemos correr o risco de estar amargurados, mas não podemos deixar que isso nos domine, pois o que deve permear o nosso ser é o fruto do Espírito (Gálatas 5.22).

Sua oração foi regada com muitas lágrimas. Não era uma oração seca. Ela chorou abundantemente. Como um verdadeiro israelita, ela chorou, e lhe suplicou, de olho na misericórdia terna do nosso Deus, que conhece nossa alma inquieta. A oração vinha do coração, como as lágrimas vinham dos olhos: “...a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” (Salmos 51:17).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
28/10/2025

FONTES:

QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito – A restauração integral do ser humano para chegar a estatura completa de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico – Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. São Paulo: Hagnos, 2001. 

GOMES, Osiel. O governo divino em mãos humanas – Liderança do povo de Deus em 1º e 2º Samuel. Rio de Janeiro: CPAD, 2019.

Jó 10:1

Jó 10:1 “A minha alma tem tédio da minha vida; darei livre curso à minha queixa, falarei na amargura da minha alma.”

 

“A minha alma tem tédio da minha vida;”

Depois de responder a Bildade, Jó se volta para o próprio Deus. Ele não pode acreditar que Deus o fez para acabar em semelhante estado. No Antigo Testamento é afirmado repetidas vezes que Deus cuida com ternura das Suas criaturas, especialmente aquelas que estão abatidas.

Jó esperava que surgisse alguma espécie de árbitro, para pleitear o seu caso, algum homem, algum anjo, mas ele não achava ninguém (Jó 9.33). Portanto, resolveu tornar-se seu próprio advogado de defesa. Em seu desespero, Jó desafiou a Deus. Achou que nada tinha para perder. Ele já havia sofrido tudo, exceto a morte, e esta seria extremamente bem-vinda, pois significaria paz e livramento de dores intoleráveis.

Por isso permitiu externar a sua ira mesmo que Deus o matasse, então diz: “A minha alma tem tédio de minha vida”. Ele sentia tédio do seu corpo, e se sentia impaciente para se ver livre dele. Brigado com a vida, e insatisfeito com ela, Jó desejava a morte com essas palavras.

O sofrimento faz com que o aflito e o amargurado de alma muitas vezes desejem a morte como uma forma de livramento. Isso não é incomum em pessoas que experimentam, por exemplo, grandes dores físicas e até mesmo psicológicas. Todavia, convém dizer que querer a morte para ver-se livre da aflição é bem diferente de dar fim à própria vida. Jó não se atreveu.

 

“... darei livre curso à minha queixa, falarei na amargura da minha alma.”

Jó, tendo tédio da sua vida e não tendo tranqüilidade de outra forma, resolve se queixar, resolve falar. Ele não dará vazão à sua alma por meio de mãos violentas, mas dará livre curso à amargura da sua alma por meio de palavras violentas.

Ele falará com “amargor de espírito", porquanto sua vida se tornara amarga e insuportável. Assim como sentia Noemi: "Não me chamem Noemi, melhor que me chamem de Mara, pois o Todo-poderoso tornou minha vida muito amarga!" (Rute 1.20).

Sua boca falará, mas será a amargura da sua alma que ela expressará, e não o seu juízo estabelecido. Se ele falar errado, não seria ele, mas o pecado dentro dele; não falará de sabedoria, mas dos sentimentos. Apesar de sentimentos serem reais, não devemos ser dirigidos por eles. Eles nem sempre são justos por causa da nossa natureza caída. Nem sempre podemos confiar em nossos corações.

O Targum diz aqui: “Minha alma é decepada em minha vida", ou seja, estou morrendo enquanto ainda vivo. Em outras palavras, Jó estava vivendo uma vida que não era digna de ser vivida. Portanto, ele arriscou aquela vida miserável, a fim de queixar-se ousadamente na presença do Deus Todo-poderoso.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
28/10/2025

FONTES:

QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito – A restauração integral do ser humano para chegar a estatura completa de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico – Poéticos. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. São Paulo: Hagnos, 2001. 

ANDERSEN, Francis I., Jó: Introdução e comentário, Série Cultura Bíblica. São Paulo: Mundo Cristão, 1991.

Provérbios 23:14

Provérbios 23:14 “Tu a fustigarás com a vara, e livrarás a sua alma do inferno.”

 

“Tu a fustigarás com a vara,”

Esse versículo reforça o versículo 13 que já disse: “fustigares com a vara”. Isso indica que apesar da vara muitas vezes ser usada de maneira figurada Nesse caso devido à repetição se aplica a punição física como elemento de disciplina.

Um pai ou uma mãe carinhosa mal conseguem encontrar coragem para fazer isto. Todavia eles perceberão que às vezes isto será necessário. Pai e mãe têm de entender que um pouco de dor não matará a criança, assim como um pouco de poder não matará os pais. Só há um jeito de aprender a diferenciá-los: acertando e errando.

Eles não devem reter a correção quando há necessidade dela (poupar a vara é estragar o filho); ele fustiga a criança com a vara, aplica-lhe uma gentil correção, aplicando-lhe os açoites dos filhos dos homens, não como a correção que infligimos aos animais.

 

“... e livrarás a sua alma do inferno.”

A vara não matará seu filho; na verdade,ela impedirá que ele se mate, naqueles caminhos pervertidos; ela será necessária para impedir que ele tome esses caminhos. Por enquanto, isto não é agradável, mas doloroso, tanto para o pai como para o filho; mas quando a correção é feita com sabedoria, com boas intenções, acompanhada com oração, e abençoada por Deus, pode ser um meio feliz de impedir a total destruição do filho, e livrar a sua alma do inferno.

A nossa grande preocupação deve ser com as almas de nossos filhos; não devemos vê-los em perigo do inferno, sem usar todos os meios possíveis, com a maior preocupação e interesse, para arrancá-los das chamas eternas. Que o corpo sofra, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus (1 Coríntios 5.5).

A palavra sheol é usada aqui traduzida como inferno. Somente na doutrina posterior dos hebreus o sheol  tornou-se um lugar de punição para a alma imaterial e imortal (Daniel 12.2), não havendo razão alguma para vincular esse significado à declaração deste versículo. O autor sagrado referia-se tão somente à morte física. Através dos séculos a doutrina do sheol teve seu desenvolvimento e esse versículo foi cristianizado para se referir também a uma punição além-túmulo.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
28/10/2025

FONTES:

QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito – A restauração integral do ser humano para chegar a estatura completa de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.

MESQUITA, Antônio Neves. Estudo no Livro de Provérbios — princípios para uma vida feliz. Rio de Janeiro: JUERP, 1979.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico – Poéticos. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. São Paulo: Hagnos, 2001. 

Provérbios 23:13

Provérbios 23:13 “Não retires a disciplina da criança; pois se a fustigares com a vara, nem por isso morrerá.”

 

“Não retires a disciplina da criança;”

A disciplina, quando dada corretamente, dá evidência ao filho de que seus pais se importam com ele. Isso contribui para um lar pacífico, pois, “dá fruto pacífico, a saber, a justiça, aos que têm sido treinados por ela” (Hebreus 12:11). O genitor que deixa de prover a disciplina não obterá o respeito do filho, do mesmo modo que os governantes não obtêm o respeito dos cidadãos, quando permitem que a transgressão passe sem punição.

Filhos desobedientes e de mau comportamento são fonte de irritação em qualquer lar, e tais filhos nunca são realmente felizes, nem mesmo com si próprios. “Castiga teu filho e ele te trará descanso e dará muito prazer à tua alma” (Provérbios 29:17).

A disciplina é apresentada em toda a Bíblia através da ação de Deus em corrigir o seu povo. Ela faz parte de uma temática discutida em todo o livro de Provérbios (3:11; 5:12; 6:23; 12:1; 13:24; 15:10; 15:32; 23:13; 29:15). Segundo as Escrituras o pai que ama o filho não deixa de discipliná-lo: “O que retém a vara aborrece seu filho, mas o que o ama, cedo, o disciplina” (Provérbios 13:24).

 

 “... pois se a fustigares com a vara, nem por isso morrerá.”

A figura da vara em Provérbios às vezes é usada literalmente e às vezes figurativamente. Há espaço tanto para a correção física e literal de uma criança (como uma surra), quanto para a correção por meio da vara, com um castigo ou palavra alternativa. Nesse caso devido à repetição no v.14 se aplica a punição física como elemento de disciplina.

Essa punição física deve ser eventual e comedida. O autor sacro encorajava os leitores a serem moderados para poupar a vida da criança. Pai e mãe têm de entender que um pouco de dor não matará a criança, assim como um pouco de poder não matará os pais. Só há um jeito de aprender a diferenciá-los: acertando e errando. Um erro cometido pelos pais, desde que não seja baseado na violência, em surras, socos e pontapés não traz problema nenhum.

O castigo físico como método de disciplina em crianças e adolescentes tem causado muita polêmica nesses dias, levantando posições a favor e contra tal método. O debate sobre o tema tem tomado uma grande dimensão, extrapolando o círculo familiar e acadêmico, chegando a ser caso de polícia e política. No Brasil, a “Lei da Palmada” foi recentemente sancionada com o objetivo de impedir que pais e responsáveis por crianças e adolescentes usem o castigo físico como forma de disciplina, qualificando o uso como “maus tratos” (FOLHA, 2014; ROSÁRIO, 2012).

Nesses dias não é insensato procurar castigos alternativos, todavia a disciplina deve ser imposta: “E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor” (Efésios 6:4). Muitos pais descobrem tardiamente que a falta de correção bíblica estragou o seu filho. Confessam: “Agora é tarde para o corrigir”. Disciplina com amor é remédio; disciplina com rancor é veneno.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
28/10/2025

FONTES:

QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito – A restauração integral do ser humano para chegar a estatura completa de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.

MESQUITA, Antônio Neves. Estudo no Livro de Provérbios — princípios para uma vida feliz. Rio de Janeiro: JUERP, 1979.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico – Poéticos. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

KIDNER, Derek. Provérbios Introdução e Comentário – Série Cultura Bíblica. Mundo Cristão.

GONÇALVES, José. Sábios Conselhos para um viver vitorioso - Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Rio de Janeiro: CPAD, 2013

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. São Paulo: Hagnos, 2001. 

ROSÁRIO, M. Projeto de lei nº 2654 /2003, [s. d.]. Disponível em: http://bit.ly/1QwbnXy. Acesso em: 07 jun. 2012.

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD 28 DE OUTUBRO DE 2025 (Provérbios 23:13-14)

 
LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD
28 DE OUTUBRO DE 2025
DISCIPLINAR A CRIANÇA FAZ BEM À ALMA

Provérbios 23:13-14 “Não retires a disciplina da criança; pois se a fustigares com a vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás com a vara, e livrarás a sua alma do inferno.”

 

“Não retires a disciplina da criança;”

A disciplina, quando dada corretamente, dá evidência ao filho de que seus pais se importam com ele. Isso contribui para um lar pacífico, pois, “dá fruto pacífico, a saber, a justiça, aos que têm sido treinados por ela” (Hebreus 12:11). O genitor que deixa de prover a disciplina não obterá o respeito do filho, do mesmo modo que os governantes não obtêm o respeito dos cidadãos, quando permitem que a transgressão passe sem punição.

Filhos desobedientes e de mau comportamento são fonte de irritação em qualquer lar, e tais filhos nunca são realmente felizes, nem mesmo com si próprios. “Castiga teu filho e ele te trará descanso e dará muito prazer à tua alma” (Provérbios 29:17).

A disciplina é apresentada em toda a Bíblia através da ação de Deus em corrigir o seu povo. Ela faz parte de uma temática discutida em todo o livro de Provérbios (3:11; 5:12; 6:23; 12:1; 13:24; 15:10; 15:32; 23:13; 29:15). Segundo as Escrituras o pai que ama o filho não deixa de discipliná-lo: “O que retém a vara aborrece seu filho, mas o que o ama, cedo, o disciplina” (Provérbios 13:24).

 

 “... pois se a fustigares com a vara, nem por isso morrerá.”

A figura da vara em Provérbios às vezes é usada literalmente e às vezes figurativamente. Há espaço tanto para a correção física e literal de uma criança (como uma surra), quanto para a correção por meio da vara, com um castigo ou palavra alternativa. Nesse caso devido à repetição no v.14 se aplica a punição física como elemento de disciplina.

Essa punição física deve ser eventual e comedida. O autor sacro encorajava os leitores a serem moderados para poupar a vida da criança. Pai e mãe têm de entender que um pouco de dor não matará a criança, assim como um pouco de poder não matará os pais. Só há um jeito de aprender a diferenciá-los: acertando e errando. Um erro cometido pelos pais, desde que não seja baseado na violência, em surras, socos e pontapés não traz problema nenhum.

O castigo físico como método de disciplina em crianças e adolescentes tem causado muita polêmica nesses dias, levantando posições a favor e contra tal método. O debate sobre o tema tem tomado uma grande dimensão, extrapolando o círculo familiar e acadêmico, chegando a ser caso de polícia e política. No Brasil, a “Lei da Palmada” foi recentemente sancionada com o objetivo de impedir que pais e responsáveis por crianças e adolescentes usem o castigo físico como forma de disciplina, qualificando o uso como “maus tratos” (FOLHA, 2014; ROSÁRIO, 2012).

Nesses dias não é insensato procurar castigos alternativos, todavia a disciplina deve ser imposta: “E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor” (Efésios 6:4). Muitos pais descobrem tardiamente que a falta de correção bíblica estragou o seu filho. Confessam: “Agora é tarde para o corrigir”. Disciplina com amor é remédio; disciplina com rancor é veneno.

 

“Tu a fustigarás com a vara,”

Esse versículo reforça o versículo 13 que já disse: “fustigares com a vara”. Isso indica que apesar da vara muitas vezes ser usada de maneira figurada Nesse caso devido à repetição se aplica a punição física como elemento de disciplina.

Um pai ou uma mãe carinhosa mal conseguem encontrar coragem para fazer isto. Todavia eles perceberão que às vezes isto será necessário. Pai e mãe têm de entender que um pouco de dor não matará a criança, assim como um pouco de poder não matará os pais. Só há um jeito de aprender a diferenciá-los: acertando e errando.

Eles não devem reter a correção quando há necessidade dela (poupar a vara é estragar o filho); ele fustiga a criança com a vara, aplica-lhe uma gentil correção, aplicando-lhe os açoites dos filhos dos homens, não como a correção que infligimos aos animais.

 

“... e livrarás a sua alma do inferno.”

A vara não matará seu filho; na verdade,ela impedirá que ele se mate, naqueles caminhos pervertidos; ela será necessária para impedir que ele tome esses caminhos. Por enquanto, isto não é agradável, mas doloroso, tanto para o pai como para o filho; mas quando a correção é feita com sabedoria, com boas intenções, acompanhada com oração, e abençoada por Deus, pode ser um meio feliz de impedir a total destruição do filho, e livrar a sua alma do inferno.

A nossa grande preocupação deve ser com as almas de nossos filhos; não devemos vê-los em perigo do inferno, sem usar todos os meios possíveis, com a maior preocupação e interesse, para arrancá-los das chamas eternas. Que o corpo sofra, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus (1 Coríntios 5.5).

A palavra sheol é usada aqui traduzida como inferno. Somente na doutrina posterior dos hebreus o sheol  tornou-se um lugar de punição para a alma imaterial e imortal (Daniel 12.2), não havendo razão alguma para vincular esse significado à declaração deste versículo. O autor sagrado referia-se tão somente à morte física. Através dos séculos a doutrina do sheol teve seu desenvolvimento e esse versículo foi cristianizado para se referir também a uma punição além-túmulo.

  

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
28/10/2025

FONTES:

QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito – A restauração integral do ser humano para chegar a estatura completa de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.

MESQUITA, Antônio Neves. Estudo no Livro de Provérbios — princípios para uma vida feliz. Rio de Janeiro: JUERP, 1979.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico – Poéticos. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

KIDNER, Derek. Provérbios Introdução e Comentário – Série Cultura Bíblica. Mundo Cristão.

GONÇALVES, José. Sábios Conselhos para um viver vitorioso - Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Rio de Janeiro: CPAD, 2013

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. São Paulo: Hagnos, 2001. 

ROSÁRIO, M. Projeto de lei nº 2654 /2003, [s. d.]. Disponível em: http://bit.ly/1QwbnXy. Acesso em: 07 jun. 2012.