Mateus 16.18 “Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.”
“Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja,”
Após perguntar diretamente aos discípulos “e vós quem dizeis que sou?” Simão Pedro foi aquele que se manifestou fazendo a sua confissão: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. A confissão de Pedro nessa ocasião consistia de duas partes: antes dos demais, ele identificou Jesus como “o Cristo”. Além disso, ele chamou Jesus de “o Filho do Deus vivo”
Jesus declarou que Pedro era bem-aventurado (v.17), ou bendito, por ter entendido essa verdade e por causa da procedência desse entendimento. “Bem-aventurado” descreve aquele que tem motivo para estar extremamente feliz (5:3–12; 11:6; 13:16; 24:46).
No primeiro encontro com Simão (João 1:42), Jesus deu a Simão o nome aramaico “Cefas”, que significa “pedra grande” ou “rocha” (Jeremias 4:29). O equivalente grego desse nome é “Pedro” (Petros), um vocábulo masculino, que significa “pedra”.
Quando Jesus disse: “Sobre essa pedra edificarei a minha igreja”, Ele poderia estar fazendo um jogo de palavras com o nome que Ele mesmo deu a Simão. A palavra grega para “pedra” (petra) na frase de Jesus é feminina e refere-se a “formações rochosas ou maciças”. Talvez as montanhas rochosas em torno de Cesareia de Filipe tenham trazido essa imagem à mente de Jesus. Jesus escolheu palavras que distinguiram “Pedro” de “pedra”.
O significado dessa declaração de Jesus é objeto de muitos debates. Argumentam alguns que a “pedra” refere-se ao próprio Pedro. Em outras palavras, Cristo edificaria a Sua igreja sobre Pedro. A importância de Pedro é vista no fato de que ele ocupa a primeira posição em todas as listas dos apóstolos (10:2–4; Marcos 3:16–19; Lucas 6:14–16; Atos 1:13).
Após a ascensão de Jesus, Pedro assumiu o papel de liderança nos seguintes eventos: a substituição de Judas entre os apóstolos (Atos 1:15–22), o estabelecimento da igreja em Jerusalém no dia de Pentecostes (Atos 2:14–40), a transferência dos dons miraculosos do Espírito aos samaritanos (Atos 8:14–25), a divulgação do evangelho aos gentios (Atos 10; 11) e a condução da assembléia sobre judeus e gentios (Atos 15:7–11).
Outra interpretação da estrutura deste versículo é que a “pedra” refere-se à confissão de Pedro de que Jesus é “o cristo, o Filho do Deus vivo” (v.16). Afinal não foi só Pedro que teve autoridade sobre a igreja. Jesus conferiu autoridade para ligar e desligar aos demais apóstolos também em uma das suas aparições ressuscitado: “Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados; e àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos” (João 20.21-23). A declaração da encarnação e divindade de Cristo seria o fundamento da Igreja: “Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus” (1 João 4:2).; Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus está nele, e ele em Deus” (1 João 4:15).
McGarvey escreveu: Esta verdade, que ele é o Cristo, o Filho do Deus vivo, é a mais fundamental do sistema cristão – dela depende toda a superestrutura; sendo mais devidamente representada pela pedra no retrato do Salvador.
A última posição afirma que Cristo é a Pedra. O Antigo Testamento diz em profecia que o Messias seria a pedra sobre a qual a nova casa de Deus seria construída (Salmos 118:22; Isaías 28:16; Daniel 2:44, 45). O Novo Testamento afirma que Jesus é o fundamento sobre o qual a igreja é edificada (Mateus 21:42; Atos 4:10–12; 1 Coríntios 3:11; 1 Pedro 2:4–8). Neste caso, o fundamento é a pedra fundamental da verdade de que Jesus Cristo é o Filho de Deus, como confessou Pedro. Aquele que vem a crer em Cristo faz essa confissão antes de receber o batismo (Atos 8:37) – momento em que é unido com Cristo e é acrescentado à Sua igreja (Atos 2:41; Romanos 6:3–5; 1 Coríntios 12:13; Gálatas 3:26, 27). Desse modo, a boa confissão se torna a parte viva e ativa do fundamento da igreja.
“... e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.”
Jesus também disse a Pedro que as portas do inferno não prevalecerão contra ela. “Inferno” é uma tradução imprecisa do grego “Hades”. No Novo Testamento “Hades”, o reino dos mortos, é normalmente diferenciado de “inferno” (gehenna), o lugar de castigo final.
No mundo antigo, as portas eram vitais para a defesa de uma cidade e eram indicadores de sua força. A palavra grega para “Hades” corresponde ao hebraico para “Sheol” ambos os termos referem-se ao reino dos mortos.
Jesus combinou os dois conceitos de “portas” e “Hades” para falar do reino e do poder da morte. Isto é confirmado pelo uso das expressões “portas de Sheol” e “portas da morte” no Antigo Testamento (Jó 17:16 [NVI]; 38:17; Salmos 9:13; 107:18; Isaías 38:10). Na literatura grega, as expressões “portas de Hades” e “portas da morte” também se referem à esfera e ao domínio da morte.
Jesus disse que as portas do Hades (o poder da morte) “não prevalecerão contra ela”. O que isso quer dizer?
A morte não tem o poder de manter os cristãos presos (1 Coríntios 15:50–57). Jesus triunfou sobre morte e disse aos discípulos: “E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também” (João 14.3), afirmando assim que sua igreja não permaneceria no Hades/Sheol. As portas do Hades não reteriam a sua igreja. Jesus trinfou sobre a morte e livrou os que a estavam sujeitas: “E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; E livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão” (Hebreus 2.14-15). Pois na morte, o cristão não atravessa as portas do Hades, mas imediatamente entra na presença de Deus e desfruta de uma comunhão consciente com o Pai e com aqueles que foram antes dele. Talvez você já tenha ouvido a frase ―estar ausente do corpo e habitar com o Senhor Paulo usou-a pela primeira vez em 2 Coríntios 5.8: “Preferimos estar ausentes do corpo e habitar com o Senhor”.
Em Apocalipse, Cristo é retratado como possuidor das “chaves da morte e do Hades” (Apocalipse 1:18). No juízo final, “morte e Hades” abandonarão seus mortos e serão lançados no lago de fogo (Apocalipse 20:13, 14).
DEIVY FERREIRA
PANIAGO JUNIOR
29/09/2024
FONTES:
RENOVATO, Elinaldo. As Promessas de Deus - Confie e Viva as Bênçãos do Senhor porque Fiel é o que Prometeu. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.
http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201208_05.pdf
LUCADO, Max. Dias melhores virão: como superar a dor e reconquistar a esperança quando nada parece dar certo / tradução de Valéria Lamim Delgado Fernandes. – 3.ed. – Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2017.
https://textoaureoebd.blogspot.com/2024/06/hebreus-215.html
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