quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Lucas 14.35

Lucas 14.35 "Nem presta para a terra, nem para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. "


 "Nem presta para a terra, nem para o monturo; lançam-no fora. "

Se formos infrutíferos: consequentemente, não serviremos para mais nada. Para que poderemos ser usados, em que não cause mais mal que bem? Assim como um homem sem razão, é um cristão sem a graça. Um homem mau é a pior das criaturas, um cristão mau é o pior dos homens; e um ministro mau é o pior dos cristãos. Estaremos condenados à ruína e à rejeição. Seremos hora ou outra expulsos da igreja e da comunhão de fé, para as quais estaremos representando um peso e uma mancha; sendo assim, pisados pelos pés dos homens. Que Deus seja glorificado através da vergonha e da rejeição daqueles por quem Ele foi rejeitado, e que não se fizeram adequados para nada, exceto para serem pisados.


"Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. "

A maioria das pessoas numa reunião pública ouve ao invés de ler. Alguns até mesmo nos nossos dias por não possuir leitura: “Ou dá-se o livro ao que não sabe ler, dizendo: Lê isto, peço-te; e ele dirá: Não sei ler “ (Isaías 29:12). Porém, não podemos deixar de contextualizar a quem Jesus está falando. As pessoas dessa época não possuíam a bíblia em sua cabeceira de cama ou biblioteca, as Bíblias eram manufaturadas e produzidas por rolos o que tornava muito caro adquirir uma para si. As próprias sinagogas não possuíam todos os rolos da bíblia, a de Nazaré possuía o rolo do profeta Isaías. Isso tornava o ouvir muito mais importante, pois as pessoas somente tinham acesso as escrituras pelo ouvido: “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus “ (Romanos 10:17). Por esse motivo Jesus repetia as palavras: “Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça” (Marcos 7:16); “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça “ (Mateus 11:15). Porém as bênçãos não vêm sobre os ouvintes desatentos, mas sobre aqueles que, amorosamente, obedecem aos preceitos e mandamentos encontrados no livro. Ouvir não é sobre memorizar que se leu, é muito mais: é obedecer, é praticar: “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha;” (Mateus 7:24).  




DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
14/02/2024

Fontes:

GOMES, Osiel. Os valores do reino de Deus – a relevância do sermão do monte para a igreja de Cristo. Rio de Janeiro: Cpad, 2022.

ARRINGTON French L; STRONSTADRoger. Comentário Bíblico Pentecostal – Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

PENTECOST, Dwight. O sermão da montanha. Trad. Luiz Aparecido Caruso. São Paulo: Vida, 1984.

CARVALHO, César Moisés. O Sermão do Monte - A Justiça sob a Ótica de Jesus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico – Evangelhos. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

HORTON, Stanley M. Apocalipse as coisas que brevemente devem acontecer. Rio de Janeiro: CPAD, 
2001.


Lucas 14.34

Lucas 14.34 "Bom é o sal; mas, se o sal degenerar, com que se há de salgar? "


"Bom é o sal; "

O sal é ingrediente necessário em nossos alimentos, e nossa saúde depende de um consumo adequado de sal. Adicionamos este elemento à alimentação não só para tomá-la mais saborosa, mas também para manter o correto equilíbrio do organismo, tão necessário à saúde. A dosagem excessiva ou deficiente de sal pode causar distúrbios indesejáveis a o nosso bem-estar físico. O valor do sal tem sido estimado desde tempos imemoriais. Os soldados romanos eram pagos com sal e, se algum deles era desleixado no cumprimento dos deveres, dizia-se que "não valia o seu sal". Antes dos tempos de os tabeliães poderem autenticar a legalidade de um documento, quando duas partes chegavam a um acordo. Juntos comiam sal ou porções de alimento: o ato de comer o sal sujeitava-os àquilo que chamavam pacto de sal. Este pacto ou aliança estabelecia um contrato inviolável (Números 18.19).Deus prescreveu o sal como parte necessária dos sacrifícios.(Levítico 2:13). Deus disse que se não adicionassem sal à oferta, ela seria inaceitável. Quando o Senhor disse aos discípulos "Vós sois o sal da terra" não estava pregando um novo pensamento aos judeus, para eles os profetas, que tinham vindo antes deles, eram o sal da terra de Israel. Em nossa sociedade, empregamos o sal para dar sabor e também como conservante. Antes de haver refrigeração, preservava-se a carne imergindo-a em salmoura ou esfregando-a com sal, e então levando-a ao sol para secar. Nossos antepassados, viajando através dos prados, dependiam de carne salgada para seu sustento. Devido a este conceito comum, consideramos esta passagem como ensino do Senhor de que os crentes são conservadores.


"... se o sal degenerar, com que se há de salgar? 

Sal degenerado quer dizer sal insípido. A palavra “insípido” significa destituído de qualquer sabor. Por isso Jó formula a pergunta: "Ou comer-se-á sem sal o que é insípido? Ou haverá gosto na clara do ovo?"(Jó6:6).  Se não formos como devemos ser, seremos como o sal que perdeu o seu sabor. Se nós, que devem temperar os outros, não temos sabor, somos vazios de vida espiritual, de tempero e de vigor. Se um cristão é assim, especialmente se um ministro é assim, a sua condição é muito triste, pois: (1) Ele é irrecuperável: de que maneira ele poderá ser temperado? O sal é um remédio para a comida sem sabor, mas não existe remédio para o sal insípido. O cristianismo dá um gosto especial ao homem. Mas se o homem o absorver e continuar a professá-lo, e ainda assim permanecer vivendo do mesmo modo como um tolo, sem graça e insípido, nenhuma outra doutrina, nenhum outro meio poderá ser aplicado para dar-lhe sabor. Se o cristianismo não puder fazê-lo, nada o fará.


Versículo Paralelo: https://textoaureoebd.blogspot.com/2024/01/mateus-513.html


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
14/02/2024

Fontes:

GOMES, Osiel. Os valores do reino de Deus – a relevância do sermão do monte para a igreja de Cristo. Rio de Janeiro: Cpad, 2022.

ARRINGTON French L; STRONSTADRoger. Comentário Bíblico Pentecostal – Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

PENTECOST, Dwight. O sermão da montanha. Trad. Luiz Aparecido Caruso. São Paulo: Vida, 1984.

CARVALHO, César Moisés. O Sermão do Monte - A Justiça sob a Ótica de Jesus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico – Evangelhos. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

Naum 1.1

Naum 1.1 “Peso de Nínive. Livro da visão de Naum, o elcosita. “

 

“Peso de Nínive.”

Naum começa seu livro com a expressão “Peso de Nínive”, uma referência à pesada sentença do Deus de Israel contra o império conhecido por suas conquistas e crueldades. O substantivo hebraico para “peso” é “massa” que significa “carga, fardo, sofrimento” (Êxodo 23.5; Naum 11.11,17) bem como “sentença pesada, oráculo, pronunciamento, profecia” (Habacuque 1.1; Zacarias 9.1; 12.1). Ela aponta para a proclamação de um desastre (Isaías 14.28; 23.1; 30.6).

Nínive era a antiga capital do império assírio. Suas ruínas estão localizadas ao norte do Iraque. É uma das cidades pós-diluvianas fundada por Ninrode, descendente de Cuxe (Genesis 10.8-11), por volta de 4500 a.C. — tornando-se proeminente antes de 2000 a.C. O rei assírio, Senaqueribe (705 - 681 a.C), fortificou a cidade, garantindo assim o apogeu da capital assíria. O Senhor refere-se a ela como a “grande cidade” (Jonas 1.2; 3.2).

Cerca de 100 anos antes disso Jonas tinha, em nome de Deus, predito a rápida derrubada dessa grande cidade; mas, então, os ninivitas se arrependeram e foram poupados, e esse decreto não saiu. No entanto, logo depois, eles voltaram a ele novamente; ela se tornou pior do que antes, uma cidade sangrenta e cheia de mentiras e roubos. Eles se arrependeram de seu arrependimento, voltaram como o cão para o seu vômito, e por fim se tornaram piores do que haviam sido.

Então, Deus não lhes enviou este profeta, como Jonas, mas esta profecia, para ler a eles a sua condenação, que era agora irreversível. Note que a suspensão temporária da pena não continuará se o arrependimento não continuar.

A profecia de Naum foi cumprida. Nínive foi destruída em 612 a.C. Seu exército foi finalmente aniquilado em Carquemis, em 605 a.C. A destruição de Nínive foi tão completa que a cidade tornou-se uma lenda durante dois milênios, até ser redescoberta em 1842 por Layard e Botta. Alexandre passou por ela em 331, sem ver sinais de sua existência. Nada restou da cidade e de seu poderio.

 

“Livro da visão de Naum, o elcosita. “

O profeta descreve como foi lhe transmitido o oráculo divino “Livro da visão”. Deus havia falado com Arão e Miriam: “Ouvi agora as minhas palavras; se entre vós houver profeta, eu, o Senhor, em visão a ele me farei conhecer, ou em sonhos falarei com ele” (Números 12:6)

Naum significa “compassivo”, mas a mensagem que ele traz, pelo menos em parte, é uma demonstração do juízo de Deus. Por isso é preferível dividir sua mensagem em duas partes: a condenação de Nínive e o consolo aos judeus.

Pouco se sabe acerca de Naum. Ele é descrito como originário de uma localidade chamada Elcos. Alguns estudiosos acreditam que “elcosita” (v.1c) refere-se a uma cidade da Assíria, situada a 38 quilômetros de Nínive, em Al-kush, ao norte do atual Mossul, Iraque. Tal informação é a menos provável, visto que, desde a antiguidade, a cidade de Cafarnaum é a que provavelmente melhor se adéqua, pois, em árabe, Kefr-Nahum, significa “cidade de Naum ”. Elcos assim, seria um nome primitivo de Cafarnaum. Se essa identificação está correta, o profeta era oriundo do norte da Galiléia.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
14/02/2024

FONTES

Coelho, Alexandre/Daniel, Silas. Os doze profetas menores. Rio de janeiro, CPAD, 2012.

PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia — livro por livro. 5. ed. São Paulo: Editora Vida, 1978.

ELLISEN , Stanley A. Conheça melhor o Antigo Testamento. São Paulo: Editora Vida, 1991.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

1 Reis 17.23

1 Reis 17.23 “E Elias tomou o menino, e o trouxe do quarto à casa, e o deu à sua mãe; e disse Elias: Vês aí, teu filho vive. ” 


“E Elias tomou o menino, e o trouxe do quarto à casa, e o deu à sua mãe; e disse Elias: Vês aí, teu filho vive. “

Quando estava sendo sustentado pela víuva de Sarepta, Elias foi confrontado por ela, pois seu filho adoeceu e veio a morrer. “Então ela disse a Elias: Que tenho eu contigo, homem de Deus? vieste tu a mim para trazeres à memória a minha iniqüidade, e matares a meu filho? “ (1 Reis 17:18).

Elias não respondeu palavra à mulher, mas se dirigiu a Deus e expôs o caso, pois, não sabia que explicação dar-lhe a este triste acontecimento. Logo tomou o cadáver do menino dos braços da mulher e o levou ao seu próprio leito (v.19). Ali apelou ao Senhor com humildes razões (v.20) e lhe rogou que devolvesse a vida do menino (v.21).

Este é o primeiro caso que encontramos na Bíblia de um morto voltar à vida; pelo que Elias debaixo do impulso do mesmo Deus, orou pela ressurreição desse menino. Deve-se observar a oração de Elias: “Rogo-te que tragas de volta a alma deste menino a ele” (V.21). Na mentalidade judaica, a “alma” ficava três dias ao lado do cadáver.

Elias se estendeu sobre o menino três vezes! Isso demonstra a natureza perseverante de sua oração. Muitos projetos não se concretizam, ficam pelo caminho, porque não são acompanhados de oração perseverante. O Senhor Jesus destacou a necessidade de sermos perseverantes quando narrou a parábola do juiz iníquo: “E ensinou-lhes uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer” (Lucas 18.1). É com perseverança que conseguiremos alcançar nossos objetivos. Deus ouviu e respondeu ao seu servo: “...e a alma do menino tornou a entrar nele, e reviveu” (1 Reis 17:22)


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
9/10/2023

FONTES:

GABY, Wagner. Até os confins da terra – Pregando o evangelho a todos os povos até a volta de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

WIERSBE, Warren. Comentário Bíblico Expositivo - históricos. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2008.

GONÇALVES, José. Porção dobrada - Uma análise bíblica, teológica e devocional sobre os ministérios proféticos de Elias e Eliseu. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

1 Reis 17.8

1 Reis 17.8  “Então veio a ele a palavra do Senhor, dizendo: “


“Então veio a ele a palavra do Senhor, dizendo: “

O profeta Elias apesar de ser como nós: “Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra” (Tiago 5:17), possuía estreita comunhão com Deus. Não apenas falava e Deus respondia e validava: “Vive o SENHOR Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra” (1 Reis 17:1), mas, ouvia constantemente a voz de seu deus: “Depois veio a ele a palavra do Senhor “ (1 Reis 17:2).

Nessa ocasião, Elias habitava junto ao ribeiro de Quirite, por ordem de Deus: “vai para o oriente, e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão” (1 Reis 17:3). Ali Elias bebia do ribeiro e era alimentado pela provisão divina através de corvos: “E os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã; como também pão e carne à noite...” (1 Reis 17:6). Aconteceu que por causa da ausência de chuva o ribeiro veio a secar. Por conta disso Deus novamente instrui o caminho para Elias: “Levanta-te, e vai para Sarepta”.


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
9/10/2023

FONTES:

GABY, Wagner. Até os confins da terra – Pregando o evangelho a todos os povos até a volta de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2023.

GONÇALVES, José. Porção dobrada - Uma análise bíblica, teológica e devocional sobre os ministérios proféticos de Elias e Eliseu. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

SWINDOLL, Charles R. Elias: um homem de heroísmo e humildade; traduzido por Emirson Justino. — São Paulo: Mundo Cristão, 2001.

Obadias 1.1

Obadias 1.1 “Visão de Obadias: Assim diz o Senhor DEUS a respeito de Edom: Temos ouvido a pregação do SENHOR, e foi enviado aos gentios um emissário, dizendo: Levantai-vos, e levantemo-nos contra ela para a guerra. “

 

Com apenas 21 versículos, Obadias é o livro mais curto do Antigo Testamento. Excetuando-se a introdução, o seu estilo é poético. O tema do livro é o julgamento divino contra Edom. Obadias, porém, não é o único profeta incumbido de anunciar a condenação dos filhos de Esaú (Isaías 21.11,12; Jeremias 49.7-22; Ezequiel 25.1-14; Amós 1.11,12; Malaquias 1.2-5).

 

“Visão de Obadias: Assim diz o Senhor DEUS a respeito de Edom: “

O livro começa com a expressão “Visão de Obadias”. A palavra hebraica para “visão”, é termo genérico para designar a comunicação divina. Era a palavra comumente empregada no Antigo Testamento para designar uma revelação de Deus.

A. R. Crabtree diz que visão significa “a palavra”, “o oráculo” e “a mensagem do Senhor” que o profeta inspirado recebe diretamente do Senhor.

A visão não nasceu no coração do profeta, mas na mente de Deus. Não se trata de uma visão mística, mas de uma mensagem recebida do céu para ser anunciada na terra. Assim como Isaías (Isaías 1.1), Miquéias (Miqueias 1.1), Naum (Na 1.1) e Habacuque (Hc 1.1).

O nome Obadias significa “servo do Senhor” ou “adorador de Iavé”, uma indicação de que ele era filho de pais piedosos. Fora isso nada mais se sabe sobre Obadias. Ellisen, escritor e pesquisador do Antigo Testamento, defende que esse era “um nome comum no Antigo Testamento, semelhante a Onésimo no Novo Testamento ou Abdulá em árabe”. Sabe-se que ele estava na cidade de Jerusalém quando os edomitas participaram do ataque contra a cidade e maltrataram os sobreviventes dessa investida invasora.

Obadias traz sua profecia contra os descendentes de Esaú, os edomitas. Os “irmãos” dos israelitas seriam duram ente julgados pela forma com que os trataram quando estavam sendo atacados pelos invasores.

Esse tratamento desprezível dado ao povo de Deus em um momento em que estavam vulneráveis foi motivo suficiente para que Deus declarasse a queda de Edom. Os muitos pecados de Israel foram o motivo de seu exílio e da perda temporária de sua nação. Mas isso não era motivo para que Edom aproveitasse a situação e colocasse em prática seu desprezo pelos israelitas, tratando-os com malignidade.

 

 “Temos ouvido a pregação do SENHOR, e foi enviado aos gentios um emissário, dizendo: Levantai-vos, e levantemo-nos contra ela para a guerra. “

O mensageiro do Senhor entende a visão e sabe distingui-la do seu próprio pensamento ou imaginação. Reconhece também a vocação de transmitir a mensagem divina ao seu povo. Assim, o profeta enfatiza fortemente que o que ele tem a dizer procede do Senhor.

A fonte da mensagem é Javé Senhor, o Deus da aliança com Israel, que é Senhor e soberano sobre todas as nações. Essa era a maneira comum de Deus dirigir-se aos profetas.

Conforme descrição de Warren Wiersbe, Deus disse a seu servo que um embaixador de uma nação aliada de Edom estava visitando outras nações para convencer seus líderes a unir forças e atacar Edom. Na verdade, o Senhor é que havia ordenado essa mudança política, e aquilo que parecia ser apenas mais uma visita diplomática era na verdade a execução do juízo de Deus contra Edom.

O profeta alude a uma liga de nações que se levantaria contra Edom. “Todos os teus aliados te levaram para fora dos teus limites” (Ob 7). Isaltino Filho é pertinente quando escreve:

A ideia de que Deus comanda a história e a faz caminhar na direção de sua vontade final é muito forte nos profetas [...]. Obadias vai mostrar como Deus conduz a história. Não se trata de um ocasional evento histórico o que vai acontecer com Edom. N ão está se tratando meramente de nações contra nações, mas de um ato planejado da parte de Deus [...]. Obadias nos ensina que nenhum a nação pode sentir-se segura só porque tem um exército poderoso ou pode pensar que se manterá indefinidamente como poderosa. Um olhar pela história mostra que grandes e bem armadas nações desapareceram [...]. A arrogância de Edom teria fim. A arrogância de nações belicamente invencíveis terá fim, se não compreenderem a soberania de Deus e se não se submeterem aos seus propósitos.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
14/02/2024

FONTES:

COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas. Os Doze Profetas Menores. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

LOPES, Hernandes Dias. Amós: um clamor pela justiça social. São Paulo: Hagnos, 2007.

PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia — livro por livro. 5. ed. São Paulo: Editora Vida, 1978.

Ellisen, Stanley A. Conheça melhor o Antigo Testamento. Editora Vida. Florida. 1991.

WIERSBE, Warren W. Wiersbe – Antigo Testamento – Volume I. São Paulo: Geográfica, 2009.

CRABTREE, A. R. Profetas menores: comentário sobre os livros de Joel, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum e Habacuque. Rio de Janeiro: JUERP, 1971.

COELHO FILHO, Isaltino Gomes. Os profetas menores. Rio de Janeiro: JUERP, 2002.

Amós 1.1

Amós 1.1  “As palavras de Amós, que estava entre os pastores de Tecoa, as quais viu a respeito de Israel, nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel, dois anos antes do terremoto. “

 

“As palavras de Amós, que estava entre os pastores de Tecoa, as quais viu a respeito de Israel, “

O significado do nome Amós é provavelmente “aquele que carrega fardos” ou “carregador de fardos”. O livro contém muitos fardos de julgamentos ou calamidades que o profeta transmitiu a Israel.

Amós não era procedente da classe rica e aristocrática, empoleirada no poder, mas oriundo das toscas montanhas de Tecoa, aldeia situada a 17 quilômetros ao sul de Jerusalém, na Judéia. Não foi ordenado oficialmente como profeta, nem tinha assistido à escola dos mesmos; seu único motivo para pregar foi uma chamada divina (7:14, 15).

Amós era pastor de ovelhas e agricultor “boieiro e cultivador de sicômoros” (7.14), homem de pele bronzeada, de caráter robusto, de voz retumbante, de profundo conhecimento da realidade do mundo ao seu redor. A linguagem de Amós não era muito refinada também: ele chamou as mulheres ricas da cidade de “vacas״, uma linguagem pouco ortodoxa para aqueles dias. Mas foi esse homem que Deus escolheu para trazer um duro juízo contra a sociedade israelita corrupta e injusta.

Amós nos mostra que Deus se utiliza de quem Ele quer, e que Ele pode se utilizar de pessoas que, dentro dos nossos padrões, não seriam enquadradas como adequadas a certas funções. Deus escolhe as coisas tolas do mundo para confundir as sábias. Que Deus continue humilhando os poderosos e exaltando os humildes. Deus conhece o homem certo, no tempo certo, para o lugar certo.

 

 “... nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel, dois anos antes do terremoto. “

Isso mostra que ele viveu na mesma época de Oseias e Isaías. Ele era de Tecoa, na Judeia, mas Deus o enviou para profetizar em Samaria, no reino do Norte. Miqueias é também dessa época, mas começou suas atividades um pouco depois dos três primeiros, pois Uzias não é mencionado: ‘nos dias de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá’ (1.1).

O texto de Amós dá uma data precisa a sua missão de pregação em Betei: “[...] dois anos antes do terremoto” (1.1), isto é, aquele terremoto severo na época de Uzias, que, séculos mais tarde, ainda não fora esquecido “e fugireis assim como fugistes de diante do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá. Então virá o Senhor meu Deus, e todos os santos contigo” (Zacarias 14.5).

Stanley Ellisen comenta sobre esse terremoto nestes termos: O grande terremoto de Amós 1.1 foi evidentemente acompanhado de um eclipse solar, conforme está sugerido em Amós 8.8-10. Segundo os astrônomos, esse eclipse ocorreu em 15 de junho de 763 a.C. A profecia sobre Israel foi proferida dois anos antes, em 765 a.C., e escrita algum tempo depois do terremoto. Este foi tão violento que Zacarias se referiu a ele 270 anos mais tarde (Zc 14.5).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
14/02/2024

FONTES:

COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas. Os Doze Profetas Menores. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

LOPES, Hernandes Dias. Amós: um clamor pela justiça social. São Paulo: Hagnos, 2007.

PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia — livro por livro. 5. ed. São Paulo: Editora Vida, 1978.

Ellisen, Stanley a . Conheça melhor o Antigo Testamento. Editora Vida. Florida. 1991.

Oséias 1.1

Oséias 1.1 “Palavra do SENHOR, que foi dirigida a Oséias, filho de Beeri, nos dias de Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel. “

 

O livro de Oséias é o primeiro dos livros proféticos menores. Estes livros são chamados “menores”, não com relação à sua importância, mas em relação ao seu tamanho, e a esse respeito estão em contraste com os escritos dos Profetas Maiores.

 

“Palavra do SENHOR, que foi dirigida a Oséias, filho de Beeri, “

O nome Oseias era muito comum em Israel. Assim foi chamado o último rei do Reino do Norte. O significado do nome é: Deus salva, ou salvação, e é equivalente a Josué e Jesus. O nome do profeta já trazia em si um chamado ao arrependimento e uma semente de esperança.

A Bíblia registra que ele se casou e que teve três filhos. Pelo que apresenta a Bíblia, sua mulher, Gomer, foi uma prostituta. Ela deu a Oseias três filhos: Jezreel (Deus espalhou), Lo-Ruama, uma menina (desprezada) e Lo־Ami, outro filho (Não é meu povo). Há quem creia que desses três filhos apenas o mais velho era de Oseias, e os dois outros seriam fruto das traições de Gomer. A família de Oseias, como se percebe, não era das mais dignas de serem seguidas.

Oseias já foi chamado de “o profeta do amor”, porque seu livro manifesta um profundo amor da parte de Deus por Israel, um amor não correspondido. Deus é mostrado como um marido traído que procura reatar o casamento com a esposa, que se tornou prostituta.

Oseias não se constituiu profeta nem foi apontado por homem algum. Ele é profeta de Deus. Ele não criou a mensagem; a mensagem lhe foi dada. Ele não era a fonte da mensagem, apenas o seu instrumento. Sua autoridade procedia de Deus. Sua mensagem emanava do próprio Deus. Quando Oseias falava, era o próprio Deus falando ao povo.

Nada sabemos acerca do pai de Oseias, exceto o seu nome, cujo significado é “minha fonte ou meu poço”. A simples citação do nome do pai de Oseias demonstra que se tratava de alguém conhecido e destacado na sociedade.

David Hubbard, porém, pensa diferente. Para ele, a menção do nome do pai de Oseias não desempenha outro papel no texto, senão o de distinguir nosso Oseias de outros de nome idêntico ou semelhante.

 “... nos dias de Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel. “

O ministério de Oseias deu-se no período da supremacia política e militar da Assíria. Ele profetizou em Samaria, capital do Reino do Norte, durante os “dias de Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel” (1.1).

A soma desses anos deve ser reduzida significativamente porque Jotão foi corregente com seu pai, Uzias, e da mesma forma Ezequias reinou com Acabe, seu pai (2 Reis 15.5; 18.1,2,9,10,13).

Esses dados fornecidos pelo profeta nos permitem datar o seu ministério entre 793-753 a.C. Jeroboão II, reinou 41 anos num período de prosperidade econômica, mas também de apostasia generalizada (2 Reis 14.23-29).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
14/02/2024

FONTES:

COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas. Os Doze Profetas Menores. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

LOPES, Hernandes Dias. Oseias: O amor de Deus em ação. São Paulo, SP: Hagnos 2010.

PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia — livro por livro. 5. ed. São Paulo: Editora Vida, 1978.

COELHO FILHO, Isaltino Gomes. Os profetas menores. Rio de Janeiro: JUERP, 2002.

Joel 1.1

Joel 1.1 “Palavra do SENHOR, que foi dirigida a Joel, filho de Petuel. “

 

“Palavra do SENHOR, que foi dirigida a Joel, ”

Joel deixa claro que a mensagem que transmite não é sua, mas de Deus. “Palavra do Senhor, que foi dirigida a Joel... ” (1.1). Joel não é a fonte da mensagem, mas seu canal. O profeta não gera a mensagem, apenas a transmite. Ele só transmite aquilo que recebe de Deus. Ele é um fiel despenseiro daquilo que lhe foi confiado.

A. R. Crabtree acertadamente diz que a mensagem não é simplesmente a declaração de Joel, pois é a Palavra do Senhor, a revelação divina que veio diretamente ao profeta divinamente chamado e preparado para entender, receber e transmitir o oráculo divino ao seu povo.

A ocasião para a profecia de Joel era uma invasão extraordinariamente calamitosa de insetos destrutivos — o gafanhoto — que devastava a terra, destruindo as colheitas, e trazendo a fome geral. O profeta vê nesta calamidade uma visitação do Senhor e se refere a ela como um tipo de castigo final do mundo — o dia do Senhor (1:15). Como muitos dos outros profetas, Joel predisse o futuro à luz do tempo presente, considerando um acontecimento presente e iminente como símbolo de um acontecimento futuro. Por isso ele vê na invasão dos gafanhotos um indício da invasão vindoura do exército assírio (cap. 2:1-27; comp. Isaías caps. 36, 37). Projetando sua visão ainda mais para o futuro adentro, vê a invasão final da Palestina pelos exércitos confederados do Anticristo.

Joel foi profeta do Reino de Judá, por pelo menos duas razões: primeiro, não há nenhuma menção a Israel — isto é, ao Reino do Norte — na profecia de Joel, mas apenas ao futuro de Judá e Jerusalém; e segundo, como destacam os teólogos Jamieson, Fausset e Brown, “[Joel] fala de Jerusalém, do Templo, dos sacerdotes e das cerimônias como se fosse intimamente familiarizado com eles (Joel 1.14; 2.1, 15, 32; 3.1, 2, 6, 16, 17, 20, 21)”. Logo, não há dúvida de que ele pertencia ao Reino do Sul.

Em relação ao período exato de seu ministério profético, o mais provável, e mais aceito pelos especialistas, é que “suas profecias foram entregues nos primeiros dias de Joás, pois não há nenhuma referência à Babilônia, à Assíria ou mesmo à invasão da Síria, e os únicos inimigos mencionados são os filisteus, os fenícios, os egípcios e os edomitas (Joel 3.4,19).

 

“... filho de Petuel. “

Pouco ou quase nada se conhece sobre Joel e a sua época. As escassas informações baseiam-se em alguns lampejos extraídos de seu livro.

O nome do profeta Joel significa “O Senhor é Deus”. Seu nome o vincula ao seu Deus. Seu nome é uma espécie de profissão de fé num tempo em que Judá estava cercada por povos politeístas. Seu nome destaca a singularidade da pessoa de Deus e sua soberania.

Seu pai se chamava Petuel. Não há referência na bíblica sobre quem Petuel seria, ele só é citado nesse versículo. Esse fato sinaliza que seu pai era um homem bem conhecido e uma personalidade destacada na sociedade. Petuel significa “franqueza” ou “sinceridade de Deus”.

Portanto, todas as evidências apontam para Joel, filho de Petuel (Joel 1.1), profetizando por volta de 835 a.C. a 830 a.C., período dos primeiros anos do reinado do jovem rei Joás, que subiu ao trono aos 7 anos (1 Reis 11.21).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
14/02/2024

FONTES:

COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas. Os Doze Profetas Menores. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

LOPES, Hernandes Dias. Joel: o profeta do pentecostes. São Paulo: Hagnos, 2009.

FAUSSET, A. R.; BROWN, David; JAMIESON , R. Jamieson, Fausset and Brown’s commentary on the whole Bible. Grand Rapids: Zondervan Classic Reference Series, 1999.Crossway Books, 1999.

PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia — livro por livro. 5. ed. São Paulo: Editora Vida, 1978.

CRABTREE, A. R. Profetas menores: comentário sobre os livros de Joel, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum e Habacuque. Rio de Janeiro: JUERP, 1971.