segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Atos 7:60

    

Atos 7:60 “E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu.”

 

“E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz:”

Após ser retirado da cidade pelos seus algozes a fim de ser apedrejado. Estevão durante o seu martírio invoca a Jesus a quem vê em pé a direita de Deus. Ele pronunciou duas frases. A primeira no verso anterior: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito” (v. 59). Sua oração é parecida com a que, segundo Lucas, Jesus pronunciou pouco antes de morrer: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito!" (Lucas 23.46). Mas essas não seriam as últimas palavras de Estevão. Ele diz uma segunda frase ao se ajoelhar.

 

 “Senhor, não lhes imputes este pecado.”

Estevão ainda ecoa outra declaração de Jesus na cruz: “Senhor não lhes imputes este pecado”. Esta declaração é uma reminiscência da primeira frase dita por Jesus na cruz, relatada por Lucas: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lucas 23.34). Quer tenha sido Estevão quem imitou seu Mestre deliberadamente ou Lucas quem observou e ressaltou o fato, existem várias semelhanças entre a morte de Jesus e a morte de Estevão.

Em ambos os casos, foram contratadas falsas testemunhas e a acusação era blasfêmia. As duas execuções foram acompanhadas por duas orações, rogando o perdão para os acusadores e a aceitação de seus próprios espíritos ao morrerem. Portanto — conscientemente ou não — o discípulo imitou seu Mestre. A única diferença foi que Jesus dirigiu suas orações ao Pai, enquanto que Estevão as dirigiu a Jesus, chamando-o de "Senhor" e colocando-o no mesmo nível de Deus.

Naquele momento de suplício e de dores, Estevão não demonstrou sentimento de vingança ou de ódio. Todos ouviram esta testemunha inspirada oferecer uma oração de perdão aos seus executores. Somente o poder do Espírito Santo pode capacitar Estevão a fazer a oração que ele fez. Cumpriu-se o que diz a Palavra de Deus: “Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos” (Salmo 116.15). Um crente cheio do Espírito Santo não cultiva a vingança nem o ódio no coração. Ele está pronto a perdoar seus algozes.

 

“E, tendo dito isto, adormeceu.”

Após dizer essas palavra de perdão Estevão adormeceu ( 1 Tessalonicenses 4:14-15). A palavra adormeceu é um eufemismo. Como quando Jefté “loucamente” ofereceu sua filha em holocausto: “E sucedeu que, ao fim de dois meses, tornou ela para seu pai, o qual cumpriu nela o seu voto que tinha feito; e ela não conheceu homem...”(Juízes 11:39). Bengel denomina a escolha da palavra “adormeceu” de "uma palavra cheia de tristeza, mas doce". F. F. Bruce diz que foi "uma descrição inesperadamente bonita e cheia de paz para uma morte brutal".

Estevão então morreu. Ele dormiu na terra e logo foi recebido no céu pelo próprio Senhor Jesus. O primeiro cristão a morrer por amor a Jesus. Para Estevão, o terrível tumulto terminou em uma estranha paz.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
11/08/2025 

FONTES:

GONÇALVES, José. A igreja em Jerusalém – Doutrina comunhão e fé: A base para o crescimento da igreja em meio as perseguições. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.

RENCH, Arrington L., STRONSTAD, Roger (Eds). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. Volume 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

MARSHALL, Howard. Atos - Introdução e Comentário. Vida Nova/Mundo Cristão. 1991.

STOTT, John R. W. A Mensagem de Atos: Até aos Confins da Terra, São Paulo: ABU, 1994.

Atos 6.11

    

Atos 6.11 “Então subornaram uns homens, para que dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus.”

 

“Então subornaram uns homens,”

Já que não puderam silenciar Estevão com palavras, alguns estavam determinados a achar alguma outra maneira, qualquer que fosse. Os inimigos de Estevão usaram métodos subversivos. Usaram dinheiro como suborno para comprar falsas testemunhas.

A palavra grega shohad significa um presente, mas no sentido corrupto, um suborno. A lei hebraica condenava dar ou receber presentes ou subornos com a finalidade de perverter a justiça: “Também suborno não tomarás; porque o suborno cega os que têm vista, e perverte as palavras dos justos” (Êxodo 23.8). São feitas muitas referências ao seu uso para corromper juízes e governantes (Jó 15.34; 1 Samuel 8.3; Salmo 26.10; Isaías 33.15; Ezequiel 22.12).

Nos julgamentos anteriores de Pedro e dos demais apóstolos, vemos a mesma tática que foi usada para condenar Jesus. Foi assim também com Estevão, antes de ser levado perante o Sinédrio, pois assim como os adversários de Estêvão, os inimigos de Cristo também “procuraram algum testemunho falso contra Jesus, a fim de o condenarem à morte” (Mateus 26:59).

O nono mandamento: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (Êxodo 20:16), havia sido dado para proteger as pessoas de falsas acusações em juízo: “Não admitirás falso boato, e não porás a tua mão com o ímpio, para seres testemunha falsa. Não seguirás a multidão para fazeres o mal; nem numa demanda falarás, tomando parte com a maioria para torcer o direito. Nem ao pobre favorecerás na sua demanda” (Êxodo 23:1-3).

Deveria haver pelo menos duas ou três testemunhas; não era possível condenar uma pessoa com base em apenas um testemunho: “Uma só testemunha contra alguém não se levantará por qualquer iniqüidade, ou por qualquer pecado, seja qual for o pecado que cometeu; pela boca de duas testemunhas, ou pela boca de três testemunhas, se estabelecerá o fato” (Deuteronômio 19:15). E foi o que os acusadores de Estevão buscaram, mais de uma testemunha falsa através do dinheiro e com isso perverteram o juízo justo.

 

 “... para que dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus.”

Essas falsas testemunhas compradas deveriam disser que Estevão proferiu palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus. “Blasfêmia” é usada no sentido de “falar contra”. Estevão foi acusado pelas testemunhas compradas de falar contra a Lei de Moisés e contra Deus. As acusações contra Estevão, porém eram falsas (Atos 6:13), resultado de terem distorcido suas palavras. Estevão ensinou que não se podia ser salvo por guardar a lei de Moisés, mas ele não blasfemou contra Moisés. E é certo também que ele jamais blasfemara contra Deus!

Até esta altura, os saduceus tinham se empenhado em perseguir os cristãos porque os apóstolos ensinavam a ressurreição, algo em que o saduceus não criam, mas os fariseus criam: “E, estando eles falando ao povo, sobrevieram os sacerdotes, e o capitão do templo, e os saduceus, Doendo-se muito de que ensinassem o povo, e anunciassem em Jesus a ressurreição dentre os mortos” (Atos 4:1,20.

Agora, porém, a acusação de que Estevão estava falando contra Moisés, a Lei, e as tradições judaicas fizeram também os fariseus se envolveram na questão! Pois , blasfemar contra Moisés era um crime. Então todo o conselho investiu contra Estevão. Posteriormente o povo também se revoltou. As acusações apesar de falsas, foram suficientes para colocar a opinião pública contra Estevão. “Sublevaram o povo, os anciãos e os escribas” (v. 12a).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
11/08/2025 

FONTES:

GONÇALVES, José. A igreja em Jerusalém – Doutrina comunhão e fé: A base para o crescimento da igreja em meio as perseguições. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.

MARSHALL, Howard. Atos - Introdução e Comentário. Vida Nova/Mundo Cristão. 1991.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_200111_03.pdf

PEARLMAN, Myer. Atos: E as igreja se fez missões. CPAD, 1ª edição, Rio de Janeiro, 1995.

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD 11 DE AGOSTO DE 2025 (João 16.33)

LEITURA BÍBLICA DIÁRIA CPAD
11 DE AGOSTO DE 2025
A PERSEGUIÇÃO NA ROTA DA FÉ CRISTÃ

João 16.33 “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.”

 

“Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz;”

Se os ensinos de Jesus no capítulo 16 pudessem ser resumidos num único tema central, seria essa mensagem. Jesus começou a comunicar suas últimas palavras aos doze usando pela última vez a frase: “Tenho-vos dito isto”.  Essa frase poderia se referir somente à declaração anterior sobre a dispersão dos discípulos após a prisão de Jesus. No entanto, é mais provável que essa frase se refira a todo o discurso.

Todas as advertências, todas as predições, todas as promessas foram com o propósito de dar aos discípulos paz no momento mais tumultuoso de suas vidas!  Jesus nunca prometeu a Seus discípulos que suas vidas seriam isentas de dificuldades, mas Ele prometeu a eles a paz de Deus, mesmo em meio às dificuldades.

As palavras “em mim” lembram a alegoria da videira e dos ramos, em que Jesus salientou a importância de permanecermos nele (João 15:5–7). Aqueles que permanecem em Jesus, relacionando-se intimamente com ele, podem ter “paz” (Gr. eirēnē). E podem “continuar tendo paz”. A “paz” que o discípulo tem ao permanecer em Jesus é vivenciada mais internamente do que externamente. É uma paz de espírito e tranqüilidade de alma que só o crente pode desfrutar. É “a paz de Deus, que excede todo entendimento” e que “guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus” (Filipenses 4:7).

 

“... no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.”

A paz que abençoou a vida dos discípulos não os isentou de provações e tribulações; pelo contrário, Jesus disse: No mundo passais por aflições (thlipsis), referindo-se ao inevitável sofrimento que eles viriam a suportar no futuro. Em todo o Novo Testamento, a palavra thlipsis se refere aos sofrimentos dos primeiros cristãos (Atos 14:22; 20:23;1 Tessalonicenses 3:2–4). Mas eles devem ter bom ânimo.

Afinal o mundo que infligiu tribulação a Cristo é o mesmo inimigo dos seus discípulos (João 15.18-25). O mundo, assim como Satanás, é um inimigo derrotado; a cruz que o Senhor em espírito já abraçou marcou seu triunfo e a queda do mundo. Embora a crucificação só viesse a acontecer literalmente no dia seguinte, Jesus expressou aos discípulos a plena certeza de que tudo estava acontecendo conforme o planejado, e que eles seriam abençoados pelos acontecimentos que brevemente ocorreriam.

Seu povo participa do seu triunfo e da sua paz. Em 1 João 5.4s., afirma-se que “a vitória que vence o mundo é a nossa fé” - a fé “que crê ser Jesus o Filho de Deus". É esta fé que une seu povo a ele, de modo que a vitória dele passa a ser também a vitória de seu povo.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
28/07/2025 

FONTES:

GONÇALVES, José. A igreja em Jerusalém – Doutrina comunhão e fé: A base para o crescimento da igreja em meio as perseguições. Rio de Janeiro: CPAD, 2025.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_200408_03.pdf

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_202204_03.pdf

BRUCE, F. F. João introdução e comentário. São Paulo: Mundo Cristão, 1987.