(Texto Áureo) “E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. ” (Atos 2.4)
“E todos foram cheios do Espírito Santo...” Quem são esses todos? Quase 120 pessoas (Atos
1:15). Esses quase 120 permaneceram no mesmo lugar, em Jerusalém (Atos 2:1),
obedecendo a ordem de Jesus para aguardarem a Promessa do Pai de Serem
batizados com o Espírito Santo (Atos 1:4). Essa promessa do Pai diz respeito a
promessa que Deus o fez a Abraão de todas as nações serem benditas nele: “Para
que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e para que pela
fé nós recebamos a promessa do Espírito “ (Gálatas 3:14). O fato de todos terem
recebidos a promessa demonstra o que Pedro afirma na casa de Cornélio: “Reconheço por verdade que Deus não faz
acepção de pessoas; Mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o
teme e faz o que é justo “ (Atos 10:34,35). Afinal o próprio Jesus durante o
último dia da festa dos tabernáculos: Quem crê em mim, como diz a Escritura,
rios de água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do Espírito que
haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora
dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado. ” (João 7:38,39). Importante
ressaltar a diferença do termo “ser cheio do Espírito Santo” Na teologia de
Lucas e do Apóstolo Paulo, segundo o contexto de Lucas ser cheio do Espírito
Santo sempre está associado ao dom de línguas, enquanto para Paulo uma vida
cheia do Espírito refere-se a evidenciar o fruto do espírito: “E não vos
embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito (Efésios
5:18).
“...e começaram a falar em outras línguas, ”. Notemos alguns fatos
importantes sobre o falar em línguas. O que produz esta manifestação? O impacto
do Espírito de Deus sobre a alma humana. É tão direto e com tanto poder, que a
pessoa fica extasiada, falando de modo sobrenatural. Isto pelo fato de a mente
ficar totalmente controlada pelo Espírito. Para os discípulos, era evidência de
estarem controlados pelo poder do Espírito prometido por Cristo. Quando a
pessoa fala uma língua que nunca aprendeu, pode ter a certeza de que algum
poder sobrenatural assumiu o controle sobre ela. Alguns argumentam que a manifestação
do falar em línguas limitou-se à época dos apóstolos. Aconteceu para ajudá-los
a estabelecer o Cristianismo, uma novidade naquela época. Não existe, no entanto,
limites à continuidade dessa manifestação no Novo Testamento. Mesmo no quarto
século depois de Cristo, Agostinho, o notável teólogo do Cristianismo,
escreveu: “Ainda fazemos como fizeram os apóstolos, quando impuseram as mãos
sobre os samaritanos, invocando sobre eles o Espírito mediante a imposição das
mãos. Espera-se por parte dos convertidos que falem em novas línguas. ” Ireneu
(115-202 d.C.), notável líder da Igreja, era discípulo de Policarpo, que por
sua vez foi discípulo do apóstolo João. Ireneu escreveu: “Temos em nossas
igrejas muitos irmãos que possuem dons espirituais e que. por meio do Espírito,
falam toda sorte de línguas” . A Enciclopédia Britânica declara que a
glossolalia (o falar em línguas) “ocorreu em reavivamentos cristãos durante
todas as eras; por exemplo, entre os frades mendicantes do século XIII, entre os
jansenistas e os primeiros quaquers, entre os convertidos de Wesley e Whitefield,
entre os protestantes perseguidos de Cevennes, e entre os irvingitas”. Podemos
multiplicar as referências, demonstrando que o falar em línguas, por meios
sobrenaturais, tem ocorrido em toda a história da Igreja. (Nota: O falar em
línguas nem sempre é em língua conhecida. Ver 1 Coríntios 14.2.)
“...conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. ” Cremos
e ensinamos que o Espírito Santo é uma pessoa. Sua personalidade está presente
em toda a Bíblia de maneira abundante e inconfundível e tem sido crença da
Igreja desde o princípio. A Bíblia revela todos os elementos constitutivos da
personalidade do Espírito Santo, como intelecto, emoção e vontade, em 1
Coríntios 12:11 está escrito: “Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas
coisas, repartindo particularmente a cada um como quer“. Esse versículo nos
revela que o Espírito Santo possui vontade, nos indicando sua personalidade “
como quer “ Essa vontade nunca contradiz as outras pessoas da Trindade, pois
possuem uma mesma natureza e essência. O Espírito Santo relaciona-se com os
crentes de maneira pessoal, pois somente uma pessoa poderia agir como mestre,
consolador, santificador e guia. Cremos e declaramos que o Espírito Santo
ensina, fala, guia em toda a verdade, julga, ama, contende, convida e
intercede. Ele é Deus, Ele é pessoal. Até por isso os cristãos são batizados
também em seu nome: "batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo" (Mateus 28.19).
DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
14/03/2022
Fontes:
BAPTISTA, Douglas. A Supremacia das Escrituras – a
Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2021.
PEARLMAN, Myer. Atos: e a Igreja se Fez Missões. Rio de
Janeiro: CPAD, 1995.
SOARES, Esequias. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Rio
de Janeiro: CPAD, 2017.