Jó 14.7 “Porque há esperança para a árvore que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos.”
“Porque há esperança para a árvore que, se for cortada, ainda se renovará,”
Todo homem moribundo certamente refletirá sobre a morte, pois a enfermidade propositalmente o lembrará dela. Aqui Jó fala o que pensa sobre ela, pois está nessa condição. Enquanto meditava Jó observou a árvore. É possível uma árvore cortada, se renovar e tornar a brotar rebentos do seu tronco. Há esperança para ela.
A palavra esperança significa, entre outras coisas, a expectativa de se auferir algum bem ou benefício futuro. No âmbito das Sagradas Escrituras, é a certeza do cumprimento das promessas que nos foram feitas por Deus: “Porque todas quantas promessas há de Deus, são nele sim, e por ele o Amém, para glória de Deus por nós” (2 Coríntios 1.20).
Se o corpo da árvore for cortado, e somente o tronco ou toco for deixado no solo, ainda que possa parecer morto e seco, brotará, e surgirão novos renovos, como se tivessem sido recém plantados. Mas o homem não tem esta esperança de retorno à vida. O que ele deseja dizer é que o homem é inferior à árvore, que é cortada e revive, enquanto o homem não.
Isso não nega uma vida futura, mas um retorno à condição atual da vida. Jó claramente espera por um estado futuro. Ainda assim, é apenas uma esperança vaga e trêmula, não uma garantia; pois Jó não possuía uma revelação da vida futura como temos hoje em Cristo: “E que é manifesta agora pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo evangelho” (2 Timóteo 1:10).
Exceto o único vislumbre brilhante em Jó 19.25-26 “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, contudo ainda em minha carne verei a Deus”.
“... e não cessarão os seus renovos.”
Swindoll escreveu: Quando você limpa um campo, o lenhador experiente irá aconselhá-lo a remover os tocos. Não os deixe no solo. Se deixar um toco, ele logo brota quando a chuva cai. A árvore vai voltar; até o arbusto crestado volta a ficar verde. As plantas e as árvores são assim. A umidade da terra e a chuva do céu são de certa forma, percebidas pelo toco de uma árvore, e têm uma influência para revivê-lo: “Ao cheiro das águas brotará, e dará ramos como uma planta” (Jó 14.9).
Elas se renovarão abundantemente como foi renovada a vara seca de Arão: “Sucedeu, pois, que no dia seguinte Moisés entrou na tenda do testemunho, e eis que a vara de Arão, pela casa de Levi, florescia; porque produzira flores e brotara renovos e dera amêndoas” (Números 17.8).
No sonho de Nabucodonosor, quando o fato de ser privado do uso de sua razão foi representado pelo corte de uma árvore, o seu retorno à razão foi representado pelo deixar do tronco na terra, com cadeias de ferro e de bronze, para ser molhado pelo orvalho do céu: “Mas deixai na terra o tronco com as suas raízes, atada com cadeias de ferro e de bronze, na erva do campo; e seja molhado do orvalho do céu, e seja a sua porção com os animais na erva da terra” (Daniel 4.15).
Todos os que meditam de dia e de noite na Palavra de Deus serão como árvores renovadas: “Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará” (Salmo 1.3).
DEIVY FERREIRA
PANIAGO JUNIOR
21/7/2024
FONTES:
QUEIROZ, Silas. O Deus Que Governa o Mundo e Cuida da Família – Os Ensinamentos Divinos nos livros de Rute e Ester para a Nossa Geração. Rio de Janeiro: CPAD, 2024.
MESQUITA, Antonio Neves. Estudo no livro de Jó – uma interpretação do sofrimento humano. Rio de Janeiro: Juerp, 1979.
http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_202102_04.pdf
SWINDOLL, Charles R. Jó: Um homem de tolerância heroica - São Paulo: Mundo Cristão, 2004.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico –Livros Poéticos: Rio de Janeiro, CPAD.
FAUSSET, A. R.; BROWN, David; JAMIESON , R. Jamieson, Fausset and Brown’s commentary on the whole Bible. Grand Rapids: Zondervan Classic Reference Series, 1999.Crossway Books, 1999.