segunda-feira, 15 de abril de 2024

Mateus 3.2

Mateus 3.2 "E dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus."


"E dizendo: Arrependei-vos, "

João, o batista, inicia aqui a sua obra à obra. Ele é descrito pelo evangelista como a “voz do que clama no deserto” para que as pessoas preparem o caminho do Senhor que agora está próximo. João clamava as pessoas dizendo: “Arrependei-vos”. 

De acordo com A.T. Robertson há certa complexidade envolvendo a tradução desse termo. João Batista não está chamando as pessoas para “sentir tristeza de novo” (do latim repoenitet, o que a Vulgata Latina traduz o grego como “fazer penitência”), mas para mudar de atitude mental e conduta. A tradução Siríaca Antiga é a que melhor se expressa: “Voltar”. Esta é a grande palavra de João Batista.

Essa palavra indica mudança de opinião, o que, por sua vez, leva a mudança de vida. João Batista era um novo profeta, que voltou à chamada dos antigos profetas: “Torne” (Isaías 55.7), “convertei-vos” (Ezequiel 33.11; Joel 2.12), “restituindo” (Ezequiel 33.15).

Arrepender-se é uma necessidade absoluta para quem deseja entrar no reino dos céus. A mensagem da pregação de Jesus, mais tarde, aprimoraria essa proclamada por João Batista: “E dizendo: O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho (Marcos 1.15). E mais tarde seria proclamada por seus próprios discípulos:  “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam” (Atos 17:30).

"... porque é chegado o reino dos céus."


João anuncia que o Reino dos céus é chegado. Os profetas do Antigo Testamento anunciaram que chegaria no tempo certo de Deus. Como arauto do novo dia, João Batista proclama que estava se aproximando. O quanto estava próximo, ele não diz, mas com certeza ele quer dizer que estava muito perto suficientemente perto para que se pudessem ver os sinais e a prova. 


O Reino dos céus seria estabelecido pelo Messias de forma invisível na Igreja. O reino divino pode ser visto nos corações e nas vidas de todos aqueles que o hoje aceitam: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus” (João 3:5).

Os outros Evangelhos usam “o Reino de Deus”, como às vezes Mateus também usa. Mateus menciona “o Reino dos céus” mais de trinta vezes. João Batista quer dizer “o reinado de Deus”, não a organização política ou eclesiástica que os fariseus esperavam: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Romanos 14:17). Mas uma poderosa transformação que reflete em toda a realidade à nossa volta.

No Reino dos céus, a vontade do Pai é conhecida e deve ser praticada. Fazer continuamente a vontade de Deus, nesse Reino, deve ser a nossa maior prioridade, não importando os obstáculos “pois que por muitas tribulações nos importa entrar no Reino de Deus” (Atos 14.22). O Reino dos céus e sua justiça devem ser o nosso anseio e alvo principal: ”Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:33).


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
16/04/2024


FONTES:

GONÇALVES, José. O Corpo De Cristo – Origem, Natureza e Missão da Igreja no Mundo. Rio de Janeiro CPAD, 2023.

PEARLMAN, Myer. Marcos: O evangelho do servo de Jeová. Rio de Janeiro CPAD, 2005.

http://biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_200506_01.pdf

ROBERTSON, A. T. Comentário Mateus & marcos à luz do novo testamento grego. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.


1 Coríntios 10.10

1 Coríntios 10.10 “E não murmureis, como também alguns deles murmuraram e pereceram pelo destruidor. ” 

 

“E não murmureis,

Murmuração na língua grega dá a ideia daquele que rosna, ou seja, significa o ato de rosnar, como o cachorro que rosna. Na verdade, “murmurar” sempre esteve presente com pessoas invejosas e rebeldes (João 7.12; Atos 6.1; 1 Pedro 4.9). Paulo escreveu a igreja de Filipos: “Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas.” (Filipenses 2.14)

Quando lemos de “murmurações”, podemos nos lembrar do comportamento de uma criança, cujo pai ou uma mãe lhe dá uma ordem e ela reclama e às vezes até discute com eles. Paulo quer que sejamos mais maduros do que isso ao obedecermos às instruções do nosso Pai celestial sem ressalvas.

 

“... como também alguns deles murmuraram”

A história no Antigo Testamento não existe apenas para satisfazer nossa curiosidade sobre os tempos antigos. O Espírito Santo inspirou tal registro, porque haveria lições para as gerações futuras, incluindo os coríntios e nós.

Deus foi fiel em abençoar e julgar o povo de Israel. Assim, eles tornaram-se exemplos, para nos advertir, e nos impedir de cometer os pecados que cometeram. Deus sabia que precisaríamos de aviso.

Entre essas coisas depravadas e más que eles fizeram, incluía-se a murmuração. O livro de Números apresenta oito instâncias em que o povo murmurou ou reclamou. Paulo provavelmente tinha em mente Números 14.1-38 e Números 16,41, onde a murmuração trouxe julgamento divino.

 

“... e pereceram pelo destruidor. ”

Os que murmuraram no deserto, e presumivelmente os que fizeram o mesmo em Corinto, foram advertidos de que poderiam ser destruídos pelo exterminador. O apóstolo não identificou “o destruidor”.

Todavia, antes da décima praga cair sobre o Egito, Deus mandou Israel derramar sangue na verga das portas e nas ombreiras de suas casas. Quando Deus atingisse os egípcios, Ele não permitiria que “o Destruidor” entrasse nas casas marcadas com sangue (Êxodo 12:23).

O “destruidor” parece ser uma personificação do julgamento de Deus sobre o Egito. Em Salmos 78:49 a fúria do julgamento de Deus sobre o Egito é comparada a “uma legião de anjos portadores de males”.

Paulo não viu “o destruidor” como uma entidade separada de Deus; o termo novamente parece ser uma personificação da indignação justa de Deus, que Ele estava pronto para derramar contra a idolatria, a imoralidade, a murmuração e a rebeldia

A promessa de Deus era que se obedecessem, Ele não poria sobre eles as enfermidades, ou as pragas que havia posto sobre os egípcios (Êxodo 15.26). Mas ao deixarem de fazer o que era certo. Deus estava livre para enviar novamente aquele anjo destruidor.

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
16/4/2024

FONTES:

GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta – O caminho da salvação, santidade e perseverança para chegar ao céu. Rio de Janeiro, CPAD, 2024.

HORTON, Stanley. I e II Coríntios – os problemas da igreja e suas soluções. 3.ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201703_04.pdf 

2 Coríntios 10.4

2 Coríntios 10.4 “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas. ” 

 

“Porque as armas da nossa milícia não são carnais,

Agora Paulo retrata seu ministério apostólico em termos de campanha militar. ‘Ele e sua equipe ministerial viviam no mundo “na carne’’, ou “em vasos de barro”:  “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós (2 Coríntios 4.7).

Mas ele não militava ou empreendia guerra como o mundo faz “segundo a carne”, isto é, limitado pelo que é finito, humano, terrestre ou meramente físico. Os instrumentos da guerra de Paulo não eram espadas e lanças, escudos e armaduras.

Pouco importando o quão fraco, tímido ou humilde Paulo pareces-se ser na presença dos coríntios, ele não teve de enfrentar destemidamente ou usar métodos e armas que o mundo usa.

Ele escreveu aos Efésios: “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais (Efésios 6.12).

Ora, se nossos inimigos não são de carne e sangue, como poderíamos com eles pelejar? Se nossos inimigos são seres espirituais não devemos usar armas carnais. Esses inimigos liderados por Satanás são invisíveis, porém reais e poderosos. O Reino de Satanás é denominado “o império das trevas” (Colossenses 1:13). Para enganar e capturar almas, ele usa ministros falsos, doutrinas falazes e lugares de adoração falsificados. .

A missão de Paulo era converter pessoas “da potestade de Satanás para Deus”: “Para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz, e do poder de Satanás a Deus; a fim de que recebam a remissão de pecados” (Atos 26:18).

Os cristãos precisam da ajuda de Deus para enfrentar e vencer tamanho exército. Por isso temos disponível a nós a Armadura de Deus.

 

“... mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas.”

O apóstolo estava confiante de que os instrumentos bélicos fornecidos por Deus lhe dariam poder para prevalecer sobre seus oponentes em Corinto. Quando o Espírito o ungiu ele passou a ter armas “poderosas em Deus” para destruir as fortalezas inimigas. Essas armas são o Espírito que nos capacita e a Palavra que é a sua ferramenta (Espada do Espírito).

As “fortalezas” eram os ardis argumentos contra o Evangelho simples de Cristo que Paulo pregava como também os esforços em destruir seu ministério e levar seus convertidos à escravidão espiritual pelas falsas doutrinas dos inimigos.

Esses inimigos usaram a arma da vanglória ou presunção. Louvaram a si mesmos (2 Coríntios 10:12) e recorreram a desonestidade e à mentira. Mas aqueles que queriam difamar a mensagem e o caráter do apóstolo não podiam suportar o poder de suas palavras.

Podemos aplicar isto às forças do mal que procuram destruir a Igreja trazendo falsas doutrinas, modos mundanos, entretenimento secular e apresentações terrenas. A Palavra e o Espírito ainda têm o poder de destruir os poderes das trevas (Efésios 6.14-18).

 

DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
14/4/2024

FONTES:

GOMES, Osiel. A Carreira que nos está proposta – O caminho da salvação, santidade e perseverança para chegar ao céu. Rio de Janeiro, CPAD, 2024.

HORTON, Stanley. I e II Coríntios – os problemas da igreja e suas soluções. 3.ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_202108_04.pdf

http://www.biblecourses.com/Portuguese/po_lessons/PO_201308_12.pdf

1 João 2.14

1 João 2.14 "Eu vos escrevi, pais, porque já conhecestes aquele que é desde o princípio. Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno."

O autor divide os seus leitores em três grupos, que denomina filhinhos, pais e jovens, e a cada grupo se dirige duas vezes. Ele está indicando, não as suas idades físicas como pensam alguns, mas estágios em seu desenvolvimento espiritual, pois a família de Deus, como toda família humana, tem membros de diferente maturidade.

Os filhinhos são os recém-nascidos em Cristo. Os jovens são cristãos mais desenvolvidos, fortes e vitoriosos na luta espiritual; enquanto que os pais possuem a profundidade e a estabilidade da experiência cristã amadurecida.


"Eu vos escrevi, pais, porque já conhecestes aquele que é desde o princípio.

Os pais, a quem João se dirige agora, são os espiritualmente adultos da congregação. Os pais progrediram muito rumo a uma profunda comunhão com Deus. Nas duas vezes em que se dirige a eles, João emprega palavras idênticas: conheceis aquele que existe desde o princípio. 

O verbo é o mesmo que foi empregado quanto aos filhinhos. Todos os cristãos, maduros e imaturos, vieram a conhecer a Deus. Mas o seu conhecimento de Deus amadurece com o passar dos anos. Os filhinhos conhecem-no como o Pai; os pais vieram a conhecê-lo como aquele que existe desde o princípio, provavelmente uma referência, não ao Logos (João 1:1 e João 1:1), mas ao imutável e eterno Deus que não muda, como os homens mudam, com o avançar dos anos, mas que é para sempre o mesmo. 

O tempo passa veloz, mas em todas as gerações eles encontram refúgio naquele que de eternidade a eternidade é Deus (Salmo 90:1, 2; Malaquias 3:6). Já estão vivendo conscientemente na eternidade.


"Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes,"

Entre os filhinhos e os pais estão os jovem , ativamente envolvidos na batalha do viver cristão. A vida cristã, pois, não é só gozar o perdão e a comunhão de Deus, mas combater o inimigo.

João afirma aos jovens a sua força: "porque sois fortes”. Essa força significa força física, saúde perfeita, e também força espiritual. O jovem é um soldado hábil no acampamento militar de Cristo. Sobre ele estará a maioria do trabalho na congregação.


"... e a palavra de Deus está em vós,"

O jovem devem se lembrar que “a palavra de Deus está nele”. Lembrando que isso depende da postura desse jovem, mas eles possuem condição para buscar ao Senhor.  Para isso ele deve atentar para palavra de Deus que diz: 

"Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite" (Salmos 1:1,2) 


"... e já vencestes o maligno."

O jovem que guarda a palavra de Deus no coração venceu o maligno. "Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós" (Tiago 4:7). E essa é a condição para vencer satanás: "Com que purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra" (Salmos 119:9)

Entretanto o jovem não deve ser orgulhar para não cair na tentação do diabo: "Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo" (1 Timóteo 3:6), pois é fácil se orgulhar quando se é jovem e prospero. Através do profeta Jeremias Deus diz: "... se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas, Mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me entender e me conhecer, que eu sou o Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor" (Jeremias 9:23,24)


DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
16/4/2024

FONTES:

STOTT, As epístolas de João – Série Cultura Bíblica. São Paulo, Mundo Cristão e Vida Nova, 1982.

HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry - Jó a Cantares. Rio de Janeiro CPAD, 2008.