Artigo do pastor Alfredo Reikdal, publicado no Mensageiro da Paz da 1ª. quinzena de 1939 (Não alteramos os estilos gráfico e literário).
É muito triste ver, em nossos dias, crentes trocarem, antes do tempo, sua cruz pelas coisas deste mundo, ao em vez de a levarem até ao lugar em que a podem trocar pela coroa da vida, prometida pelo infalível Senhor de todas as coisas e Pastor das nossas almas.
Muitos há que, ao ouvirem o Evangelho, tomam o seu “lenho”, dão alguns passos, mas, para larga-lo, logo após, ao encontrar as primeiras dificuldades. Para alguns, é bastante serem desprezados pelos amigos, pelo mundo ou ameaçados por uma pequena perseguição, para largarem a cruz que tomaram para levar até o fim.
Outros deixam a cruz, em troca dos gozos temporais e das coisas ilícitas; mas têm a mesma sorte da mulher de Ló; pouco a pouco, voltam ao Egito. Felizes são aqueles que tomam a cruz e fazem como diz a Escritura: livram-se de todo o embaraço, desviam-se das astutas ciladas do Diabo.
Às vezes, somos colocados como Moisés, entre dois caminhos: de um lado, a glória do Egito (o mundo), com todas as honras e todo o esplendor da corte faraônica. De outra parte, o sofrimento, o vitupério de Cristo. Sejamos sábios, saibamos escolher sem olhar a aparência, mas perscrutamos a realidade do futuro; carreguemos a cruz, até trocá-la por uma coroa.
Deixemos “faraó” com toda a Sua glória e fiquemos com Jesus, o qual nos espera e nos quer abraçar, com amor. O segredo da vitória daqueles que andam sob o peso do madeiro, não está em abandona-lo em meio a viagem e sim em leva-lo até ao fim da jornada. Jesus levou a cruz até o Gólgota, termo visível da estrada que nós podemos contemplar.
Mas há um caminho invisível, que conduz ao céu; é por essa estrada que devemos caminhar. Mesmo que o nosso corpo sofra sob o peso da cruz, não impede que o nosso espírito, pela fé, voe com Jesus, até ao céu. O nosso Salvador terminou Seu jornadear, com a cruz, no Calvário; mas, segundo Deus, o fim foi o céu, na glória, a Sua Direita.
Imitemos Jesus, levando a nossa cruz até ao céu; prossigamos nesta estrada até chegarmos as moradas que Jesus nos foi preparar, ainda que os nossos companheiros atirem, para longe, a sua cruz.
O céu é o lugar onde se troca a cruz, pela coroa.
Mensageiro da Paz da 1ª. quinzena de 1939