ilipenses 4.8 “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é
verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o
que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum
louvor, nisso pensai.”.
“Quanto ao mais, irmãos,”
A
expressão “quanto ao mais” aqui é usada para dar inicio as porções finais de
epistolas. Não introduz, como antítese, o que os crentes filipenses deveriam
fazer, mas trata-se de um simples sinal
que indica que Paulo estava chegando ao fim de sua carta.
As
virtudes aqui alistadas fazem todas parte do fruto do
Espírito (Galatas 5:22,23), devendo ser consideradas como algo que surge
mediante o cultivo e o desenvolvimento espirituais. Essas virtudes e que devem
ocupar as nossas mentes, devendo sempre ser levadas em
conta por nos, em nossa inquirição espiritual: “... para que
anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa
luz” (1 Pedro 2.9).
Deus nos guarda e nos da paz como um dom; mas também
temos obrigações e precisamos cultivar as virtudes espirituais. Sem essas
virtudes, o ideal cristão não pode concretizar-se na vida de uma pessoa.
“... tudo o que é verdadeiro,“
Deus
é a norma de toda a verdade, como também seu padrão e fonte originaria. Nas paginas
do N.T., a verdade e freqüentemente sinônimo do
evangelho, a verdade conforme ela e revelada em Cristo; e Cristo e a
verdade personificada (João 14:6). Aquelas coisas que concordam com a natureza
de Deus, na pessoa de Cristo, são verdadeiras, em
contraste com a falsidade e a hipocrisia.
É
verdadeiro tudo aquilo que é autêntico e não se baseia em suposições, boatos,
mentiras e coisas sem comprovação. A igreja de Jesus Cristo não pode e não deve
permitir que o espírito de mentira domine sua mente (Cl 3.9). Mentes dominadas
por sentimentos carnais fantasiam seus pensamentos com mentiras. Deus abomina a
mentira e a sua Palavra diz em Salmos 119.163: “Abomino e aborreço a
falsidade”.
“... tudo o que é
honesto,”
No
grego honesto pode significar honroso, reverenciável, venerável. Dos diáconos se pede que tenham
essa qualidade (1 Timóteo. 3:8); mas aqui essa mesma virtude e requerida
de todos os crentes. Os crentes devem exibir uma
dignidade que se deriva da salvação.
Quando
Paulo diz que se deve pensar “em tudo o que é honesto” está exortando aos cristãos de Filipos que a
conduta deles seja transparente e decorosa. Seja como algo feito à luz do dia
(Romanos 13.13). O mundo precisa notar essa diferença no comportamento do crente.
Ser honesto e pensar em coisas honestas equivalem a pensar em coisas dignas e
que merecem o respeito das pessoas ao nosso redor.
“... tudo o que é justo,
No
original grego justo significa equitativo, satisfatório
em todas as obrigações para com Deus, para com nossos semelhantes e para
conosco mesmos. Essa é a forma adjetivada da retidão
salvadora, que nos é dada pela Fé, a saber, a própria retidão de Deus
(Romanos 3:21). Todas as nossas ações devem concordar com essa nossa natureza
inata.
Pensar
e ocupar a mente em tudo o que é justo significa desenvolver uma relação
positiva com Deus e com os homens. Os padrões de justiça de Deus norteiam o comportamento
moral em relação a Deus e às pessoas. O cristão verdadeiro cumpre as leis de
justiça e equidade na vida da família, da sociedade e da espiritualidade.
“... tudo o que é puro,”
Pureza implica limpeza, algo não contaminado ou poluído. Na língua
grega do Novo Testamento, a palavra “puro” advém de hagnos. Essa palavra grega
sugere e descreve aquilo que é moralmente puro e livre de sujeiras, de manchas,
assim como os sacrifícios de gratidão que faziam parte dos rituais sacerdotais
do povo de Israel tinham que ser limpos, perfeitos e puros de qualquer impureza,
antes de serem colocados sobre o altar.
Desta forma, também, tudo que fazemos para Deus e tudo quanto
oferecemos a Deus precisa ser puro. Uma mente pura significa uma mente casta. A
primeira idéia de “ser puro” é ser inocente em relação a ter pensamentos,
palavras e ação puros. O crente deve permitir ao Espírito a limpeza contínua no
coração, na consciência, nas afeições e nos motivos da vida. Toda sorte de
impureza deve ser eliminada no meio do povo de Deus (Efésios 5.3).
“... tudo o que é
amável,
No
grego significa digno de amor, indicando aquilo para o
que somos atraídos, devido a sua beleza de caráter. Esse termo e usado
exclusivamente aqui, em todo o N.T., indicando aquilo que, por sua própria
beleza, atrai o amor e se toma caro para alguém. Deus e o grande magneto da
bondade, que atrai o amor. Por isso mesmo e que o Senhor Jesus disse que se ele
fosse levantado da terra, atrairia a si mesmo todos os homens; e isso mostra
ate que ponto ele possuía a beleza divina (João 12:32)
As
coisas amáveis são coisas que atraem e causam prazer a todas as pessoas.
Significa pensar naquilo que promove o amor fraternal e à amizade. Amizade
representa o que mais valorizamos na vida, por isso, “tudo o que é amável”
é tudo quanto constrói emocional e espiritualmente nas relações entre os
irmãos.
“... tudo o que é de boa fama, “
No
grego significa, literalmente, que soa bem. Também pode significar digno de
louvor ou admirável. Assim, pois, o crente deve buscar aquelas coisas
que criam, para ele, a boa reputação, aquilo que
e digno de louvor aos olhos dos outros homens e aos
olhos de Deus.
O pensar em coisas de boa fama é ter cuidado com as palavras e ações
em relação às pessoas do nosso convívio. Significa rejeitar na mente qualquer
coisa ou pensamento que desonrem ou que tragam descrédito às outras pessoas.
Devemos, sim, pensar em tudo o que é “de boa fama”. Aquele que ocupa
sua mente com coisas boas acerca de seu irmão “não folga com a injustiça,
mas folga com a verdade” (1 Coríntios 13.6). A inveja, o ciúme, a presunção
são elementos que permeiam a mente de crentes carnais que não conseguem pensar
bem acerca do seu irmão.
“...se há alguma virtude, “
No
original grego virtude pode significar excelência moral.
Essa mesma palavra era usada para indicar manifestação
do poder divino, milagre ou o poder de Deus (2 Pedro
1:3). Era o milagre moral divino que Paulo queria
que os crentes recebessem, através da atuação do Espírito Santo.
Esse termo aqui tem um significado geral, incluindo tudo quanto
Paulo dissera antes. Todas aquelas qualidades compõem a excelência moral que e
referida no presente versículo.
A
virtude tem seu louvor, e continuará tendo. Deveríamos andar em todos os
caminhos da virtude e permanecer nela; e, então, quer nosso louvor seja de
homens ou não, ele procederá de Deus (Romanos 2.29).
“... e se há algum louvor,”
No
grego original temos epainos, que significa louvor, aprovação,
também usado como termo para indicar coisa digna de louvor.Aquele que possuí as virtudes
anteriormente mencionadas torna-se digno de louvor e o recebe, pelo
menos da parte de Deus.
Não que o louvor dos homens seja o nosso alvo (Joao 12:43), mas
devemos viver de tal maneira que mereçamos esse louvor. Paulo não
recomendava aqui que os crentes filipenses procurassem obter o aplauso
ou a recomendação de outros através de ações virtuosas; mas tão-somente quis
dizer que os crentes deveriam devotar-se a realização de boas obras, que
merecem aprovação, a fim de que os ímpios sejam constrangidos a apoiar a sua
boa conduta.
Ao
mencionar o louvor, tanto quanto ao mencionar a
virtude, Paulo sumaria, em sua declaração, todas as qualidades morais
que havia alistado. E como se ele tivesse dito: Se
possuirdes essas virtudes será digno de louvor.
“... nisso pensai.”
Que essas coisas dignas de louvor e essas virtudes, sejam as
razoes de nossa meditação e consideração, para que sejam inclusas em nossa
conduta diária. Devem ser substituídos os vãos pensamentos da sensualidade, o
lucro e a fama mundanos, buscando cuidadosamente aquelas coisas que contribuem
para o bem de nossas almas imortais, o que transcende a qualquer bem terreno
que os homens busquem mediante suas mentalidades carnais.
DEIVY FERREIRA PANIAGO JUNIOR
06/11/2025
FONTES:)
QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito – A restauração
integral do ser humano para chegar a estatura completa de Cristo. Rio de
Janeiro: CPAD, 2025.
CABRAL, Elienai. Filipenses - A humildade de Cristo como
exemplo para a Igreja. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.
CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento interpretado
versículo por versículo. São Paulo: Hagnos, 2001.